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30 de dezembro de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


As Figuras da Corte no naipe de Ouros
Sandra Ayana
 
 
O presente texto resultou da apresentação feita por Sandra Ayana na
Jornada com os Arcanos Menores, realizada no segundo semestre de 2010.
O trabalho de transcrição e de redação ficou a cargo de Ivana Mihanovich.
 
 
Comecei o estudo de tarô aos 13 anos de idade, quando tive contato pela primeira vez com o tarô de Marselha. Através da leitura de livros e da observação das cores, imagens etc, fui introjetando esses conceitos, pois na ocasião – início da década de 80 – não havia a profusão de cursos e informações que estão disponíveis hoje. Mais tarde, ao longo do estudo e da prática, desenvolvi um método de trabalho particular, que varia na utilização de diversos tarôs e também do baralho cigano, dependendo da minha intuição durante a questão proposta pelo cliente.
As casas astrológicas
Mandala das doze casas astrológicas
 
Em geral, começo com a mandala astrológica, sempre só com os arcanos maiores do tarô de Marselha. Em seguida, pego outro baralho completo, quase sempre o tarô Mitológico ou o Waite, embaralho e vou colocando aleatoriamente cartas sobre as casas, não necessariamente numa ordem específica. Costumo colocar duas, três ou mais cartas sobre cada casa da mandala e compreender essa junção exige a aplicação do conhecimento aliado à intuição. No entanto, conforme a pergunta, vou direto ao baralho cigano que, aliás, comecei a usar muito timidamente, até perceber seu imenso valor e a agilidade de suas respostas.
Naturalmente, para quem começa com toda a riqueza simbólica do tarô, o cigano pode parecer, à primeira vista, um tanto simples demais. Porém, ele prova ser um baralho muito rico e importante, tanto no  sentido oracular,  como também na ação
sobre o inconsciente. Afinal, todo oráculo é, em si, um instrumento de iluminação, tanto para o tarólogo ou cartomante, quanto para o cliente. Ao usá-lo, quase sempre abro sete cartas e então leio a história que essa sequência me conta.
Quando vou escolher um tarô para trabalhar, sempre observo o arcano do Diabo e do Eremita. O Diabo pelos aspectos densos que ele domina: a vida na matéria, o 'anjo caído'. E o Eremita, para mim, é fundamental, pois ele também é o portador da luz, assim como é simbolizado o Exu na Umbanda, que é o senhor do inconsciente e dos oráculos. Considero o Diabo, então, o portador da luz nos aspectos mais materiais e o Eremita no sentido mais espiritual. O arcano da Justiça também é de muita importância pois, além de pontuar o jogo, evoca a responsabilidade do tarólogo.
Valete de Ouros no Ancient Tarot   Cavaleiro de Ouros no Ancient Tarot   Rainha de Ouros no Ancient Tarot   Rei de Ouros no Ancient Tarot
As Figuras da Corte no naipe de Ouros (da esq. para a direita) Valete, Cavaleiro, Rainha e Rei
Ancient Tarot ou Classical Tarot (1823) reimpresso pela Scarabeo (2000)
Sobre as figuras da Corte do tarô, falarei sobre o naipe de Ouros, do elemento terra, o naipe de realizações de bens materiais, onde nós encontramos as concretizações. Desse modo, quando esse naipe aparece ligado à parte espiritual temos uma pessoa que necessita de rituais para concretizar a sua espiritualidade. Também pode representar busca de poder material através da religião ou, ainda, falta de fé e visão voltada aos aspectos materiais da vida. Quando Ouros aparece ligado à parte mental, indica alguém que tem um pensamento prático, que não divaga muito em filosofias e subjetividades. Já Ouros presente nas questões afetivas aponta para uma pessoa que tem 'amor' à matéria, necessita do toque físico, de apegos. Ela precisa 'ter'.
Começando pelo pajem que, na cartomancia ao menos, simboliza criança, o Pajem de Ouros representa o pré-adolescente ou o adolescente, em geral um filho. Também é a carta que fala de pesquisa, de investimento. É portador de notícias financeiras e pode ser indicador de pouco dinheiro. Esta carta também representa necessidade sexual, na dependência do assunto e de outros arcanos à volta.
O Cavaleiro de Ouros é a carta de realizações financeiras: lentas, mas certas. Indica confiança, inteligência, persistência. Tudo aquilo que esse Cavaleiro tem por objetivo, ele consegue. Esta carta traz boas mudanças materiais. Nas questões de tempo, costumo dar o prazo de 6 meses a 1 ano para a realização.
A Rainha de Ouros representa uma pessoa que dá valor ao corpo, vaidosa e sensual. Indica segurança, estabilidade e abundância material. Protege e conserva os seus bens. Uma pessoa generosa. Também pode indicar alguém que usa a sensualidade com objetivos financeiros.
Finalmente, o Rei de Ouros simboliza riqueza, sucesso, liderança, realizações. Representa um homem com dinheiro, geralmente fiel, muito prático, que não costuma ter problemas emocionais, pois aquilo que deseja, anseia ou precisa ele simplesmente compra. Por isso, atrai homens e mulheres oportunistas com interesse no seu dinheiro e poder.
setembro.12
Contato com o autor:
Sandra Ayana - atende com tarô e baralho cigano
www.ayanatarot.blogspot.com.br
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