O BC europeu despejou mais de um trilhão de euros por três anos a 1% e conseguiu uma pausa no tumulto, na realidade foi um opiato para um paciente em coma, mas de qualquer jeito evitou quebradeiras em bancos. Pelas últimas notícias os bancos depositaram mais de 700 bilhões no overnight do BCE, o que significa que estão fora de circulação. O lance acalmou os investidores que passaram a cobrar juros mais civilizados para financiar as dívidas italianas e espanholas. Nas contas do BIS de Basiléia já se foram quase 9 trilhões de dólares no socorro aos bancos desde 2008 e o povo que pague a conta salgada. Rajoy, na Espanha, já avisou que a redução do déficit proposto é inatingível e reduziu-o para desespero dos burocratas de Bruxelas, mas no front interno arrumou uma reforma trabalhista que já teve resposta: greve geral no final de março. A eleição na França provoca mais horror e arrepios em Bruxelas e Berlim com a possibilidade do candidato socialista ganhar, Frau Merkel resolveu apoiar Sarkozy, o que aumentou a rejeição dos franceses. O governo grego chegou a um acordo com os credores privados, e o mercado aposta quando será o próximo pacote ou calote. Tudo isto ocorreu desde a reversão do movimento de Júpiter, agora direto em Touro, responsável também pela grande liquidez que está inflando os ativos financeiros e os preços das matérias-primas, é apenas mais uma pequena bolha.
Ingresso do Sol em Áries - Washington (DC), 22 de março de 2012, às 0h14
Enquanto isto nos States as prévias republicanas dominam o noticiário. O mapa do ingresso do Sol em Áries aponta uma situação bem paradoxal para o quadro eleitoral. Um grande trino e uma pesada quadratura em T prometem grandes emoções aos nossos irmãos do Norte. Num primeiro momento o regente do executivo e situação (MC), Mercúrio, está retrógrado em Áries deixando Urano e em direção ao Sol, tudo na casa 4, da oposição: Obama observa os desvarios e brigas entre os republicanos e atura o governo israelense. Num segundo momento Vênus está conjunta a Júpiter em Touro no final da casa 5, a das apostas, o Sol transitará aí em maio quando o presidente deve iniciar a campanha e tomar as decisões em relação à plataforma, o que será crucial. Para os republicanos, o início é regido por Júpiter e a continuação é dada por Marte retrógrado, em Virgem no setor 9, e em trino com Júpiter e Plutão; isto tem muitos significados e possibilidades, o religioso é um, mas o crucial é que se Israel atacar o Irã unilateralmente isto vai revolucionar a eleição, na realidade seria um presentão aos republicanos, pois o presidente seria arrastado contra a vontade e o preço do petróleo iria à Lua, no final de agosto ou início de setembro a questão ficará clara. O mesmo Mercúrio retrógrado rege a casa 7, a dos aliados e inimigos declarados, o que não pressagia nada de bom para a paz. A Lua conjunta a Netuno em Peixes, casa 3 a das comunicações, promete uma enxurrada de emoções desbragadas reforçadas pela oposição a Marte e pelas quadraturas aos nós lunares. E por fim, Júpiter é regente do Ascendente em Sagitário, mas está numa situação tensa com o ponto oriental (quincúncio), mais confusão.
Rick Santorum ainda pode dar muita dor de cabeça ao favorito Romney. Ele bate insistentemente na tecla da volta aos valores familiares. Quais? Os dos Simpsons, da família do The Middle ou da Beleza americana? Ah! Estes são depravados, por que não buscar o modelo nas pequenas cidades como aquelas que David Lynch mostrou com Laura Palmer? Mas este cineasta é o suprassumo da depravação! Que nada, ele é presbiteriano e é o maior especialista em demonologia atualmente. A realidade é que uma família como a do Santorum, com a mulher em casa cuidando de 7 filhos é uma raridade que só os ricos podem manter. Para chegar ao que o candidato republicano quer é preciso voltar 700 anos na história do Ocidente, acho que não dá mais e no ritmo que vamos a volta será ao neolítico, se tudo der certo.
E por falar nos States, o pessoal de Hollywood é mesmo genial. Em relação à dona Thatcher, o principal é o seguinte: as políticas econômicas dela estão na raiz desta crise atual. Como escrever o roteiro sem tocar no assunto? Foi simples, o filme é todo narrado a partir da senilidade da velha senhora, interpretada magistralmente por Merryl Streep, em cinco minutos a plateia já empatizou com o sofrimento brutal e adeus a qualquer observação crítica. Para reforçar a coisa o roteiro enfatiza constantemente que ela foi filha de um pequeno vendeiro e desafiou aqueles aristocratas do Partido Conservador, outra versão do Harry Potter. Infantilizar o espectador é o desígnio explícito de Hollywood desde 1960, o que é uma pena, pois de 1935 até lá produziram ótimos filmes para adultos, principalmente os faroestes e filmes noir. Depois disto fizeram alguns grandes filmes, mas a média é claramente infanto-juvenil. Para o público atual os eventos de 30 anos atrás já são pré-história, mas a Dama de Ferro e o Reagan são os patronos desta fuzarca em que o capitalismo se meteu.
Michel Temer, José Sarney, Dilma Roussef e as agruras na base aliada
A questão cambial continua a azucrinar o governo de Pindorama que denunciou o tsunami monetário praticado pelos países ricos, o que é verdade, mas também meia-verdade, pois os juros praticados por aqui e as oportunidades de investimentos atraem enormes massas de liquidez valorizando o real, detonando com a renda dos exportadores e industriais e impulsionando importações de badulaques e gastos com turismo no exterior. Além disto, os bancos e empresas brasileiros aproveitam os juros baixos lá de fora e aumentam a enxurrada de moeda estrangeira. Se olharmos um gráfico com as variações do PIB desde 1979 veremos um zig-zag desnorteante, sinal de que os diversos governos não tiveram um projeto claro de futuro. O Brasil pode crescer 5% anual e permanentemente se tiver um índice de poupança e investimento na faixa de 25%, está em 19%. Para isto é preciso fazer as reformas, criar um mercado de capitais de longo prazo e acabar com a indexação. Para agradar ao mercado financeiro, o governo economiza nos investimentos para gerar superávit, muitas vezes de maneira tola cortando o orçamento de pesquisas (estação Antártida e bolsas do CNPQ). É natural que os políticos só enxerguem até a próxima eleição, mas e os intelectuais? Tenho notícia apenas do Reis Veloso que teimosamente realiza um seminário anual, o resto entregou os pontos, mesmo o Luciano Coutinho que vivia preocupado com o tema.
Todo mundo concorda que o crescimento de 7% em 2010 foi artificial e não poderia se manter, só que o chororô sobre o pibinho raquítico de 2011 continua à solta e o governo está obcecado com 4% para 2012. Talvez não dê, mas deveria estar obcecado com outras coisas para poder sair deste ‘voo de galinha’. O Brasil continuará ingovernável com este sistema partidário e tributário, distribuir renda é ótimo só que a produção deve acompanhar senão a inflação é inevitável e corrói toda a renda popular. E o investimento não pode depender de a Petrobrás passar a atuar no gás e no canavial e a Vale ir ao petróleo e à energia eólica, isto é oligopolização, ainda mais com os recursos do BNDES. O peso da indústria no PIB caiu ainda mais, o que é uma lástima, pois os salários aí são melhores que os do comércio. Uma política industrial inteligente é o mais necessário agora, o que não significa salvar falidos. É perfeitamente possível aumentar o índice de beneficiamento dos cereais, café, açúcar, minério de ferro e petróleo bruto que exportamos sem que o governo precise tomar providências.
Todos os conflitos atuais já estão no mapa da posse da dona Dilma, publicado e analisado pelo Fernando Fernandes no site da Constelar http://www.constelar.com.br/constelar/151_janeiro11/posse-dilmarousseff1.php. Lá, vemos o Ascendente a 6 de Touro, perto do Saturno do mapa natal. Este planeta rege o MC do mapa da posse e está em Libra na casa 6 (crise) em quadratura à conjunção Sol/Marte em Capricórnio na casa 9. Todas as possibilidades estão ocorrendo: judiciário, FIFA, militares, câmbio, religiosos e base aliada em tumulto. O que salva é Vênus, regente do Ascendente, em trino à conjunção Júpiter/Urano no final de Peixes na casa 11. Ou seja, em todas as frentes seria necessário tomar medidas inovadoras, mesmo que contrariem a ortodoxia. Um exemplo: por que não utilizar parte das grandes reservas e promover uma concorrência internacional para agilizar nossa infraestrutura viária e logística? Sim, haveria uma chiadeira colossal de políticos e empreiteiras, mas o país precisa de um choque destes para sair do marasmo. O secretário da FIFA foi desastrado, mas as obras estão mesmo atrasadas porque os políticos e burocratas ainda não chegaram a um acordo sobre a distribuição dos agrados.
Tentei e não consegui obter a hora da posse do Hafez, pai do Bashar Assad que se dedica a atirar em seu próprio povo. Seria o mapa ideal para analisar a situação, pois ali os sírios deram ao mundo uma inovação notável: uma república hereditária, quer dizer uma monarquia disfarçada, coisa para ser estudada a fundo e que alguns políticos latino-americanos invejam. Gadafi caiu depois de 42 anos quando Urano completou uma meia-revolução, Assad passa pelo mesmo agora. No dia da posse de Hafez ocorreu a Lua cheia com o Sol em Escorpião próximo a Júpiter e Vênus, e a Lua em Touro próxima a Saturno, tudo isto em quadratura aos nós lunares. A rebelião começou o ano passado quando Saturno cruzou Marte e Urano natais em Libra, e o pai comandou uma matança em Hama em 1982, também com o mesmo trânsito, sinal que a conjunção é a responsável pela brutalidade. Ninguém quer tomar uma providência porque uma guerra civil estaria a caminho, as sanções econômicas estão apertando e as deserções nos altos círculos do governo se intensificaram. Pensei em fazer um mapa de ingresso do Sol em Áries para Damasco, mas desisti. Daria praticamente o mesmo resultado para Jerusalém ou Beirute, e uma mesma interpretação para Israel, Líbano e Síria, países em situações totalmente distintas. Gadafi e Mubarak também pretendiam trilhar o caminho sírio e deixar os ‘reinos’ para um dos filhos, não deu. E apesar disto tudo a Síria é linda, cheia de sítios arqueológicos, um mercado e mesquita em Damasco de encher a boca e os olhos e um povo super-hospitaleiro.
E por falar em continuidade os russos deram outro mandato a Putin, mas agora há uma oposição que se manifesta. O mapa atual da Rússia mostra um grande stellium: oito planetas num arco de 70 graus. Destaque para Vênus e Plutão na casa 2 (recursos naturais) e a Lua em conjunção a Júpiter em trino ao Sol, o que garantiu a sobrevivência do regime no caos que se seguiu ao desmoronamento da URSS. Velha questão: o futuro russo está na Europa ou Ásia? O sistema político afugenta europeus, é dirigido por uma camarilha mafiosa e a economia depende mais e mais da China.
Mapa atual da Rússia: Moscou, 26 de dezembro 1991, calculado para as 0 horas
A década de 1990 foi um desastre: privatizações apressadas, declínio do PIB e da população, negociatas e calote em 98. A população não esqueceu que Putin pôs um pouco de ordem no caos: a agricultura floresceu e agora exporta grãos, o nível de pobreza despencou como a mortalidade, o uso das receitas do petróleo foi inteligente e o mercado interno cresceu, as reservas estão altas e a dívida externa baixa; e mesmo assim a melhor descrição do regime é cleptocracia. Com uma população em declínio os russos não conseguem explorar as grandes riquezas da Sibéria o que aumenta a atração chinesa. O Sol do mapa passa por um trânsito tenso de Urano em Áries, o progredido já passou por Urano e Netuno e sobreviveu. Na realidade o mapa essencial da Rússia é o da posse de Ivan IV, o terrível, com anexações territoriais, polícia política, matança de opositores e outras malfeitorias. O fantasma do Czar mora no Kremlin e de vez em quando acorda e produz Pedro, Catarina e Stálin; de vez em quando dorme e chegam os Nicolaus e o Ieltsin. Dizem a meia voz que o Putin é uma reencarnação do dito cujo. E apesar de viver sob tacão, o valoroso povo produziu artistas e cientistas de primeiríssima linha.
Como previsto Urano e Plutão cutucam a China. Agora foi um discurso do premiê Wen sobre a necessidade de reformas políticas para oxigenar o partido e o governo, só então será possível fazer as reformas econômicas necessárias e dar conta das reivindicações da população que crescem e se ampliam com o uso da internet: a desigualdade econômica está crítica, a corrupção e poluição em alta, a arbritariedade na expropriação de terras, o custo da educação e saúde e muitas outras coisas. O líder chegou mesmo a mencionar uma possibilidade de recaída no caos da revolução cultural. No dia seguinte o dirigente regional Bo, que andou patrocinando uma volta ao maoismo, caiu. Os dirigentes chineses estão ensaiando uma mudança no padrão econômico desde 2008 e patinam. Em fevereiro a balança comercial ficou negativa depois de muitos anos, é o sinal amarelo. A mudança ocorrerá de qualquer forma, resta saber se sob a direção do governo ou apesar dele. Há quem torça por uma convulsão na China para propiciar uma nova abertura dos portos como no século XIX, é mau negócio! Daria numa confusão fenomenal com grande impacto negativo na economia mundial.
Sobre a questão do programa nuclear do Irã ninguém diz a única coisa sensata sobre o assunto: extinção total de todos os arsenais nucleares. Os políticos vivem no imediatismo da sobrevivência dos mais fortes na escassez de recursos, mas e os intelectuais? Utopia! Bradarão, como se fosse um palavrão. Esta omissão, esta capitulação é terrível, pois promove o xadrez do terror, possibilita a sobrevivência de decrépitos como Netanyahu e Khamenei. Há um rastilho de pólvora do Marrocos até a Índia, o governo israelense está disposto a tocar fogo e depois deixar aos americanos a limpeza dos escombros, o governo ianque se render a esta intimidação é o fim da linha. A situação atual lembra a Europa no final do século XIX, quando os países se reuniram em Haia para tratar da paz e compravam armas doidamente. No ano passado a Arábia e a Índia pareciam se preparar para a eminência de uma guerra com maciças compras. E ainda há estrategistas que imaginam que um conflito de longo espectro será atuado apenas com armas convencionais.
Os céus andaram de esguia nesta temporada. Seca no sul das Américas e no coração da África, frio polar na Europa. Atividade solar forte nas últimas semanas danificou um satélite em Vênus e provocou temores por aqui, nos lembrando de nossa vulnerabilidade: somos completamente dependentes das redes elétricas e das telecomunicações, o pandemônio seria incalculável com um acidente neste nível. Este ano será preciso sangue-frio com os desastres, especialmente depois que a indústria do entretenimento criou uma histeria com o fim do calendário maia. Um grande terremoto seria recebido como uma confirmação das expectativas criadas, na verdade um grande terremoto é esperado para qualquer momento na Califórnia, Indonésia ou Japão, pelos sismólogos. Nós já temos problemas demais pra criarmos outros. Já outros esperam que a humanidade se torne pacífica por causa de alguns alinhamentos astronômicos e da forte atividade solar, infelizmente isto é desejo. E os iluministas afirmam que tudo isto é uma crise passageira e que no fim os cientistas vão dar um jeito, o que é uma carga muito pesada nos ombros deles, alguns vão mesmo mais longe e afirmam que a humanidade hoje é mais pacífica graças à educação e leis inteligentes. É verdade, em Vênus e Júpiter. Em resumo, negar a realidade e aderir ao desejo é uma boa definição de loucura. O que é possível afirmar com segurança? A situação é difícil e a inércia dos dirigentes torna qualquer solução mais difícil ainda.
< Atividade solar e ejeção eletromagnética
Recentemente publiquei artigo sobre a História do cristianismo terminando com uma descrição dos ataques a esta religião. Agora as coisas mudaram de patamar, estreou em Toulouse (Fr) uma peça de teatro, Gólgota Picnic, com atores nus no palco tocando piano e outras gracinhas. Os ataques anteriores foram da autoria de inocentes inúteis, este agora só pode ser de assecla do Inimigo, pois escarnece do sacrifício de Jesus. No ritmo em que andam as coisas daqui a pouco teremos Jesus e Maria Madalena em sites pornográficos. Ainda há quem imagine que alguma religião é responsável pela imensa confusão em que vivemos. Negativo! A história da humanidade, desde a Revolução francesa, é de responsabilidade total dos iluministas (liberais, positivistas, socialistas e anarquistas). Acabem com os cultos e orações, fechem os templos e depois comprem armas, pois será removida a última barreira contra a barbárie, atestada com a glorificação de psicopatas, vampiros, lobisomens e zumbis em filmes e seriados.
Esta crônica é dedicada à memória de Maria de Lourdes Mendes Perfetti, minha querida sogra recém-falecida. Alegre, brincalhona e católica praticante esteve em paz com todos e era a mediadora de uma grande e artística família, Gabus Mendes. Com este temperamento e a fé ela pôde suportar a perda do pai e de dois filhos precocemente, sem perder o prumo e a alegria. Era pisciana e o diagnóstico de sua doença foi um labirinto onde os médicos se perdiam. Em meados do ano passado ela foi internada com uma infecção e tratada por um mês. Pagou seu plano de saúde por 30 anos e pouco usou, quando precisou mesmo ele falhou. Foi despachada para casa ‘estabilizada’, sem poder andar ou comer, com uma sonda nasal. Foi prometido um homecare, mas presenciei brigas diárias por uma fono ou fisio, médico para acompanhar o quadro somente a fórceps. O marido e as filhas se desdobraram em cuidados e despesas. Se estou relatando isto é porque sei que muita gente está passando o mesmo e é preciso começar a protestar junto a ANS. É notório que nossas sociedades não estão preparadas para lidar com idosos com doenças crônicas e degenerativas e o encargo recai sobre a família que às vezes não tem condições para mantê-los. Nestas alturas ela está em ótima companhia e meu sogro Dante, com 85 anos ainda forte e sacudido, sente uma saudade danada, também pudera, foram 60 anos de convivência! Quanto à maioria da população, que nem plano de saúde tem, me dá calafrios pensar em como ela se vira nesta situação.
Salve as mulheres que comemoram seu dia internacional. Elas trabalham, batalham, cuidam das crianças e idosos, embelezam a vida; elas são o sustentáculo daquilo que chamamos vida civilizada.
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