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O Papel especial dos impressores |
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Compilação
de
Constantino K. Riemma |
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O estudo atento
dos “trunfos”, atualmente denominados
Arcanos Maiores, mostra – conforme ressalta
Thierry Depaulis – que se trata de uma
iconografia tipicamente européia, misturando
alegorias: |
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cristãs:
a Morte, o Diabo, a Casa-de-Deus, o Julgamento, as virtudes
cardinais, |
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populares:
o Amor, a Roda da Fortuna, o Pendurado, o Tempo –
que o Tarô de Marselha denomina Eremita, |
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humanísticas
ou os estados da sociedade: o Louco, o Mágico,
o Imperador e a Imperatriz, o Papa e a Papisa –
estes últimos substituídos, como é
o caso do Tarot de Besançon, do séc. XVIII,
por Júpiter e Juno, |
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cosmológicas:
a Estrela, a Lua, o Sol, o Mundo;
e o Carro, antigo símbolo
do triunfo muito apreciado durante
o Renascimento. |
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Em meados do séc. XVII existia
uma grande quantidade de casas editoras,
com
desenhos muitos próximos aos que,
atualmente,são designados Tarô
Clássico
ou Tarô de Marselha. As lâminas
acima, são do Tarô de Jean
Noblet,
impressos em Paris, no ano de 1650, e
restaurados por Jean-Claude
Flornoy.
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Segundo boa parte
dos historiadores, o jogo do tarô teria
entrado na França durante as guerras
contra a Itália, bem no início
do séc. XVI. Sua mais antiga menção,
nesse país, aparece em Gargantua, de
Rabelais (1534), que cita o "tarau"
em sua longa lista de jogos de seu herói.
A partir de meados do séc. XVI, as
referências se multiplicam. Estão
conservadas, aliás, as 38 cartas de
um jogo feito em Lyon, em 1557, por Catelin
Geoffroy. Isso quer dizer que o tarô
possui, na França, tal como na Itália,
verdadeiro selo de nobreza. Os gravuristas
franceses desempenharam um papel fundamental
na difusão do jogo.
Os jogos eram estampados
por meio de gravações em madeira,
e pintados à mão. Além
disso, por serem destinadas a jogadores, as
cartas eram levemente ensaboadas, para garantir
que deslizassem com facilidade. |
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O
papel especial da França |
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No séc.
XVIII, o tarô é produzido por
toda parte, na Europa e, principalmente, na
França: Marseille, Avignon, Lyon, Paris,
Rouen, Dijon, Chambéry, Besançon,
Colmar, Strasbourg, Belfort, para citar os
centros mais destacados.
Na Itália e na Suíça
também aparecem importantes gravadores e impressores das cartas.
É o caso do chamado Tarô Clássico, impresso na
Suíça nessa mesma época, cujas gravuras são
similares às produzidas em Marselha. Ainda existem os blocos
de madeira originais utilizados para estampagem do baralho, entalhados
em 1751 por Claude Burdel, cujas iniciais CB estão impressas
no brasão do Carro (lâmina 7). |
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Cartas do tarô
denominado “Clássico”
que se difundiu pela Europa. Acima, três cartas
restauradas dos “trunfos”originalmente
gravados e impressos por Claude
Burdel,
na Suíça. O Dois de Ouros
é uma foto do original, que traz
a informação:
“Claude Burdel - Cartier et Graveur
- 1751”. |
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Um modelo específico dominou amplamente
entre os impressores franceses: trata-se do célebre Tarô
de Marselha, assim denominado porque essa cidade era sua
principal produtora na segunda metade do séc. XVIII. Essas
cartas foram tão difundidas que até mesmo os italianos
se puseram a importar e a copiar os jogos impressos em Marselha. Uma
referência básica dessa linha marselhesa encontra-se
nas gravuras de Nicolas Conver. Esse modelo foi bastante
copiado e as cores utilizadas sofreram inúmeras alterações
em razão dos processos tipográficos adotados. |
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1760
Tarô Conver Desenho
do fundador da Maison Camoin, impresso
por máquina e colorido à
mão em várias cores. |
1880
Tarô Camoin
Com novas máquinas são
usadas apenas quatro cores no mesmo
gravado de Conver (1760). |
1898
Tarô Besançon
Não possui as mesmas cores
do Tarô Clássico e substitui
as cartas da Papisa e do Papa. |
Após
1930, o traçado do
Tarô de Besançon é
retomado com misturas de cores, sob
critérios discutíveis. |
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Persistem até hoje divergências
entre os estudiosos e restauradores do Tarô, com respeito à
versão do Tarô de Marselha que seria mais adequada, seja
quanto aos detalhes das gravuras, seja em relação às
cores utilizadas. |
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1931
Grimaud
Edição compilada por
Paul Marteau, com
quatro cores chapadas. |
1997
Camoin
Redesenhado como
cópia fiel dos gravados de
Nicolas Conver, de 1760. |
2000
Kris Hadar
Proposta do autor
canadense a partir das
ed. Grimaud e Camoin. |
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A cada século
que se seguiu, aumentou a difusão das
cartas e a invenção de novos
desenhos, mais ou menos afastados do modelo
clássico. |
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As
variações modernas |
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As cartas
do baralho moderno para jogos de entretenimento
ou apostas mantiveram o padrão
clássico, com os quatro naipes
e as figuras. Mas não são
mais chamadas de "Tarô",
pois descartaram os trunfos (os "arcanos
maiores"), mantendo tão
somente o Louco com a função
de Coringa.
Apenas no início
do século XX começou a
se impor mundialmente, vindo da Alemanha,
o desenho moderno do baralho comum,
com seu grafismo simplificado para facilitar
o manuseio das cartas, mas sem que as
regras dos jogos se alterassem. |
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Atualizado: nov.07 |
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