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Como escolher o primeiro Tarô? |
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É comum, no começo do estudo do Tarô, a dúvida entre qual baralho escolher diante de tantas opções. Apesar de poucas editoras publicarem o jogo, há uma enorme oferta à disposição, desde os mais tradicionais aos mais exóticos, como o Zombie Tarot, de temática zumbi. |
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'A Roda da Fortuna' nos tarôs de Marselha (1750), Waite-Smith (1930), Crowley (1944) e Mitológico (1986). |
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É importante saber, em primeiro lugar, que o jogo reconhecido como Tarô é composto por 78 cartas, são elas 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores. Existem vários oráculos anunciados como tarô, mas que não seguem esta estrutura. E a estrutura de 78 cartas, com vinte e duas formando os arcanos maiores, assim como os quatro naipes que vemos nas cartas comuns de jogar, formando os 56 arcanos menores, que contêm toda a lógica do Tarô. Visto isto, gostaria de pontuar os baralhos, que no meu tempo de caminhada, me parecem os mais reconhecidos e o porquê. |
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Tarô de Marselha |
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Marselha, a cidade mais antiga da França, foi o maior centro de produção de tarôs, nos séculos 17 e 18. Apesar dos diferentes editores, os desenhos são muito semelhantes e o autor do baralho original é desconhecido. É o baralho mais antigo que costuma ser utilizado até hoje. Outros tarôs mais antigos, como o Visconti Sforza - criado no século XV a pedido de uma ilustre família de Milão, costumam ser mais comuns entre colecionadores ou estudiosos do assunto. As cartas originais do Visconti Sforza, em contrapartida, estão expostas no museu e conhecemos seu autor. |
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No Tarô de Marselha: retratos nos arcanos maiores e grafismo nos arcanos menores |
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Tanto o tarô de Marselha quanto o Visconti Sforza, possuem os arcanos menores retratados com os símbolos dos naipes correspondentes em diferentes quantidades, cores, etc. Neste caso o grafismo passa a mensagem, ao invés de uma perspectiva mais narrativa, como vemos nos arcanos maiores. Esta grande diferença entre arcanos maiores e menores é a marca dos tarôs mais antigos e tradicionais. |
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Tarô Waite-Smith |
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Lançado em 1930, este baralho criado pelo ocultista Arthur Eduard Waite, em parceria com a também ocultista e ilustradora Pamela Colman Smith, se tornou uma espécie de marco por ser o primeiro a ilustrar os arcanos menores. Vemos também a relação do tarô com a alquimia e a cabala de forma mais clara, por conta da interpretação de cunho mais pessoal e repleta de simbologias. |
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No taro de Waite o Louco recebe o número O e os arcanos menores são figurados |
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Outra façanha deste baralho está em colocar o numero 0 na carta intitulada O Louco, realçando a conexão do tarot com a Cabala. Nem todos concordaram com o arcano sem número ganhar um algarismo, mas ainda assim a mudança foi amplamente aceita. Por outro lado, por se tratar de um baralho de autor, onde a visão de quem fez é de grande influência, vemos muita diferença na interpretação de alguns arcanos. O nove de espadas, por exemplo, No Tarô de Marselha mostra uma espada amarela que quase sai de seu limite. A escolha da cor amarela, a meu ver, indica uma intensa atividade mental que pode estar relacionada à clareza, à iluminação, ou sair do limite para trazer a luz. Já no baralho de Waite o foco está na profunda crise mental que passamos em uma situação assim. Toda carta tem os dois lados, mas neste caso, por conta de uma interpretação com uma cena ilustrada, fica muito mais evidente a visão negativa. Entretanto, muitos baralhos que vemos hoje, são quase uma cópia do Tarot Rider Waite. O tema muda, mas a interpretação é basicamente a mesma. |
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Tarô do Crowley |
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Foi lançado em 1944 pelo ocultista Arthur Crowley em parceria com a artista Lady Frieda Harris. Crowley era egresso da Golden Dawn, mesma ordem esotérica da qual participaram Arthur Waite e Pamela Smith. Conhecido como o maior o mago do século XX, Crowley sempre foi uma figura polêmica, por diversos aspectos, entre eles, o de revelar alguns segredos da Golden Dawn apesar do voto de silêncio. Junto com Frieda Harris, criou seu próprio baralho, recheado de visões pessoais e mais próximas do momento histórico. Fazem parte de tais mudanças, as interpretações que Crowley teria recebido diretamente do Deus egípcio Toth, conforme ele mesmo declarou. |
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No Tarô de Crowley: carta 20.Eon, Príncipe (Cavaleiro) de Espadas e Princesa (Valete) de Ouros |
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Alguns arcanos maiores tiveram seu nome alterado, assim como as figuras da côrte. Crowley substituiu os reis por cavaleiros, manteve as rainhas, os cavaleiros originais viraram príncipes e os valetes viraram princesas. A carta intitulada O Julgamento, por exemplo, cuja temática costuma ser a visão cristã do apocalipse, se torno O AEON, uma alusão à nova era. É um baralho ousado, tanto nos desenhos como na proposta, porém um dos mais reconhecidos. |
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Tarô Mitológico |
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O Tarô mitológico não possui a ousadia dos dois baralhos citados anteriormente ao querer recriar o Tarô a partir de uma visão claramente pessoal, mas não deixa de ser uma adaptação a partir de um olhar diferente. A proposta é relacionar cada carta a um mito greco-romano. Vemos claramente que as cartas foram adaptadas aos mitos que já existiam, sem que seu significado anterior fosse deturpado ou levemente alterado por conta das histórias. É um modo bem interessante de acessar boa parte do inconsciente coletivo de um ocidental, visto que estas histórias nos acompanham desde o início da civilização. |
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No Tarô Mitológico: A Força e exemplos de figuras nos naipes |
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A única ressalva aos que escolhem o tarô mitológico como o primeiro baralho, é que muitos depois não estudam os baralhos mais tradicionais, muitas vezes perdendo preciosos detalhes. |
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Resumindo: todo baralho traz uma visão única e especial. Conhecer seus segredos, sua origem e um pouco mais de quem o desenhou, é algo importante para os que querem levar adiante os estudos das cartas. |
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Cartas divertidas nos baralhos modernos: Cat Tarot, Zombie, Justice League e Jane Austen |
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Mas fora toda a seriedade do estudo, podemos aproveitar as diferentes opções para nos divertimos também. Como parece ser a proposta do Marseille Cat Tarot, entre tantos outros. |
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