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A morte é inevitável, o velório é opcional |
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“A única certeza da vida é a morte.”
“Para morrer basta estar vivo.”
“Só não há jeito para a morte.” |
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Esses três ditados populares expressam com simplicidade toda a soberana majestade que implacavelmente nos arrebata num único golpe, que dura apenas um suspiro. O último. |
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Os tarots clássicos retratam essa impositiva criatura de modo tão preciso, que em muitos momentos perante a aparição desta dama numa mandala, o consulente a reconhece de pronto e se treme por inteiro perante essa visão. Em outros decks, a pintura foi suavizada, gourmetizada, vamos dizer assim. |
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Carta 13 - A Morte, nos tarôs de Marselha e Art-Nouveau |
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E aí entramos numa senda muito perigosa que é a de sublimar a força da tragédia, a perda iminente, a ruptura. |
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Numa precisão cirúrgica, a foice ceifa e querer atribuir numa interpretação conceitos que não expressem sua ação é prestar um desserviço a quem nos procura e alimentaríamos o que costumo nominar de “Síndrome do Velório”. |
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Os velórios foram instituídos na Idade Média com o intuito de certificar-se que o ente querido realmente falecera,já que muito se equivocava com pseudos óbitos e frequentemente pessoas eram enterradas vivas. Ao se postar diante do corpo inerte e deixar que as horas transcorressem era a confirmação de que a vida realmente se esvaíra. |
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Atribuindo isso numa consulta, imagine que determinada consulente está com o arcano da Morte em posição chave numa mandala que fala de seu casamento. E obviamente as outras posições também expressam em uníssono com o arcano XIII. E recebe a orientação gourmetizada. |
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O marido pede o divórcio, sai de casa. Mas ela resgata a gourmetização e suavidade da orientação que recebera e atribui que aquilo na verdade é uma “transformação”. E entra na síndrome do velório, dedicando os dias, as horas, segundos e minutos a velar , pois vai que o falecido volta a respirar? Não pode correr o risco de enterrar seu casamento “vivo”. |
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Cartas 13 no Romantic Tarot e no Sevenfold Mystery de Ciro Marchetti |
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Quantas vezes em atendimento meu oráculo é inquerido: “Meu chefe vai reconsiderar minha demissão?” “Meu namoro acabou mesmo?”, “Meu marido que inclusive está casado com outra, vai perceber que seu lugar é ao meu lado e retornar?”, “Passei no concurso e não estou em posição suficiente para ser chamada, mas será que mesmo assim tenho chance?! E por aí afora. |
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E quando a majestade reina na mandala, não há muito o que florear; permita-me o trocadilho: morte e flores, rs! É não! Morreu! |
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Cabe a nós esclarecer sobre a morte sim,entretanto o mais importante é mostrar que há vida depois da morte, vida do próprio consulente que ao realizar o sepultamento, coloque flores num sentido de gratidão e saia do cemitério sem esquecer de sacudir o pó que ficou impregnado. |
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“Coveiros gemem tristes ais e realejos ancestrais
juram que eu não devia mais querer você.
Os sinos e os clarins rachados,
zombando tão desafinados, querem eu sei...
mas é pecado eu te perder.” |
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Tanto/Skank |
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