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Mario Quintana e o Oculto... |
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Pois é...! Achei este poema no livro "Aprendiz de Feiticeiro" de 1950, e me espantou o quanto os versos nos fazem lembrar do arcano Prince of Disks, do Thoth tarot de Aleister Crowley. No poema Mario fala em Rei de Ouros, e Crowley por questões cabalísticas renomeou o Reis do tarot para Príncipes... Com certeza isso não foi consciente por parte do poeta, pois que o poema é, como já disse, de 1950 e a primeira edição completa do Thoth tarot só aconteceu em 1962, e ainda assim em edição limitada. A sincronicidade e a força dos arquétipos se fez presente mesmo nesse encontro. |
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Mario Quintana no banco de jardim em Porto Alegre |
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Quintana e o Tarot |
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O poema fala de poder e do ápice de uma situação. Justo o significado deste arcano que denota poder material, riqueza e realização. "Coincidentemente" o Rei de Ouros do tarot tem correspondência astrológica com o segundo signo do zodíaco, Touro... Leiam os versos e comparem com a imagem deste arcano... Por ser também uma das ferramentas do inconsciente a arte pode dar saltos surpreendentes... |
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O Rei de Ouros ou Príncipe de Ouros no Crowley Tarot |
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Pino |
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Doze touros
Arrastam a pedra terrível. |
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Doze touros
Os músculos vibram
Como cordas. |
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Nenhuma rosa
Nos cornos sonoros.
Nenhuma. |
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Nas torres que ficam acima das nuvens
Exausto de azul
Boceja o Rei de Ouros. |
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Do livro: Mario Quintana -
Aprendiz de Feiticeiro,
seguido de Espelho Mágico.
Editora Objetiva. Rio de Janeiro, 2012. |
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Quintana e a Astrologia |
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Quem diria hein? Mas muitos de seus poemas falam em alquimia, magia, e em um de seus versos ele cita a palavra "quincúncio", que é um aspecto referente a um ângulo de 150º entre dois planetas na mandala do mapa astral... E o presente soneto é uma prova escrachada de que o poeta tinha pendores, ou pelo menos curiosidades astrológicas... |
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Astrologia |
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A minha estrela não é a de Belém:
A que, parada, aguarda o peregrino.
Sem importar-se com qualquer destino
A minha estrela vai seguindo além... |
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- Meu Deus, o que é que esse menino tem? -
Já suspeitavam desde eu pequenino.
O que eu tenho? É uma estrela em desatino...
E nos desentendemos muito bem! |
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E quando tudo parecia a esmo
E nesses descaminhos me perdia
Encontrei muitas vezes a mim mesmo... |
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Eu temo é uma traição do instinto
Que me liberte, por acaso, um dia
Deste velho e encantado labirinto. |
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Do livro: Baú de Espantos;
Quintana de Bolso. L&PM Pocket.
Porto Alegre, 2010.
Seleção de Sergio Faraco. |
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