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Figuras da corte do naipe de Paus |
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O presente texto resultou da apresentação feita por Luiza Papaleo na
Jornada com os Arcanos Menores, realizada no segundo semestre de 2010.
O trabalho de transcrição e de redação ficou a cargo de Ivana Mihanovich. |
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Sou diretora do Centro Cultural Esotérico, além de enfermeira de formação, há muitos anos. Portanto, sou uma pessoa que acredita na prática, na cura, na técnica e no cuidado com o outro e é essa minha visão de mundo que eu trago para o tarô. Para mim, ele existe para nos dar suporte, para que usemos suas dicas e informações de forma positiva, buscando nossas melhorias nas diversas áreas da vida. Por isso, quando estamos lendo para alguém, o tarô deve prestar-se a "levantar" a pessoa, a apontar de que formas ela pode resolver, melhorar ou lidar com determinadas questões. |
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Na verdade, acho que a pessoa já sabe as informações que o tarô mostra e que o tarólogo vai apenas alertá-la ou ajudá-la a reconhecer seu momento. Por esse motivo, para mim o tarô não tem nada de esotérico ou místico, é mais uma questão de técnica sedimentada nos conceitos de cada arcano e na aplicação da prática. |
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A energia de Paus:
fogo e ação |
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Tarô de Marselha
restaurado por Kris Hadar |
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Vejo a história do Louco como um vídeo game, onde temos que ir aprendendo a passar as etapas e assim ir evoluindo até chegar ao Mundo. Valorizo muito os Arcanos Menores, pois entendo que, se os Maiores são o caminho ou a rota indicada, os Menores são os sinais, os alertas, exatamente como numa estrada. Outra analogia que faço e que explica bem minha visão nesse sentido, é com a sintonia fina do rádio: os Menores são como aquele ajuste sutil que damos no botão do rádio, para que a transmissão fique mais clara. |
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Basicamente, os naipes estão associados aos elementos, sendo que Ouros está ligado à Terra, abrangendo os valores materiais, pessoais, as finanças e de que forma a pessoa lida com essas questões mais concretas. Espadas está ligado ao Ar, o que abarca o intelecto, os grandes desafios, o que projetamos a nosso próprio respeito, as lutas, a capacidade de comunicação e, muitas vezes, os cortes que precisamos enfrentar. Copas está ligado à Água, envolvendo as questões emocionais, os sentimentos, a empatia, a receptividade e também o risco de confundir-se com o outro, como a água pode tomar a forma do recipiente em que estiver. Finalmente, Paus representa o fogo e está ligado à motivação, à vontade, ao entusiasmo, à abertura de frentes e também ao risco da dispersão de energia, se ela estiver exacerbada. |
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De maneira geral, todas as figuras de Corte de Paus são movidas a desafios e são líderes natos, capazes de motivar os outros através de ideias. Cada uma delas, por sua vez, também está relacionada aos elementos: o Pajem ou Valete está associado à Terra e aponta os aprendizes, os iniciantes; os Cavaleiros estão associados ao Fogo, são os desbravadores; as Rainhas estão associadas à Água e tratam do acolhimento, do emocional, da intuição; e os Reis estão associados ao Ar, indicando a capacidade de estratégia e o amadurecimento intelectual. |
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Assim, os Pajens ou Valetes de Paus, são a Terra do Fogo, significando pessoas entusiasmadas, mas ainda iniciantes, onde a possibilidade de chegar ao objetivo já existe, mas ainda de forma latente, como uma potencialidade. São as pessoas jovens, em início de carreira, por exemplo, ou então as pessoas de qualquer idade, mas que estão iniciando alguma atividade ou profissão novas, que elas ainda não conhecem bem. O Pajem ou Valete de Paus, na base, indica a necessidade da pessoa pesquisar mais, aprender mais a respeito desse novo caminho, mas também indica que o potencial de sucesso está presente. |
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O Valete ou Pajem, o Cavaleiro, a Rainha e o Rei de Paus |
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Imagens do Tarô de Marselha restaurado por Kris Hadar |
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Os Cavaleiros de Paus são o Fogo do Fogo, indicando, portanto, alguém que tem uma tremenda vontade e uma capacidade de luta imensa. O único risco está na dispersão de tanta energia, alertando para que a pessoa tenha mais foco, isto é, para direcionar de forma bem enraizada toda essa iniciativa e energia, caso contrário pode desistir diante do primeiro obstáculo, ou entrar num círculo de ansiedade, agitação e, não raro, de frustração. |
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As Rainhas de Paus são a Água do Fogo, ou seja: tem muita energia, uma grande capacidade de mando e de liderança, são motivadoras naturais, sempre movidas pelo emocional e pelas paixões diárias, em especial pelo trabalho. Na verdade, dependendo da leitura, pode haver a indicação daquelas pessoas que casam-se com o trabalho, o que as torna alguém que exige que seus colaboradores ou colegas também sejam tão envolvidos na causa ou objetivo que almejam. São representadas pelas grandes executivas ou pelas empreendedoras de modo geral, mesmo que em negócios modestos ou até familiares. |
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Finalmente, os Reis de Paus são o Ar do Fogo, revelados nos grandes estrategistas, líderes criativos e políticos. São pessoas com enorme eloquência e poder de convencimento, apreciadores de grandes desafios e que, uma vez que se vejam envolvidos numa "boa briga", só saem dela quando vitoriosos. O Rei de Paus é um líder nato, com maturidade intelectual e que, portanto, lidera através de seu conhecimento.
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É importante lembrar que, em qualquer leitura, quando há a presença de muitas figuras de Corte, temos que verificar se são representativas da própria pessoa ou se referem-se a pessoas reais de suas relações mais próximas ou cotidianas. Especificamente quando há a presença de muitas figuras de Paus, é importante checar bem as questões de trabalho, do comprometimento ou não da pessoa com a sua própria profissão ou carreira, passando pelo ambiente de trabalho e verificando como processam, naquele momento, as relações profissionais. |
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maio.12 |
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