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O Tarô de Fernando Vilela |
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O trabalho do artista plástico Fernando Vilela, ao improvisar a reprodução dos 22 arcanos maiores, é um valioso exemplo para aqueles que gostariam em montar seu próprio baralho de forma direta e lúdica. Experiências dessa natureza propiciam a vivência dos símbolos em sua essência, de modo leve e sem a sobrecarga de formalidades. |
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Nada melhor que o relato do próprio Fernando sobre as circunstâncias que o levaram a desenhar seu próprio tarô. |
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Depois de curtirmos, pela janela da sala da nossa casinha, um fim de tarde frio e chuvoso na floresta de mata atlântica – no Vale dos Lagos, em São Lourenço da Serra – nada mais tínhamos pra fazer. TV e celular não funcionavam por lá. Uma maravilha! |
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Stela – minha mulher – me pediu para abrir um Tarô para ela. Acontece que o baralho tinha ficado em São Paulo. |
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”Vou desenhar agora um Tarô para a gente jogar!” – pensei. Nossos recursos, porém, eram escassos: duas folhas de papel e duas canetas hidrocor, uma vermelha, outra preta. Sem internet ou livros para pesquisar, o desafio foi ativar a memória que eu tinha de cada arcano maior, das imagens de outros tarôs que eu me lembrava, das características de cada carta que me vinham à mente. |
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Stela foi para o quarto ler e eu fiquei matutando. Nada parecia preciso e resolvi desencanar das referências e desenhar sem pensar. Foi como um jorro. Fui desenhando carta a carta intuitivamente, começando com o Louco e terminando com o Mundo. Assim nasceu esse baralho, sem grandes pretensões, simplesmente para dar conta de uma necessidade imediata: abrir um jogo para Stela. Achei que em meia hora eu resolvia essa questão. Mas foram necessárias quase três horas para interiorizar as imagens e desenhá-las num ataque direito ao papel, com poucos traços, buscando a essência de cada arcano. |
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Quando o baralho ficou pronto Stela já estava dormindo. Fiz uma caixinha para as cartas e dediquei-o a ela, colocando o baralho em leque sobre na mesa do café ao lado das frutas, para que ela visse quando acordasse. |
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