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     | Cuidado onde pisa! |  
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     | Reflexões  sobre conhecimentos obtidos via rede |  
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     | Com o advento da internet e a  expansão das redes sociais, muitos passaram a se aventurar na produção de  mídias, contribuindo na formação de opiniões. Sem critério algum, centenas de  anônimos foram alçados, da noite para o dia, à "fama instantânea",  sem qualquer responsabilidade na construção ou formação de valores que  contribuam responsavelmente na divulgação de conteúdo, produzindo uma  massificação de informações sem quaisquer filtros ou critérios na transmissão  de conteudos. Resultado: muita gente se autoproclamando qualquer coisa, apoiado  em "likes", dando poder a  egos perdidos e sem noção. |  
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     | O Louco no Tarot Art Nouveau de Emily Balivet |  
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     | No campo que atuo há mais de 30 anos, nunca vi tanta  gente "taróloga, astróloga, numeróloga, runóloga, cabalista e outros"  sem qualquer tipo de preparo e maturidade na condução das práticas. Se ainda só  se denominassem "ólogos" em alguma coisa, vá lá: mas essa turba de  perdidos está supostamente "ensinando" e, claro, alimentando os  ávidos por "informações mastigadas" ao estilo "fast-food", dispostos a também se  tornarem novos "ólogos" sem qualquer comprometimento sério com as  atividades e, de preferência, sem qualquer ônus por isso (poucos estão  dispostos a investir, de verdade, em conhecimento de qualidade). |  
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     | Nesse ponto, a plataforma  preferida para a insanidade pseudointelectual é o YouTube. Os indivíduos vão  lá, criam um canal, fazem uns arranjos visuais simpáticos, se apoiam na ideia  de outrem, e discorrem sobre o assunto como "peritos de porta de  botequim". O pior: criam, supostamente, novas filosofias e, aproveitando-se  de um mínimo carisma, espalham a ignorância como uma peste em epidemia  descontrolada. Vivemos sim, a era da informação, não garantido que esta é de  qualidade e fidedigna. Noutro ponto, as diversas comunidades de Facebook se  tornaram o antro das discussões vazias, onde habitualmente curiosos lançam  tiragens para satisfazerem suas necessidades aguardando tolos opinarem,  construindo uma cultura de barganha de interpretações. Ao final, temos uma  geração de incapazes acreditando-se com condições de orientar quem quer que  seja. Temos, também, "tarólogos ou astrólogos formados num fim de  semana" prontos para distribuírem seus cartões de visita para os incautos  pelo caminho. |  
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     | Listarei, aqui, as armadilhas  mais comuns para os desavisados à procura de informações via rede: |  
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     | 1) Canais de YouTube com muitos  seguidores não garantem qualidade nos conteúdos —  procure levantar informações  sobre os responsáveis, como artigos, consulentes, experiência, etc.; |  
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     | 2) Comunidades no Facebook mais  levam a desaprendizagem do que ao esclarecimento: 90% dos grupos na mais famosa  rede social é composto por curiosos, oportunistas, marqueteiros ou  aventureiros; |  
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     | 3) Tarólogo, astrólogo (e outros)  com rosto estampado em revistas ou com livros publicados por aí não determina o  preparo do praticante. Há livros muito rasos discorrendo sobre certos assuntos  que mais servem para promover o ego do indivíduo do que para verdadeiramente  levar conteúdos sérios e consistentes; |  
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     | 4) Praticantes com discurso  apelando para a bondade, o divino, a espiritualidade, com tom quase messiânico,  como gurus das redes, esconde sua inexperiência ou incapacidade como  profissionais. Muitos se camuflam sob personas ditas "iluminadas",  seduzindo os carentes e desesperados, prontos para engrossar os grupos de desorientados  na rede; |  
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     | 5) Desconfie de todos que  oferecem facilidades nos ensinamentos sem qualquer investimento. E, também  questione os que cobram 'fábulas' em cursos ou atendimentos. Valores devem ser  proporcionais a resultados, anos de experiência e/ou preparo. Lembre-se que  muitos aventureiros estão apenas atrás de "curtidas", sem compromisso  com conteúdo; |  
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     | 6) Não ache que aprenderá o que  deseja pela rede. Bons cursos e livros sérios serão sempre o caminho mais  seguro. A rede é um "terreno minado", sendo muito fácil perder-se ou  prejudicar-se. Tudo que chegar como informação deve ser questionado sem  reservas; |  
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     | 7) Não se deixe enganar pelas  aparências: "nem tudo que reluz é ouro". Muitas vezes os saberes  estão divulgados discretamente, entre poucos, e não entre milhares. Conhecimento,  de verdade, é para poucos. 
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     | O caminho do aprendizado nunca é  fácil. Muitas vezes é tortuoso, cheio de testes e desafios: por isso muitos se  lançam, poucos permanecem. Aqueles que estão atrás, exclusivamente, de curtidas  e ganhos financeiros, são os primeiros a levarem muitos a se perderem. Não há  mal em visar "likes" e ganhos. Mas, quando esse é o objetivo  principal, há algo errado aí. |  
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     | Cuidado onde pisa! |  
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