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A qualidade dos baralhos e seus cuidados |
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Algumas pessoas chegam até mim e perguntam sobre a melhor editora e a qualidade dos decks publicados. |
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Devido à tecnologia atual, praticamente todas editoras melhoraram a resistência e durabilidade de seus baralhos, com a exceção (infelizmente) dos países de terceiro mundo que ainda deixam a desejar (devo citar o Brasil aqui?!). |
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Basicamente, há quatro grandes editoras responsáveis pela edição e publicação de tarôs no mundo: |
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1. US Games Inc (americana)
2. Fournier (espanhola)
3. AG Müller (belgo suíça)
4. Lo Scarabeo (italiana) |
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Vejamos alguns aspectos que devem ser levados em consideração para justificar a qualidade dos tarôs. |
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O papel |
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A maior parte das editoras trabalha com folhas duplas. São duas chapas de papel sobrepostas e prensadas. Isso evita que as cartas se dobrem facilmente, além de evitar que se rasguem. Alguns baralhos de plástico, é claro, não se valem de tal técnica. Raramente você encontrará cartas de editoras estrangeiras em folha única. |
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Nesse ponto, apenas as edições bem antigas. Para você identificar a dupla camada, pegue uma carta ou lâmina do seu baralho importado e veja suas laterais: há uma pequena linha que separa as duas folhas. |
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Outra coisa: normalmente o papel é tratado para receber a impressão. A preocupação dos fabricantes é que o papel seja resistente o suficiente contra umidade das mãos e do tempo. Além disso, que não seja duro como o papelão, para não atrapalhar na hora de embaralhar as cartas. E que não seja tão pesado ao segurar todo baralho. |
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Poucas pessoas sabem, mas são impressas 20 cartas em cada folha para corte na guilhotina industrial. Como o tarô se compõe de 78 arcanos, todas editoras usam as 2 cartas extras para colocar o nome da empresa, logomarca, nome do baralho, propaganda, ou símbolos pertinentes. Eles aproveitam, portanto, as 80 cartas que são recortadas das 4 folhas impressas. |
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O tratamento |
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Há três tipos de tratamentos dados ao papel depois que as cartas foram impressas: |
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a) plastificação,
b) enceramento e
c) resinação. |
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O primeiro tipo de tratamento, a plastificação, considero o pior. Quem já não usou baralhos que com o tempo descascam e ficam soltando "farpinhas" de plástico? Isso ocorre devido à ação física do calor das mãos + umidade + fricção. Evite, portanto, decks plastificados por melhor que seja a tecnologia. |
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Você reconhece um deck plastificado à distância: eles brilham e são atraentes à primeira vista. Mas, com o tempo tornam-se foscos e descamam, abrindo bolhinhas nas cartas. Isso sem falar nas bolinhas de sujeira que elas acumulam. Tenho um Rider que ficou imundo por causa disso, mesmo lavando as mãos (mas, o cliente nem sempre tem o mesmo cuidado). |
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Recomendo evitar as cartas plastificadas. A US Games tinha o péssimo hábito de plastificar. Acho que depois de muitas reclamações, mudaram o tratamento. |
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Infelizmente, estimo que 30% dos decks ainda são plastificados. |
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O enceramento, é um pouco melhor. Não tem o brilho da plastificação, as lâminas deslizam bem entre elas, mas basta que mude o tempo e essas lâminas parecem grudar. Absorvem a umidade do ar com facilidade. Se você não tiver cuidado com esse tipo de baralho, as cartas abrem pontas. Isso ocorre porque mesmo |
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depois das folhas duplas serem prensadas, o enceramento produz um choque de temperatura que fragiliza a integridade do papel. Algumas cartas podem abrir pontas com facilidade, basta embaralhar com mais força, empurrando as cartas para entrarem no maço. A maioria das editoras usa essa tecnologia, sendo que a Fournier se supera. |
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Já a resinação... que maravilha! Quem tem o Oráculo Bellini saberá o que estou falando! Enrijece e protege o papel, desliza que é uma maravilha e você pode ainda limpar as cartas com um algodão ou pano macio levemente úmido! Pouquíssimos baralhos são feitos com tal tecnologia, os mais caros provavelmente. A resinação é como um invólucro em torno do papel, protegendo-o do tempo e descuidos do usuário. Todos decks deveriam ser assim. |
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Impressão e caixas |
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Praticamente todas editoras se superam. Por vezes deixam a desejar, como é o caso da US Games. Alguns baralhos parecem vir desbotados ou com as cores meio fora da figura, mas isso ocorre com as edições mais antigas. A impressão deve ser viva e definida de forma a destacar todos detalhes das figuras. |
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90% dos baralhos possuem caixas de papel. Somente os mais caros é que se dão ao capricho de colocar |
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em saquinhos, caixas de madeira ou forradas com veludo. Um exemplo é o deck de Salvador Dali: é um luxo só. Vem em caixa aveludada, muito bonita. |
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O Tarot of Dreams vem dentro de uma grande caixa, além de um saquinho preto protegendo-o (também um luxo). O Alchemical Tarot, segundo consta, vem em caixa de madeira (não vi ainda). As caixas devem ser atraentes em sua maioria. |
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Alguns baralhos recebem tratamentos especiais como folhas de ouro, como ocorre no Nefertari Tarot, edição de luxo Visconti Sforza e Russian St. Petersburg. |
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Cuidados com o seu baralho |
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Se você tem ciúmes (como eu) dos seus baralhos, darei algumas sugestões para que eles durem mais. De acordo com as indicações dadas acima, quanto mais frágil o baralho, maior a necessidade de cuidados: |
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1º. lave sempre as mãos antes de manuseá-lo e, se possível for, peça para o consulente fazer o mesmo; |
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2º. seque sempre bem as mãos antes de manuseá-lo; |
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3º. se trabalha diariamente com tarô, prefira usar um baralho mais modesto do que um caro; |
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4º. se valha de um tecido macio (seda, algodão, veludo, etc.) para usar como fundo na sua mesa de trabalho; |
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5º. evite colocar por perto incensos (por causa da cinzas), velas (por causa da cera), ou outros produtos que possam cair e macular seu baralho; |
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6º. ao embaralhar, faça suavemente. Tem gente que pega as cartas e as utiliza como estivesse jogando num cassino, outros enfiam com força as cartas no maço empurrando-as para entrar, outros parecem martelar as cartas no maço. Lembre-se: "o baralho é como um passarinho - se você deixa solto demais, ele voa; se aperta demais, ele sufoca". Com paciência é possível embaralhar sem castigar as cartas; |
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7º. não molhe e nem use produtos abrasivos nas cartas (álcool por exemplo), no máximo um pano levemente úmido; |
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8º. não plastifique seu baralho de forma alguma - o risco de estragá-lo é alto; |
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9º. mantenha-o sempre dentro de uma caixinha, de preferência larga e cômoda; |
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10º. se cair uma lâmina ou o baralho no chão, pegue-o com cuidado, pois há pessoas que amassam ao tirar as cartas do chão fazendo quase um "U" com elas, quando não arrastando-as no piso (argh!) para firmá-las e pegá-las. |
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São algumas dicas para fazer bom uso de seu baralho e escolher o melhor para você. Lembre-se que ele é seu instrumento de trabalho e que um deck não é baratinho! |
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nov.07 |
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