|
|
|
Sob a ótica terapêutica: o tarô |
|
(Reflexões sobre a realidade do estudo e da prática) |
|
Giancarlo Kind Schmid |
|
|
Muitos equívocos permeiam o universo terapêutico do tarô. Esse breve texto procurar esclarecer alguns pontos ainda confusos na cabeça de pesquisadores, alunos e praticantes. |
|
|
|
|
Quando se fala em tarô com abordagem terapêutica, verifica-se o paradigma ou crença de estabelecer a prática terapêutica apenas para indivíduos classificados como 'doentes'. A natureza é deveras complexa para ser enxergada apenas pela via física (acompanhamento médico) ou psíquica (acompanhamento psicológico) - nós, seres humanos, somos um fenômeno de sensações que ocorrem simultaneamente em todos os planos (físico, mental, emocional e espiritual). Somos bombardeados, todos os dias, por pensamentos que, em sua maioria, constituem nossas preocupações, os quais levam, invariavelmente, a estados de estresse (o que perturba as emoções e espírito).
A condução terapêutica não dever ser enxergada como 'práxis médica' (ou 'análise psicológica' em si, substituindo o trabalho psicoterapêutico em consultório), encerra em si várias outras formas de ajudar o ser humano compreender a sua verdadeira natureza e tornar-se um ser melhor, mais harmonizado. Este indivíduo não precisa estar 'doente' na acepção da palavra - necessita que apenas seja orientado para não adoecer. O maior ganho nas terapias, principalmente nas alternativas ou holísticas, é prevenir ou preparar. Se você conversa com alguém e desabafa, constitui, aí, uma experiência terapêutica; se está se sentindo oprimido e vai receber carinho de um animal, se faz presente um ato terapêutico. Terapia é para o bem estar interior e não exclusivamente para o doente ou moribundo. É para quem é humano verdadeiramente e carece de força interior num dado momento.
Nesse caso, a utilização dos oráculos faculta aos usuários os meios para ajudar os indivíduos a compreender o motivo de suas dores íntimas. Vomitar informações sobre os consulentes é aparentemente fácil - o difícil é ajudá-lo a ser melhor do que quando entrou no atendimento. O uso do tarô, nesse caso, não é afixado, como muitos supõem (erroneamente), ao ato científico; não há interesse do tarólogo-terapeuta tornar sua prática reconhecida nos meios acadêmicos, apenas há a preocupação em gerar resultados que façam seus próprios consulentes constatarem o bom resultado do atendimento (assim como foi, por séculos, a prática da acupuntura).
O bom oraculista, hoje, não deve apenas apontar para onde segue o futuro - deve, antes de qualquer coisa, preparar o consulente bem para o presente; conscientizar (educar) o consulente sobre as escolhas que fez (e faz); estimular o indivíduo ao autoconhecimento para que a leitura não seja uma muleta e sim, uma catapulta para alavancamento pessoal; dizer a verdade de forma cuidadosa, pois o trabalho não deve ser fatalista e sim, um meio para a compreensão maior das crises e dificuldades. Não alimentar nem falsas esperanças e nem empurrar o consulente para o abismo é o 'caminho do meio'.
O trabalho terapêutico com o tarô é, antes de mais nada, um ato libertador. É fazer entender que não há melhorias se não ocorrerem alterações nas atitudes pessoais. O grande amor não virá se não entender a má relação com um dos pais ou; o sucesso profissional não acontecerá se o indivíduo continuar se vendo como um fracassado. São algumas premissas para o grande salto de consciência.
"De origem grega, o termo thaerapia significa “servir a Deus”, se voltarmos no tempo veremos que para nossos antepassados a saúde era algo sagrado e aqueles que se dedicavam ao seu estudo formavam uma espécie de casta sacerdotal" (http://www.radiestesia.net/terapia-holistica/o-que-e-terapia-holistica).
|
|
18/07/2012 23:45:04
|
Giancarlo Kind Schmid - 27/08/2012 23:14:28
Oi Renata Soares,
Maravilhosa a sua explanação. Eu acredito que é totalmente possível integrar o tarô divinatório ao terapêutico sem que haja ônus entre as partes envolvidas. Tudo dependerá da sensibilidade e preparo do leitor.
Um abraço!
|
Giancarlo Kind Schmid - 27/08/2012 23:15:20
Oi Ana Paula,
Obrigado pelas palavras.
Abraço!
|
Giancarlo Kind Schmid - 27/08/2012 23:15:44
Oi Flavio,
Saúde é essencial.
Um forte abraço.
|
Gesiane - 03/09/2012 05:49:50
Sou acupunturista e estudo o Tarô por algum tempo. Gostaria de destacar que, a acupuntura tem sim, o interesse em tornar sua prática reconhecida nos meios acadêmicos. Tanto, que são realizados estudo sistemáticos e analíticos quando aos métodos e resultados para publicação na mídia científica. Mesmo que não seja a intenção o reconhecimento acadêmico do uso do Tarô terapêutico, ainda acho que, uma abordagem científica sobre o assunto pode popularizar esta prática como mais uma ferramenta disponível aos tratamentos.
|
Vanessa - 03/09/2012 10:42:19
Concordo com a Gesiane. Sou taróloga e agora estudo psicanálise junguiana e não entendo as razões que impediriam o tarô de um dia ser uma prática legítima dentro da sociedade, com estudos acadêmicos, etc. Afinal, a partir do momento que possui história, estudos, com livros publicados, pessoas dando cursos, funciona na prática e possui profissionais que vivem disso, qual seria a problemática? Giancarlo, gostaria muito de entender isso, pois vejo muitos tarólogos repetindo isso: que tarô não pode ser institucionalizado, que não pode virar profissão de carteira assinada, que não pode entrar no meio acadêmico, ou ser estudado de forma científica. Se puder me explicar o ponto de vista que norteia esse tipo de declaração, eu agradeceria muito. Obrigada pelo texto!
|
Flávia Gonzalez - 08/09/2012 10:49:43
Excelente artigo! Esclarecedor,ilumina a consciência de quem quer levar a sério o estudo do tarô. Obrigada.
|
Giancarlo Kind Schmid - 25/09/2012 00:13:43
Oi Gesiane,
Obrigado por sua intervenção. Quando me referi à "acupuntura não ter interesse em ser reconhecida no meio acadêmico", me refiro, especialmente, aos orientais, pois ao longo dos séculos nunca se preocuparem com esse detalhe, realizando seus trabalhos com louvor. Não sei até que ponto é bom regulamentar algo, às vezes a prática fica sob controle de pessoas muito despreparadas, impondo aos bons profissionais, limitações em função de interesses sindicais e financeiros. Pode ser que, daqui há algumas décadas, quem sabe, a prática não se torne oficial nos meios psicoterapêuticos?
Abraço!
|
Giancarlo Kind Schmid - 25/09/2012 00:19:23
Oi Vanessa,
Faço coro com você no que tange ao reconhecimento da prática, mas tenho reservas quanto à sua regulamentação. Enquanto tivermos um CRP caduco e ultrapassado, dificilmente conseguiremos avanços desse tipo. Ainda devemos levar em consideração a falta de preparo e formação de praticantes no meio, fora a resistência dos nichos científico e acadêmicos em agregar o tarô como recurso a mais na prática psicoterapêutica. É uma série de elementos que não podemos simplesmente ignorar, falta-nos maturidade (nós, brasileiros) em reconhecer o tarô fora dos movimentos ocultistas e esotéricos, há preconceito em todos os lados, então, já estamos no lucro só por conseguir discutir sobre isso aqui. Não vê o CRP resistente aos florais, TVP e outras práticas que não remetem à psicologia tradicional e acadêmica? De um lado, temos os esoteristas temendo perder o seu posto de "mestres, magos e gurus" e do outro, os cientistas temendo a "mistificação" da área. Levará bons anos para que a mentalidade mude, mas, chegaremos lá!
Abraço!
|
Giancarlo Kind Schmid - 25/09/2012 00:19:59
Oi Flávia,
Agradeço seus gentis comentários.
Um forte abraço!
|
|
|
|
|
|