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| Orientações do I Ching aos eleitores brasileiros |
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Consulta de Constantino K. Riemma
21.outubro.2018 |
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| No período final que antecede segundo turno para as eleições presidenciais de 2018, estamos diante de fortes antagonismos e tensões em disputa. O que devemos considerar? Qual seria nossa melhor conduta? |
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| Para refletirmos sobre as forças em jogo que antecedem a votação, fiz uma consulta ao I Ching — esse precioso oráculo oriental — com o propósito de veicular a resposta no painel sobre as Eleições de 2018 no Clube do Tarô. |
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| A mensagem do Livro encadeia o hexagrama inicial — 23. Desintegração — com três linhas móveis e o hexagrama final: 62. Pequeno Excesso. Diante do volume de indicações, optei por reproduzir o texto tradicional e oferecer aos Amigos do Clube do Tarô um espaço para troca de compreensões e pontos de vista sobre a mensagem recebida. |
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| Para não confundir com o texto oracular, coloquei minhas breves observações pessoais numa coluna mais estreita e adicionei o sinal ( • ). |
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| O oráculo |
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| Desintegração. Não é favorável seguir em direção alguma, seja qual for. |
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| Interpretação: O oráculo nos coloca diante da decadência natural de todas as coisas, representada pela obscuridade que sucede o período luminoso, pelo inverno que vem na seqüência do verão. Em períodos como esse, em que os inferiores tomam conta da situação, não há espaço para o homem de qualidade. Não é favorável empreender coisa alguma. |
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| O melhor é continuar onde nos encontramos e aceitar a situação, tomando como modelo o homem nobre que contempla com isenção os períodos de seca e de cheia, a eterna sucessão dos opostos, tanto no espaço celeste quanto na terra. |
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| Frente às leis cósmicas não cabe a interferência humana. Devemos nos recolher na quietude, para consolar o coração e cultivar nossos dons para o período de renovação que chegará a seu tempo. Agora não é covardia, e sim sabedoria, aceitar a situação, evitando os gestos impulsivos de reação. |
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| • Podemos confirmar, pela mensagem inicial do I Ching, que atravessamos um momento bem difícil em que as alternativas são discutíveis e conflitantes. |
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| Em momentos como esse, o melhor caminho é evitar o envolvimento nas disputas ferrenhas, recolher-se e buscar compreender os ciclos cósmicos e humanos. |
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| Conselho |
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| O homem nobre fortalece os que estão abaixo dele, para assegurar a paz e a estabilidade de sua posição. |
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| Interpretação: A força dos governantes ou dos dirigentes de uma empresa repousa sobre a base representada pelo povo ou por seus trabalhadores. Estes devem ser o alvo de sua generosidade, do mesmo modo como a terra sustenta a todos. Os dirigentes que atuam desse modo tornam sua posição segura; eles não exploram, mas promovem a prosperidade do conjunto. |
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| • Diante dessa situação o importante é considerarmos o candidato que será, de fato, mais cuidadoso com a população e com todos os que se encontram no mundo do trabalho. |
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| Também poderíamos entender esse conselho do I Ching como dirigido para cada um de nós e não só para os governantes: darmos atenção a todos aqueles que estão à nossa volta, cuidarmos dos que se encontram sob nossa dependência. |
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| [ As três linhas móveis, que expressam diferentes aspectos e transformações do quadro descrito pelo hexagrama inicial — 23. Desintegração — foram as seguintes: ] |
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| Linha móvel (seis) na terceira posição significa: |
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Rompendo sua ligação com eles.
Nenhuma culpa. |
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| Um homem se encontra em meio a um ambiente nocivo ao qual está exteriormente ligado. Porém, ele tem vínculos internos com um homem superior. Com isso consegue atingir o equilíbrio que o liberta das tendências dos homens inferiores que o rodeiam. Assim, cria-se um antagonismo com eles, mas isso não é um erro. |
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| • O recado dessa terceira linha do hexagrama da Desintegração é o de não nos deixarmos contaminar pelas confusões deste momento. Ao seguir uma referência superior, acima das baixarias, poderemos encontrar um equilíbrio, apesar dos conflitos que continuarão por ai. |
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| Linha móvel (seis) na quarta posição significa: |
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| A cama se desintegra até a pele. Infortúnio. |
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| Aqui o problema alcança não somente o lugar de repouso, mas atinge até mesmo o seu ocupante. O texto não traz qualquer advertência ou comentário. A desintegração tendo chegado ao seu máximo não pode mais ser evitada. |
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| • O oráculo não deixa dúvida de que nos encontramos, neste exato momento, numa situação de desagregação e de corrupção que contamina todo organismo social. |
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| Linha móvel (nove) na sexta posição significa: |
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Um grande fruto ainda não foi comido.
O homem superior recebe uma carruagem.
A casa do homem inferior se desintegra. |
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| Aqui a desintegração chega ao final. Quando o infortúnio esgota suas forças, retornam épocas melhores. A semente do bem permanece, e é justamente quando o fruto cai ao chão que o bem renasce de sua semente. O homem superior recupera sua influência e sua efetividade. Ele é sustentado pela opinião pública, como se estivesse sobre uma carruagem. A maldade do homem inferior volta-se contra ele próprio. Sua casa é destruída. Aqui se manifesta uma lei da natureza. O mal não é nefasto apenas para o bem, mas termina por destruir-se a si próprio. Pois o mal, vivendo somente da negação, não pode subsistir em si mesmo. O homem inferior se conduz melhor quando é controlado pelo homem superior. |
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| • A sexta linha do hexagrama acena o passo seguinte, muito animador: renascimento do bem, representado por um homem eleito pelo povo, ao mesmo tempo em que ocorrre a destituição daquele que exerce um papel inferior. |
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| O oráculo |
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O Pequeno Excesso assegura progresso e realização.
A persistência correta traz recompensas.
É possível realizar pequenas coisas, mas não as grandes.
Os pássaros que voam alto avisam:
é favorável descer, e não subir.
Haverá muito boa sorte. |
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| Interpretação: O oráculo prevê sucesso para os pequenos, porque é o momento de serem recompensados pela persistência correta. Também denominado Preponderância do Pequeno, Pequeno Excesso ou Pequeno Exagero, esse hexagrama esclarece a relação entre o excesso e a carência, bem como o caminho para harmonizar essas duas faces do destino. |
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| Não é uma época para alimentar aspirações muito altas, mas para limitar-se a metas mais humildes. Justamente nessa adequação às exigências do momento é que se encontra a solução para as carências e danos do período. É esse o sentido da imagem do pássaro que não deve se exceder, voando para altitudes superiores à sua força, mas sim descer para a terra onde se encontra o seu ninho. |
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| A modéstia e a conduta correta serão recompensados pela boa sorte. |
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| Conselho |
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| O homem nobre é humilde em sua conduta; no luto ele dá predominância à tristeza; em suas despesas prevalece a economia. |
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| Interpretação: Aquele que busca pela consistência íntima deve estar atento, mais que o homem comum, à conduta adequada à cada situação. Ele é consciencioso em cada ato. |
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| Em caso de luto, a emoção significa mais para ele do que as formalidades externas. Em seus gastos pessoais ele é muito simples e despretensioso. Mas o essencial dessa atitude que se afasta do comum é que em assuntos externos ele está ao lado dos humildes. |
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| • O hexagrama final — 62. Pequeno Excesso — mantém o clima animador da última linha do hexagrama inicial, 23. Desintegração. Alerta, porém, para não esperarmos uma solução mágica e para persistirmos na boa conduta e na prática do bem, dando atenção às pequenas coisas que se encontram ao nosso alcance. |
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