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A má-fé, o plágio e a ética |
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A má-fé é produto de algum tipo de ressentimento, de uma angústia e de um modo simplista significa o mentir para si mesmo de forma consciente, sendo a consciência relegada a coisa alguma, a nada. É uma conduta repleta de intencionalidade e de propósitos, muitas vezes para determinar ou justificar algo, uma simples tomada de decisão oriunda da liberdade, por exemplo. Essa é uma das formas que o ser humano possui de expressar, segundo Sartre (1997), a sua intrínseca negatividade no mundo.
Geralmente, aqueles que passam a vida agindo de má-fé não passam de seres solitários, angustiados que não deixam a sua vida ser direcionada por circunstâncias externas. Mas, mesmo assim, a mentira à qual se auto-submetem, nesse cenário, depende, sempre, da existência do outro, assim como da angústia que precisa ser contornada ou vencida. |
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A trama de plágios |
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Embora a má-fé na abordagem sartriana não deva ser confundida com a má-fé nas relações com os outros, com aquela má-fé que se antagoniza à boa-fé, abordar-se-á nesse artigo a respeito da má-fé caracterizada pela ação consciente de que o que se está sendo feito é objetivamente sem justa causa e contra a lei, fazendo-se alguns possíveis paralelos com alguns dos atributos referentes a dados arcanos do Tarô. |
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O que os arcanos do Tarô indicam |
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Dessa forma, discorrer-se-á sobre a "disposição de espírito que inspira e alimenta ação maldosa, conscientemente praticada", significado do termo má-fé explicitado por Houaiss (2008) e, também, sobre a deslealdade, a fraude ou a perfídia, atributos esses bem denotados em algumas consultas taromânticas pelos arcanos O Mago, Os Enamorados e O Diabo, dependendo, claro, do contexto e da casa de um método de tiragem qualquer utilizado, quando surgem acompanhados, principalmente dos menores 7 de Espadas, Pajem de Espadas
e, também, da fria, inflexível e inexorável Rainha de Espadas. É possível, no entanto, que outras combinações arcânicas, também, venham a refletir, em dadas abordagens taromânticas, as condutas de má-fé.
Nesse contexto, tal má-fé reporta-se e incorpora-se à deslealdade de alguém sobre uma verdade sobre si mesma e com o propósito intencional de causar prejuízo a outrem.
A deslealdade a respeito do que se almeja ou do que se espera, ou ainda, sobre o que se sabe, ou o que se ignora, ou o que se idealiza e produz é a marca principal das ações empreendidas sob a égide daqueles que atuam de má-fé e no Tarô, do ponto de vista simbólico, esse aspecto pode ser identificado claramente em meio a um tanto de significados e atributos que emergem de algumas lâminas.
Vale salientar, quando alguém se reporta a má-fé faz algum tipo de alusão de que uma terceira pessoa está, de forma maliciosa, ao estilo O Diabo combinado ao arcano menor 7 de Espadas, tentando levar indevida vantagem sobre outrem.
Nesse contexto, a “conduta maliciosa” é a ação e a “vantagem indevida”, o prêmio de quem atua de má-fé. Tal conduta ardilosa é sobremaneira, repudiada pelos valores sociais e morais comuns em certas nações e certos tipos de culturas.
Do ponto de vista da proporção, a má-fé pode se manifestar ou caracterizar de formas significativamente distintas, as quais perpassam pelas simples mentiras infantis de uma criança, que esconde a autoria de uma traquinagem, bem ao estilo de uma combinação dos arcanos O Mago mais um Pajem de Espadas, ou que transitam através de situações de grandes fraudes nas mais diversas instâncias sociais e econômicas, as quais numa consulta |
ao Tarô podem ser destacadas pela parceria do O Diabo mais uma Rainha de Espadas ao denotarem a dissimulação de uma espécie de "plano de fraude, engano ou roubo" ou, ainda, pelos arcanos Os Enamorados mais um 7 de Espadas, os quais destacam o impasse diante uma escolha entre ser honesto ou leal ou compactuar com algum projeto pernicioso, o qual levará o prejuízo de outros e que é fruto da má-fé de pessoas ardilosas.
Embora cada uma dessas situações de má-fé sejam bem peculiares, o prêmio buscado, no mundo real, é o mesmo, ou seja, ao menos se conseguir uma pequena vantagem sobre um outro indivíduo ou sobre um grupo.
Decerto, onde se configura atos de má-fé, faz surgir a emergência do debate sobre o que é a mentira ou o que é a verdade, aspectos esses subjetivos, oriundos da percepção individual de experiências humanas, os quais requerem ponderação extrema, digna de um O Eremita, ao serem abordados, já que ninguém é "dono da verdade".
Por outro lado, assim como no mundo real, no mundo cibernético ou virtual atuações ou condutas de má-fé, também, se fazem presentes.
Nesse contexto, tem-se o exemplo de algumas pessoas, as quais, por meio de atuações questionáveis no denominado comércio eletrônico, visam tirar alguma vantagem financeira na venda, à alguém, de um produto ou serviço, assim, como existem atitudes constantes e aparentemente inocentes, por parte de certos internautas, mas que, do ponto de vista legal, constituem-se em crime, |
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O Sete de Espadas |
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New Vision Tarot |
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como é o caso do plágio. Simbolicamente, na seara do Tarô, tal ação é muito bem representada pela combinação do arcano maior O Mago; mais o 7 de Espadas. |
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O plágio e suas implicações legais e éticas |
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Conforme o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2008), "plágio é o ato ou efeito de plagiar; é a apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem". Desse modo, o simples ato de "copiar e colar", sem citar o autor ou a fonte, em textos jornalísticos, trabalhos acadêmicos em geral, em blogs, sites e comunidades como as do Orkut, constitui-se em plágio e os plagiadores da web são denominados de "parasitas virtuais". Cada plágio efetivado por dia na Internet ou fora dela configura-se em mais um ato de má-fé, dependendo da intenção ou do propósito, e de desrespeito aos autores e às suas obras. De qualquer forma, essa prática além de moralmente reprovável é considerada ilícita em nosso ordenamento jurídico, nas instâncias civil e penal, sendo tal ato um crime contra a propriedade intelectual, a qual está resguardada no Brasil através da Lei nº 9.610, de 19 fevereiro de 1998, que em seu “Cap. III - Do Registro das Obras Intelectuais” e em seu artigo 18 apresenta o seguinte enunciado: "A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro." (BRASIL, 1998). Observa-se, portanto, por esse artigo 18 desse cap. III da "Lei dos Direitos Autorais", que tudo o que for "copiado e colado" ou retirado ipsis litteris da obra de terceiros, seja texto, som, imagem etc deve-se fazer referência à fonte e/ou ao seu autor, mesmo que esses textos, imagens, sons etc não tenham sido publicados ou disponham de registro de autoria. Há casos, até, em que é necessário e é o ideal, do ponto de vista legal, o pedido de autorização do autor de um trabalho intelectual, no sentido de se utilizar a obra ou parte dela em eventuais circunstâncias, aspecto esse que não se constitui em uma prática comum em se tratando de obras disponíveis na Internet, as quais são algumas vezes utilizadas, por exemplo, em comunidades de Tarô no Orkut, em blogs e sites sobre o tema sem ao menos serem referenciados os seus autores. Mesmo que as obras não possuam registro de autoria, os seus autores podem reivindicar o seu direito de propriedade. No Orkut, é possível se presenciar ou evidenciar fatos a esse respeito, os quais merecem atenção, envolvendo, dentre outros, métodos de tiragens ou textos sobre o Tarô, os quais são deliberadamente copiados e colados em dadas comunidades, sem o mínimo de critério ou atenção respeitosa aos seus autores e, também, à lei que os protege no País. É evidente, que nem sempre o que foi copiado, o foi com algum objetivo ético! Tanto é que muitos que primam por essa prática não se dão nem ao trabalho de pesquisar, investigar se tais obras intelectuais possuem autoria, justificando tal ato, como é bem comum às condutas de má-fé, afirmando que copiaram e colaram em suas comunidades tais textos, métodos de tiragens etc de outras comunidades orkutianas, das quais são meros "membros parasitas". Tal fato está ficando tão desgastante, por ter se tornado rotineiro, que é possível se ver nessas comunidades orkutianas, tarólogos acusando uns aos outros de terem copiado os seus artigos, deles se apropriando indevidamente ou reivindicando de outros donos dessas comunidades de Tarô, o uso correto de seus métodos de tiragens, os quais vêm sendo utilizados, muitas vezes de má-fé, sem os devidos créditos de autoria ou comprometidos por mudanças em suas estruturas, conteúdos textuais e até mesmo em seus títulos, causando, tais condutas conscientes de má-fé, prejuízos aos seus autores e às suas respectivas obras, as quais são disponibilizadas, nesse tipo de ambiente cibernético, à revelia. Sobre evidências desse tipo, Firmino (2009) faz o seguinte alerta:
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"A internet se torna maior a cada dia, a cada nova linha escrita. Não dá para fiscalizar o que acontece em todas as letras e imagens. Muitos se aproveitam do acesso fácil e da impunidade para roubar o material intelectual alheio. Mas isso não faz da internet uma terra sem lei. Nosso papel, como autores e leitores, é tentar dar o devido crédito ao texto alheio, mas o crédito certo, não apócrifo ou anônimo." |
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Desse modo, percebe-se que tal conduta, além de negligenciar o direito autoral, ainda macula a imagem do profissional tarólogo, que pelos atos de má-fé e irresponsáveis de alguns poucos, passam a ser vistos como profissionais antiéticos e sem noção alguma de cidadania e respeito ao colega de profissão, o que é lamentável nesse momento em que o fazer taromântico e tarológico busca se firmar enquanto uma práxis profissional de boa-fé, séria e importante do ponto de vista histórico-social. |
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Referências Bibliográficas |
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BRASIL. Lei nº 9.610, de 19 fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/l9610.htm. Acesso em: 26 jul. 2009. |
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FIRMINO, Solange. Cópia e plágio na Internet.
Disponível em: http://www.blocosonline.com.br/literatura. Acessado em: 26 jul. 2009. |
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HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. |
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SARTRE, Jean-Paul. O Ser e o nada. Trad. de Paulo Perdigão. Petrópolis: Vozes, 1997. |
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julho.09 |
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