quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

O Tarot na História

Como o grande instrumento arquetípico que o tarot é, ele representa um reflexo vivo das experiências humanas tanto nas vivências individuais quanto globais. Quanto mais podemos identificar sua simbologia na vida e na cultura humana, seja em peças de teatro, obras literárias, mitos, fábulas ou conto de fadas,  tanto mais sua natureza reveladora se pronunciará. Muito mais que um oráculo, é um verdadeiro painel evolutivo que a nível individual pode nos mostrar onde estamos, o que apreender das vivências desafiadoras do nosso dia a dia, e como nos libertarmos do que nos limita ou intimida. Ao logo da história pessoas e eventos representaram a força arquetípica dos arcanos, e assim como no plano particular no contexto da leitura das cartas, foram agentes catalisadores de imensas transformações na humanidade, e seus legados estão ainda à disposição dos que seguem a senda do despertar. Abaixo uma lista de eventos e personagens que,  a meu ver, possuem correlação arquetípica com os arcanos do tarot:

O Mago (Jesus de Nazaré – 2 a.C – 30/33 a.C)

Com certeza a mais plena expressão do arcano de O Mago. Nasceu de um milagre e realizou outros tantos, transformou água em vinho, ressuscitou Lázaro, devolveu a visão a um cego, andou sobre as águas, multiplicou pães e peixes... E em todos estes milagres buscou a libertação da consciência material e afirmou sua conexão com o Sagrado Superior!

Emma Kunz, curandeira suíça.

A Sacerdotisa (Emma Kunz – 1892-1963)

Curadora e artista suíça com notáveis poderes de telepatia, profecia e, sobretudo, cura! Usava um pêndulo com o qual se conectava com a essência das coisas e ativava, segundo ela, o poder curativo que existia em cada um. A partir de 1938 ela passa a criar imagens em papel milimetrado que se parecem muito com pinturas surrealistas. Suas curas foram notáveis.

A Imperatriz (Lady Di – 1961-1997)

Lady Diana foi a personificação dos altos atributos de A Imperatriz, uma cuidadora nata que se preocupava com o bem-estar animal e humano. Apertou a mão de pessoas com AIDS numa época de muito preconceito e discriminação contra as pessoas infectadas. Trouxe visibilidade ao drama das crianças mutiladas por minas nas guerras civis da África... Ainda assim foi um ícone de elegância e da moda!

O Imperador (Mahatma Gandhi – 1869-1948)

Uma autoridade firme, mas serena, foi o grande atributo de Gandhi para o mundo. Iniciou em seu pais a Satyagraha, a manifestação pacífica para a libertação dos oprimidos. Satya é verdade e agraha é firmeza, ou constância. Conectado com sua verdade, e mantendo a constância do seu propósito, ele libertou seu povo do domínio inglês sem derramamento de sangue dos dois lados.

O Hierofante (O Lamaísmo – Entre os Séculos VII e IX)

Lamaísmo é o termo popular para o budismo vajrayana desenvolvido no Tibet. O Lamaísmo deriva da palavra tibetana lama, que designa mestre ou superior, que se refere aos monges. Suas práticas são muito bem elaboradas e formalizadas. O cerne da sua crença é que o Dalai Lama seria a reencarnação de Buda, sua consciência, e os demais lamas de outras partes suas.

Os Amantes (Mumtaz Mahal e Shah Jaham – 1593-1631)

Ficaram noivos quando ela tinha 14 e ele 15 anos, casaram-se cinco anos depois do seu noivado em Agra, na Índia. Mumtaz Mahal morreu aos 38 anos, em 1631, em decorrência do nascimento de sua 14ª filha. Shah Jaham mandou construir o Taj Mahal como seu túmulo, e um templo ao amor eterno. Muntaz Mahal significa a escolhida do palácio, seu nome verdadeiro era Arjumand Begum.

O Carro (Ayrton Senna – 1960-1994)

Obteve inúmeras vitórias, que iniciam com suas conquistas no kart, em 1973 e em "carros de fórmula" em 1981, com vitória nas Fórmulas Ford de 1600 e 2000. Dez anos depois,  em 1983, se torna campeão do Campeonato Britânico de Fórmula 3, onde bateu vários recordes! Esse desempenho o levou à Fórmula 1, onde foi tricampeão e um exemplo de disciplina, determinação e uma vontade aguerrida de vencer!

Ayrton Senna, a lenda.

A Justiça (Hildegard de Bingen – 1098-1179)

Foi teóloga, poeta, dramaturga, música, linguista, e médica informal alemã. Graduou-se mestra do mosteiro de Rupertsberg, em Bingen am Rhein, na Alemanha. É uma santa e doutora da Igreja católica. Sua inteligência, razão, e visão espiritual muito à frente do seu tempo garantiam a ela imensa influência e consideração em sua época, e junto de seus pares contemporâneos.

O Eremita (São Lázaro - /30 d.C)

Foi discípulo e amigo pessoal de Jesus. A única pessoa por quem Jesus chora nas escrituras e a quem fez o maior de seus milagres ao ressuscitá-lo! Este foi o último milagre do Cristo Jesus e depois disso Lázaro teria fugido da perseguição dos sumo-sacerdotes, e se retirado para a cidade de Cítio (hoje Lánarca), no Chipre, onde teria vivido até o fim de sua vida e morrido de velhice.

A Roda da Fortuna (As Migrações em Massa do Início do Séc. XXI)

As grandes migrações do início deste século, onde grupos enormes de pessoas percorreram distâncias continentais, muitas delas a pé, fugindo de guerras. Como no caso da guerra da Síria em 2011 quando cerca de 1 milhão de pessoas fugiram para a Europa, sobretudo para a Alemanha, em busca de uma vida melhor. O mesmo se deu na marcha dos latinos em 2018.

A Força (Muhammad Ali – 1942-2016)

É considerado o maior desportista de todos os tempos, e o maior boxer dos EUA. Sua carreira de sucessos notáveis começou quando o chefe de polícia Joe E. Martin o encontrou com 12 anos batendo num ladrão que tentou roubar sua bicicleta,  e disse para ele treinar boxe. A partir disso treinou por quatro anos com o lendário Chuck Bodak. Foi campeão em 1964, 1967 e 1978.

O Enforcado (São Pedro - /67 d.C)

Foi o Cristo Jesus quem mudou seu nome (que era Simão), e disse que ele era a pedra sobre a qual sua igreja seria construída. Foi o primeiro bispo da igreja católica e teve o pontificado mais longo da sua história, foram 37 anos. Negou Cristo três vezes e no fim de sua vida pediu para ser crucificado de cabaça para baixo, pois não se achou digno de morrer como seu mestre.

A Morte (O Cerco de Massada – 74 d.C)

Massada é uma fortaleza montanhosa, próxima ao Mar Morto, que serviu de refúgio para 960 judeus zelosos, conhecidos como zelotas, que se opunham ferrenhamente ao domínio romano até serem cercados por tropas do X Fretensis, uma legião romana criada por Otaviano. Todos os zelotas suicidaram-se para não sucumbir à dominação invasora. Uma saída radical de libertação!

A Temperança (Marco Polo – 1254-1324)

Foi mercador, embaixador, e explorador veneziano. Muito embora não tenha sido o primeiro ocidental a chegar à China, os seus relatos registrados no livro As Viagens de Marco Polo, foram um marco na união das culturas ocidental e oriental. Conheceu e negociou com o próprio Kublai Khan, líder mongol, e trouxe do oriente o macarrão para a Itália e dali para o mundo!

Ataque às Torres Gêmeas.

O Diabo (Calígula – 12 d.C-41 d.C)

O seu reinado como imperador romano durou somente quatro anos, mas foram marcantes das formas mais abomináveis possíveis! Foi um tirano autoritário que exigia ser tratado como uma divindade. Humilhou seu senado e, autocentralizador, procurou durante seu reinado aumentar o seu próprio poder.  Apaixonado pela irmã, era um  devasso sexual, e temia profundamente a morte.

A Torre (Ataque às Torres do World Trade Center)

Os ataques às chamadas Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001 fizeram parte de uma série de ataques coordenados pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda, e foram o mais duro golpe na soberania geopolítica norte-americana no século XXI, e o mais estrondoso embate entre o ocidente e o oriente até então.

A Estrela (O Movimento Hippie – Décadas de 1960-1970)

Um movimento jovem que surge nos EUA durante os anos 60 e que questiona todas as relações pessoais, políticas e naturais. O movimento propõe uma nova relação, mais fraterna e livre, entre as pessoas e entre a humanidade e a natureza. As ideias de liberdade, as de vida e saúde natural, a não violência e as propostas alternativas de arte, cultura e espiritualidade são a tônica.

A Lua (O Movimento Wicca – 1939)

Uma religião neopagã, que resgata os ritos e cultos pré-cristãos da Europa, que valoriza os ritos naturais como parte de uma comunhão mística e sagrada entre a humanidade e a natureza. Os wiccanos creem na magia como parte dessa comunhão, e nos oráculos como parte da comunicação com o sagrado. Nasce na Inglaterra, e Gerald Gardner é seu maior decodificador.

Giordano Bruno, visionário e Místico.

O Sol (Giordano Bruno – 1548-1600)

Foi um frade dominicano, teólogo, e também filósofo, matemático, teórico em cosmologia, poeta, e ocultista hermético. Dizem que se utilizava do tarot (o que é insinuado no filme de 1973). Foi condenado à fogueira pelos seus “erros teológicos”. Já alegava que o Sol era o centro do sistema solar, acreditava em vida em outros mundos, e num Deus presente em tudo!

O Julgamento (Movimento de Maio de 1968)

Movimento estudantil que se espalhou pela classe trabalhadora, resultando em greves e protestos contra o governo. Originalmente foi um ato de repulsa à separação dos alojamentos masculinos e femininos na universidade de Nanterre, na França. A repressão violenta das autoridades incendiou o apoio aos manifestantes, e redesenharam várias políticas da época.

O Mundo (Fim do Bloco Comunista na Europa – 1989-1991)

As chamadas revoluções de 1989 foram um movimento de ações libertárias que colapsaram a maioria dos governos marxistas-leninistas do leste europeu, e que culminaram com a renúncia de Mikhail Gorbatchov em 1991. A queda do muro de Berlin em 1989 foi o evento mais emblemático que marcou o fim da Guerra Fria e a reunificação política e econômica da Europa.

O Louco (Siddharta Gautama, o Buddha – Séc. VI a.C)

Um príncipe do Nepal que renunciou ao trono, e se dedicou à erradicação do sofrimento humano. Sua proposta espiritual é totalmente renovadora e revolucionária para o seu tempo. Não se preocupa com a existência ou não de um Deus ou deuses, mas unicamente com a elevação da consciência baseada no discernimento entre equilíbrio e desequilíbrio. A iluminação é o epicentro da sua doutrina.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Sobre Tarot vs Oráculos

O Tarot: estrutura complexa,
completa, ampla e profunda.

Uma cliente veio para uma leitura de tarot, e os arcanos mostravam ela aflita com uma transição que tinha a ver com um trabalho com um grupo de pessoas. Ela disse que sim, que tinha um trabalho de filantropia com duas amigas, e uma equipe de colaboradores, que estavam desejosos de passar a instituição adiante sem desamparar os que dependiam dela, e nem cancelar o projeto. Fez outras perguntas referentes ao assunto e ao final, como faço de costume, pedi para que retirasse uma carta de mensagem, como uma síntese e direção a partir daquele momento. Eu sempre fiz e ainda faço isso, mas na ocasião eu ao invés de usar as cartas do tarot abri um oráculo que escolhi na hora. Nesse dia eu estava com o Oráculo das Deusas, de Amy Sophia Marashinsky, que vinha sendo recorrente nas minhas sessões. A cliente tirou então a carta da deusa Freya, que representa a sexualidade plena. Fiquei atônito! Isso simplesmente não tinha nenhuma conexão com o que acabávamos de abordar na leitura dela. Traduzi a mensagem da carta, ela ficou em silêncio, com um leve ar de desconcerto. Conversamos depois sobre as possibilidades terapêuticas para aquele momento, e ela decidiu dar início a uma sequência de tratamento reiki. Combinamos o número de sessões e começamos na semana seguinte. Ao final das aplicações eu também costumava pedir para tirarem uma carta de mensagem para aquele momento terapêutico. Hoje não faço, mas isso. Bem, a questão é que a referida cliente tirava sucessivas vezes a carta da deusa Freya, a tal ponto que com o tempo evitava de usar o oráculo nas sessões dela. Até que um dia, o maço já estava na minha mesa de atendimento quando ela entrou, ao término da consulta ela olhou direto para a mesa de leituras que ficava ao lado. Fui até lá peguei as cartas e misturei, depois as dispus em leque para ela tirar uma e, outra vez, Freya apareceu. Não resisti e fui mais incisivo ao questionar a ela como estava, afinal, este aspecto da sua vida! Então, ainda um tanto constrangida, mas mais disposta a se abrir disse que o marido havia passado por sérios problemas cardíacos, e que isso mais uma depressão subsequente, e mais a medicação, o deixaram totalmente impotente. Eles sempre tiveram uma boa química, e a questão não tinha solução ou o que fazer imediatamente, pois ela afirmou que ainda o amava e nem passava por sua cabeça se aventurar. Eram um casal beirando a faixa dos setenta anos.

A Deusa Freya, do Oráculo da Deusa, de
Amy Sophia Marashinsky. 

Eu creio, e minha experiência tem comprovado, que tanto o tarot quanto qualquer outra linguagem oracular conversa de formas diferentes com diferentes pessoas. Já escrevi aqui no blog sobre os tipos de tarólogos e suas perspectivas no texto Que Tipo de Tarólogo Você É?. Sendo assim o que é complexo e demasiado para um é fluente e regular para outro, como combinar muitos oráculos numa mesma sessão, da mesma forma que alguns são mais profundos e outros mais rasos e imediatos em suas abordagens... Há aqueles que complementam as suas leituras com outros oráculos. Uns ancestrais como o I Ching, as runas e mesmo o jogo de búzios. Outros mais específicos, criados recentemente, que se harmonizam, na maioria das vezes, com suas leituras. É isso aí! A vida é diversa, e ainda bem! Por ouro lado, e também confirmado por minhas trocas com outros leitores de tarot, e de outros oráculos, que muitas vezes as cartas oraculares parecem vagas ou fora de sintonia com a estrutura geral do que motivou a pessoa a procurar uma consulta. Há memes sobre isso nos grupos de tarologia no Pinterest, Instagram e Facebook. Postei um deles em outro texto que também deixarei o link no final deste artigo.

A minha trajetória com o tarot, e outras linguagens simbólicas, só comprovou que o tarot servia melhor aos meus propósitos, e que eu me sinto muito mais sintonizado e a vontade com sua estrutura simbólica tão ancestral, imagética, intuitiva e profunda. Sempre enfatizo, porém, para que cada um faça a sua experiência com essas combinações. Como disse anteriormente os arcanos e os símbolos arquetípicos de forma geral se comunicam de formas diferentes com diferentes pessoas. E isso é um dos aspectos mais mágicos no estudo e na prática das linguagens oraculares. O título deste artigo pode fazer parecer que estou instigando uma disputa do tipo “qual é o melhor?” e, definitivamente, não se trata disso. De modo geral eu não confio nas cartas oraculares da modernidade pelos motivos que já mencionei no texto Sobre Cartas Oraculares, mas aprovo, consulto e amo estudar as runas e o I Ching. Prefiro o simbolismo indutivo desses sistemas ancestrais ao dedutivo dos oráculos modernos, cheios da pretensão egoica de seus criadores. Quando pensei neste título tinha em mente justo os diversos Oráculos da Deusa, Gaia, Maria Madalena (a última tendência) e por aí vai, que são despejados no mercado editorial de tempos em tempos...

Leia também: 

Que Tipo de Tarólogo Você É? 

Sobre Cartas Oraculares 

sábado, 28 de dezembro de 2024

Manifestando Intenções com o Tarot

Existem muitas formas de se utilizar o poderoso simbolismo do tarot, para além de sua fascinante e precisa função oracular. Podemos usar as cartas para meditar em imersões profundas em nós mesmos, também para ritos de magia, vivências de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal além, é claro, da sua função terapêutica como o maravilhoso espelho que é dos mundos interiores... Cada tarólogo, ao logo do desenvolvimento da sua relação e trabalho com o tarot, escolhe uma ou outra de suas aplicações secundárias para seguir com a prática dos arcanos. Outras vezes elas se impõem através das demandas que aqueles que nos procuram para leitura trazem. Tenho falado sobre essas variações e aplicabilidades possíveis para a linguagem tarológica. Com a chegada do fim de mais um ciclo anual algumas pessoas me perguntam se o tarot pode ajudar em algum tipo de ritual para manifestar desejos ou intenções para o novo ano. Já falei sobre isso no meu texto O Tarot e a Abertura de Portais. Como penso que quem me pergunta isso quer alguma coisa que possa fazer por si mesmo, sem intermediários ou um comprometimento profissional, eu lembro de um ritual da antiga ordem inglesa Golden Dawn, que mescla magia a um exercício de autoconhecimento:

Comece separando os 22 arcanos maiores do baralho, eles simbolizam os grandes eventos arquetípicos e transformadores das vivências humanas. Deixe-os com as imagens à mostra, ou seja, viradas para cima. Separe quatro velas que irão acompanhar cada uma das quatro cartas que serão colocadas a volta do arcano central formando uma cruz.

Em seguida escolha o que deseja manifestar ou questão que pretende solucionar no período do novo ciclo, e comece procurando o arcano que melhor representa este tema ou a sua solução. Como o interesse nos relacionamentos é uma constante obsessiva nas pessoas de modo geral, vamos tomar este tema para nosso exemplo. Escolha um arcano que represente o que você entende como uma relação satisfatória.

Podemos eleger para esta posição – que é a carta central – o arcano de O Enamorado, ou Os Amantes como é conhecido usualmente. Este é um arquétipo genérico de afeição e encontro, um amor leve e romântico. Coloque-o no centro da mesa, é a carta 1. Agora circunde-a com quatro cartas a sua volta, a segunda a abaixo, a terceira à esquerda, a quarta acima, e a quinta carta à direita, concluindo uma cruz simples.

Agora escolha os arcanos que complementam o que deseja manifestar para esta relação. A Temperança, por exemplo, seria um bom complemento, uma união com conexões profundas e para muito além das sinergias químicas entre os corpos, A Estrela no segundo braço da cruz para afinidades que conectem corpo, mente e alma. Se está em busca de um homem escolha entre as figuras masculinas dos arcanos maiores o tipo de masculino que mais se afiniza; másculo e poderoso como O Imperador, respeitado, respeitoso e realizado como O Hierofante, ou maduro, sábio e profundo como O Eremita. E assim por diante. As possibilidades vão para muito além do que se imagina serem os arcanos óbvios para representar o amor e os pares amorosos. Esta é a parte de interiorização deste ritual.

Representação de como fica o arranjo de cada vela
sobre seus respectivos arcanos.

O quarto e último arcano deverá representar a finalização, o selo dessa intenção onde magia e vivência arquetípica se misturam. O arcano de O Mundo pode ser uma ótima opção, representa um encontro que cresce e amadurece com seus participantes. Se não numa síntese perfeita, aponta pelo menos um aperfeiçoamento de ambos à medida que a relação se desenvolve.

A medida que vai posicionando as cartas – sempre fechadas, ou seja, com as imagens para baixo acenda uma das velas ao lado de cada arcano. Depois, enquanto enuncia o presságio e significado de cada uma vá apagando-as uma de cada vez. A cor das velas não importa neste caso, pois não se fará e evocação de elementais ou dos portais dos quadrantes. Estaremos nos valendo apenas do poderoso simbolismo do fogo.

Depois de feita a concentração sobre cada arcano repita em voz alta seu presságio e significado e apague a sua vela correspondente colocando a sua carta de acompanhamento por sobre a carta central. Prossiga assim em cada um dos próximos três arcanos de tal forma, que no exemplo dado fique o arcano de O Mundo sore todas as outras.

Depois disso acenda a cada dia uma das velas em sequência deixando-as queimar até o fim, com os devidos cuidados, reavivando internamente seu propósito e intenção.

Leia também:

O Tarot e a Abertura de Portais 

Tarot & Magia 

As Aplicações do Tarot  



sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Joseph Campbell e o Tarot

As Idades do homem, segundo Dante Alighieri, na estrutura
do Tarot, segundo Joseph Campbell. 
Olhem que incrível esta disposição dos Arcanos Maiores feita por Joseph Campbell, baseada nas idades do homem segundo Dante Alighieri. O Mago, como o grande manifestador da vida, inicia ao lado. De A Sacerdotisa à Lua (a infância) saímos da escuridão do útero da mãe, interagindo, mudando e reformulando nossas visões, criando nossas visões e sonhos e perseguindo-os. Sonhos esses ilusórios e equivocados, bem como os devaneios de A Lua. De A Imperatriz ao Sol (o adulto) criamos nossas visões de beleza, prazer e realizações, estabelecemos metas, lutamos por elas. Enfrentamos nossas sombras e inimigos (projeções da sombra) e nos mostramos ao mundo. Nesse caso O Sol representaria o empoderamento do ego. A partir de O Imperador até O Julgamento (a velhice) estamos estabelecidos em nossas conquistas, materiais ou intelectuais, mas começamos a ver tudo com ouros olhos, a nos desfazer de valores antes fortes, e reavaliamos a vida! De O Hierofante ao Mundo (a decrepitude) estamos olhando para nossos dogmas, afundados neles ou revendo-os cuidadosamente, diante da iminência da morte, nos abrimos à outras experiências e realidades antes de concluir nosso legado. O Louco sai como a alma que, liberta temporariamente, se vai para outros ciclos evolutivos. Essas conclusões são minhas, ok? Achei a imagem na Pinterest e não vi referências da obra (o título está abaixo). Sei que Campbell escreveu sobre o tarot à luz de uma jornada mítica, mas não há tradução em português que eu saiba. O que acharam?

Livro: Tarot Revelations
De: Joseph Campbell e Richard Roberts, 1987.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Exercitando Imaginação, Escrita e Intuição

Uma leitura de tarot é, basicamente, a capacidade de imaginar e intuir o que as imagens estão nos dizendo, e narrar esta mensagem de forma clara e fluída. Há um exercício que ensino aos meus alunos com frequência, e que chamo de exercício imaginativo/criativo/intuitivo. Ele consiste em retirar cinco cartas, como os cinco atos do teatro grego, de preferência dos arcanos maiores caso ainda esteja se familiarizando com a linguagem do tarot. Em seu livro *Tarot For Your Self, Mary K. Greer sugere que a viagem de O Louco deve ser narrada como um conto de fadas, e propõe que se crie histórias a partir da sua viagem. Sugere também que os métodos de leitura podem ser usados como os trajetos por onde transcorrem essas histórias. Sugere, inclusive, que se utilize a Cruz Celta como um caminho para se compreender a sequência dos arcanos de naipe, um de cada vez, onde as cartas da Corte serviriam como os personagens dessas histórias. Acho isso, sinceramente, demasiado e com muitas possibilidades de erro para iniciantes! Eu prefiro uma iniciação com os arcanos maiores, que são a espinha dorsal da simbologia do tarot. Entender bem sua estrutura costuma facilitar a compreensão do oráculo como um todo, e praticar com poucas cartas ajuda em muito a desenvolver o poder de síntese numa leitura. Isso auxilia a se definir um caminho para se obter uma mensagem com a interpretação de uma ou duas cartas já abertas na mesa. O número de cinco é uma referência aos atos de uma peça teatral.  Sendo assim a primeira carta apresenta o contexto, a dois e a três mostra o conflito e o desenvolvimento da ação, respectivamente, e as cartas quatro e cinco apontam para o declínio e o fim da peça, com a apresentação do seu propósito ou significado. Mas se parece complicado demais esta ordenação esqueça tudo isto e simplesmente leia as cinco cartas num fluxo. A intenção é criar uma história que comece com “Era uma vez”, como sugere Greer. Então embaralhe o maço com os 22 trunfos e tenha sempre em mente que se trata de um exercício criativo/imaginativo/intuitivo, isso faz com que a imaginação fique descomprometida e livre! Quando achar que já é o suficiente retire cinco cartas do baralho e vá colocando-as uma a uma com as imagens para baixo, a seguir vire uma por uma, sempre dizendo ao abrir a primeira, Era uma vez...

Navegando pela vida com a sabedoria lunar,
imaginação, sonhos, e intuição

Segue abaixo um exemplo de uma prática recente que realizei. A aventura começa justamente com o arcano de O Louco: Era uma vez um jovem inexperiente e desorientado, totalmente sem rumo na sua jornada pessoal de crescimento. Um experimentalista em busca de sentido para sua própria jornada. A carta que surge a seguir é A Justiça e eu sigo, esse rapaz encontra uma mulher mais velha – considerei a imagem do arcano literalmente – ela é segura de si e de suas escolhas, muito racional e responsável. A próxima carta foi A Imperatriz, que revelou que no encontro dos dois há um cuidado e um respeito carinhoso que envolve admiração mútua, entre a liberdade e ousadia dele e o compromisso e a sobriedade dela. O aparecimento de A Temperança falou de uma sintonia alquímica entre eles, algo que transcendia a atração física ou as afinidades mentais entre ambos. Suas diferenças pareciam servir para complementar a vida um do outro; ao jovem a construção de um propósito, e à mulher séria uma oportunidade para apenas fazer e viver coisas sem uma meta definida, prática ou lucrativa que seja. A última carta do último ato foi O Mundo. Ao fim da jornada o jovem antes desorientado encontra seu lugar no mundo, e um lugar ao lado da sua benfeitora. O caminho de desorientação se transformou num encontro consigo mesmo, o fim da jornada revela seu propósito e o jovem inexperiente agora é um homem amadurecido que consegue entender a finalidade de tudo que viveu!

Desdobrando Interpretações 

com os Números

Agora veja como fica quando “brincamos” com os números fazendo a soma teosófica dos arcanos. O Louco, que é zero na sua simbologia, mas com valor 22 para efeitos de cálculo, é acrescido à Justiça 8, como é no original de Marselha e sem as deturpações de Waite. Somando 22 + 8 = 30 = 3 + 0 = 3. A Imperatriz já se mostrava regendo este encontro, a sua força amorosa rondava os dois. Agora somamos o valor de A Imperatriz a essa operação e 22 + 8 + 3 = 33 = 3 + 3 = 6. O sexto arcano, Os Amantes, confirma a conexão de amor e atração entre esse improvável casal! Seguindo na jornada arquetípica dos símbolos e números acrescentamos A Temperança a esta jornada e 22 + 8 + 3 + 14 = 47 = 4 + 7 = 11, A Força. O décimo primeiro arcano tanto confirma a intensidade química entre eles como também a intensidade da troca que envolve os outros planos da personalidade de ambos. Finalizando essa empreitada aritmética acrescentamos o último arcano dos cinco atos, e também da sequência dos arcanos maiores, O Mundo. Assim 22 + 8 + 3 + 14 + 21 = 68 = 6 + 8 = 14, A Temperança outra vez. Considero este um arcano que implica influências superiores do ponto de vista consciencial. Ao que parece desde o começo o encontro dos dois seria marcado por uma conexão maior e mais profunda. Somando a cifra deste arcano 1 + 4 = 5, encontramos O Hierofante. Para muitos intérpretes do tarot ele representa um casamento, para outros uma presença que simboliza exemplo e realização, como um mestre ou professor, e a mulher representada na figura de A Justiça parece ter mesmo cumprido este papel na vida do jovem. Inversamente ele também o fez, embora de maneira não tão óbvia.

Introduzindo os Arcanos Menores

As cartas de naipe, enriquecendo as leituras.

Utilizar todas as ferramentas arquetípicas que o arcabouço simbólico do tarot proporciona é, com frequência, muito enriquecedor! Os números são os mais óbvios componentes desse rico universos de imagens profundas dos arcanos, sobretudo nos arcanos maiores. Curiosamente muitas pessoas se sentem intimidadas com a estrutura das cartas de naipe. Parece muita coisa num primeiro momento, e de fato é! Sua estrutura acrescenta ricos detalhes à leitura, tanto práticos quando psicológicos, e merecem ser considerados! Existe também aqueles que se detém exclusivamente nos arcanos maiores para a aplicação oracular do tarot, uma escolha que não diminui o trabalho de ninguém, mas que a meu ver exclui grandes possibilidades. Acrescente os arcanos menores aos poucos, um naipe de cada vez começando pelo de sua preferência. Recomendo também misturá-los, ao invés de ler aos pares, o que torna a interpretação muito mais enxuta, objetiva e direta. A seguir outro exemplo desse exercício nas minhas práticas pessoais onde as cartas de naipe foram introduzidas juntamente com os arcanos maiores. Abrindo o primeiro ato a carta do 5 de copas assinala uma dolorosa perda afetiva que a pessoa em questão estava passando, e sem muitas perspectivas de como sair desse lugar. O arcano seguinte, Ás de espadas, revelou que uma poderosa força racionalizada e decisiva irrompeu da sua consciência. A postura de vítima, ou de “afetada” pelo cataclismo foi deixada diante da decisão recém incorporada. A Rainha de paus, a cuidadora amorosa e gentil, a fomentadora dos vínculos de um grupo ou família, aparece deixando claro que esta mulher (na minha imaginação faz mais sentido ser uma) decidiu que vai cuidar daqueles que ama e que ficaram de fora desse evento, ou que restaram dele! O arcano de O Imperador mostra que essa postura trouxe uma nova fase de estabilização em todos os níveis para nossa heroína, assentada em sua anima interior, e o surgimento de uma poderosa figura masculina com quem cria uma parceria de grande contribuição ao seu desenvolvimento, e com uma presença transformadora. A carta final de A Roda da Fortuna mostrou a virada que este encontro trouxe para ambos, e a inauguração de um nível superior de compreensão e atuação diante das mazelas da vida que nossa rainha enfrentou.

Exercitando a Escrita

Na sua obra Greer sugere a utilização da escrita criativa com os arcanos do tarot, se utilizando das cartas para escrever poemas ou pequenas crônicas inspiradas em suas poderosas imagens, e apresenta uma série de criações literárias, suas e de outras pessoas. Eu mesmo tenho alguns poemas inspirados nos arcanos do tarot e é de fato um exercício muito rico de estímulo à criatividade e à imaginação. Como já disse antes imaginar é uma habilidade fundamental para uma leitura de tarot realmente efetiva. Se tem pouca, ou nenhuma aptidão literária eu sugiro que comece escrevendo, simples e despretensiosamente, o que sente sobre a carta que escolheu e os sentimentos e pensamentos que lhe transmitem seus contornos e detalhes simbólicos. Guarde seus escritos, evite criticá-los, eles podem ser uma ferramenta poderosa para mostrar com o tempo o quanto sabia sem saber ou mesmo o quanto sua percepção e compreensão dos arcanos cresceu com o passar dos anos. Essas viagens criativas com o tarot são simplesmente fascinantes e ricas, se estiver com disposição para empreender este mergulho.

Escrever poemas, crônicas e ou anotar as interpretações
dadas nos exercícios criativos/imaginativos/intuitivos amplia
tanto imaginação quanto intuição, vocabulário e dialética.

Outra forma de conectar seus exercícios imaginativos à uma melhor absorção dos significados dos arcanos é escrever suas histórias. Assim que abrir os cinco atos fale em voz alta a sua interpretação imaginativa, em seguida anote o que acabou de ler num caderno. Não se surpreenda se novos detalhes saltarem à mente, inclua-os. Procure sempre usar palavras novas para expressar uma mesma ideia em narrativas diferentes, riqueza de vocabulário é fundamental. Pesquise em dicionários ou no Google sobre as expressões que deseja utilizar. Erroneamente acreditamos que a intuição não pode ser aumentada ou amparada por outras formas de saber. Conheci ao longo da minha vida inúmeras cartomantes incrivelmente intuitivas que, porém, tinham de fazer um esforço enorme para expressar o que captavam com suas cartas, e muitas não conseguiam. Só depois que alguns eventos se confirmavam é que eu ficava sabendo de fato do que se tratava suas visões. Os tempos mudaram, parecer ignorante não é mais visto como bonitinho ou inocente. Refine-se, tanto na sua capacidade intuitiva superior quanto na sua capacidade imaginativa e de riqueza de vocabulário! O tarot é um caminho de transformação para quem procura sua sabedoria, seja como consulente ou como aprendiz, e quem perde isso perdeu uma linda viagem.

*Tarot for Your Self, a Workbook for Personal Transformation.
Carmel (USA). Newcastle, 1984.


segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Leitura de Tarot Para Uma Anciã...

O 9 de espadas, do Thoth tarot, símbolo
da agonia e do sofrimento íntimos.

Uma senhora de oitenta anos veio consultar o tarot, e o 2 de ouros mostrou que ela estava num movimento planejado e gradual de mudanças em sua vida que, no entanto, como o 9 de espadas mostrava, esse movimento trazia apreensão e sofrimento mental sobre seu futuro; espadas é ar, e ar = pensamento, e o pensamento está sempre voltado para o amanhã! Antes que eu prosseguisse com a leitura ela disse que era exatamente isso, que estava pensando em fazer algumas doações em vida dos seus bens mais afetivos, e deixar em testamento as suas propriedades e bens materiais, mas não sabia por onde começar ou em quem confiar para ajudá-la nesta questão já que não tem filhos... Continuei com a leitura e o Ás de paus seguido da Rainha de ouros pareciam estar esperando a colocação dela para exclamar: “Ainda tem muito tempo de vida!” e o Rei de espadas logo após parecia assegurar que essa atitude era importante, mas que poderia ser mais bem planejada, e sem pressa! Foi nesse momento que para muito além dos Arcanos eu li no seu olhar que ela não sabia mais o que fazer com o seu tempo de vida. Como tomo o cuidado de não opinar nesses momentos abri o próximo Arcano da sequência, e A Força apareceu na sombra indicando a sua falta de força interior e conexão com a vida. Ela confirmou dizendo-se sem disposição pra nada. O 3 de paus finalizou indicando que ela devia se propor um novo desafio, uma reciclagem da vida em si mesma para continuar seguindo com o fluxo da existência. O Louco terminou a sequência de leitura falando de um salto decisivo para seguir na vida ou sair dela. Este Arcano é o arauto do livre arbítrio, e veio para lembrar que ser feliz é uma decisão, e ser infeliz também! Indiquei terapia e muito autocuidado. Vamos ver o que decide. 


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Entrevista Com Jussara Bohrer

O Tarot Como um Caminho...

Com mais de cinquenta anos de jornada Jussara Bohrer é com certeza a taróloga mais antiga ainda em atividade no Rio Grande do Sul. Além de especialista em tarot ela é terapeuta floral, uma das percussoras dessa prática terapêutica no estado, e também facilitadora de dinâmicas grupais. Depois de muito ouvir falar no seu trabalho a convidei em 2023 para o GITA – Grupo Interdisciplinar de Tarot – projeto que iniciei em 2023 na fundação F.E.E.U de Porto Alegre, onde conheci sua perspectiva prática e muito estratégica de abordar a simbologia do tarot. Aplicando-o realmente como um guia ou bússola para os dilemas da vida comum. Tive desde sempre vontade de registrar suas ideias sobre tarologia, e eis que lhe mandei algumas perguntas que ela respondeu de forma clara e direta como ela mesma o é no seu trabalho.

O Hierofante, do Golden Tarot,
de Kat Black

1) Como, e com quem, começou a sua trajetória com o tarot?

J – Eu ganhei um tarot quando tinha 17 anos, da minha madrinha, ela jogava baralho cigano, eu não conhecia, mas já tinha pesquisado nas monografias do Rosacruz.

2) O que motiva a continuar seu trabalho com os Arcanos mesmo depois de tantos anos?

J – O tarot já faz parte de mim, apesar do tempo sempre surge situações novas e interessantes.

3) Como começa, normalmente, a sua consulta? Tem algum método de abertura das cartas de sua preferência?

J – Sempre gosto de falar no geral sobre energia, chakras, astrologia, cristais... Eu gosto de iniciar sempre pela saúde. Jogo de forma direta e objetiva.

4) O que torna sua abordagem do tarot diferente, digo qual é a marca que procura deixar com seu trabalho nas pessoas que lhe procuram?

J  Eu utilizo tarot somente para orientação das situações que são mais prementes, incentivo as pessoas a terem iniciativas, para não ficarem dependentes.

5) Como vê o desenvolvimento da cultura do tarot nos dias atuais? Quais pontos positivos e negativos percebe na divulgação do tarot hoje em dia?

J – A partir dos anos 90 ele deixou de ser marginalizado para ser "cult". Mas, percebo muita desinformação, exagero, uso indevido, enfim, ficou banalizado.

Jussara Bohrer, dedicação e competência;
um exemplo de dedicação à cultura do tarot!

6) Existe algo que acredite ser importante de fazer para reduzir ou eliminar esta banalização?

J – Eu tento, sempre aconselho as pessoas que procuram conhecer melhor estes assuntos a buscar livros, cursos, revistas dos anos 70 até o final dos anos 80, que têm estudos mais aprofundados.

7) Neste momento tão difícil, da nossa história qual seria a contribuição que o estudo e o desenvolvimento da tarologia pode dar à humanidade?

J – O entendimento que se pode adquirir através deste estudo minimiza muitas dúvidas e principalmente evitam possíveis manipulações.

8) Tem algum recado que gostaria de deixar aos buscadores da via espiritual ou aos estudantes do tarot do nosso tempo?

J  Sempre que eu posso eu estimulo as pessoas que buscam, ativar sua intuição e principalmente respeitá- lá. O tarot que é uma tradição lunar tem que ser regido pela intuição e não por métodos.

9) Existe algum exercício adicional que recomende para o desenvolvimento intuitivo ou a prática do tarot já é este exercício?

J – Técnicas de expansão de consciência, meditação, dinâmicas de percepção dos sentidos, dos elementos. E o entendimento do próprio tarot sem sensor é um ótimo exercício.

Contato com Jussara Bohrer: WhatsApp: 51 98411-9853