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Um povo que reflete seu Governo |
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Em setembro de 2015, com a chegada da primavera, o Clube do Tarô apresentou a proposta para análise do cenário brasileiro através das cartas. Nesse período a simbologia remetia a um imediatismo inconseqüente, título do meu texto inclusive, que mostrava como solução a mudança e a reciclagem para se evitar que a estagnação do momento durasse tempo o suficiente a ponto de bloquear qualquer passo futuro. |
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Estávamos, então, à beira de uma crise profunda que já se anunciava em meados de 2015 e naturalmente adentrou 2016 sem qualquer timidez. O Pendurado indicava estagnação, idéias obsoletas, utopia sem praticidade, reforçado por um 8 de Copas que denotava certo abandono e dissolução. Esse tema deu o tom e as demais cartas – Carro e Roda da Fortuna – demarcavam o que não deveria ser feito e por onde seguir. Longe de querer me tornar a voz da razão, mas lembrando que aconselhamento oracular costuma ser um santo remédio para as doenças do erro e da indecisão, a grande pena foi termos visto as situações alertadas acontecendo sem qualquer sinal de reação realista por parte dos governantes. |
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Chegamos, então, ao momento atual que dispensa explicações ou detalhamentos. O país está saindo de seu primeiro trimestre do ano com dias turbulentos, torpor generalizado, insegurança e desconfiança pontuando a sociedade brasileira. Cisões, conflitos e irritabilidade são apenas o reflexo do medo de algo que já ocorreu, a crise. Sendo a favor ou contra partidos políticos, o fato é que o país enfrenta as conseqüências de um Pendurado que já se anunciava estagnado há 6 meses atrás. Seguindo a mesma linha de jogo e de análise, o novo cenário (mas não tão novo assim) se apresenta com as seguintes cartas: |
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Casa 1 - Tema: Enamorados + Às de Copas
Casa 2 - Obstáculo: Justiça + 7 de Paus |
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Casa 3 - Solução: Lua + 2 de Espadas |
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Cartas do Morgan Greer Tarot |
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Como escrito anteriormente, o cenário não é novidade, por isso tende a se manter turbulento. Na casa-tema, os Enamorados associados ao Às de Copas indicam abundância de hesitação e insegurança. À primeira vista, tecnicamente, se trata de indecisão de sobra. Pensando um pouco mais além e adaptando as cartas à realidade, é possível notar que a hesitação dos governantes gera uma cisão entre o povo que poderá sustentar o receio por tempo suficiente. O medo de assumirem um único caminho faz com que não definam conduta única, deixando a ética em segundo lugar e priorizando o despreparo em tentar não pagar por escolhas anteriores. Enamorados pede maturidade e preparo para lidar com as conseqüências dos próprios atos, do contrário, não supera a indecisão e a bifurcação se manterá. |
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A Justiça como obstáculo deixa claro que a falta de veracidade nas atitudes e a irracionalidade não ajudarão nas resoluções necessárias. Não basta saber decidir, é preciso que haja verdade e razão nas atitudes. Pode haver obstrução de justiça ou caminhos truncados na busca por esclarecimentos e avaliações. Indo um pouco mais além, essa carta alerta para a tendência intolerante que pode surgir no trato entre pessoas que definem o futuro do país, consequentemente, intolerância entre a própria população. O 7 de Paus nesse caso tira a força de luta e de disponibilidade, uma vez que está em casa de obstáculo, agregando à intolerância da Justiça a pouca capacidade em ser resiliente e superar os problemas. Dessa forma, a casa de obstáculo esclarece que os problemas mais latentes nessa fase estão ligados à indefinição, irracionalidade, inverdades ditas ou executadas além da já mencionada intolerância. |
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Como saída e solução as cartas da Lua associada ao 2 de Espadas anunciam conclusões rígidas e extremas. Em situações onde não se arca com as conseqüências de maneira clara e justa, nada mais natural do que chegar a um ponto onde a própria situação se torne extrema e não permita acordos. |
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Por isso, a Lua simboliza a nebulosidade e pouca fluidez, que serão encaminhadas em posicionamentos inflexíveis, opostos, controversos sugeridos no 2 de Espadas. A solução não é, nem de longe, algo que permitirá entendimentos justamente porque não há pré disposição para se fazer acordos, meios termos e/ou negociações. Levar as decisões ou os fatos ao extremo resultará em perdas, confrontos e inflexibilidade. |
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Não há solução milagrosa mediante um cenário de indecisão e despreparo. Ninguém está pronto para lidar com uma crise, ainda que se esteja consciente dela, muito menos determinado a assumir erros ou enfrentar fracasso público. Mediante sentenças irreversíveis são poucos os que se mantém íntegros e sábios. Esse jogo apenas atesta o que chega a ser nítido a todos os brasileiros nesse momento atual: os caminhos indefinidos cindiram uma população já cansada e sofrida, ampliaram a intolerância. Ainda que se tente ocultar as verdades, pode ser tarde demais para apaziguar os ânimos com medidas cautelosas. A solução é inflexível e radical, uma via de mão única, onde não há como todos saírem ganhando. Normalmente a maturidade surge nesse ponto, onde se percebe que o ganho não é possível em qualquer caminho, então o fortalecimento poderá vir a brotar da perda. |
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Resta desejar aos brasileiros a sabedoria necessária para que a união seja mais forte que a defesa ideológica. |
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Um abraço a todos. |
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