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Stratovarius e o Esoterismo |
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O Esoterismo, um dos principais temas entre as bandas de Heavy Metal, aparece tanto em suas letras como na arte das capas dos álbuns de estúdio. Para a banda de Power Metal finlandesa Stratovarius o Esoterismo tem lugar essencial. Além de explorarem o tema nas letras, as capas dos álbuns são o complemento máximo de suas composições. Uma vez que o próprio Esoterismo é um amplo campo de conhecimentos religioso-filosóficos, é esta amplitude que encontraremos nas capas e composições do Stratovarius. |
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De acordo com a Wikipédia, como “um campo transdisciplinar, o esoterismo tem permeado várias formas de filosofia ocidental, religião, pseudociência, arte, literatura e música, continuando a afetar as ideias intelectuais e cultura popular”. |
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A palavra Esoterismo vem do grego eksoteros e significa hermético, interno, oculto, particular, protegido, secreto ou de difícil compreensão. De acordo com Alexandre Acioli, “é aplicável para designar o conjunto de ciências ocultas que foram preservadas durante milênios na forma de filosofias iniciáticas, por grupos fechados de estudiosos e religiosos. Os antigos e sábios gregos chamavam de esoterismo o conhecimento complexo, o entendimento restrito e revelado apenas aos iniciados e a um círculo de especialistas”. |
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Imagem: Google search. |
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“Na expressão grega ε ι σ ω υ ε ω – faço entrar – se encontra a noção de esoterismo. Fazer entrar significa abrir uma porta, oferecer aos homens a possibilidade de passar do exterior para o interior; simbolicamente, é o revelar de uma verdade escondida, um sentido oculto”. Um exemplo disso é a pessoa – ou iniciado – procurar entender a origem do Universo e a sua própria. O esoterismo é tudo aquilo que constitui a essência das coisas e de todos os seres; é a natureza interior, a razão de ser e de existir. |
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O poder do Metal que se manifesta |
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Stratovarius é uma banda finlandesa de Metal Sinfônico / Power Metal formada em 1984. Considerada uma das bandas mais influentes do gênero, possui 15 álbuns de estúdio (Intermission, de 2001, é uma compilação): Fright Night (1989), Twilight Time (1992), Dreamspace (1994), Fourth Dimension (1995), Episode (1996), Visions (1997), Destiny (1998), Infinite (2000), Elements Pt. 1 (2003), Elements Pt. 2 (2003), Stratovarius (2005), Polaris (2009), Elysium (2011), Nemesis (2013) e Eternal (2015). |
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A banda é formada por Timo Kotipelto (15/03/1969, vocal), Jens Johansson (02/11/1963, teclado e piano), Matias Kupiainen (11/05/1983, guitarra), Lauri Porra (13/12/1977, baixo) e Rolf Pilve (23/10/1987, bateria). O nome da banda originou-se “da aglutinação de Stratocaster (modelo de guitarra) com Stradivarius (marca conhecida por seus violinos)”. |
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Integrantes do conjunto, da esquerda para a direita: Johansson, Pilve, Kotipelto, Porra e Kupiainen. |
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Foto em www.stratovarius.com/media/photos/Official_2013/01.png?t=1485726814 |
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O Metal Sinfônico / Power Metal – subgênero do Heavy Metal – possui como temas principais a religiosidade, o Esoterismo, a Fantasia, o Misticismo e a Idade Média, História, Política, além de letras românticas. O som caracteriza-se por ser mais veloz e poderoso – daí o nome Power Metal – e os vocais mais agudos, sem gutural. Além dos instrumentos conhecidos como o baixo, a bateria e a guitarra, também são utilizados os teclados e elementos sinfônicos. A maior concentração de fãs e de bandas de Power Metal ocorre na Europa (Alemanha, Itália e países escandinavos). Menos popular na América do Norte, encontra maior expressividade na América do Sul (Argentina, Brasil e Chile) e na Ásia (Coreia do Sul e Japão). Tais gêneros têm sua origem na Europa dos anos 1980 e explora temas considerados “inteligentes” e de grande positividade, trazidos da música folclórica e da música clássica. |
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Logo em : www.rockeirodeverdade.blogspot.com.br |
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Neste artigo, escolhemos algumas das capas de álbuns da banda finlandesa para ilustrar a ideia exposta – apontar os elementos esotéricos presentes nas capas dos álbuns selecionados do Stratovarius –, bem como o tema central das composições cada um deles, de forma a “amarrar” letra e arte. Colocaremos a definição de cada termo de forma resumida encontrada em dicionários voltados para o assunto. |
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O leitor está convidado a participar desta análise e assinalar as características de cada capa que tenham passado despercebidas. |
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Os álbuns escolhidos para escrever este artigo foram: Visions (1997), Infinite (2000), Elements Part 1 (2003) e Elements Part 2 (2003). |
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Visions (1997). |
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Gênero do álbum: Power Metal, Metal Neoclássico, Heavy Metal. |
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Faixas do álbum e compositor: 1. The Kiss of Judas – Timo Kotipelto
2. Black Diamond – Kotipelto 3. Forever Free – Kotipelto 4. Before the Winter – Timo Tolkki
5. Legions – Tolkki 6. The Abyss of Your Eyes – Kotipelto 7. Holy Light (instrumental)
8. Paradise – Tolkki 9. Coming Home – Tolkki 10. Visions (Southern Cross) – Tolkki |
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Arte da capa: Andreas Marschall |
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Visions é um álbum conceitual que trata das profecias de Nostradamus (França, 1503-1566), a exemplo da letra-título de “Visions (Southern Cross)”. |
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De forma resumida, o álbum Visions trata das grandes guerras e seus desdobramentos: destruição do Planeta, matanças, fome, ficar longe de casa, dos amigos, da família, das pessoas amadas. Porém, após a guerra, após cessarem os conflitos é hora de voltar para casa com a esperança de encontrar as coisas como foram deixadas, e um mundo melhor. Além disso, Visions nos diz que é preciso pensar por si próprio, ter liberdade de pensamento e não apenas acreditar em notícias mentirosas e tendenciosas criadas pela grande mídia. Finalmente, a faixa-título é uma condensação das letras anteriores, que já vem anunciando as profecias de Nostradamus, para finalmente colocá-las em uma única letra, conforme podemos ver nos versos abaixo: |
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“Será ouvido pelo ar o barulho das armas
E no mesmo ano os divinos serão inimigos
Eles injustamente irão derrubar as leis sagradas
E através do trovão e da guerra verdadeiros crentes morrerão?” |
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Nostradamus, Centúria 4, Quadra 43 |
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Interpretações da quadra: |
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• “Wursburg, ponto de partida das conquistas de Napoleão. Anexação de Nápoles e da Sicília. A invenção dos foguetes de guerra. O bloqueio continental, em 1806”. |
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• “O saque da biblioteca secreta do Vaticano e a divulgação de seu conteúdo, sem destruí-lo, pelo Anticristo. Os inimigos estarão lutando pelo Anticristo, pensando que defendem Maomé”.
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“Por quarenta anos o arco-íris não aparecerá
Por quarenta anos ele poderá ser visto todo dia
A terra ressequida deverá secar mais a cada dia
E uma grande inundação quando for o tempo” |
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Nostradamus: Centúria 1, Quadra 17 |
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Interpretações da quadra: |
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• “O ciclo da Terra. Haverá 40 ciclos (uns 4000 anos) de seca (sem arco-íris) seguidos de uns 40 ciclos de chuva. A humanidade desequilibra o meio ambiente. Em cada ciclo a humanidade é extinta, tendo que recomeçar do zero. Ela já foi extinta algumas vezes)”. |
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• Refere-se a dois eventos: “um ocorrido em 1830-1914: A um período de guerra de 40 anos (as guerras coloniais de 1830-1870) seguirá um período de paz de mesma duração”, e outro ocorrido “em 1872-1914: A ‘íris’ ou arco-íris significa tudo que é agradável. Esse período de 41 anos foi chamado de "La Belle Époche”. |
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“Virá dos céus a raça poderosa
Antes e depois Marte reina à vontade
Não muito longe da grande era do milênio
Os que já foram enterrados sairão de suas sepulturas”. |
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Nostradamus: Centúria 10, Quadras 72,74 |
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Interpretações da quadra: |
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• “Julho de 1999. Referência aos Estados Unidos, Rússia e Japão, que produzirão seres primitivos por meio da clonagem, da engenharia genética e da eugenia para serem enviados à guerra. Haverá o desenvolvimento da nanotecnologia”. |
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• “Até o final da sétima era [que seria a última], a civilização será reconstruída várias vezes. Após isso, a Terra continuará existindo, mas será desabitada”. |
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• “Nesse momento, os que entraram no túmulo (ou em abrigo) daí sairão (renovação espiritual). Alguns interpretam a última frase como a crença do profeta na reencarnação”. |
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“Vinte anos do reino da lua se passaram
Setecentos outros anos deverão apoiar a monarquia dele
Quando o sol deverá retomar seus dias passados
Então estará completa e finalizada minha profecia” |
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Nostradamus: Centúria 1, Quadra 48 |
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Interpretações da quadra: |
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• “Haverá uma base na Lua, e depois bases espaciais. Em um futuro muito distante, a Terra desaparece, incinerada por uma explosão do Sol”. |
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Na capa do álbum podemos ver, em primeiro plano, as mãos impostas do astrólogo, farmacêutico, médico e alquimista francês Nostradamus. Outros elementos de destaque são o arco-íris, que faz parte da Centúria 1, Quadra 17, e o cometa, conforme nos diz Timo Tolkki: “Quando o cometa vier do céu / Você e eu morreremos”. |
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O arco-íris é o caminho e a mediação entre a terra e o céu; “a ponte flutuante do Céu” (Japão); alma dos soberanos (Tibete); Íris, a mensageira rápida dos deuses (Grécia); harmonia e fecundidade (China); qualidades divinas refletidas no universo (Esoterismo islâmico); juntamente com as nuvens simbolizam “o corpo de êxtase espiritual, e sua resolução em chuva, corpo de transformação” (Budismo tibetano); aliança de Deus com a humanidade (Bíblia: Gênesis 9:12-17); doença e morte (Vietnã do Sul); crueldade (Incas); união e perdão divino (Rosacruz), ponte que estabelecia a ligação entre o domínio dos deuses, Asgard, e a Terra, Midgard, terra dos mortais” (mitologia nórdica).. |
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O cometa simboliza o mau presságio, “catástrofe nacional, como fome, guerra desastrada, morte próxima do rei”, chegada dos espanhóis e queda do império (antigos México e Peru); desgraças e ameaças (Zaire). |
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Infinite (2000) |
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Gênero do álbum: Power Metal, Metal Neoclássico, Metal Progressivo, Metal Sinfônico. |
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Faixas do álbum e compositor: 1.Hunting High and Low –Timo Kotipelto
2. Millennium – Tolkki 3. Mother Gaia – Tolkki 4. Phoenix – Tolkki
5. Glory of the World – Jens Johansson 6.A Million Light Years Away – Tolkki
7. Freedom – Tolkki 8.Infinity – Tolkki 9.Celestial Dream – Tolkki |
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Arte da capa: Derek Riggs |
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Infinite é um álbum cujo tema gira em torno da Nova Era e suas características, como por exemplo, a esperança de um mundo melhor (Celestial Dream), justiça e paz em contraposição com a destruição da Terra, o ódio, a ambição e a injustiça (Mother Gaia) que existe entre a humanidade. Contudo, letras como Hunting High and Low, Phoenix e Freedom, por exemplo, falam de renascimento, paz de espírito no lugar de bens materiais, calmaria após a tempestade, liberdade e livre-arbítrio, como proposto pela Thelema, sistema filosófico-religioso desenvolvido por Aleister Crowley cujo princípio básico era “Faze o que tu queres, será o todo da Lei”. De acordo com esse sistema a pessoa é livre para fazer o que e como deseja, ter sua a liberdade individual de escolhas e pensamentos sem se prender a crenças e dogmas pré-estabelecidos, porém tornando-se integralmente responsável pelas consequências de seus atos. Infinity e Millenium, por sua vez, tratam da duração das eras, a passagem dos anos, como ciclos que se renovam na esperança de termos um mundo melhor, encontrarmos o melhor caminho para viver e ter nossos sonhos de paz, justiça e felicidade alcançados. |
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A arte da capa, o ciclo da vida que sempre se renova, é composta principalmente pelas águas claras e escuras, pelo símbolo do infinito e pelos golfinhos. |
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O infinito ou lemniscata “expressa aquilo que não tem fim, ou seja, o eterno e permanente. Astronomicamente significa o Universo. O Infinito é o que dá esperança ao homem de sua eternidade” (Dicionário Maçônico Completo, versão em PDF). “O símbolo do infinito representa divindade, evolução, amor, o símbolo da vida, a inexistência do início e do fim, do nascimento e da morte. Na Nova Era esse símbolo representa a união do físico e do espiritual, da morte e do nascimento. Representa também a evolução espiritual, uma vez que seu ponto central significa um portal entre os dois mundos e o equilíbrio perfeito dos corpos e dos espíritos”.
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O símbolo do infinito está presente no caduceu de Hermes e na “na lenda da serpente que come a própria cauda, chamada Ouroboros, também relacionada ao infinito. No Tarô aprece arcanos maiores O Mago e Força, aludindo ao equilíbrio espiritual, à ideia de que “todo fim é um começo e todo começo é um fim” e à eternidade, as múltiplas possibilidades da vida que podemos atingir por meio da vontade e do “devido conhecimento e domínio de nossa própria força”. |
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O golfinho simboliza a água, o amor, a salvação, a proteção, a pureza, o sagrado, a harmonia, a liberdade, a transformação, a sabedoria, a alegria, a prudência e a adivinhação. No sentido mítico-espiritual, “com sua inteligência e velocidade, o golfinho, do grego Delphi, é considerado um mensageiro do amor e um condutor de almas do além simbolizando, dessa maneira, a salvação”. |
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Elements Pt.1 (2003) |
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Gênero do álbum: Power Metal, Metal Neoclássico, Metal Sinfônico. |
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Faixas do álbum e compositor (todas as letras são de Timo Tolkki, exceto 1 e 7):
1. Eagleheart (Timo Tolkki, Timo Kotipelto) 2. Soul of a Vagabond
3. Find Your Own Voice 4. Fantasia 5. Learning to Fly 6. Papillon
7. Stratofortress (instrumental) 8. Elements 9. A Drop in the Ocean |
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Arte da capa: Derek Riggs |
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Elements pt. 1 e Elements pt. 2 são álbuns com títulos autoexplicativos: tratarão dos quatro elementos da Natureza e sua relação com os sentimentos e as emoções humanas. |
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Elements pt. 1 inicia traçando um paralelo entre a Nova Era (“novo mundo”, “glória”, Sol como expansão da consciência) e a Velha Era (“cinzas”, tristezas”), além de trazer a simbologia do arco-íris, em Eagleheart. Na mesma letra, “fala do glorioso coração de águia que voa até o sol, mais alto que as montanhas e planando em fogo”. Elementos terra e ar, início e fim, nascimento e morte, marcando a roda infinita da vida, o alfa e o ômega, caracterizam Soul of a Vagabond. Mais uma vez aparecem características da Nova Era (absolvição, salvação e paz) em relação à Velha Era (ilusão, desilusão e condenação). Find Your Own Voice sugere que encontremos nosso “deus interno”, liberdade para nos expressarmos, ter nossa própria espiritualidade, realizar nosso caminho alquímico-evolutivo, como verificado na filosofia de Thelema. Fantasia, inspirada no filme História sem Fim, fala de um mundo utópico, onde não houvesse guerra, armas, religião ou Deus, apenas “nossa própria verdade”. |
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É preciso aprender a viver e “voar” de forma independente, como nos diz Learning to Fly. Após apreciar o instrumental de Stratofortress, Elements, como o próprio título diz, fala dos quatro elementos da natureza – água, ar, fogo e terra – criadores de toda a vida existente e suas relações com os sentimentos e as emoções humanas, sem esquecer o lado “negativo” que esses quatro elementos podem assumir. Finalizando, A Drop in the Ocean fala sobre a busca do sentido da vida. A música inicia e termina com sons de ondas do mar, e finaliza com sons de gaivota, lembrando muito as “sessões de relaxamento” típicas das canções New Age. O álbum começa mais “acelerado”, mais “agitado”, e termina mais “lento”, mais “sereno”. |
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Na capa de Elements pt. 1, temos uma figura, feminina “vestida” de fogo e água. Ela parece sair do oceano. Tem ao redor de si o símbolo do infinito – que já apareceu em Infinite – e está encimada pelos sete raios sagrados e pela flor-de-lis (dourada/fogo), símbolo da banda. |
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A água – que em com o ar, o fogo e a terra forma os quatro elementos que regem o planeta Terra – relaciona-se com a intuição e a imaginação. A água é a fonte de toda vida, é o meio de purificação e de morte simbólica. É um “reservatório de energia” e regeneração do corpo e do espírito. Confere vida, força e pureza para o corpo e para o espírito, além de proteção e vida longa. Lava os pecados, os malfeitos e as mentiras. A água é o símbolo da pureza, da sabedoria, da graça e da virtude. |
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É o veículo de toda vida, da fertilidade e da fecundidade; fonte de vida e morte, criadora e destruidora. Corresponde ao temperamento fleumático ou linfático (indiferente, apático), à alma humana, à sensibilidade e à emotividade. “Á água apaga todas as infrações e toda mácula” (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2009). Por meio do batismo lava os pecados para que daí saia um homem novo. A imersão nas águas regenera e cura todas as dores; dilui todas as tristezas e sofrimentos. |
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O fogo é o símbolo da purificação e da imortalidade, do conhecimento penetrante, da iluminação. “Os inumeráveis ritos de purificação pelo fogo – em geral, ritos de passagem – são característicos das culturas agrárias. Com efeito, simbolizam os incêndios dos campos que se adornam, após a queimada, com um manto verdejante de natureza viva. O Fogo, nos ritos iniciáticos de morte e renascimento, associa-se ao seu princípio antagônico, a Água. O fogo constrói e destrói para reconstruir tudo o que vive. Ao fogo espiritualizante relacionam-se os ritos de incineração, o Sol, as fogueiras de elevação e de sublimação, enfim, todo fogo que transmita uma intenção de purificação e de luz” (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2009). |
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O fogo simboliza a fecundidade, a regeneração, pois queima e consome. A água também simboliza a purificação e a regeneração, porém, o fogo “distingue-se da água porquanto simboliza a purificação pela compreensão, até a mais espiritual de suas formas, pela luz e pela verdade; ao passo que a água simboliza a purificação do desejo, até a mais sublime de suas formas – a bondade” (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2009). Corresponde ao temperamento colérico ou nervoso, ao espírito, ao ardor e ao entusiasmo. |
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Os sete raios sagrados correspondem às características individuais humanas. São “sete correntes de força provenientes do Logos, cada uma das quais é personificação de uma grande entidade cósmica. Podem agrupar-se em sete tipos principais: primeiro – vontade ou poder; segundo – sabedoria; terceiro – inteligência ativa; quarto – harmonia ou beleza; quinto – ciência (conhecimento concreto); sexto – devoção e idealismo; sétimo – magia cerimonial e ritualística” (Dicionário de Símbolos Esotéricos). |
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Do site http://luzesdanovaera.com.br/sobre/os7raios, temos: primeiro raio: Azul – representa a “Vontade de Deus, Fé, Proteção, Força e Poder”. Corresponde à primeira pessoa da Trindade: o Pai; segundo raio: Amarelo-Dourado – é o raio do educador e do professor. Corresponde a segunda pessoa da Trindade: o Filho; terceiro raio: Rosa – está ligado à energia do Amor. É o raio da “Inteligência ativa da Divindade”; quarto raio: Branco Cristal – “abrange a Chama Branca da Pureza, a Chama da Ressurreição, o Plano Imaculado e a Chama da Ascensão”; quinto raio: Verde – raio “da Verdade, que dissolve a ilusão do ego e da matéria e revela a Realidade do Cristo e a precisão da Lei, da Cura, da Ciência, do Suprimento e Abundância Divina”; sexto raio: Rubi-Dourado – “representa a Paz, colaboração e dedicação à vida”; sétimo raio: Violeta – é o raio da “Misericórdia, Transformação e Liberdade”. Corresponde à terceira pessoa da Trindade: o Espírito Santo. |
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A flor-de-lis, lírio ou íris, simboliza a candura e a esperança, a luz e a perfeição. Significa poder, soberania, honra e lealdade, “assim como a pureza de corpo e alma”, além de ser o símbolo da França, é utilizada pela Alquimia, Escotismo, Maçonaria e algumas religiões. |
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Os Sete Raios e o logo Stratovarius |
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Ilustrações em www.sementesdasestrelas.com.br e www.fotolog.com. |
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Elements Pt.2 (2003) |
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Gênero do álbum: Power Metal, Metal Neoclássico, Metal Sinfônico |
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Faixas do álbum e compositor (todas as letras são de Timo Tolkki):
1. Alpha & Omega 2. I Walk to My Own Song 3. I'm Still Alive
4. Season of Faith's Perfection 5. Awaken the Giant;
6. Know the Difference 7. Luminous 8. Dreamweaver 9. Liberty |
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Arte da capa: Derek Riggs |
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Elements pt. 2 inicia com Alfa & Omega, neste caso, referindo-se a Deus e Sua eternidade – que fala diretamente ao leitor – como princípio e fim de tudo, criador de todas as coisas. De acordo com a letra, Deus considera sua criação “suprema”, sendo tudo seu “sonho perfeito”, não há erros em seu “jogo cósmico também ‘perfeito’”. Basicamente todas as letras do álbum fazem referências à Nova Era – I’m Still Alive, Season of Faith’s Perfection, Luminous, Dreamweaver, Liberty –, à Alquimia enquanto busca interior, transformação e aperfeiçoamento da personalidade, à esperança e fé em busca dos objetivos – Season of Faith’s Perfection, Awaken the Giant, Know the Difference, Liberty –, à Thelema, de Aleister Crowley – I Walk to My Own Song –, ao elemento ar – I’m Still Alive – e ao Sol, símbolo da iluminação da consciência humana, à Lua e às estrelas – Luminous, Liberty. |
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Na capa de Elements pt. 2, temos também uma figura maculina “vestida” da matéria da própria terra da qual emerge, enquanto o ar ou vento – espalha folhas secas – matéria orgânica – que estão ao seu redor. Assim como em Elements pt.1, tem ao redor de si o símbolo do infinito e está encimada pela flor-de-lis (branca/ar), como vimos nos álbuns precedentes. |
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A terra é o oposto do céu. É o sustentáculo de todos os seres, e assim como lhes dá a vida, também os recebe em seu seio quando a suas vidas chega ao fim. A terra nos dá as fontes, os minerais, os metais e o nosso alimento. A terra é o princípio feminino, é Mãe, é a origem de toda vida, “um símbolo de fecundidade e regeneração”. Dela viemos, para ela retornaremos (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2009). A terra corresponde ao corpo e ao temperamento melancólico ou bilioso, isto é, mal-humorado. |
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O ar é um “símbolo de espiritualização”, “é a via de comunicação entre a terra e o céu”. “É simbolicamente associado ao vento, ao sopro”. É o criador do fogo, do qual derivam todas as formas de vida. Relaciona-se com “o respiro criativo de vida, a palavra criadora com o vento (criação) e “como meio onde se produzem os movimentos e onde emergem os processos da criação e desenvolvimento da vida”. O ar corresponde à luz, à luminosidade, à mente humana e ao temperamento sanguíneo, isto é, alegre e ardente. |
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A descoberta do saber oculto |
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Como vimos, existem muitas formas de nos aproximarmos do Esoterismo. O mundo da música é uma delas, por ser um tema recorrente entre os artistas do Heavy Metal e suas vertentes, como neste caso o Power Metal. É um tema amplo e fascinante e Stratovarius mostrou, nestes quatro exemplos, que é possível buscar inspiração nas mais diversas ideias e visões que compõem o Esoterismo para escrever letras inteligentes, profundas e que nos façam refletir sobre o mundo em que vivemos e sobre nós mesmos. |
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Se na origem essas ideias e visões eram designadas apenas a um grupo seleto, secreto e apenas para iniciados em alguma de suas tradições – Esoterismo –, hoje felizmente este está mais amplamente divulgado, descoberto e acessível – Exoterismo – a um público cada vez maior e mais interessado, dentro de cada crença espiritualista, filosófica ou religiosa que deseje seguir, a buscar a evolução espiritual, seja por meio do Tarô, Runas, Meditação, Oração, ou qualquer outro método com o qual se identifique. |
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Hoje temos livros e sites que abordam de maneira mais ampla os assuntos relacionados ao Esoterismo. Falamos em público abertamente, sem corrermos o risco e sermos perseguidos ou excluídos socialmente. Todos nós, de uma forma ou de outra, buscamos compreender, por meio de nossas crenças, nossa espiritualidade e pelo contato com a natureza – exemplificada pelos quatro elementos –, nossa missão e nossa passagem por aqui. E tudo aquilo que pode contribuir para essa compreensão – desde que não prejudique a nós mesmos ou nossos pares – pode e deve ser utilizado para encontrarmos o nosso próprio caminho rumo à evolução espiritual. |
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Kotipelto e Tolkki mostraram, com suas letras, que é possível aliar diversão, música e reflexão, analisar a nós mesmos e o mundo ao nosso redor: refletir sobre nossa mortalidade, nossos anseios, o quanto podemos ser ou não eternos. Estamos sempre, de alguma forma, buscando um equilíbrio físico-espiritual. De forma simbólica, transmutamos, morremos e renascemos todos os dias. E por meio da música podemos fazer uma viagem intimista, mergulhar dentro de nós mesmos de maneira especial, pois a música nos envolve, e os autores, cientes disso, com suas letras inspiradoras nos permitem fruir, espiritualizar e humanizar. |
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Referências: |
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CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: mitos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. 24ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. |
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CHRISTE, Ian. Heavy Metal: a história completa. DURANTE, Milena; ZANTOZ, Augusto (Trads.). São Paulo: Benvirá, 2010. |
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A Noção de esoterismo. Versão PDF. |
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Dicionário Maçônico Completo. Versão PDF. |
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Dicionário de Símbolos Esotéricos. Versão PDF. |
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