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Tarot e Magia - Evocando o Pai e a Mãe Cósmicos |
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Vivemos num tempo em que magia muitas vezes é vista como uma atividade supersticiosa com pouca ou nenhuma validade prática, o que, na minha opinião, é um grande equívoco. Para mim, os rituais mágicos possuem o mesmo valor de muitos trabalhos vivenciais, envolvendo os diversos aspectos da consciência para um objetivo determinado. O trabalho ritual e mágico é um procedimento que se utiliza da força dos arquétipos para direcionar a intenção a um objetivo determinado, ou para alcançar algo dentro de nós mesmos. Nesse sentido mágico, o tarot é um perfeito instrumento a ser explorado. O arquétipo é uma energia transformadora que se manifesta através dos símbolos e pode tanto expressar uma realidade interior como ajudar a moldá-la. Assim, podemos utilizar os arcanos para evocar qualidades arquetípicas dentro de nós! |
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Ilustração incluída pelo Autor do texto. |
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Com base nisso, hoje quero ensinar dois rituais para a evocação das qualidades arquetípicas das cartas “O Mago” e “A Sacerdotisa”, respectivamente o Pai e a Mãe cósmicos, dentro da estrutura simbólica e mística do tarot. |
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O ritual do Mago |
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O arquétipo deste arcano é o do fazedor de milagres, o grande mago dos elementos, o talento que se torna fato e faz as coisas acontecerem. Nas muitas versões deste arcano ele aparece com uma mão apontada para o alto e a outra dirigida à terra, como que se aproveitando de um poderoso influxo energético cósmico para manifestar ou realizar algo. A mão erguida segura uma vara mágica e nessa mão ele possui a representação de dois elementos masculinos: o próprio ar, relacionado com o mais elevado, e o fogo, cujo símbolo esotérico no tarot é o bastão ou a vara mágica. O ar sustenta a vida, a dinamiza, enquanto o fogo direciona sua potência (além de resguardar todas as relações simbólicas com os esses dois elementos, ar e fogo, como inteligência, comunicação, inspiração, criatividade, ação etc). Ao acessarmos o arquétipo “O Mago” somos capazes de expressar com fluência nossos talentos e habilidades, aguçamos nossas percepções e linguagem, de modo que encontramos a palavra ou a expressão certa para comunicar exatamente o que percebemos. E todo o intérprete de símbolos sabe o quanto isso é essencial na hora de interpretar qualquer sistema oracular! |
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O procedimento |
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Como em todo o procedimento mágico vamos utilizar outros símbolos para evocar a presença dos elementos e sua força arquetípica dentro de nós. Vamos também usar o poder das palavras, escrevendo afirmações que expressem as qualidades superiores do Mago, sempre começando com “Eu sou”, ou “Eu tenho”. Um exemplo seria: “Eu sou um canal permanente de conexão com a inteligência Superior”, ou “Eu tenho a plena fluência de percepção e comunicação em tudo o que faço!”. Escreva afirmações desse tipo, ou copie essas se preferir, num pedaço de papel. O simples ato de escrever introjeta no inconsciente a coisa escrita. Coloque o papel num pires ou prato branco que servirá de apoio ao ritual, ou seja, um campo de trabalho mágico. Sobre o prato ou pires coloque a carta “O Mago”, do baralho que preferir. |
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O Mago nos tarôs de Wirth, Pamela& Joyce Eakisn e Crowley |
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Sempre recomendo que se utilize um baralho específico para leituras, outro para vivências e rituais. Acenda um incenso de aroma amadeirado como sândalo ou olíbano, duas essências com forte tradição espiritual, muito utilizados nos templos para facilitar a concentração e a elevação da consciência. O incenso carrega em si o simbolismo do ar (perfume) e do fogo (a chama), sendo por isso tido pelos povos do antigo Egito e Índia como o instrumento cerimonial perfeito em oferendas aos deuses. Ao acender a chama do incenso reforce as intenções que escreveu no papel. |
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Utilize também pedras para enfatizar seu propósito. O quartzo branco é um coringa que serve para qualquer trabalho, mas pode-se utilizar o quartzo azul (que traz clareza e criatividade) ou a pedra olho-de-tigre (para coragem, autoconfiança, sorte, proteção e acuidade mental). Programe as pedras com as afirmações escritas. A autora Uma Silbey recomenda que se inspire lenta e profundamente imaginando que ao fazê-lo se está inalando as afirmações escolhidas, então prende-se a respiração por um tempo, como que retendo essas afirmações em si mesmo, e simultaneamente contrai-se o esfíncter para reter ainda mais a energia. Em seguida libera-se o ar dos pulmões e descontrai-se o esfíncter, dirigindo o ar e a energia à pedra, impregnado-a com as intenções desejadas. Repita o processo três vezes. |
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Coloque o prato, o incenso e o cristal próximos de uma janela, pela manhã, e certifique-se que a luz do sol fique próxima do ritual, ou que o banhe completamente, como um símbolo da entrada da luz na consciência. Depois de concluído o ritual, queime o papel com as afirmações, pois elas agora vivem dentro de você. Guarde a carta e leve as pedras consigo. Use-as em sua mesa de trabalho quando for ler o tarot para si ou para outros, ou coloque-as debaixo do travesseiro quando for dormir. |
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O ritual da Sacerdotisa |
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Esse é o arquétipo da feiticeira, da clarividente e clariaudiente, que se comunica com as outras dimensões e seres dos planos invisíveis e que conhece os mistérios da vida e do destino. Em muitas de suas versões ela está sentada numa espécie de trono, na entrada dum templo delimitado por dois pilares, vestida com roupas cerimoniais que cobrem todo seu corpo, indicando não movimento, retiro e introspecção psicológica e espiritual. Em geral, ela também está de algum modo relacionada à água, símbolo da fluidez da vida e das profundezas desconhecidas da alma. Os muitos mitos de monstros marinhos são, na verdade, símbolos do mistério e fascínio que este elemento representa. A água tem dois movimentos, o fluxo e o refluxo, e isso sempre foi associado à lua em suas fases. Existe uma íntima ligação entre esse astro, na astrologia, e este arcano do tarot. |
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A Sacerdotisa nos tarôs Waite, Osho e Robert Place |
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Ao acessar o arquétipo “A Sacerdotisa”, abrimos a visão e a audição interior para o incognoscível dos planos superiores da consciência e da natureza. Porém, vale lembrar que se o fizermos sem antes acessar o arquétipo do Mago, careceremos da capacidade de expressar com mais clareza as inúmeras possibilidades de revelação que A Sacerdotisa nos abrirá! |
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O procedimento |
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Assim como no arcano anterior colocaremos esta carta em cima de um pires ou prato branco. Debaixo do prato, um papel com as afirmações que expressem o que se deseja alcançar, dentro de si mesmo, das qualidades deste arcano, sempre preservando os verbos “Eu sou” e “Eu tenho”. Minhas sugestões são: “Eu sou um canal de acesso aos poderes da intuição Superior” ou “Eu tenho o poder da visão e da audição interior agora despertos em mim”. Coloque ao lado do prato um copo de vidro ou cristal, ou, se tiver, uma taça prateada (se acaso tiver uma de prata verdadeira, melhor!). A prata reflete bem as qualidades lunares que pretendemos atingir. Do outro lado coloque pedras de ametista (que purifica energias, amplia o psiquismo, desperta os chacras superiores, eleva a consciência e favorece o estado meditativo), pedra-da-lua (que amplia a intuição, abre a clarividência, traz paz e conecta com os poderes da lua), ou o quartzo branco, que pode ter as mesmas funções se for programado para isso. Programe as pedras como indicado anteriormente. |
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Escolha uma fase de lua cheia quando ela estiver num dos místicos e muito psíquicos signos de água como Câncer, regente da lua, Peixes ou Escorpião. Lembre-se de verificar se a lua não está fora de curso ou num mal aspecto com o planeta Mercúrio, que rege o conhecimento e a comunicação (nem preciso explicar o motivo, não é?). Também deverão ser evitados aspectos desfavoráveis com Plutão, regente do submundo da psique, pois isso poderia favorecer conexões indesejadas ou densas demais. Deixe os objetos do rito em frente a uma janela que, em algum momento, fique exposta à luz do luar (mas retire tudo antes do sol nascer!). Faça o mesmo que foi feito com o arcano anterior: queime o papel, guarde a carta, use as pedras e beba toda a água do cálice, pois ela foi fluidificada com os poderes da lua e de todo o ritual. |
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Edição: CKR – 25/01/2015
Revisão: Ivana Mihanovich |
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