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Jung e o Tarô – Uma jornada arquetípica |
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O livro de Sallie Nichols |
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Muitos de nós, seres humanos modernos, simplesmente passamos pela vida sem olharmos para nós mesmos por negligência ou por medo do que vamos encontrar. Nosso processo de individuação e autodescoberta é esquecido em detrimento de nossos compromissos diários que se repetem em uma rotina sem fim, afinal temos que sobreviver e não há tempo para “baboseiras” como essa história de autoconhecimento. |
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Felizmente nem todos pensam dessa maneira e ainda existem pessoas interessadas no intrigante processo de construção do eu. |
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Sobre esse assunto fascinante gostaria de apresentar uma obra que poderá ser muito útil para todos aqueles que querem empreender uma jornada ao centro de si mesmos e descobrir |
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a maravilha que somos enquanto humanos. Falo do livro de Sallie Nichols, Jung e o Tarô, uma jornada arquetípica (9ª edição, São Paulo, Editora Cultrix, 2000). A autora foi aluna de Jung em Zurique e, nas páginas de seu livro, demonstra-se hábil conhecedora do pensamento do mestre tomando os Arcanos do Tarô como arquétipos universais e exemplares do nosso processo de individuação. |
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A obra constitui-se em um verdadeiro mapa para a realização dessa jornada, empreendendo desde uma explicação sobre o Tarô e seus símbolos que traduzem arquétipos do inconsciente coletivo nos dois primeiros capítulos, até o ato de colocar as cartas e sua interpretação no último capítulo do livro, com exemplos muito claros de colocação do Tarô. |
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A autora procura demonstrar que no processo de autoconhecimento nós somos responsáveis por aquilo que somos, vivenciamos e fazemos de nossa existência, Nichols, nos compara com o Louco do Tarô, os errantes que procuram por si mesmos nas brumas do inconsciente. |
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Dessa maneira, a autora nos convida a viajar pelos Arcanos do Tarô descobrindo lições valiosas em seus símbolos. A jornada começa, efetivamente, no capítulo três do livro, com o Louco e depois passando por todos os demais Arcanos Maiores, termina no capítulo vinte e quatro com o Mundo. E para nossa surpresa, o personagem enigmático do início da viagem, o Louco, está lá espiando o nascimento do EU, no mundo como um dançarino que paira sobre a consciência. |
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A estrutura de cada capítulo, que fala dos vinte e dois Arcanos do Tarô, é uma fonte de entendimento sobre os arquétipos que estes representam. Discorrendo sobre cada carta, a autora utiliza inúmeros conceitos junguianos para explicar sua simbologia, além de se valer de exemplos dos mais diversos desde obras literárias, mitos, lendas, contos até personagens históricos e do cinema que ajudam a entender a riqueza ali representada para nos encontramos e nos espelharmos. A cada Arcano trabalhado é como se mais um fio da grande teia do EU fosse tecido e ligado aos demais formando a grande sincronicidade vital entre o inconsciente e nossa consciência. |
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O livro é um convite para iniciar uma jornada arquetípica rumo à descoberta de nós mesmos, mas também pode ser uma importante referência para terapeutas e tarólogos em seus campos de atuação. |
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Então, vamos começar essa aventura? Vamos libertar o louco que vive em cada um de nós para essa jornada? Se a resposta for sim, aconselho a leitura dessa obra antes, a caminhada ficará mais fácil e mais interessante. |
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março.10 |
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