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Morte e Casa Oito |
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Lembro-me quando, ainda estudante de Astrologia, perguntei à Margot como é que via a morte no mapa astral. Ela me olhou nos olhos, com a profundidade que só Escorpião concebe, e disse: Ah, isso você vai ter que descobrir sozinha. |
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É claro que foi o bastante para que eu iniciasse a investigação. Com um Sol de casa 8, esse assunto sempre me atraiu. Mas, eu sabia que não poderia ser assim tão óbvio, relacionar a morte do corpo com o signo de Escorpião e a casa das transformações. |
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Passei alguns dias analisando mapas de pessoas falecidas para ver se encontrava a resposta. Afinal, se podemos enxergar no mapa astral todos os aspectos da vida, o fim não poderia ficar de fora. |
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Foto de Débora Gregorino |
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Conforme o mistério se revelava, eu aprofundava o pensamento sobre a questão. Percebi que, para alcançar o que eu buscava, eu teria que ir além do meu próprio medo de morrer e isso passava por compreender melhor o que é a vida. |
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Recordo ter passado por uma fase de muitos sonhos e insights. Refleti sobre o que eu acreditava sobre o que viria após a morte e também sobre o propósito da existência. |
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A grande revelação foi perceber que não importa como, quando, onde vamos morrer ou o que vem depois, mas o que fazemos com tempo que temos aqui. Tempo. É tudo sobre isso. E eu suspeito que ele não exista. Descobri que acredito na eternidade e que, o que humanamente chamamos de um segundo, pode conter uma vida inteira. |
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Quando alguém próximo morre, é comum a gente ser levado a pensar sobre a vida ou a finitude dela e lembrar que precisa desligar o piloto automático e viver mais intensamente. De repente, nos damos conta de que há um prazo de validade para cada um de nós. |
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Você viveria de forma diferente se soubesse que só tem mais 3 meses de vida? |
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Então, é isso. Temos todos apenas mais 3 meses de vida. Ou 30 anos. Ou 3 dias. Ou, quem sabe? O mistério sobre o fim deveria servir para nos impulsionar a aproveitar melhor cada instante de vida que temos. Valorizar o que realmente importa, tomar a direção correta, que nunca é a que o ego nos impõe. |
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Não é na casa 8 que acontece a morte, mas é lá que acontece a transcendência dessa questão. A morte deve continuar a ser um mistério até que nós possamos entender o que significa o presente e assim nos eternizar. |
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Só podemos viver no presente, no agora, ainda que a mente teime em nos levar para o passado ou o futuro, muitos mestres já nos alertaram para isso. Não é fácil, trata-se de trabalho para uma vida inteira, mas temos a missão de sermos a melhor versão de nós mesmos para irmos além. |
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Desligue o seu piloto automático e viva cada dia como se fosse o último. |
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