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Os indícios reveladores dos segredos do Tarô |
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3. Tétrades comparativas |
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Oswald Wirth
Traduzido do original francês por
Constantino K. Riemma |
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Os pares que acabamos de passar em revista dão lugar a relações do mais alto interesse. Comparados dois a dois, colocam quatro arcanos em oposição conjugada. Formam as tétrades, algumas das quais merecem mais particularmente a nossa atenção.
Em cada tétrade, o primeiro arcano está para o segundo assim como o terceiro está para o quarto. O primeiro está, por outro lado, em relação ao terceiro tal como o segundo está para o quarto. Finalmente, o primeiro está para o quarto assim como o segundo está para o terceiro.
Para aprofundar o estudo do Tarot, é importante resolver a série de problemas e de equações que são colocados pelas tétrades. Existe aí um exercício intelectual do qual tirarão proveito principalmente aqueles que querem aplicar o Tarot à adivinhação.
Esse exercício ativa a imaginação e a prepara para apreender as relações entre as imagens que
se justapõem. É impossível que o Tarot fale enquanto o adivinho não assimilar a linguagem dos símbolos. Estes não falam por si mesmos, sem serem solicitados; daí a necessidade de os interrogar com método. Nada é mais fecundo a esse respeito que a disciplina das tétrades aqui preconizada.
As indicações seguintes mostrarão como se pode obter, de um lado, a idéia sintética que liga os quatro arcanos entre si e, a seguir, a compreensão dos diferentes aspectos dessa mesma idéia oferecidos pelos arcanos um a um. |
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O princípio da inteligência individual |
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1. O Mágico (Prestidigitador) |
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No poder.
Apto para se instruir em todas as coisas. |
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11. A Força |
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Na ação.
Plenamente instruído
e aplicado às obras práticas. |
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0. O Louco |
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Inativo, inerte, incapaz
intelectualmente.
Estupidez. Incompreensão. |
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12. Pendurado |
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Entravado, tornado improdutivo. Gênio incompreendido.
Pensamento por demais sublime para se tornar inteligível. |
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O espírito (a mente) em presença do mistério |
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2. A Papisa |
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Esforço para penetrar.
Adivinhação, intuição, gnose, fé. |
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10. A Roda da Fortuna |
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Diferencia, descobre.
Detém-se em conjecturas geniais. |
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21. O Mundo |
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Percepção do conjunto.
Visão estática. Ciência integral. |
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13. A Morte |
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Rejeição, negação.
Desilusão. Ceticismo absoluto. |
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O Princípio Espiritual, fonte do pensamento e da vida |
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3. A Imperatriz. |
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Atração pela inteligência, que se assenta para gerar as idéias.
Compreensão, concepção |
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9. O Eremita |
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Frutificação na inteligência que constitui a esfera mental.
Reservatório da memória. |
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20. O Julgamento |
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Sujeição da inteligência que fecundou.
Inspiração, entusiasmo. |
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14. A temperança |
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Circulação e animação da multiplicidade dos seres.
Via universal. |
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A Luz criadora |
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4. O Imperador |
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Fixada no centro da personalidade, princípio de energia voluntária,
da expansão individual e do crescimento. |
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8. Justiça |
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Afinada, harmonicamente repartida para assegurar o funcionamento normal do organismo e sua conservação. |
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19. Sol |
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Irradiante de sua fonte universal.
Expansão do ser. Altruísmo. |
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15. O Diabo |
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Condensada com excesso.
Congestão, cio, ardor cego, instinto brutal. Egoísmo. |
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A quádrupla fonte das convicções humanas |
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5. O Papa |
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A tradição filosófica ou religiosa.
Crentes esclarecidos. |
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7. O Carro |
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Pesquisa independente da verdade.
Livres-pensadores. |
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18. A Lua |
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As opiniões recebidas, os preconceitos dominantes.
Supersticiosos, escravos da letra morta. |
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16. A Casa de Deus |
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A contradição de doutrinas inimigas.
Sectários anti-religiosos, falsos livres-pensadores. |
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Diferentes aspectos da Verdade |
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2. A Papisa |
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Mistério que solicita a intuição e pede ser penetrado. |
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5. O Papa |
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Dogma no qual importa compreender o esoterismo, pensamento intimo ou espírito vivificante. |
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21. O Mundo |
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Absoluto que só se revela no arrebatamento do êxtase. |
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18. A Lua |
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Signos materiais, formas, invólucros, cascas do pensamento, letra morta. |
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A idéia em relação ao entendimento |
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3. A Imperatriz. |
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Ela é atraída, penetrada e ganha raízes. |
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4. O Imperador |
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Ela desenvolve todas as suas conseqüências lógicas. |
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20. O Julgamento |
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Ela se apropria espontaneamente, provocando delírio e entusiasmo. |
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19. O Sol |
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Ela se afina, torna-se mais sutil e assume um caráter poético ou sublime. |
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Resultados da atividade humana |
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7. O Carro |
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Triunfo, sucesso conquistado pelo mérito. |
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10. A Roda da Fortuna |
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Êxito obtido por favores ou pela sorte. |
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16. A Casa de Deus |
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Reveses provocados pelas ilusões ou pelos erros. |
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13. A Morte |
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Catástrofe inevitável e fatal pela qual a vítima não é responsável. |
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Aplicações da energia |
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8. A Justiça |
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Equilíbrio entre receita e despesas, funcionamento normal. |
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9. O Eremita |
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Redução das despesas, reserva, abstinência. |
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15. O Diabo |
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Acúmulo levado ao extremo e, depois, despesa súbita; ardor veemente, explosão. |
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14. A Temperqnça |
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Relaxamento, indolência, indiferença, apatia, frieza. |
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O leitor fica convidado a não se deixar desanimar pela aridez esquemática das indicações que acabam de ser dadas. O programa traçado oferece à sua iniciativa pessoal um campo fecundo para explorar e aprofundar.
Para aprender a decifrar o Tarot é indispensável o exercício de comparar os arcanos, a fim de extrair tudo o que podem sugerir as múltiplas relações e contrastes. Um espírito meditativo saberá retirar de cada tétrade um amplo material para expressão simbólica. Mas cada um tem a obrigação de pensar por si mesmo, e nós não faríamos bem se déssemos tudo mastigado para os iniciantes preocupados em levar a sério o estudo do Tarot. |
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out.07 |
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Para continuar, clique nos links abaixo: 1. A roda, as fileiras e os quatro elementos ou 2. Os onze pares |
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