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A pulsação da história humana |
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Modelos cosmológicos e astrológicos dos grandes ciclos |
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Rui Sá Silva Barros |
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Profunda divisão política nos EUA, crise de dívidas na UE, radiação se espalhando no Japão, levantes árabes e inflação e violência no Brasil são aspectos de uma mesma crise. Durante milênios, a maioria da humanidade viveu no mundo rural sob a regência dos ritmos naturais; no século 18, sem razão aparente, a população começou a crescer criando as bases para a industrialização. Uma máquina a vapor, aperfeiçoada por James Watt, usada nas minas e tecelagens deu início ao admirável mundo novo. Simultaneamente Adam Smith publicava “A riqueza das nações”, os americanos faziam sua independência e os franceses preparavam a queda do Antigo Regime. Estes processos foram sinalizados pelo avistamento de Urano no final do signo de Gêmeos, em 1781. A bela e simples harmonia da Astrologia antiga estava rompida. Watt era um empírico e as equações termodinâmicas foram escritas por Carnot décadas depois.
Em 1820, com Urano se aproximando de Netuno em Capricórnio, Oersted descobriu a relação de fenômenos elétricos e magnéticos, posta em teoria por Faraday onze anos depois. Estava aberta a possibilidade para a construção de transformadores, motores elétricos e iluminação. Em 1846 Netuno foi avistado no final de Aquário, a microbiologia, a química orgânica e o refino de petróleo tomaram impulso. A conjunção Urano/Plutão em Áries deu impulso à segunda fase da revolução industrial com aço, petróleo, motor a combustão e eletricidade. A partir de 1891, com a conjunção Netuno/Plutão em Gêmeos, transportes (carros, ônibus, bondes, navio a vapor e aviões) e comunicações (telégrafo sem fio, rádio e TV) foram revolucionados e o consumo de massa fez sua estreia histórica. Plutão, descoberto em 1930 no signo de Câncer, sinalizou o potencial destrutivo do processo. No entanto, tudo isto esteve restrito aos EUA e Europa Ocidental até a Segunda Guerra, depois se espalhando pelo mundo pela dispersão das multinacionais ou criação de empresas nacionais. A automação da produção e a informática foram os últimos elos da cadeia, a partir da década de 1970, pavimentando o caminho para a ascensão do capital financeiro e a redução do trabalho industrial.
Londres: Palácio de Cristal erguido para exposição
industrial em 1850 Desde então, a humanidade cresceu sete vezes e agora é majoritariamente urbana. Não há mais recanto no planeta que esteja isolado, a mundialização da história humana deflagrada pelos europeus no século 15 está completa.
Naturalmente um processo como este não foi planejado por nenhum grupo humano, é inteiramente cosmológico e planetário. A atual era da Kali-yuga que começou em fevereiro de 3102 AC, em 17 graus de Touro, tem o seu fim previsto 6480 anos depois. Ela também pode ser dividida em quatro eras na proporção de 4, 3, 2 e 1; o que daria o seguinte resultado:
- A era de ouro inicial durou aproximadamente até 510 AC, regida por sacerdotes. Todo o saber do mundo antigo esteve concentrado nos templos. O conhecimento do mundo intermediário (anímico) era profundo e amplo. O uso de madeira para habitação era comum e as cidades-Estado foram a forma civilizada dominante.
- A era de prata foi de 510 AC a 1400 DC, regida pela aristocracia (militares e burocratas). O saber foi dividido: ciência, arte, religião e filosofia, o conhecimento do mundo anímico embotou e transformou-se em superstição. O uso de pedras e tijolos nas habitações tornou-se comum e o planeta viu a constituição de grandes impérios multinacionais. Nasceram as últimas grandes religiões (budismo, cristianismo e islamismo).
- A era de cobre começou em 1400 DC e é regida pelos produtores (empresários). O saber é minuciosamente especializado e experimental, a religião serve como ideologia justificadora das monarquias. O mundo é ligado em bases comerciais e a economia torna-se um tema dominante, o Estado-Nação começa a tomar forma. Metais e vidro são empregados nas construções. Então tudo é acelerado no século 18 com as máquinas e novas energias. O final da Kali-yuga está previsto para 3378, sendo que os últimos 648 anos seriam dominados pelos trabalhadores.
OS EFEITOS COLATERAIS INDESEJADOS Para alimentar esta população em crescimento foi preciso desmatar, ocupar novas áreas, usar água intensivamente, desenvolver pesticidas e fertilizantes, confinar animais para abate e criá-los com antibióticos e esteroides, industrializar alimentos e bebidas com corantes e conservantes. Suspeita-se que isto tenha alguma relação com o significativo aumento dos casos de doenças crônicas e degenerativas. Estamos cercados por aparelhos eletroeletrônicos e não sabemos ao certo o impacto em nossa fisiologia. Os combustíveis fósseis foram empregados de forma intensiva gerando poluição ambiental e provavelmente alterações climáticas, somos uma civilização de plástico e eletricidade com prazo de validade vencido.
Agora estamos urbanizados, mas favelas e cortiços prosperam, enquanto a violência cresce continuamente. Para suportar a tensão inerente ao processo acelerado a humanidade recorreu à drogadição, inicialmente industrializando o fumo, o álcool e os brometos, depois criando uma ampla paleta de psicofármacos e drogas ilegais. Para o declínio da influência religiosa providenciamos um racionalismo redutor, sentimentalismo e moralismo nas artes e literatura de autoajuda. Fenômenos psíquicos são tomados como espirituais e a confusão só aumenta. A mídia, agora já globalizada, amplia escândalos, distorce a realidade e agrava o estado emocional geral.
Políticos, economistas e intelectuais nos garantem que isto é o preço pago pelo nosso progresso e que vamos eliminar estes efeitos indesejáveis com o tempo. Prometem o céu como limite e um crescimento econômico para todos, e se por acaso surgir algum problema os cientistas darão um jeito. Mas basta uma breve visita aos sites da FAO (alimentos, terra arável e água potável) e da ASPO (Associação de Geólogos para estudo do estoques de combustíveis fósseis) para que estas ilusões se desfaçam. No ritmo em que vamos, por volta de 2030 estaremos em palpos de aranha.
Ainda é possível uma transição organizada para uma vida mais simples e sem desperdícios, mas isto exige planejamento e coordenação, o que está longe do horizonte: os governos nacionais e as grandes empresas não cedem um milímetro e as pessoas não se deram conta do que as espera logo ali na frente. Talvez uma violenta catástrofe natural desperte os dirigentes deste sono dogmático. Tendo esta visão sintética e panorâmica assentada, podemos agora nos voltar para os detalhes da atualidade e compreendê-los.
A DIVISÃO POLÍTICA AMERICANA – Está intensa e pode acabar em tiros como é usual por lá. A votação do orçamento está emperrada o que pode paralisar serviços essenciais. Enquanto o trabalho precário cresce, os preços dos imóveis ainda caem e os republicanos pensam que cortar impostos e gastos do governo é a solução, para o desespero diário de Paul Krugmann que não cansa de explicar que isto só aprofundará a recessão. Os déficits americanos vão ficando insustentáveis, mas isto não será resolvido com a receita republicana. O ódio político tem uma base econômica clara: os lucros das maiores corporações são astronômicos, o dinheiro em caixa é gigantesco, os bilionários enriqueceram mais ainda, enquanto a linha da pobreza recebe mais americanos que nunca, a educação e infraestrutura estão precárias e o esforço militar mina qualquer possibilidade de equilíbrio orçamentário. Júpiter e Saturno em oposição no céu tensionaram o Sol da carta natal do país, enquanto o governo promovia ambiguidades sobre intervenções humanitárias pelo mundo, Líbia sim, Sudão não, por que razão? Obama abriu precocemente o processo eleitoral e os republicanos ainda não têm candidato à vista. A crença na convivência de valores cristãos e livre mercado é uma constante na história deste povo, não consigo imaginar nada mais contraditório: a concorrência promove egoísmo, ganância, inveja, ciúme e ira num grau exacerbado, não consigo encontrar cristianismo nisto.
NOVELAS EUROPEIAS – O açodamento com que os governos – inglês e francês – atacaram a Líbia foi surpreendente: declínio doméstico de popularidade, receio de uma leva de refugiados e o excelente petróleo líbio foram as causas. Portugal agora faz companhia à Grécia e Irlanda e a imprensa especula sobre um calote organizado. Os pacotes de ajuda só beneficiam os banqueiros que emprestaram o dinheiro, quem paga é o povo: com desemprego, salários em declínio, cortes em programas sociais etc. Se os trabalhadores não reagirem veremos muita ira e desespero nos próximos anos, e aumento da drogadição que ninguém é de ferro. Depois de muitos anos vimos uma grande manifestação em Londres, faltam os alemães que reagiram ao programa nuclear, mas parecem satisfeitos com a atual situação econômica: agora não há mais dúvida nenhuma, a introdução do euro beneficiou a Alemanha às custas do sul europeu. É um sonho que os habitantes deste planeta possam ter o nível de vida da Europa, mas a aproximação vai acontecer por baixo. Vênus sinaliza o executivo da União e continua pressionado por Saturno em Libra. O ingresso de Urano e Marte em Áries, onde se encontra a Lua natal do mapa, aceleraram a intervenção na Líbia, a inflação e a xenofobia, especialmente na França.
O FIASCO DO GOVERNO JAPONÊS – Depois de 50 anos sob o controle de um partido (PDL) a população resolveu votar na oposição (PDJ) que prometia uma mudança na política econômica e a evacuação das tropas americanas em Okinawa. Não conseguiu nenhuma das duas e ainda teve que lidar com as consequências do desastre natural no nordeste: pelo menos cem mil pessoas mortas, desaparecidas e desabrigadas, minimizando a todo o instante a gravidade da situação da usina nuclear em Fukushima.
Usina nuclear em
Fukushima (Japão) A área ficará desabitada por décadas, a pesca na região está afetada, o fornecimento da energia elétrica está errático e afetou a produção industrial. Muitos governos estavam pretendendo expandir a produção de energia nuclear e tiveram que rever seus planos numa hora em que o petróleo sobe; na Alemanha isto interferiu na eleição do estado de Baden. Os acidentes nucleares graves são raros, mas quando ocorrem são desastrosos. O Japão precisa urgentemente sair da letargia em que se encontra desde 1990, precisa se preparar para um eventual grande sismo, previsto por geólogos sem data certa. Japão e Indonésia são candidatos à Atlântida de nosso tempo.
OS VACILOS DO GOVERNO BRASILEIRO – Inflação e câmbio na mesa do governo desde o ano passado e acelerados depois. Não há solução fácil para o problema: a valorização do real ajuda a baratear importações e controlar a inflação, mas aumenta o déficit no Balanço de Pagamentos, desorganiza setores industriais e custa caro à formação de reservas cambiais. Todas as medidas tomadas até agora não surtiram efeito, por outro lado precisamos de investimentos estrangeiros para tocar os projetos programados. Um breque no crédito é necessário para ajudar no combate à inflação, mas os bancos estatais continuam a expandi-lo para além do recomendável. Urano em Áries intensifica os processos em curso e a coisa pode sair do controle, melhor um freio agora do que em 2013 quando começa a rodada de eventos esportivos. O ingresso do planeta também marcou a celeuma na mudança da direção da Vale: graças às malfeitorias da privataria no governo FHC, o governo é sócio importante na mineradora através do BNDES e dos fundos de previdência de estatais; portanto com direito a voto e interferência. O governo está certo ao fomentar a indústria siderúrgica, pois importamos muitos tipos de aço, mas precisa ser a Vale? Há outras perfeitamente equipadas para isto.
LEVANTES ÁRABES – Vai terminando o primeiro round e a situação está ganhando. Na Tunísia o governo provisório se vê às voltas com refugiados da Líbia e tunisianos em Lampedusa. No Egito, o exército dirige a transição como quer e ainda reprime os jovens – escolarizados e desempregados – que deram início ao processo. Na Líbia, uma intervenção da Otan foi necessária para impedir os prováveis massacres em Benghazi, mas a intervenção aérea não foi suficiente para dar dinamismo aos rebeldes que ninguém sabe direito quem são. Nos demais países os governos reprimiram as populações sem piedade. Nestas alturas as pessoas que saíram às ruas, desorganizadas e desarmadas, já devem ter concluído que isto não basta para derrubar ditaduras antigas e muito bem policiadas e armadas.
Manifestação em Daara (Síria) Há eventos cíclicos que permitem prever que isto é só a primeiro ato do drama: na Arábia Saudita, Urano completa sua primeira revolução desde a independência em 1926; na Síria, Júpiter completou 4 revoluções desde a lei de emergência em 1963, enquanto Saturno completa uma revolução desde o massacre de 20 mil insurgentes islâmicos em Hama, em 1982. Umas poucas mudanças já se deram com o rei saudita lançando um programa de ajuda de 80 bilhões de dólares e Assad aumentando salários públicos e fazendo agrados aos curdos e sunitas. Os povos árabes têm um longo trabalho pela frente e uma hora destas descobrirão que exportar petróleo e receber turistas não darão os empregos que os jovens procuram, e então terá início uma conversa séria, de alcance mundial. Em Israel as coisas descambam cada vez mais com o definhamento do partido trabalhista e a votação de leis perigosas como a exclusão de cidadania para pessoas indesejáveis, a paranoia está se tornando um estilo de governo ali. Foi nebulosa a indicação de Goldstone, um judeu da África do Sul, para produzir um relatório para a ONU sobre o conflito em Gaza, no final de 2008, mais nebulosa ainda foi a retificação do autor publicada em jornal. Correm especulações mil sobre as pressões exercidas sobre o autor a partir da própria comunidade judaica. Estes eventos não colaboram em nada para o restabelecimento da imagem internacional de Israel.
VIOLÊNCIA – Três dias depois do massacre em Realengo (RJ) outro na Holanda, o que nos leva à conclusão de que há algo no ar. Os planetas, é claro! Marte ingressando em Áries, conjunto a Urano e quadratura a Plutão facilita estes atos desesperados. A mídia se apropriou da dor e choque das pessoas e abusa chamando especialistas que oferecem explicações equivocadas. Wellington era doente, mas não um psicopata (que não se suicida de jeito nenhum). Todas as circunstâncias de sua biografia não justiçam o gesto: muitos têm os mesmos problemas e não saem por aí atirando.
No Antigo Egito isto seria encarado como uma manifestação de Seth e rituais apropriados seriam executados para prevenir a repetição; mas nós, iluminados que somos, não acreditamos mais nestas superstições: que existe um mundo anímico, que forças destrutivas ali operam nos alcançando e que existem rituais para neutralizá-las. Conformamos-nos com explicações fantasiosas e propostas de leis ineficazes. A realidade da Astrologia reside neste mundo intermediário do qual não sabemos quase mais nada, e que é totalmente inacessível aos nossos sentidos e aparelhos científicos.
A ilustração ao lado representa os três mundos no antigo Egito Perdemos em conhecimento espiritual e psíquico e ganhamos aparelhos eletromecânicos, o custo disto torna-se cada vez mais evidente. O reino da quantidade tornou-se prevalente e quando isto ocorre a qualidade sofre, podemos constatar com estes mesmos aparelhos, cada vez mais descartáveis e obsoletos. Mas o pior efeito verifica-se na educação e na vida intelectual, cuja degradação é infinita: muitas pessoas hoje vivem com 300 palavras para comunicação e pensam estar informadas consultando Wikipédia, tornam-se incapazes de qualquer debate sério. A deformação da mídia completa o serviço e a exposição de emoções negativas prospera, não há surpresa se a xenofobia, racismo, homofobia e intolerância estão em ascensão.
O primeiro passo para sair da prisão é reconhecer que está preso e precisa de ajuda. Bata e a porta se abrirá, foi-nos prometido por alguém que não jogava palavras ao vento. Estamos jogando um fardo imenso nas costas dos cientistas, que não podem reverter esta situação e já passou da hora deles tomarem uma posição clara sobre o assunto. O destino final desta Era está nas mãos das pessoas comuns, se não detiverem a trajetória destrutiva os dirigentes não o farão e, neste caso, vamos sofrer um bocado.
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12/04/2011 19:27:53
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Abelard Gregorian - 13/04/2011 09:37:57
Rui, os ciclos astrológicos definidos pela precessão dos equinócios coloca uma importante passagem de signos no correr deste século 21. O calendário judaico, que é um pouco mais flexível no estabelecimento dos prazos, anuncia que já estamos no período de dois ou três séculos para a consumação dos tempos, durante o qual o Messias retornará. O calendário maia também coincide com as referências equinociais e coloca neste início do século 21 a finalização de um longo período. Como entender, diante dessas coincidências de datação, que os dados védicos estendam o final da Kali Yuga por mais 14 séculos à frente? Por mim, dividiria esse prazo por dez: não acredito que o quadro atual dure mais que 14 décadas...
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Arilene Viana - 13/04/2011 12:28:45
Excelente texto, muito lúcido, panorama que nos mostra claramente o momento delicado que vivemos. As diversas correntes filosóficas e culturais explicam diferentemente alguns dos vários ciclos a que somos submetidos e que se sobrepõem, como por exemplo o ser humano individualmente é submetido concomitantemente a ciclos de três, sete e doze anos (sem falar nos ciclos menores de 1 dia, 3 meses ou 1 ano) - em cada ciclo mudanças apropriadas a ele acontecem, sempre sobrepostas. Assim é também com a terra, que está finalizando um de seus grandes ciclos nesse momento em que estamos aqui presentes. Isso não é absolutamente o "fim dos tempos", ou seria, fim de uma era terrena transicionando-se para uma nova etapa temporal. O que se prevê para daqui a 14 séculos (aproximadamente) é o final de um ciclo gigantesco e que não abrange apenas a terra, mas um conjunto de mundos habitados. É a respiração do universo. Mais de acordo com a nossa idéia de "fim dos tempos" . Uma das correntes que explicam isso de forma muito clara, ao menos pra mim, é a cosmologia da Antroposofia. Clara e bela. Apesar dos sofrimentos que presenciamos e que parte de nós experencia, não deixa de ser uma honra estarmos encarnados nesse momento tão decisivo, desde que , através da consciência, nos ponhamos à disposição das forças espirituais que governam todo o processo e usemos nossos poderes (por modestos que sejam) e conhecimento no auxílio da transição, que ela possa ser menos dolorida para todos nós, e também da reconstrução, pois que muito trabalho se terá pela frente. Parabéns, Rui, pela bela e enxuta reflexão. E obrigada.
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Rui Sá Silva Barros - 13/04/2011 12:31:49
Prezado Abelard: Grande questão! O que tenho como certo é que a atual civilização industrial não vai longe, baseado em dados empíricos. Muitos cenários estão abertos, mas eu lembraria que a dissolução do Império romano durou 10 séculos ( do 5 ao 15), que a civilização maia ruiu no sec. 9, mas o povo maia continua na América Central e outros exemplos. Alguns autores védicos mencionam fases de crepúsculo em cada yuga, apontando o início da segunda guerra como marco atual( os shivaitas tântricos da Caxemira, p.ex.) De maneira geral desde a primeira guerra pensamos que já chegamos ao fundo do poço para semos surpreendidos ali adiante. Os otimistas veem a fabricação de proteínas em laboratório, dessalinização de água barata, biocombustível a partir de algas e melhorias nos seres humanos: chips e metais. A degradação é sempre possível e depois de um certo tempo é tida como natural. Os meios técnicos para realizar tal cenário estão aí, só falta dinheiro e gente para trabalhar. No final será uma escravidão hightec, indolor. Parte dos dirigentes se preparam para uma catástrofe, o banco de sementes no Ártico é uma evidência, mas a maior parte insiste em esticar a corda até onde der: fazer uma conversão do maquinário instalado custa muito. Não me dedico muito a estes exercícios, a cada dia seu fardo. Em meio a todas as aflições temos liberdade para inciar ou continuar o trabalho espiritual, e é disto que precisamos com urgência.
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Rui Sá Silva Barros - 13/04/2011 13:22:03
Cara Arilene: Obrigado pelo incentivo gentil.Li seu comentário depois da resposta ao Abelard, nada tenho a acrescentar às suas reflexões, estamos no mesmo barco. Para além da Astrologia, das análises da conjuntura, das previsões que faço aqui e acolá, o que insisto nestas crônica é que só há uma maneira sensata de enfrentar as aflições: o trabalho espiritual que nos dá a certeza que a vida continuará nos três mundos e suas subdivisões. Aceite meu abraço fraterno. rui.
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Bete Torii - 14/04/2011 00:05:26
Oi Rui, obrigada mais uma vez por essa grande lição de casa dada assim de mão beijada. Fiquei particularmente tocada pela última frase: "o destino final desta Era está na mão das pessoas comuns". Ela parece-me mesmo verdadeira - mas isso não seria mais uma indicação de que estamos (entrando) na Kali Yuga, o tempo dominado pelos trabalhadores? Outra dúvida: na seção "Novelas Européias", você diz "É um sonho que os habitantes deste planeta possam ter o nível de vida da Europa, mas a aproximação vai acontecer por baixo." Em vez de 'planeta' seria 'país'? Porque depois você fala de um mapa, sem dizer de que país é... Um grande abraço, Bete
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Rui Sá Silva Barros - 14/04/2011 10:19:56
Olá Bete: A industrialização levou os trabalhadores ao palco histórico desde o século 19 com os sindicatos, partidos e especialmente a cultura popular. Temos um quadro paradoxal atualmente com a economia empresarial capitalista, dirigida por partidos trabalhistas, socialistas ou SD e a prensença avassaladora da cultura popular. Isto não alterou substancialmente o sistema e podemos mesmo ver que o capitalismo de Estado (soviético e chinês) serviram para industrializar a periferia do sistema. O processo todo foi convulsionado a partir do século 18, não sei a razão, é bastante destrutivo e só pode ser detido pelas pessoas comuns, pois os dirigentes não se cansam de esticar a corda como vemos na crise atual. 2- O sonho mencionado é que todo mundo poderia ter o nível de vida de um europeu, mas como este anda caindo o nivelamento seria por baixo. O mapa referido é da União Europeia que está numa crônica passada no fórum. Depois de perambular pelo mundo fazendo lambanças parece que o capital financeiro dedica-se a assaltar o centro do sistema: os trabalhadores europeus e americanos que se cuidem e os idosos ainda mais, estão cortando feio na assistência social, mais espaço para a iniciativa privada e para a ideologia do "salvemos os ricos". 3- Aproveito e corrijo: onde está a era do cobre, leia-se bronze. Cansaço e pressa dão nisto. Abraços, rui.
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Bete Torii - 14/04/2011 13:12:52
Obrigada, Rui. É verdade, a era "dos cobres" é a de bronze! Quanto ao item 2 da sua resposta, há aquele vídeo exagerado de um americano prolixo... ( http://www.youtube.com/watch?v=QiY8QB1fNAY&feature=player_embedded). O que você diria dele? Beijo
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Rui Sá Silva Barros - 14/04/2011 14:23:55
Oi Bete: O vídeo de Alex Jones é característico da mentalidade dominante: mesmo quando atinge a realidade é sob um viés de teoria da conspiração: 6 bancos querem o colapso social!Naturalmente que não, o colapso não, a sujeição. E não são 6, o maior problema hoje são os fundos, totalmente desregulados. De fato, o sistema financeiro completo é a única força internacionalmente articulada, todo o resto (governos, empresas industriais, grupos sociais e religiões) está dividido e conflituado. O funcionamento da economia não é dado pela maldade dos financistas, mecanismos econômicos levaram a isto: qualquer fluxo de caixa hoje, seja de governos, empresas ou pessoas, é imediatamente financeirizado e entra na ciranda. O crédito pode realmente levar a uma servidão de dívidas em algumas circunstâncias. O povo da Islândia acaba de repudiar a dívida contraída por um de seus bancos e com créditos em bancos ingleses e holandeses. Se a moda pega! Abraços, rui.
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Bete Torii - 16/04/2011 00:13:51
Oi Rui, ah, ótimo! Bem que eu achei a coisa errada por 2 lados, no seu exagero. Nem esses "6 bancos" (seus banqueiros, por supuesto) devem ser tão inteligentes que tenham previsto toda essa situação mundial e desenhado um plano maquiavélico, nem são tão burros que queiram ser trilionários num mundo falido e infelicitado. Tudo deve ser bem mais relativo e inconsciente do que isso. Beijos, Bete
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Rui Sá Silva Barros - 16/04/2011 11:55:43
Oi Bete: Exatamente, o endividamento é o jogo mas num certo nível, pois se não pagam o jogo acaba. Para ser preciso faltam os chineses e indianos para completar a internacionalização do capital financeiro. Eles não têm um projeto político para o futuro: liberdade de trânsito para os capitais e um mínimo de regras para a engenharia financeira. Controlam os BCs e Fazendas dos países ricos, mas não necessariamente a política externa, submetida a outras considerações. Apoiam grupos globalistas mas eventualmente entram em conflito também.Certamente as pessoas, os grupos, partidos e governos conspiram um bocado, mas quase nada vai para frente: os conspiradores precisam da omissão e às vezes da colaboração dos outros. Há muita confusão a respeito do papel do crédito e do sistema financeiro: a maldade e a ganância são logo evocadas, mas não explicam nada. O crédito existe desde os sumérios e foi absolutamente essencial para acelerar a criação de riqueza da comunidade. É essencialmente um jogo com o tempo: empenhamos o futuro quando tomamos crédito, em trabalho, mercadorias ou patrimônio, coisas bem tangíveis. O capital financeiro não deveria ter o papel que tem hoje, mas os problemas da industrialização levaram à ascensão deste setor como expliquei sinteticamente numa crônica de dois anos atrás: Os pobres estarão sempre convosco. Vamos esmiuçando devagar. abraços, rui.
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