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18 de dezembro de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Cuidados com o baralho
Jaime E. Cannes
 
Não faltam, com certeza, dicas na internet e, nas livrarias, textos e livros que ensinem a como consagrar baralhos e sobre certos cuidados que se deve ter com eles. Bem, como eu não tinha nada escrito sobre isso decidi dar a minha contribuição. Como típico virginiano que sou, considero o cuidado mais importante o que trata da higienização do baralho. Uma vez a cada seis meses ou um ano, dependendo da rotatividade de clientes e da frequência do manuseio das cartas, eu recomendo que se limpe uma por uma com um pano higienizador, desses usados para tirar o pó cheios de furinhos, umedecido com água mineral com gás. Ajuda muito a acumular menos pó se você pedir ao seu cliente que lave as mãos antes da consulta. A água, além de um ótimo solvente de limpeza, é um purificador energético natural. Mandar o cliente lavar as mãos serve para as duas coisas, por isso faça disso um hábito!
Caixa de madeira para guardar os baralhos
 
O segundo ponto a se observar são as condições do baralho. Com o tempo e o uso frequente, as cartas costumam levantar pontas, formando “orelhas” onde os clientes as puxam durante a leitura. A aparência fica horrível! Isso quando não se usa um baralho grande como o Thoth e as cartas ficam na forma da letra “C”, fazendo com que ao serem deitadas com os arcanos para baixo fiquem de pé, como um gato ouriçado, e ao serem viradas com as imagens para cima, formem aquela letra do alfabeto. Fica difícil de deslizar na mesa e não pense que o cliente não nota.
Muitos comentam comigo que o baralho desse e daquele tarólogo
parece um “pano de chão”, todo sujo ou amassado. E geralmente comentem isso depois de elogiar ou simplesmente reparar no bom estado do meu baralho que já tem quase uma década de uso.
Costumo fazer uma comparação com os músicos: por mais malucos que possam parecer seus estilos musicais, eles sempre trazem seus instrumentos devidamente embalados em sacos aveludados, além de polidos e bem afinados. Afinal, não é só seu ganha pão. O tarô inclui a ancestral habilidade de interpretarmos os símbolos da alma e, por isso, pede cuidados e respeito. Assim:
Sobre Higiene e Cuidados
- Reforço a dica para que você lave as mãos antes do atendimento e recomende o mesmo a seus clientes.
- Guarde as cartas numa caixa de madeira, ou num armário fechado envoltas em um pano de fibras naturais. A luz solar, e mesmo a artificial, danifica a coloração das imagens dos arcanos.
- Caso seu baralho tenha criado orelhas por causa do manuseio, ou envergado, lembre-se de que o papel se conforma. Use sobre o maço de cartas um peso, como livros grandes de capa dura ou outras superfícies pesadas e retas, por uma tarde ou um dia todo na semana. Com o tempo a forma côncava ou as orelhas viram leves ondulações, quase imperceptíveis, que conferem até um charme todo especial ao baralho quando este é deslizado sobre a mesa.
- Não use incenso a base de carvão para limpar energeticamente suas cartas, com o tempo a fuligem do carvão vai deixando o baralho imundo, todo preto e chamuscado. Fica um troço nojento! Use os incensos que possuam masala, uma mistura de ervas e resinas que com o tempo deixa o papel amarelado como as páginas de um livro antigo! Além de lindo fica muito perfumado!
- Evite também a mistura de água e sal, seu uso frequente mancha ou apaga as imagens, e faz descolar o plástico protetor nos baralhos que os possuem como o Voyager e o Mitológico. A umidade nunca deve ser excessiva nem usada amiúde, mesmo na receita que ensinei no início. O papel sofre muito com a ação da água.
- Já ouvi uma variação enorme sobre rituais de consagração, há os que enterram as cartas, que as lavam no mar, ou as põe em repouso na beira da praia. Isso deixa as cartas, além de sujas e debilitadas, totalmente impregnadas de micro-organismos que vivem no meio ambiente. Ou seja, um criadouro de bactérias! Use cristais, velas, símbolos sagrados, símbolos radiestésicos, mantras, preces... Lembre-se de que não é só você que irá manusear esse baralho!
Sobre Alguns Baralhos

Aqui está a dica de alguns conjuntos de cartas lindos e muito conhecidos, e os potenciais problemas que podem se manifestar com o uso contínuo. Todos estes problemas podem ser evitados com os cuidados sugeridos anteriormente. Isso, aliado à ótima qualidade do material desses baralhos, pode fazer com que durem muito, mas muito tempo mesmo, antes de apresentarem estes defeitos.

O baralho Thoth e o Osho Zen tarot são lindos, ambos possuem um papel resistente e de excelente qualidade que não suja facilmente (e fácil de limpar quando isso ocorre) e segura bem a cor, mas os dois tendem a criar orelhas ou a envergar com o tempo. Principalmente se quem usar o baralho Thoth grande tiver mãos pequenas.
O Nove de Copas noThoth Tarot
Toth Tarot
Nove de Copas
 
Três de Ouros no Motherpeace Tarot
Motherpeace Tarot
Três de Ouros
 
O Eremita no Old Path Tarot
Old Path Tarot
O Eremita
Já o Rider-Waite e o Old Path tarot não envergam nem criam orelhas, mas em compensação sujam como nenhum outro! O Rider então chega a formar uma crosta de sujeira nas bordas das cartas que deixa suas laterais enegrecidas. E, ao serem lavadas, são as que mais esmaecem as imagens. Com as versões Albano e Universal Waite ocorre o mesmo, com a desvantagem de que o Universal deforma muito com o tempo.
Motherpeace tarot não acumula tanta sujeira e não tem como levantar pontas, pois é redondo. Creio que isso, mais o fato de possuir um papel muito flexível, faz com que ele também não envergue. Por outro lado é o baralho em que as imagens mais descascam naturalmente com o uso.
Por fim o tarot Voyager e o Mitológico não envergam e não sujam rapidamente por terem suas imagens protegidas por uma película plástica. E exatamente esse pode ser o problema: com o tempo o plástico se solta nas bordas e acaba criando uma simetria estranha nas cartas quando reunidas em um monte, sem falar que a aparência não fica nada boa.
A Sacerdotisa no Voyager Tarot
Voyager Tarot
A Sacerdotisa
 
Juno no 1JJ Swiss Tarot
1JJ Swiss Tarot
Juno
 
O Magho no Universal Wirth Tarot
Oswald Wirth Tarot
O Mágico
Os melhores baralhos que conheci até hoje em termos de conservação são da família dos clássicos, como o de Marselha. São eles o 1 JJ Swiss e o Oswald Wirth tarot. Não pegam poeira (na verdade minimamente, se seguir a recomendação de lavar as mãos antes da leitura), não entortam, nem possuem nenhuma película que possa se desprender deles com o uso contínuo. Como são baralhos do padrão antigo, poucas pessoas se identificam com eles. O que é uma pena!
Os baralhos, assim como nós, envelhecem. Não há como evitar que fiquem amarelados ou que suas imagens descasquem, isso é natural.  A própria fricção causada pelo ato de embaralhar, mais a umidade natural do ambiente, causa isso. Porém, assim como nós, eles podem e devem envelhecer com dignidade!
Contato com o autor:
Jaime E. Cannes, professor e consultor de tarô desde 1988,
é astrólogo, numerólogo, mestre e terapeuta Reiki.
www.jaimeecannes.com e www.tarotzenreiki.blogspot.com
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Edição: ckr – agosto.13
Revisão: Ivana Mihanovich
  Baralho Cigano
  Tarô Egípcio
  Quatro pilares
  Orientação
  O Momento
  I Ching
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