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21 de novembro de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Lendo imagens como textos
Para uma práxis efetiva da Cartomancia
Emanuel J Santos
 
 
Resumo
A Cartomancia é um estudo alegórico, simbólico e metafórico cujo único limite é a capacidade de interconexão de dados do praticante. Cada carta possui um significado específico que a difere das demais que estão no mesmo baralho, ainda que, quando combinadas, possam mesclar e até mesmo alterar suas significações em função do contexto total.
Possuímos atualmente uma bibliografia razoavelmente extensa sobre significações e combinações, mas, paradoxalmente, percebe-se que os textos produzidos para auxiliar na compreensão das imagens as estão suplantando. O objetivo dessa comunicação é apresentar características óbvias das cartas e a possibilidade de, a partir delas, construir novos significados para as mesmas cartas, tendo em vista a imagem e não a significação como prioridade.
Este foi o tema apresentado na III Confraria Brasileira de Tarot, em 2013. Meus sinceros agradecimentos aos organizadores Pietra di Chiaro Luna e Edu Scarfon. É sempre um prazer pensar sobre aquilo que é parte de nossas vidas por escolha e destino. Muito obrigado, mesmo.
 
Introdução
Enquanto eu lapidava o que queria falar com vocês, um quadro fixou-se na minha mente como tema – um daqueles momentos em que temos um enigma imagético e o texto é a forma de resolvê-lo. O quadro em questão é Impression: soleil levant, (Impressão: Sol nascente), a mais célebre e importante obra do impressionista Claude Monet. É um óleo sobre tela, datado de 1872 (mas provavelmente realizado em 1873), que captura o momento em que o sol atravessa o nevoeiro da manhã na baía de Le Havre, na Normandia, com uma cerrada névoa sobre o estaleiro, os barcos e as chaminés ao fundo.
Impression, soleil levant - pintura de Claude Monet,1872
"Impression, soleil levant", pintura de Claude Monet,1872
www.pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Claude_Monet,_Impression,_soleil_levant,_1872.jpg
A imagem proporciona ao observador a sensação de quase sentir a umidade do ar e o calor crescente do sol, que se ergue no horizonte. Pela captação da impressão efêmera da cena, a tela foi considerada revolucionária para a época. A composição foi perfeitamente organizada por Monet, com a linha de barcos e o porto chamando a atenção para a esquerda enquanto o sol e seu reflexo atraem o olhar do espectador, de maneira a garantir o equilíbrio. Um olhar mais atento pode revelar como a mudança da luz sobre as águas consegue criar uma ideia de perspectiva. E tudo isso a partir de uma técnica nova: usar tintas puras, em nuances mais claras para a luz e mais escuras para as sombras. Se hoje nós temos impressoras conectadas aos nossos computadores, algo do Impressionismo (aproveitado por Seurat no pontilhismo) tem seu mérito aqui implícito.
A partir desta tela nasceu o movimento impressionista. Foi exposta pela primeira vez no antigo estúdio do fotógrafo Nadar, a 15 de Abril de 1874, em uma fracassada exposição, abatida pela crítica, que troçou, inclusive, do próprio nome do quadro. Na exposição constavam igualmente obras de Boudin, Sisley, Degas e Renoir.
Ainda que um desastre, a exposição converteu alguns dos espectadores mais liberais a esta nova tendência, que viria, mais tarde, a resultar na Arte Moderna (e criar um sério problema epistemológico para os críticos de arte). Esta pintura rompeu com todos os padrões tidos até à altura e com as barreiras realistas que ainda sobressaiam. Como tal, a pintura marcou uma profunda revolução social, embora demorada. Uma longa duração necessária, como se pode ver, para que o novo se acomodasse confortavelmente em seu lugar de direito.
O quadro encontra-se hoje exposto no Museu Marmottan, em Paris.
Impressão. Técnica. Questionamento sobre a forma. Testes – vários. Temos diante de nós o resultado final, divisor de águas na história da arte e da crítica da arte. Mas apenas supomos o processo criativo do autor, a partir das questões que somos capazes de formular. E é com esse espírito crítico que espero discutir com vocês sobre a literatura cartomântica. Ainda que a ferramenta seja um conjunto de imagens, veem-se manuais de “como fazer” pululando em estantes e blogs. Mas quais estarão corretos? E quais são os pré-requisitos para que estejam corretos? E o que dizer daqueles que não estão corretos?
Pintura de Katharina Dupont
A Imperatriz por Katharina Dupont
Foto de Carlos Karan
www.katharinadupont.blogspot.com.br
 
Não nos preocupemos com os compêndios, por ora. Leiamos os livretinhos. As mesmas informações, os mesmos conceitos, em baralhos cujas imagens são tão diferentes entre si que parecem duas categorias de baralhos diferentes (e, não raro, são).
Adiciono aqui uma experiência muito legal que aprendi com a Sarah Helena e com a Katharina Dupont: desenhe seus baralhos. Tente elaborar imagens que traduzam as sensações e visões que você tem com as cartas. Imprima cartas em preto e branco e use lápis de cor, aquarela ou guache para colorir. Você irá a espaços que não havia explorado ainda conscientemente da imagem, e sua percepção se ampliará, com certeza. É incrível como a visão se expande quando você vê a cor tocar o papel, parte a parte, não o todo pronto. Você entenderá perfeitamente o que eu quero dizer aqui.
Isso me leva a questionar gravemente o valor do texto. Tarô é imagem, e antes disso, uma obra de arte em imagens. Os textos deveriam ser secundários, mas não o são – tem se tornado cada vez mais imperativo conhecer livros que permitam uma leitura segura. E desde quando a segurança prescinde a experiência?
Aqui, tomo leitura em duas acepções diferentes. A primeira, os textos “fáceis e didáticos” de Tarô em “x” lições ou mesmo aqueles que prometem que você será um leitor “exímio” pós leitura. A segunda, a própria leitura das cartas, que nunca é fácil. Estamos lidando com a suave tessitura dos sonhos e planos do consulente. Não é simples. E nunca é fácil. O desafio está ali desde a primeira leitura até o dia de nossa morte ou desistência das cartas.
Existe uma homogeneização da informação a partir de fontes específicas.
Tarô é tarô. Pincel é pincel.
Tarô é Tarô, tal como afirma Nei Naiff em seu Curso Completo de Tarô. Essa frase, que encerra a dubialidade entre os estudos paralelos à prática cartomântica – não é necessário conhecer Cabala, Numerologia, Astrologia e ciências análogas para praticar a Tarologia – cria um problema muito maior: a ideia de que qualquer baralho é passível de ser utilizado para a cartomancia e, pior, que o cartomante pode se valer de qualquer baralho, desde que goste dele e conheça os conceitos pertinentes a cada carta. Porque, dentro da construção semântica proposta, não se sabe se falamos do instrumento, da teoria ou da prática – todas elas apontadas como Tarô – que, enquanto ferramenta, engloba uma série de diálogos com outras disciplinas afins e complementares sem, no entanto, ser maculado por elas.
Na verdade, é sim necessário conhecer outras áreas. Mesmo que seja só para jogar os seus livros de disciplinas complementares pela janela depois, ainda assim é necessário. Comentarei sobre isso adiante.
Para me fazer entender nesse ponto, lançarei mão de uma metáfora simples. Se Tarô é Tarô, então qualquer coisa é qualquer coisa, certo? Vamos partir de algo como um pincel. Na equação Tarô é Tarô, logo pincel é pincel, eu sei que um pincel é um pincel, ainda que eu não saiba de que Tarô estou falando (da prática, da teoria ou do instrumento).
Sim, um pincel é um pincel. Consigo reconhecer facilmente um pincel, oras – um cabo com pelos na ponta. Mas nem todo pincel serve para qualquer trabalho. Quanto mais conhecemos a especificidade dos pinceis, melhor aproveitamos suas características. Tenho certeza que a minha namorada teria um colapso nervoso se eu usasse os pinceis de maquiagem dela para fazer aquarelas.
Então vamos analisar os dados que temos para encontrar o X da questão.
Da mesma forma, um pintor é capaz de usar um pincel medíocre para terminar uma obra, na falta de material especializado. A sua prática, a sua técnica, suplantam a natureza do instrumento. Mas pode ter certeza que ele vai usar o pincel amaldiçoando o fato de lojas de pintura não funcionarem aos fins de semana.
Vejam que curioso: segundo o Dicionário Aurélio online, a definição de pincel é a seguinte:
 
s.m. Instrumento formado por um tufo de pêlos preso à extremidade de um cabo, que serve para pintar, espalhar cola etc. / Fig. Maneira de pintar: pincel audacioso. / O próprio pintor: excelente pincel
O instrumento. A reflexão sobre a forma, a teoria. A prática. Os mesmos três pontos que apontei anteriormente como definidores da abrangência da palavra Tarô. Makhtub.
Eu tenho percebido, na prática, que os baralhos possuem sotaques. Todos eles, sem exceção, falarão daquilo que o consultante/consulente precisa saber ou ouvir. Porque não é a ferramenta quem diz – é o operador. Mas não falarão da mesma forma, mesmo que se retirem as mesmas cartas.  As cartas tocarão o operador de maneiras diferentes.
Eu atuo profissionalmente como professor e oraculista com o Tarô e o Petit Lenormand. Mas, na minha prática pessoal, uso diversos Sibillas e outros baralhos temáticos, experimentando outras formas de Ver aquilo que está no meu caminho. A complementaridade entre o que Vi nos baralhos que tenho maior familiaridade e naqueles que estou experimentando é fantástica, e é a ela que chamo sotaque. Inclusive, entre Tarôs diferentes e diferentes Lenormand isso fica mais evidente, por incrível que possa parecer.
Diversos baralhos Sibillas
Sibillas
Dessa forma, cabe ao operador escolher o melhor baralho para si. O que, definitivamente, não é consenso, mas possui aplicações práticas facilmente mensuráveis – relativas à própria formação do cartomante como do material que tem acessível para o seu estudo, baseado em seus interesses pessoais.
O exemplo de Marcelo Bueno é claro, nesse sentido – tanto no processo de ensino-aprendizagem do Tarô como da prática propriamente dita. Ele comenta em seu blog:
 
(...) é diferente você dar aula baseado no Marseille ou dar aula baseado no Crowley, por exemplo. A abordagem é outra porque os símbolos são outros (correlatos, mas diferentes) e, por vezes, o próprio sentido da carta é alterado.
Já joguei com um cara que usava dois maços de Arcanos Maiores, mas não anunciava isso. Ele não era melhor porque jogava assim. Dizia que com 2 baralhos – e ele não trabalhava com Menores – tinha mais agilidade, pois diminuía o número de vezes que recolhia as cartas para embaralhar e jogar de novo.
Entendo bem isso: em feiras os atendimentos precisam ser rápidos e uso as 78 lâminas misturadas (escola americana) para contar com um número maior de cartas na mesa para a construção de um enredo – pode não parecer, mas recolher, embaralhar e redistribuir as cartas toma um tempo precioso quando cada minuto conta.
Mas trabalhar simultaneamente com 2 ou 3 baralhos diferentes não torna um jogo mais profundo e/ou mais revelador, acredite.
Já experimentei, inclusive, combinar o Tarot com outros oráculos, como o Baralho Lenormand e as Runas – em um tempo que possuía mais habilidade para interpretá-las – e o que posso compartilhar é que as mensagens são reforçadas por fontes diferentes – em outras palavras, dizem a mesma coisa.
www.zephyrus.blog.br/zblog/tarot/qual-o-tarot-que-voce-usa
Concordo plenamente com o Marcelo, tentei a mesma coisa. E hoje uso apenas um baralho por vez, justamente porque sei que o número de baralhos só garante repetição das mesmas mensagens. Na dúvida, adquira vários. Dentro das suas possibilidades e interesses, lógico. Particularmente, duas pessoas me suprem em todas as minhas necessidades: Socorro Van Aerts e Priscilla Lhacer. Recomendo ambas como quem coloca as duas mãos no fogo – certeza que encontrarão o melhor baralho para você, com toda a paciência, carinho e atenção que você, leitor, merece. Mas não perca de vista que não é a quantidade de livros lidos e baralhos adquiridos que fará de você um bom cartomante, mas única e exclusivamente a prática que você tiver com os seus instrumentos. É disso que estamos falando, inclusive.
Ou seja, escolha o seu pincel criteriosamente, mas não perca de vista que quem pinta de fato é a sua mão (independentemente do que digam que é certo ou errado). E, se você sabe pintar, não importa o pincel que utilize você vai pintar. Contudo, sempre escolherá os melhores pincéis para você. E se não escolher os melhores, ao menos escolherá conscientemente.
Em bom português: a mão que porta o baralho é sempre soberana.
Wysiwig: o que você vê é o que você capta
Marcelo Bueno, a quem agradeço enormemente pelas considerações postadas em seu blog Zephyrus. assim define o panorama:
 
Nos últimos 20 anos – tempo em que me dedico ao estudo do Tarot – percebo claramente muitas distorções provocadas, principalmente, pelo desinteresse das pessoas em se aprofundar no significado das cartas e o que elas têm, verdadeiramente, para oferecer. Algumas leituras são construídas como uma colcha de retalhos de palavras-chaves ou frases viciadas nem sempre compatíveis com a estrutura do jogo escolhido ou com as circunstâncias em pauta, pois se convencionou, por exemplo, que um 4 de Copas é tédio, um 7 de Espadas é furto, um Enamorado é afeto, uma Temperança fala de atrasos e isso, assombrosamente, satisfaz um número considerável de intérpretes que privam seus consulentes de um percepção mais ampla a respeito de si mesmos e do mundo que os cerca.
www.zephyrus.blog.br/zblog/tarot/por-um-tarot-sem-rotulos
É algo a se pensar. Sobretudo se observarmos a bibliografia disponível no mercado para o estudo do Tarô. Não me estenderei muito nesse ponto, enumerando os livros que li e considero bons. Fiz isso no meu livro Conversas Cartomânticas: da escolha do baralho ao encerramento da consulta (AGBook) e na bibliografia cito alguma coisa, preciosa mas pequena, frente à pluralidade disponível.
Convido você a fazer uma experiência: leia os livretinhos que acompanham os baralhos. Se possível, de editoras diferentes. Você verá que lá estão palavras-chave que são lugares-comuns na prática da cartomancia. Raramente verá alguma descrição da imagem. E é justamente esse ponto que me incomoda: parece que já está tudo pronto, dado, resolvido e mastigado em palavras chave que se aplicam a etapas e áreas da vida. Não, não está. Sobretudo nesses tempos globalizados, onde a informação corre solta pela web, faz-se mais que necessário que os cartomantes busquem os estudos de caso (pessoais, sobretudo) e a aplicabilidade daquilo que está dado como certo.
Eu não concordo com tudo o que leio. Mas, se não concordo, não foi apenas porque li; foi porque tentei aplicar e não deu certo. Nesse sentido, faço de uma máxima budista o mote da minha vida.
  Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo apenas porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.
Sobretudo no Tarô, não acredite em nada que não seja aplicável na sua prática. Não acredite em nada que não funcione. Incluindo esse texto. Em especial esse texto.
É curioso percebermos como as pessoas que jogam cartas há muito tempo não se preocupam com o estudo. Não porque ele não tenha importância de fato, muito pelo contrário; mas porque os estudos de
 
O Eremita por Teresa Wild
O Eremita por Teresa Wild
www.dwayneedwardrourke.com
caso abordados em seu tempo de prática fizeram sua escola. Paradoxalmente, chega a impressionar o quanto se exacerba o valor de um curso ou de um livro frente à experiência. Como se alguém que nunca atendeu ninguém, mas fez cursos com os professores mais badalados do momento, soubesse de fato o que é uma consulta às cartas. Todo o ensaio não corresponde nem em ideia à estreia.
Nádia de Oliveira conta:
 
Me iniciei e trabalho com as cartas ciganas em uma via mística, onde a contribuição mais elaborada intelectualmente tem menor espaço e a entrega emocional é que dita as regras, deixando fluir os pensamentos sem que tenhamos total controle de nossa mediunidade ou de outros canais espirituais.
Nesta via mística vemos atuar benzedeiros, curadores e cartomantes. Que se entregam de corpo e alma e simplesmente se tornam canais condutores.
Acho, depois de tantos anos, que na arte da cartomancia o intelecto pode atrapalhar, através do excesso de crítica e racionalidade. Como a leitura intuitiva funciona é difícil as vezes entender e ter o controle,  toda vez que eu paro para pensar, no meio de uma leitura, passo por grandes  dificuldades, porque não flui muito bem. Lembro que certa vez, Rodrigo Araês me disse: "Se você estudar muito é capaz de perder o dom da cartomancia". Acredito que ele esteja certo.
www.clubedotaro.com.br/site/p55_8_Nadia_cartomancia.asp
Tomando o exemplo de Nádia Oliveira (vale a pena ler o texto inteiro, achei lindo), me pego questionando uma série de considerações imperativas sobre o estudo da Cartomancia. Nem tão mar, nem tão terra, caminhemos na orla da praia onde está a melhor paisagem. Não é o melhor curso. Não é o melhor baralho. Não é o melhor texto, ou o quanto se investe em Cartomancia que a faz ter valor. Sem estudos de caso, sem jogar de fato e dar a cara à tapa na experiência, de nada adianta ser cartomante. De nada, mesmo.
Eu tenho um diário onde registro muita coisa (não tudo, infelizmente). Acertos e erros interpretativos (não, não acerto sempre, mesmo conhecendo a fundo a abrangência de cada carta). Quando preciso estudar, olho ali o que já ocorreu com as cartas em determinadas circunstâncias, o que eu senti, como foi o resultado. Eu recomendo veementemente que os cartomantes registrem suas experiências. A falta de registro é um dos maiores motivos para termos pouca variedade de estudos e estarmos nesse panorama homogeneizador. É sempre um prazer para mim conversar com outros cartomantes porque experiências não se repetem, se complementam. E a nossa memória é falha. Por isso registro. Conversas e leituras. Inclusive, bom falar disso, é um puxão de orelha para mim mesmo. Preciso levar meu diário mais a sério. Como teria sido muito mais fácil escrever esse texto com mais registros!
Agora, que fique bem claro meu posicionamento: para se oferecer cursos de cartomancia, é imperativo que se conheça a teoria e tenha a prática. Cartomancia não é artigo acadêmico. Cartomancia não é fast food. Cartomancia não é dom e herança, pura e simplesmente. Cartomancia é vivência e experiência, e por mais que o dom para a profecia seja latente, demora um tempinho até que peguemos o traquejo da leitura. Que dirá então, para ensinar algo a alguém. Que dirá então, em cobrar por isso.
A Zoe de Camaris teve uma experiência muito interessante nesse sentido, quando ligou para uma moça que dizia ler Tarô. Qual não foi sua surpresa quando descobriu que ela, na verdade, misturava búzios com cartas comuns numa mesma leitura e chamava isso de Tarô!
Baseado nessa experiência, a autora concluiu (e eu assino embaixo, pois é um resumo e tanto do que tentei falar até aqui):
 
Não sou a favor da institucionalização do nosso trabalho porque não acredito que a lida com as artes da imaginação (que vivem de um estado "nascente") possa ser enquadrada cientificamente. Creio na necessidade de cursos de iconologia, iconografia, do conhecimento das convergências simbólicas, da arquetipologia. Que grupos de estudo são enriquecedores. Que o questionamento sobre a ética também é imprescindível. Mas não consigo me imaginar com uma "carteirinha de taróloga". Posso vir a mudar de opinião, é claro. Por ora, acredito que informações acertadas são sempre bem vindas e que é preciso, quando se procura uma consulta, que o sujeito saiba o que vai encontrar.
www.zoedecamaris.blogspot.com.br/2006/11/gororoba-esotrica.html
...E que nós saibamos o que vamos oferecer, mesmo que não façamos a menor ideia de como é que a consulta irá se desenvolver até que as cartas estejam na mesa.
Baseado nas minhas vivências e experiências (e leituras, certamente) nesses dezessete anos dedicados ao estudo da Cartomancia, leiamos as imagens a partir de alguns parâmetros que norteiam minha leitura usual do oráculo com fins divinatórios.
Arcanos Maiores
Indubitavelmente, são as cartas que mais sofrem intervenções artísticas, causando rememorações e esquecimentos. O século XX viu despontar centenas de versões mais ou menos corretas, mais ou menos utilizáveis, mais ou menos completas desses vinte e dois quadros. O mais ou menos imperou, nesse caso. Cada vez que um significado era explicitado, um era ocultado. Cada vez que um aspecto era valorizado, outro era denegrido. E assim, os baralhos formaram escolas. E cada escola afirmou ser a certa.
Não podemos nos esquecer, inclusive, que muitos cartomantes utilizam apenas os Arcanos Maiores e, por isso, a literatura é mais profícua sobre eles. No bom e no mau sentido, inclusive. Não vejo nenhum problema nisso. Um exímio cartomante pode jogar apenas os maiores e um cartomante medíocre pode utilizar o maço inteiro. Lembre-se: é a mão que importa, não a ferramenta. A mão que deve manipular a ferramenta corretamente, senão, de nada adianta ter a ferramenta perfeita.
Mas nos atenhamos a dois pontos, em especial: a imagem e as atribuições.
No caso das imagens, temos alterações estruturais na maior parte dos baralhos. Mas não temos, em especial, alteração nos atributos de cada carta. Dessa forma, definiram-se conceitos-chave aplicáveis a todos os baralhos, que naturalmente fugiam às especificidades de cada um. Assim, um Mago é um Mago, olhando para a esquerda, para frente, para a direita ou de costas. Não importa.
Diferentes posturas do Mago
O Mago e suas diversas representações
No caso das atribuições, entramos no terreno espinhoso das ciências ocultas afins. Se são ou não necessárias para o estudo da cartomancia, há tantas controvérsias que seria necessário um artigo só sobre isso. Contudo, temos que ter bom senso na assertiva. De fato, para uma leitura cartomântica, não são efetivamente necessárias. Conforme já vimos, o conhecimento dos conceitos permite uma gama bem bacana de interpretações. Entretanto, se um baralho foi criado com premissas dialogantes com outras disciplinas, torna-se imperativo que o cartomante pelo menos as conheça.
Não é necessário conhecer cabala para ler Tarô. OK. Para cartomancia, a frase está corretíssima. Mas recordemo-nos do exemplo do pincel e imagine, nesse instante, o Emanuel usando os pinceis de maquiagem da namorada dele para pintar um quadro com esmalte.
É mais ou menos essa imagem que eu tenho de quem sabe jogar Tarô, mas não entende dos conceitos que permeiam o baralho que utiliza, que foram empregados na criação das imagens que compõem o conjunto. Pode até saber jogar, mas não sabe usar o material que tem em mãos adequadamente. Se está explicitado um conteúdo, seja cabalístico, astrológico ou mitológico, é necessário que se conheça minimamente tal conteúdo para aproveitar o baralho em sua magnitude ou dispensá-lo com certeza do que está fazendo. Caso contrário, a leitura será simples, aguada, sem sal, ainda que correta. Falta brilho no uso. Funciona, mas bem menos que o possível. Nesse caso, em especial, a ignorância não é uma bênção. (Eu uso essa frase mais do que deveria, mas é que existe tanta bobagem sendo veiculada em relação ao Tarô e tantas rixas bobas entre cartomantes que acho magnífico me manter ignorante da maior parte delas. A ideia é me tornar ignorante de todas e me concentrar no que realmente me interessa: o baralho. Falando nisso, voltemos ao assunto.)
Faltam textos sobre o Waite-Smith que encontrem diálogos entre disciplinas afins ao conjunto de imagens. Que expliquem e explicitem aspectos singulares desse trabalho. Um esforço que seria bem bacana de ser mais sistematizado. Nesse sentido, vejo na internet os esforços de Giane Portal, Leonardo Chioda, Marcelo Bueno, e os textos publicados no Clube do Tarô (fora, evidentemente, os textos em inglês). Mas são poucos, frente à popularidade do baralho, inclusive aqui no Brasil.
Em relação à gama de estudos que Waite se debruçou antes de encomendar o trabalho, não temos quase nada. Ele foi extremamente hábil em velar o processo criativo, sem dúvidas. Eu fiz um esforço no sentido de entender a Sacerdotisa do Waite Smith, em uma época em que sequer tinha esse baralho, há quase três anos atrás. Mudaria alguns aspectos do texto, atualmente, mas como ideia do que tenho em mente, serve de exemplo.
Cf. www.clubedotaro.com.br/site/m32_02Emanuel.asp
Também contribuí, analisando o naipe de Espadas e as espadas como atributo, no texto publicado no Clube do Tarô “O peso da Espada”.
Cf. www.clubedotaro.com.br/site/n45_5_Espadas_Waite_Emanuel.asp.
Se isso é uma realidade em relação ao Waite-Smith, o que dizer do Thoth (conhecido por aqui como Tarô de Crowley)? Uma das questões mais curiosas em relação a esse baralho é que, embora razoavelmente desejado por muitos cartomantes, possui muito pouca bibliografia acessível em português. E um dos livros mais importantes para o entendimento de suas prerrogativas – o 777 – sequer foi traduzido ainda. Sobra-nos uma série de achismos sobre o conteúdo das cartas, e a mesma questão do Waite-Smith: aprendem-se os conceitos-base que “funcionam” com qualquer baralho e os pequenos detalhes que o singularizam são varridos para debaixo do tapete.
Um exemplo desses detalhes que me intrigam em relação a ao Thoth Tarot é relativo ao uso das cores. Todas as pinturas são lógicas dentro da estrutura do 777. Nenhuma cor é inocente, e todas as cores de uma carta estão correlacionadas a um capítulo correspondente do livro. E você não encontra essa informação em livro nenhum publicado por aqui – pelo menos, em nenhum livro que eu tenha lido até hoje.
Cartas da Corte
As cartas da Corte são tidas como pontes entre os Arcanos Maiores e as Cartas Numeradas porque, à exemplo das primeiras, são personagens e, assim como as demais, estão divididas em quatro grupos, relativos aos naipes.
O problema é que se busca tantas explicações para as mesmas que se esquece o que está evidente nelas. Um Rei de Paus pode até ser Fogo do Fogo, o signo de Áries (ou de Sagitário, dependendo da Escola), mas não deixa de ser antes de tudo isso apenas um homem maduro, sentado, com um bastão na mão. Só isso, e isso tudo. Não devemos perder de vista a base em cima da qual todos os simbolismos adjacentes foram desenvolvidos.
Entre todos os baralhos que possuo, considero o Visconti Sforza o melhor para o estudo da Corte. As vestimentas já falam muito sobre as características de cada um dos personagens – sem apelar para disciplinas afins, como os baralhos posteriores. Um bom dicionário de vestimentas ou de moda ajuda e muito nessa hora. Contudo, se as disciplinas afins estiverem presentes, elas não devem ser deixadas de lado – só não devem ser o primeiro passo na compreensão, conforme já dissemos antes.
Tomo aqui o cuidado de não falar sobre baralhos que não possuo ou com os quais não tive contato empírico, justamente porque não vivenciei sua influência. Uma das questões mais prementes em relação a análise comparada das imagens em geral e as do Tarô, aqui, em particular, é que a cor-luz que vemos no monitor quando procuramos uma imagem num site de buscas não corresponde à cor-pigmento que vemos quando embaralhamos e dispomos as cartas. Particularmente, eu vivenciei isso quando, depois de um bom tempo torcendo o nariz para o azul claro do Marseille Jodorowsky-Camoin que via na internet, o vi impresso. É outra sensação, muito mais confortável.
As cartas numeradas
Desenho de Mary K. Greer
Eu realmente amo essa imagem. É um desenho da Mary K. Greer gentilmente disponibilizado pelo Leo Chioda. Resume tão bem as cartas numeradas que eu não poderia ter usado nenhuma imagem que não essa.
A questão é: resume bem se estivermos utilizando um Waite-Smith.
As cartas numeradas talvez sejam as mais difíceis de sintetizar. Sobretudo se tomamos por referência os baralhos clássicos, que apresentam apenas a quantidade dos atributos do naipe ilustrando a carta, o que, a priori, permite que qualquer significado seja atribuído. E isso tem sido tema de tantas discussões! A questão é que o Tarô (teoria) é uma disciplina de memória e esquecimento empíricos. Se o significado funciona, ele perdura. Se não é utilizado, ele ainda está ali, mas em latência.
É reconhecido o esforço da dupla Waite & Smith em sintetizar o conhecimento cartomântico do início do século vinte, o primeiro em textos e a artista com suas imagens. Infelizmente, não temos acesso ao material de criação do baralho, das possíveis comunicações entre os dois autores, que foram perdidas em um incêndio. Uma perda irreparável, indubitavelmente. Contudo, seria impossível definir todos os conteúdos discrepantes em uma única imagem (fato apontado por Waite várias vezes em seu livro). À despeito disso, a obra prima da dupla tornou-se referência em cartomancia, justamente por facilitar a vida dos iniciantes na leitura.
O problema é que ela também se tornou o limite para a experimentação de significados – se não está ilustrado ali, não corresponde a um significado válido. Em algum momento esse significado latente pode vir à tona. Se não estivermos prontos para ele, podemos ter um daqueles “brancos”: quando racionalmente sabemos que aquela carta significa “x”, mas aquele “x” não faz o menor sentido com a leitura.
Um dos melhores exemplos desses “brancos” é relativo ao cinco de ouros. Apesar de toda a carga inicial de pobreza, miséria, carência e dificuldades, pode também significar amantes. Esse ponto foi, inclusive, o motivo de conversas muito bacanas com a taróloga e astróloga Giane Portal.
Por essa razão é que uso normalmente baralhos inspirados em Marseille. E uso também porque eu gosto mesmo, foi o primeiro baralho que eu tive. Tem toda uma carga emocional. Eles sugerem tudo. Tanto sugerem e permitem que podemos seguir várias escolas diferentes com o mesmo baralho. Na bibiografia, posso citar a discrepância entre os livros de Paul Marteau e Hadés e os demais, falando do mesmo baralho. Na minha experiência, enquanto não tinha dinheiro para comprar outros baralhos, eu estudava no meu Marseille os conceitos que aprendia sobre o Thoth Tarot e sobre o Tarô Mitológico, já que, pelo menos, acesso aos livros eu tinha. Hoje, particularmente, acho excelente não ter tido acesso a tantas imagens enquanto ainda interiorizava os conceitos-chave.
Se você estudar direitinho os conceitos básicos, eles revelam qualquer coisa. Sobretudo nas cartas numeradas.
Sujeito-Verbo-Objetvo
Eu passei a me utilizar dessa forma de tirar três cartas porque ela resolve um problema que me atingiu algumas vezes: eu tirava uma certa quantidade de cartas para responder uma pergunta e a resposta era aberta demais para eu concluir algo. E aí, eu tinha que começar tudo de novo. Essa estrutura S-V-O forma uma “frase completa”: O Arcano da Corte é o sujeito, ou seja, o personagem que surgirá na vida do consulente ou a máscara que ele assumirá frente à situação proposta pela Casa. Deverá ele ser tão astuto e precavido quanto o Valete de Espadas na Casa 1? Ou deverá se precaver contra fofocas no ambiente de trabalho, com a mesma carta ocupando a Casa 6?
Sugiro: www.conversascartomanticas.blogspot.com.br/2011/09/dos-usos-da-mandala-astrologica.html.
O Arcano Maior é o verbo. Ele indica a ação que movimentará o desenvolvimento do consulente no que concerne aos aspectos da Casa onde sai. E a Carta Numerada é o objeto, que amplia e complementa o sentido, oferecendo o cenário onde a ação se desenrola/ desenrolará.
A Roda da Fortuna no Tarot Art de Robert Place
Fortune
Tarot Art de Robert Place
 
Podemos comparar esse método com um arqueiro. A Carta da Corte é o próprio. O Arcano Maior é a flecha, a ação de flechar. E a carta numerada é o alvo. No começo parece complicado, eu sei. A minha experiência com a Mandala Astrológica mostra que, depois de um tempo de prática, temos 12 leituras de três cartas, respondendo às questões específicas de cada Casa. “Quem será o consulente durante o tempo da consulta?” Vejamos as três cartas da Casa 1. “Como o consulente se relacionará com seu parceiro?” Vejamos a Casa 7 e por aí vai. E, quando estamos com o baralho todo misturado (a chamada Escola Americana) e sai uma carta de cada grupo, a resposta é bem mais conclusiva que nos demais casos.
Eu sou meio avesso aos 1354321 métodos que a gente encontra por aí (em especial, aos 90809 métodos de ler três cartas). Acho completamente desnecessário conhecer muitos métodos. Prefiro conhecer poucos, mas (muito) bem. Particularmente, gosto, para o Tarô, da Cruz Celta (quando quero usar o baralho misturado), do Tabuleiro (quando quero usar apenas os Arcanos Maiores) e a Mandala Astrológica (quando quero jogar sujeito-verbo-objeto). E respondo as perguntas com três cartas (sem atribuir valores às casas previamente), tirando mais duas caso sinta necessidade.
Veremos isso adiante, quando comentarmos sobre o trabalho de Robert M. Place.
Um método para três cartas
Essa forma de observar os Arcanos me é muito eficaz, sobretudo para responder perguntas depois de um jogo de diagnóstico. Gosto muito de uma frase do Johann Heyss: "Antes de qualquer coisa, o Tarô foi feito para se olhar. E ele tem que ser agradável aos olhos de quem vê, ainda que os baralhos “feios” tenham sua razão de ser para o praticante.
O método proposto por Robert M. Place em Tarô dos Santos, visa o encontro de respostas na disposição das cartas, muito mais que em seus significados específicos. Pode dar um pouquinho de trabalho se estiver acostumado com métodos específicos, onde cada casa possui um significado e o conjunto responda pela síntese dos significados específicos. Para mim, em contrapartida, é libertador – eu nunca sei exatamente o que verei, enquanto embaralho, mas todo o cenário se descortina quando viro as três cartas. São oito possibilidades:
1. Linear: as cartas podem mostrar uma história que começa à esquerda e termina a direita, ou vice versa. As figuras tenderão a olhar na mesma direção. 
2. Rejeição: as duas figuras das pontas devem ficar de costas uma para a outra, indicando que a figura central está mudando de lado e aquilo que ela simboliza está mudando de lado também.
3. A origem central: talvez a figura central esteja olhando diretamente para você, com as cartas de cada lado viradas para “fora”. Isso pode indicar que a sequência começa no centro e se direciona para ambos os lados. Da mesma forma, se apenas uma das cartas dos lados olha para longe, para fora, a ação é apenas para um lado.
4. O destino central: quando as figuras das pontas estão olhando para o meio, a ação deve começar em ambos os lados e convergir para o centro. A figura central pode estar olhando para você ou a direção do olhar pode estar em um plano mais elevado.
5. O problema central: a carta central pode também bloquear a energia ou dispersá-la. O oito de Espadas pode representar um bloqueio; o sete de Espadas, dispersão.
6. O ensinamento central: a figura central pode ser instrutiva, como também apontar para duas possibilidades ilustradas pelas cartas que a rodeiam. 
Conclusão
Sinceramente, como já disse anteriormente, não tenho a menor pretensão de que você, leitor, concorde com uma linha do que está escrito aqui. Na verdade, ficarei feliz se você olhar para a sua biblioteca e para os seus baralhos e confirmar tudo o que já vem considerando como certo para sua prática. Sinal de que ela está estabilizada, fortalecida, conscientemente formada. Caso contrário, se você concordar com o que coloco aqui, proponho que façamos a mesma digressão que fiz para escrever, juntos: olhe seu baralho, e reveja seus conceitos a partir do que vê nele. Reescreva seu diário. Inicie um registro dos estudos de caso que enfrenta na sua prática como cartomante. E, sobretudo, não tenha medo de errar uma previsão. A tessitura que compõe os eventos é muito volátil para registrarmos fatidicamente em uma leitura. Ainda assim, ela é registrada, mas pode ser alterada, algumas vezes. E quando é alterada, como poderíamos ter acertado de primeira?
O que peço, com a leitura desse artigo, é que tenhamos um pouco mais de visão. Não apenas de similitudes de pensamento são feitas as obras de Tarô. Se funciona para você, mesmo que não esteja registrado em livro nenhum, não deixe de usar. Mas tenha a coragem de fazer o que acha correto conscientemente – nada pior do que seguir uma cabeça apenas porque ela parece certa do que faz. Tenha olhos para ver e Ver.
 
Bibliografia
A bibliografia desse texto é bem menor do que deveria. Não porque eu não tenha lido muita coisa para escrever; na verdade, é menor porque o desenvolvimento desse material se deu principalmente em conversas com muitos cartomantes, onde pude elaborar e lapidar os conceitos que eu queria trabalhar por aqui. A eles, meus agradecimentos por serem tão acessíveis e estarem sempre dispostos a dois dedinhos de prosa e algumas explicações via Facebook.
Para minha sorte, uma semana antes desse texto estar pronto, o Leonardo Chioda publicou algo a respeito no Café Tarot: www.cafetarot.com.br/2013/07/bibliotheca-tarologica.html.
Aproveite ambas as opiniões sobre os livros em comum, e as opiniões particulares sobre os livros diferentes. Reitero, contudo, o que repeti: o texto todo são apenas opiniões. Leia e crie as suas.
HEYSS, Johann. O Tarô de Thoth: Um guia para consultar o oráculo de Aleister Crowley. Rio de Janeiro: Nova Era, 2000.
KAPLAN, Stuart R. Tarô clássico. Tradução de Maio Miranda. São Paulo: Editora Pensamento, 2003.
NAIFF, Nei. Tarô, ocultismo e modernidade. São Paulo: Elevação, 2002. (Estudos Completos do Tarô, Volume 1)
 — . Tarô, oráculo & terapia. São Paulo: Elevação, 2003. (Estudos Completos do Tarô, Volume 3)
 — . Curso completo de Tarô. Rio de Janeiro, BestBolso, 2009. [Leve-se em consideração que esse livro é uma síntese do pensamento do autor expresso nos Estudos Completos de Tarô, obra que está sendo reeditada – os dois primeiros volumes já estão publicados pela editora Nova Era, e estamos aguardando o terceiro para 2014.]
 — . Tarô: simbologia e ocultismo. Rio: Nova Era, 2012. (Estudos Completos do Tarô, Volume 1)
 — . Tarô: Vida e destino. Rio de Janeiro: Best Seller: 2013. (Estudos Completos do Tarô, Vol. 2)
PLACE, Robert M. Tarô dos Santos. Tradução de Claudia Lage. São Paulo: Ediouro, 2003. [O autor é uma das maiores referências em produção e reflexão cartomântica no mundo. E, evidentemente, um exemplo e uma diretriz para mim. Sou fã convicto e não nego].
SANTOS, Emanuel J. Conversas Cartomânticas: da escolha do baralho ao encerramento da consulta. Três Corações: AGBook, 2012.
WAITE, Arthur Edward. Tarô: A sorte pelas cartas. Tradução de David Jardim Jr. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985.
 
Contato com o autor:
Emanuel J Santos - Historiador, tarólogo e cartomante hereditário.
Autor do livro Conversas Cartomânticas: da escolha do baralho ao
encerramento da consulta
(AGBook) e co-autor do livro Baralho
Cigano: as cartas de Madame Lenormand
(Lo Scarabeo).
Responsável pelo blog www.conversascartomanticas.blogspot.com
Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores
Edição: ckr – outubro.13
  Baralho Cigano
  Tarô Egípcio
  Quatro pilares
  Orientação
  O Momento
  I Ching
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