Massacre dos palestinos
A criação do Estado de Israel aconteceu no dia 14 de maio de 1948, por intermédio da Organização das Nações Unidas, como parte da divisão da Palestina que essa organização estabeleceu. O Estado de Israel surgiu a partir de décadas de lobby e de campanhas imigratórias promovidas pelos defensores do sionismo. Mas a ONU nunca reconheceu a posse dos palestinos de seu próprio território, ocupado antes de invasão israelita.
O Hamas foi criado a partir da Irmandade Mulçumana, organização que estava presente na Faixa de Gaza desde 1945. O grupo foi criado para ter uma participação mais ativa na resistência contra a ocupação de Israel.
A Faixa de Gaza, bombardeada sem descanso desde o ataque do movimento islamista palestino Hamas contra o território israelense em 7 de outubro de 2023, foi ocupada por Israel durante 38 anos, antes de recuperar uma autonomia parcial em 2005.
Fiz uma tiragem com cinco cartas para ter diferentes ângulos de visão do conflito de Israel com os palestinos. As imagens do tarô nos ajudam a refletir sobre as ocorrências deste final de ano de 2023 e sobre o que esperar no correr de 2024.
1. O contexto global: Cavaleiro de Ouros
O guerreiro do naipe de Ouros, por se tratar de um naipe que simboliza o plano prático, traz a mensagem de que a ação bélica de Israel contra os palestinos constitui um evento com propósitos materiais. Como se tornou evidente, trata-se de uma luta pela conquista territorial, por interesses econômicos.
2. Os motivos de Israel: 18. A Lua
Por se tratar de um arcano ligado às raízes, à base de sustentação de um lar ou de uma comunidade, o arcano da Lua reafirma que a ocupação de Israel tem um propósito territorial, de ampliação do próprio espaço. Nesta carta, a presença exclusiva de figuras animais, cães e escorpião, ressalta que essa ação está motivada por impulsos instintivos, de consolidação da própria da segurança territorial. Falta a clareza de consciência que apenas o Sol poderia oferecer.
3. O que se esperar para Israel: 20. O Julgamento
Os eventos deixaram gradativamente transparente os propósitos do governo israelense de conquista territorial. Embora possa ganhar a batalha com a ajuda de outras potências, todas as ações de impunidade e de manobras ocultas estão sendo reveladas com o tempo e devidamente situadas. Vale, aqui, a expressão brasileira para a situações em que a verdade é revelada contra a vontade do autor - “ficar de bunda prá fora” – como aparece ressaltada na própria carta do Julgamento.
Ficou bem compreendido, agora, porque a inteligência militar de Israel não se confrontou com a investida do Hamas em 10 de outubro de 2023. Seguramente não foi por incompetência, mas pela motivação estratégica de ter argumentos para acabar com a presença dos palestinos.
4. O que esperar para os palestinos: O Louco
No contexto atual, ficou claro que os palestinos sobreviventes estarão destinados ao desterro, à expulsão de seus territórios. O Louco é o símbolo do abandono do seu local de existência e da necessidade de buscar novos horizontes. As esperanças desse povo não têm respaldo em qualquer apoio militar, mas, sim, num longo trajeto inspirado por forças mais altas.
5. O que esses acontecimentos nos ensinam: Cavaleiro de Paus
Apesar das transgressões dos direitos humanos, como vem ocorrendo no massacre israelense aos palestinos, “vencerá o mais forte”, aquele que dispõe de maior poderio bélico, como sugere o Cavaleiro de Paus. A vitória será da força militar e não da verdade.
Cartas do Tarot de Marselha restaurado por Alexandre Jodorowsky e Phillippe Camoin.
|