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    | Café Literário – Alberoni |  
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          |  | Coletânea de tiragens  por Flávio Alberoni voltadas ao grupo de poetas e participantes do Café Literário
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    | Tarô do Café Literário. Ano 6 |  
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    | As cartas retiradas para falar do 6º ano do Café Literário foram os arcanos 10 (inv.), 14 e 21. Arcano síntese: 10 + 14 + 21 = 45 => 9 (O Eremita). |  
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        | O Eremita (9) chegou ao fim de uma jornada e descansa. É noite sem Lua. Observa bem próximo uma especie de dólmen e abaixo dele visualiza uma luz intensa. Rasteja buscando essa luz, pois sente que há muito a fazer. Do outro lado do dólmen descortina um grande horizonte e novos desafios. Embora a jornada seja aparentemente fragmentada é única, vista pelo ângulo correto. Há que saber equilibrar a energia (14), há que se ter uma meta bem definida (21), é necessário confiar nos sinais do mundo (10), mesmo que aparentemente absurdos.
 Bem além, se souber ser humilde e constante (9), nunca parar (6) é mais que uma recompensa: é uma dádiva conquistada por mérito (8). Mas, cuidado, sua sombra se esconde na confiança exagerada em caminhar sem planejamento (14).
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            | [Tarot Wirth]  |  |  |  |  
    | Esclarecimento adicional: Arcano 6 – impulsos. Arcanos 8 – recolhimento, recompensa, razão consentida. Arcano 14 – a sombra. |  
    | jan.08 |  
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        |  |  |  | Abel Fernandes – Arcanos 17, 7 e 4. Síntese: 10  (Roda da Fortuna) – Uma vagem aberta, mostra suas sementes que parecem não ter  limites em quantidade. Quanto mais se tira, mais existe dentro dela. Um  processo criativo imenso,cujo limite é dado apenas por si, e por uma notável  capacidade de obedecer ao ritmo que a vida impõe, sem jugos. Onde buscar o  que deseja a não ser em si mesmo? Os cardos solitários refulgem na noite. E, por  isso, apesar de serem como são, ainda assim são vigias alcançados na própria  noite. |  |  |  
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          |  | Anete Antunes – Arcanos 6, 21 e 14.  Síntese 5 (O Papa) – Uma árvore grande que está se descascando (como se fosse a  árvore da cortiça), as folhas caem, os ramos caem, e se prepara para um certo  renascimento. Observa-se um momento de conflito e a necessidade de se buscar  síntese através de poucas iniciativa, além de uma circulação da energia e dos  elementos que já possui. Suas ferramentas já foram escolhidas e estão  trabalhadas. Não as empreste a ninguém. São suas, apenas suas. |  |  |  |  |  
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        |  |  |  | Camaleoa – Arcanos 18, 11 e 10. Síntese 13  (A Morte). A seta é lançada e atinge o seu alvo diretamente e com muita força.  E se despedaça. E também não deixa, no alvo, sinal de sua chegada. O arqueiro  lança uma nova seta e ela se perde, atingindo – e ficando – em outro alvo bem  distante. Observa-se um processo de contenção de seus impulsos e uma tendência  marcante em buscar a si mesmo e aproveitar o momento para isso. Algo espreita,  no entanto, exigindo modificação profunda e permanente. O arqueiro talvez  precise vendar os olhos, para que a seta seja certeira e com a força correta.  Eliminar a ilusão da certeza... será esta a solução? |  |  |  
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          |  | Camille M. – Arcanos 20, 9 e 10. Síntese 12  (O Enforcado). A sua única arma é um cajado velho e de muito uso. Nota-se  sangue em seu punho. Seu próprio sangue, após usá-lo mais como cajado de  peregrino. Muito andou doando sua palavra aos que o procuram. O desdobramento  de si, e feito com cuidado e lentidão, reflete o desejo de aproveitar o que a  vida lhe dá, em ilusões. Por que buscar longe o que é seu e já está em suas  mãos? Cuide-se em não desperdiçar sua (muita) energia para quem pede e nada  devolve, nem em mera gratidão. A única solução é (talvez) doar. Simplesmente. |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Camila Rondon – Arcanos 15, 21 e 6. Síntese 6 (O Namorado). O momento  passional estimula a vida. Por isso, o jovem carrega em seus braços o que é  talvez inútil para muitos. Mas, não para ele que carrega a sacola com um  cuidado extremo. Aberta, mostra coisas de valor puramente sentimental. O jovem  olha tudo com imenso agrado. A importância das coisas, apenas nós damos, e por  isso são tão elevadas. Pena que por serem nossas e devam ser compartilhadas  gerem tanta dúvida, tanto conflito. Soltar as amarras e confiar na corrente da  vida... talvez o único segredo. 
 
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          |  | Débora Aligieri – Arcanos 8, 1 e 3 (inv.).  Síntese 12 (O Enforcado). Uma atitude firme com relação aos fatos da vida, pode  frustrar violentamente, pois o jogo político é real. A árvore, sob a ação da  tempestade verga e verga muito. Nem sempre consegue voltar ao normal, tão logo  a intempérie desapareça. O processo criativo busca atenção, pois algo aparece  para perturbar e será breve. Como lutar sem saber para quê e por onde? O  guerreiro simplesmente se prepara, pois o soberano bate a porta e. .. quer  repouso, mesmo com a batalha a meio. |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Eduardo Barrox – Arcanos 3 (inv.), 14 e 21.  Síntese 11 (A Força). A árvore é grande e com copa avantajada. Pena que as  raízes não estejam bem. Algo proliferou sem que o todo percebesse. Por sorte a  capacidade de manipular a própria energia é imensa e o sonho espreita de tal  maneira que é sólido, é vivo, toca-se com as mãos e estimula a seiva da árvore  mesmo esta não sendo apenas sua.. Algo o destino exige para se conhecer. O óbolo  para a travessia é exigido, não há como fugir. E o dinheiro é o eu. |  |  |  
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          |  | Flávio Alberoni – Arcanos 7, 10 e 5. Síntese 22  (O Louco). O arqueiro se prepara para lançar a sua seta e busca se acomodar bem  no solo, para seu trabalho. Mas, está no ar! Isso não o assusta nem um pouco,  mas perde a noção da distância e perde o alvo. Isso sim, o angustia e o  desassossega. Fica à sua procura (do alvo) pacientemente. Mesmo com a  meta definida, importante a base bem fixada para se lançar ao destino com  conforto e segurança. Perca uma vida, buscando seu grouding, mas o faça! |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Jader – Arcanos 17 (inv.), 18 e 5.  Síntese 4 (O Imperador). A imagem refletida no espelho não é dele, mas o homem  idoso, a aceita como se fosse sua. E trabalha com ela sem se importar com o que  dizem, ou com o que ele próprio faz não de acordo com o que a imagem revela. Há  um processo de aceitação e desprendimento que se revela em tom pragmático. Por  achar que não é seu e agir como se fosse seu, como fugir da própria impressão  de que é real e muito sua a vida que talvez finja não ser vivida... como sua?
 
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          |  | Ligia Piola – Arcanos 6, 13 e 1. Síntese 20  (O Julgamento) – Uma criança tenta pular um muro e não o consegue, sem ajuda.  Quem a ajuda é uma senhora cigana, que lhe cobra – da criança – um dízimo.  Coisa impossível, pois a garota sequer entende o que ela pede. E se extasia com  a paisagem maravilhosa que descortina ao longe. Mesmo que a vida cobre algo  de você por sentir um prazer profundo em viver, use sua perfeita inocência e  sinta-a por completo. Tudo se encerra em um pequeno e puro olhar amigo. |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Lilian Alves – Arcanos 7, 10 e 6 (inv.).  Síntese 5 (O Papa). A freira lê seu livro místico e ri (disfarçadamente) do que  lê. Não concorda com muito e nem se preocupa em não concordar e participar  mesmo assim da comunidade, pois a conhecem e a aceitam como é. Sua maneira de  expressar leva alegria ao ambiente e não consegue, debalde, modificar a opinião  de ninguém. Isso acha ela. Não percebe que quem é afetada por si mesma é ela  própria. E a cada momento ri mais de si e não do livro que porventura lê e  contesta 
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          |  | Marise Pollonio – Arcanos 16, 6 (inv.) e 13  (inv.). Síntese 8 (A Justiça). O cacto suporta os próprios espinhos com  alegria, mesmo que eles atrapalhem a aproximação dos pássaros que aprecia. Cede  a sua seiva porque não ceder é perecer e aguarda quando renasce ao longe como  novo tronco, novo cacto, outra vida. Por considerar muito esquece de si e  age de acordo. Talvez por estar próxima, algo que faz gera conflitos, mas nunca  à distância quando, observando, acredita seus atos como certos e o bom senso  prevalecendo mesmo exigindo renascer, em nova vida. |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Nara Janusz – Arcanos 16, 15 e 18. Síntese 13 (A Morte). Desta vez a  flor é única na árvore imensa. Esta transformou-se e acompanhou a flor em  tamanho, para compensar desta maneira o perfume que entontece e inebria.  Alimenta desta maneira os de sua espécie, apesar de não ser da mesma espécie. A  transformação completa tornou-se uma meta de vida. Por ver a si mesma com  crítica imensa, tornou-se alguém diferente, na imagem de si. Pena que seja  apenas um outro engano. Para além das fronteiras que ainda não ousa atingir,  sorri. .. da maneira de sempre. E – nem acredita – sorri com muita alegria. 
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          |  | Nilson Minantti – Arcanos 19, 1 (inv.) e 2.  Síntese 22 (O Louco) – A árvore é grande, mas está invertida. A copa está por  baixo da terra e as raízes expostas. Apenas sua imagem está correta,  refletindo-se como num espelho (mas, não é espelho, é uma névoa!). Ou. ..  seria, justamente o contrário? Os atos muitas vezes parecem um retrocesso na  meta abraçada. Ou seriam os atos intermediários a própria meta, e a que  consideramos como meta, apenas outra ilusão? |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Rebecca Navarro Frassetto – Arcanos 5, 2 (inv.) e 9.  Síntese 16 (Casa de Deus). O peregrino sobe uma montanha por estreita trilha.  Sobe muito e pára no primeiro patamar que encontra para descansar. Observa que ele  é igualzinho ao ponto de origem da caminhada. A sensação de estar se repetindo  é enorme! No entanto, avançou muito no seu percurso!! A mudança da paisagem  não indica uma real mudança da paisagem. Apenas uma reorientação de si, pelo  processo do caminho. Antes da meta, há que se observar com clareza que a cada  passo somos diferentes do passo anterior e que o percurso em si pode ser a  própria meta. Façamos com o coração! 
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          |  | Roberto Stavale – Arcanos 16 (inv.), 10 (inv.) e  7. Síntese 6 (O Namorado). O jardineiro (?), com uma ferramenta tenta podar um  arbusto de seu jardim, encostado no muro. O faz até com impaciência após  demorar em escolher qual arbusto e quando deve trabalhar. Tão logo termina de  fazê-lo, cresce novamente. Imediatamente. Não há porque escolher o momento,  o local e a maneira de trabalho. Somos meras testemunhas de um processo maior.  Aceitar isso, é ser eterno. |  |  |  |  |  
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          |  |  |  | Rosalina Marcondes – Arcanos 18, 13 (inv.) e 14.  Síntese 9 (O Eremita). Um quadro interessante. Como pintá-lo tantas vezes e ser sempre igual,  apesar do processo de confecção variar a cada momento? Um alerta: Que o  transcorrer de sua vida ocorra com cautela (9), pois a perda de energia (13  inv.) é algo presente, e o processo criativo pode ser bloqueado por uma  severidade exagerada (18) em princípios por demais arraigados e na luta  absurda em enfrentá-los. Talvez inglória. Observe que há uma possível  agressão um tanto exagerada a seus próprios limites. O quadro que eu pinto é  a verdade que eu possuo. Vou fazer várias vezes para que de maneira alquímica  sublime o que a razão coíbe. |  |  |  
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          |  | Sandra Falcone – Arcanos 12, 20 (inv.) e 21  (inv.).Síntese 8 (A Justiça). Doce ilusão buscar novos valores sempre novos valores sem  que os primeiros tenham sido alimentados, retroalimentados, satisfeitos.  Reaparecem de maneira diferente, mas sempre presentes. O lenhador corta a  árvore pelo meio (20). No sentido longitudinal. Mas, não é uma árvore, é um  mero arbusto, e as partes separadas (12) adquirem nova vida – com  aparência igual ao anterior. Voltando outro dia, o lenhador não sabe (21)qual  árvore (ou arbusto?) cortou, nem o que é novo. E muito menos o que é velho. 
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          |  |  |  | Valdete Pereira – Arcanos 2, 21 e 20. Síntese 7  (O Carro). O andarilho corre fugindo de algo que o persegue há muito. E o faz  durante muito tempo. Fica surpreso, logo após uma curva, que ele persegue agora  esse "algo" que o perseguia. A ansiedade marca o processo de  busca, quando não há um lago calmo dentro de si. como tornar claro o que é  obscuro. Como perseguir algo e não ser perseguido? A resposta sem resposta  talvez esteja no lago calmo dentro de si (2) |  |  |  
    | jan.08 |  
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