Coronarte: um jeito bem humorado
de compartilhar a solidão e o medo
À medida que a pandemia do coronavírus se espalha e se intensifica, a arte editorial gerada pela crise está ficando mais dura, com piadas sobre o armazenamento de papel higiênico dando lugar a imagens mais sombrias de um globo infectado.
Naji Benaji (Marocco)
Havia "mais clichês na China nos primeiros dias da pandemia", diz Daryl Cagle, que sindicaliza criadores de todo o mundo. E são especialmente os cartunistas estrangeiros, diz o editor da Cagle Cartoons, que frequentemente fogem das piadas mais prolixas sobre o Covid-19.
Hajo de Reijger (The Netherlands)
"Os cartunistas mundiais tendem a desenhar caricaturas mais simbólicas do que os cartunistas norte-americanos, que são mais voltados para a piada", diz Cagle. Isso porque os editores americanos, observa ele, preferem as piadas. Enquanto os artistas satirizam uma pandemia que atingiu em meados de março 200.000 casos confirmados em todo o mundo, as metáforas visuais também divergem. "Cartunistas estrangeiros desenham mais caricaturas com base na aparência física do microscópico coronavírus", diz Cagle. "Eles desenham caricaturas de coronavírus com metáforas de futebol e colocam máscaras em tudo". Crédito: The Washington Post (March 18, 2020)
Sluka (Latvia)
No Brasil, uma exposição de cartuns do mundo inteiro, com a temática coronavírus, foi organizada pela Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB), e pode ser vista no site HQMIX. Com uma posição crítica e bem humorada os cartuns são formas de mostrar sob variadas perspectivas o impacto da pandemia na realidade social, econômica e política, assim como retratar as angústias e medos vividos pelos seres humanos nestes tempos sombrios e incertos.
Nikola Listes (Croatia)
O objetivo dessa exposição, totalmente on line, é colocar em foco a discussão sobre a crise de saúde que alterou o cotidiano do mundo. No momento, a amostra conta com 90 cartuns e o acervo aumenta a cada dia. Assim que a associação receba novos trabalhos eles serão postados afirmou o presidente da ACB, Jal Lovreto, para o Jornal A Gazeta. "Iremos ampliar para que, assim, seja uma exposição viva, que demonstra o quanto o humor gráfico tem idéias e força", enfatizou.
As capas de uma revista definitivamente compõem uma fonte infindável de reflexões. Encarada enquanto editorial elas podem servir como linha mestra da publicação, mesmo que não apresentem uma relação direta com as matérias veiculadas.
Tempo de Pandemia: a arte de fazer "arte"
Capa da Piauí de junho/2020
"Olha, a capa é como se fosse mais uma colaboração. É muito difícil ela ter relação com o conteúdo. Tem que ser interessante por si só. Chamar atenção e ser divertida. A capa da primeira edição foi feita pelo Angeli em dois dias. Ele perguntou o que tinha na revista. Respondemos que ele não precisava saber. Pedimos para fazer a capa de uma revista que não se leva a sério". (SALLES, 2007)
A capa constitui, portanto, a visão de mundo da revista. Em princípio, a visão de um jornalismo que promete não se levar muito a sério, mas que provoca novos sentidos e reflexões.
"A capa é considerada conteúdo editorial. Ou seja, é a primeira informação que o leitor encontra sobre o espírito da revista. Nem sempre (ou quase nunca) tem relação com as matérias que estão lá dentro. A arte propõe alternativas, todo mundo opina e o diretor de redação tem a palavra final." (Salles, 2009) - Crédito: Marina Lee Colbachini
A função de contratar um ilustrador e repassar informações para ele sobre o que é necessário na capa é designada ao diretor de arte. Normalmente, a ilustração deve estar em harmonia com o texto, ela que deve se adaptar a ele.
Fazendo arte com o vírus
Capa da Piauí de abril/2020
"A forma como é estruturada a interação entre textos e imagens deve ser feita de forma que as informações possam ser vistas com clareza e hierarquização, deve ainda, ser também, agradável de olhar. A capa é como se fosse um pôster só que da revista, pois assim como o pôster transmite informações de um evento que acontecerá, a capa mostra informações do conteúdo da revista, ela é o que elemento atrativo dos leitores para a revista, é ela quem vai captar a atenção deles. A capa é o cartão de visitas e a apresentação da revista: nas bancas, oferece-se ao público o primeiro elemento de atração e de julgamento (...)
"As ilustrações são um importante elemento gráfico do design gráfico contemporâneo, tendo sido influenciada ao longo dos anos por diversos movimentos artísticos e gráficos (...).
Na revista Piauí, podemos ver esse conceito de design pós-moderno aplicado nos desenhos que figuram nas capas da respectiva revista. As ilustrações não seguem um padrão específico, sempre são de estilos de desenho diferentes. Quando se presta um pouco mais atenção em suas capas pode-se perceber que dentro do seu universo de referências existem algumas tendências claras e clássicas atuando como: pop-art, quadrinhos, pinturas, desenho digital. Essa ecleticidade nas suas ilustrações acaba sendo um diferencial para a própria revista, chama mais atenção para ela, além do quê, as informações textuais da capa, sempre se adaptam as ilustrações presente.
Tudo acaba em barro
Capa da Piauí de maio/2020)
Com o crescente desenvolvimento tecnológico surgiram novas técnicas de representação de imagens como a fotografia, que é um meio mais prático e instantâneo de representação de imagens para a confecção de livros e revistas. Com o deslumbramento provocado pela facilidade técnica da fotografia frente a ilustração, ela foi sendo cada vez mais utilizada em detrimento da ilustração. Com isso, os ilustradores que continuaram desenhando para revistas, passaram a ter maior liberdade de criação, não precisando mais ser tão fiéis a realidade,podendo inovar e se utilizar de formas menos conservadoras de desenho.
As imagens que compõem as capas da revista Piauí demonstram o conceito que a revista quer passar as pessoas que é a modernidade, a criatividade, o não conservadorismo, o desprendimento das convenções e do tradicionalismo. Na revista Piauí a capa é o primeiro elemento a transmitir ao leitor esses conceitos. É uma revista moderna que aposta em capas diferenciadas que mesclam diferentes estilos de desenho". Crédito: Lídia Farias Lima e Norton Falcão.
Como nascem as capas da Piauí?
Maria Cecilia Marra, diretora de arte da revista, explica o processo de concepção, desde a ideia dos editores ao trabalho final do artista:
Referências Bibliográficas:
Colbachini, Marina Lee.Sentidos Revolvidos na Revista Piauí - Universidade Estadual de Campinas,2010.
Lima, Lídia Farias e Falcão, Norton. A Ilustração no Projeto Gráfico das Capas da Revista Piauí - Universidade Federal do Ceará
05/08/2020
Escultura do Coronavírus de Luke Jerram
O impacto da pandemia de coronavírus na arte e na cultura é grande no mundo todo. Museus, galerias e centros culturais foram fechados, assim como eventos, feiras e festivais também. Mas escultores, fotógrafos, designers e ilustradores, apesar desse cenário, não têm ficado de braços cruzados e vários trabalhos, inclusive, que refletem sobre a amplitude da doença estão circulando em redes sociais como o Instagram.
Escultura do coronavírus é apresentada por Luke Jerram, em Bristol, na Inglaterra.
Foto:Adrian Dennis/AFP
Em cada época, as artes dão testemunho da evolução e das preocupações do gênero humano como.é o caso das esculturas do artista britânico Luke Jerram, que vem ganhando destaque por conta de uma réplica em vidro do vírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19.
A escultura em vidro com 23 cm de diâmetro – algo dois milhões de vezes maior que o microorganismo – foi construída, a pedido de uma universidade norte-americana, oito semanas antes da epidemia se espalhar pelo mundo. Totalmente transparente, a peça, segundo ele, tem como objetivo mostrar às pessoas, de maneira mais fidedigna, a forma do novo coronavírus. O artista afirmou que o dinheiro a ser recebido pelo trabalho comissionado deverá ser todo doado para os Médicos Sem Fronteiras, o que ajudará os países em desenvolvimento a lidar com as conseqüências da epidemia do vírus corona.
Réplica em vidro do vírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19
Luke diz: "Esta obra de arte é uma homenagem aos cientistas e equipes médicas que estão trabalhando em colaboração em todo o mundo, para tentar retardar a propagação do vírus. É vital que tentemos retardar a disseminação do coronavírus trabalhando juntos globalmente, para que nossos serviços de saúde possam gerenciar essa pandemia."
Ajudando a comunicar a forma do vírus ao público, a obra de arte foi criada como uma representação alternativa às imagens coloridas artificialmente, recebidas pela mídia. De fato, os vírus não têm cor, pois são menores que o comprimento de onda da luz. Feito através de um processo científico de sopro de vidro, o modelo de coronavírus é baseado nos mais recentes conhecimentos e diagramas científicos do vírus.
Cosmo Caixa Museum
Este novo modelo é apenas o mais recente, da série de esculturas de vírus de Microbiologia de Vidro de Luke. Luke e sua equipe de sopradores de vidro fizeram, no passado, outras esculturas de vírus, da gripe suína e Ebola à varíola e HIV. Respeitadas na comunidade científica, as esculturas de vidro apareceram no The Lancet, Scientific American, British Medical Journal (BMJ) e na capa da revista Nature.
As esculturas da Microbiologia de Vidro estão em coleções de museus em todo o mundo, incluindo o Metropolitan Museum, Nova York; Coleção Wellcome, Londres e Museu do Vidro, Xangai.
Heller Gallery NYC
As esculturas da Microbiologia de Vidro estão em coleções de museus em todo o mundo, incluindo o Metropolitan Museum, Nova York; Coleção Wellcome, Londres e Museu do Vidro, Xangai.
Confira no Youtube os detalhes sobre o processo criativo de Luke Jerram e sua equipe:
02/087/2020
Contágio
Contágio (2011) é o filme dirigido pelo diretor Steven Soderbergh e conta com ótimos atores em seu elenco principal, como Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law, Laurence Fishburne e Gwyneth Paltrow.
Pandemia: cidades em quarentena e fronteiras fechadas
Cena do filme 'Contágio' da Warner Bros
Há algumas décadas a comunidade científica vem se preocupando com o surgimento de uma nova epidemia no mundo global. A questão que estava colocada não era "se" de fato haveria uma pandemia, mas sim "quando" ela aconteceria, sua forma de propagação e sua letalidade. E é por isso que o filme Contágio nos parece tão verdadeiro, encaixando-se perfeitamente na realidade imposta ao mundo pelo coronavírus.
Cartaz do filme Contágio da Warner Bros.
Contágio segue o rápido progresso de um vírus letal, transmissível pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia se espalha rapidamente, a comunidade médica mundial inicia uma corrida para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver em uma sociedade que está desmoronando.
Figurantes do filme "Contágio"
De repente, um vírus letal paralisa o bairro, depois a cidade, o país e parte do planeta. Ninguém sabe como contê-lo. O medo se alastra na mesma velocidade. Ruas ficam desertas, melancólicas. Cidades inteiras entram em quarentena e fronteiras são fechadas. Isolamento domiciliar.
Como consequência o mundo afunda em uma crise financeira sem precedentes enquanto cientistas buscam métodos para debelar a doença de origem incerta que desrespeita limites geográficos. Fake news contaminam a população. Vacinas têm que ser descobertas o mais depressa possível. É o caos!
O caos urbano no filme 'Contágio'
Em tempos de pandemia, onde o assunto predominante é o coronavírus, nada mais atual do que assistir a esse filme que arremessa na face do espectador – em poucos minutos – aquilo que a OMS e todos os órgãos de saúde do mundo avisam de forma constante: o isolamento social e a assepsia são indispensáveis para evitar a propagação do contágio.
A direção de Contágio faz questão de destacar a exposição dos profissionais de saúde (algo que realmente está acontecendo na pandemia de coronavírus). Seja para salvar ou para apurar os fatos geradores da morte de um paciente, eles se expõem de todas as formas, o que os transforma em potenciais vítimas de algo tão grave quanto a doença mostrada no filme, e agora na vida real.
O filme ressalta a atuação dos profissiionais de saúde
Contágio apresenta o momento inicial de uma contaminação em larga escala por conta da ação de um vírus, e como a sociedade reage à situação. Crises políticas, desafios científicos e a ação da mídia em um momento de crise sanitária de alcance global.
Veja o trailer do filme:
25/07/2020
Arte na varanda: show musical para os vizinhos
No Brasil, como em outros países atingidos pela pandemia do coronavírus, músicos profissionais ou que tocam por hobby têm ido às varandas e janelas de seus apartamentos para fazerem apresentações improvisadas para os vizinhos. Às vezes, um outro morador próximo se soma, com seu instrumento ou voz, e está formada uma banda. Ou, também, um vizinho manda o seu som na sequência. É a música como um caminho para amenizar o isolamento social, é a música como um caminho terapêutico.
Crédito:Ricardo Moraes/Reuters
O ser humano é um ser social, precisa do contato para se manter saudável, e em época de isolamento esse fator complica. A música é um elo de contato, um movimento que exatamente precisamos neste momento, ou seja, um movimento sócio-emocional . As pessoas podem não aparentar externamente, mas todos estão "doídos" por dentro com esta situação. E a música é um jeito de colocar essa dor para fora. E ao mesmo tempo, a música é uma saída para trazer ânimo, esperança e colocar felicidade para dentro.
Mulheres cantam em uma varanda de Roma
Crédito:Yara Nardi/Reuters
A cerca de 50 metros de altura, o bombeiro Elielson Silva dos Santos, tocou músicas como Cidade Maravilhosa, Eu sei que vou te amar, Brasileirinho, dentre outras, emocionando moradores de Copacabana, Lagoa Rodrigo de Freitas assim como bairros menos privilegiados como a comunidade do Vidigal, da Rocinha etc.
Bombeiro toca trompete em vários bairros do Rio de Janeiro
Crédito: O Globo
A missão foi delegada a Elielson, há 18 anos Bombeiro do Grupamento de Bombeiros Músicos, pelo comandante Roberto Bombardey Jr, Secretário Estadual da Defesa Civil, que afirmou ter se inspirado em iniciativa semelhante dos bombeiros da cidade alemã Düsseldorf." As pessoas devem continuar em casa. Então, resolvemos surpreender ao som de músicas populares e apreciadas pela sociedade. Uma maneira de nos comunicar com a população a quem servimos e também de reforçar que estamos sempre a postos", disse Robadey Jr.
Veja também outras iniciativas de música na varanda que, dentre muitas, são dignas de aplausos:
16/07/2020
Rotina na cidade chinesa tomada pelo coronavírus
Ruas vazias, insumos médicos em falta, hospitais lotados: esse é o cenário encontrado em Wuhan. A cidade chinesa foi o epicentro da crise causada pelo novo coronavírus, que, em pouco tempo, se tornou uma pandemia global.
Foi durante a temporada de viagens mais movimentada na China, o feriado do Ano Novo Lunar (data mutável, em 2020 caiu no dia 25/01), que o vírus começou a circular. Com a disseminação do COVID-19 a cidade se viu obrigada a se mobilizar para salvar aqueles que estão em estado emergência. Numa manobra sem precedentes, a China isolou a grande metrópole na esperança de impedir a disseminação do vírus.
Fechar Wuhan, cidade com 11,08 milhões habitantes,
pode ter evitado mais de 700 mil casos de Coronavírus.
Exibido pela TV Cultura o documentário 'Epicentro - 24 horas em Wuhan', produzido pela CGTN - China Global Television Network apresenta entrevistas com vítimas, familiares, médicos, enfermeiros e voluntários. O que dizem os moradores? Quais foram as mudanças na cidade e a situação dos hospitais?
Na China, o Ano Novo é comemorado segundo o calendário lunar. Esse período é um dos mais importantes para a sociedade chinesa, pois eles fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família. Os primeiros registros sobre a comemoração do Ano Novo Chinês têm aproximadamente 2.000 anos.
Artista fotográfica canadense, Genevieve Blais, recriou pinturas famosas para mostrar como elas seriam se tivessem sido feitas durante a pandemia do coronavírus. Ela é conhecida pelos seus trabalhos que envolvem narrativas históricas e teóricas da arte. Todo o seu trabalho é fortemente inspirado pela morte, escuridão e história da arte. "Acredito que não é possível apreciar a luz sem a escuridão, e a melhor maneira de vencer lutas e tragédias é através da beleza".
Pinturas famosas reimaginadas para a pandemia do coronavírus
O Grito, Edvard Munch (1893); American Gothic, Grant Wood (1920); Monalisa, Leonardo da Vinci (1506)
"Eu quero que as pessoas sorriam ao ver as imagens, mas que também tenham certeza de que estamos juntos nisso" explica Genevieve. "As pessoas enfrentaram pragas e pandemias no passado, e o mundo recuperou-se. Eu acho que é uma mensagem de tranquilidade e uma oportunidade de sorrir no meio da escuridão."
A jovem artista não é indiferente às preocupações, admite que está com com medo e cheia de incertezas. Mas acredita que devemos aprender com isso e sorrir diante da tragédia. Genevieve deixa o conselho: "Crie! O mundo precisa de arte agora mais do que nunca".
Retrato do Dr. Heinrich Stadelmann (Otto Dix, 1922) e
Autorretrato com Colar de Espinhos e Beija-Flor (Frida Khalo, 1940)
E é por isso que parodiando Milton Nascimento na música Toda a Forma de Amar, podemos afirmar que qualquer maneira de arte vale a pena, qualquer maneira de arte vale o canto (a pintura, a fotografia, grafite, filme, cartoon, a poesia etc.)
06/07/2020
Vivendo numa cidade fantasma
"Living In A Ghost Town", primeira música inédita em 8 anos
Na tarde da quinta-feira, dia 23 de abril, em plena pandemia do Coronavírus, os Rolling Stones pegaram de surpresa sua grande legião de fãs ao lançarem a primeira música inédita em oito anos, chamada Living In A Ghost Town = Vivendo em uma cidade fantasma.
Composta no ano passado, 2019, pelo vocalista e pelo guitarrista da banda, Mick Jagger e Keith Richards, respectivamente, a faixa foi finalizada durante o período de isolamento social por conta da Pandemia da Covid-19.
Em um comunicado à imprensa, Mick Jagger comentou: “Antes da quarentena, os Stones estavam em estúdio gravando material novo e tínhamos essa música específica, que acreditávamos que teria um impacto no momento que estamos vivendo. Nós trabalhamos nela em isolamento. E aqui está ‘Living In A Ghost Town’. Espero que vocês gostem.”
Keith Richards disse: “Então, vamos resumir uma longa história. Nós estávamos trabalhando nessa faixa há mais de um ano, em L.A. A música era parte de um novo álbum, um trabalho em andamento, e aí, a m*rda atingiu o ventilador. Mick e eu decidimos que essa canção realmente precisava ser divulgada nesse momento. Então, aqui está ‘Living In A Ghost Town’. Mantenham-se seguros!”
O clipe, conta imagens de uma Londres irreconhecivelmente vazia:
30/06/2020
Lambe-lambe dá estilingada de coronavírus
em quem não se protege
Com intuito de criticar e conscientizar o povo de Campo Grande, o artista Leonardo Mareco aplicou um lambe-lambe com a imagem mirando as pessoas com seu estilingue de coronavírus.
"Se você está passando pela Avenida Nasri Siufi, no bairro Coophavila 2, fique bem atento, pois pode tomar uma estilingada de coronavírus bem no meio da fuça. É isso mesmo, quem passa pelo local está permanentemente na mira da mais nova arte de lambe-lambe, espécie de pôster ou vários, de tamanhos variados e que são colados em espaços públicos, aplicado pelo artista campo-grandense Leonardo Mareco, de 22 anos, em um muro branco".
(Fonte: Campo Grande News)
Estilingada em quem não usa máscara de proteção
Foto de Paulo Francis
A obra denominada “genocida” é, segundo o criador, mais uma forma de protesto contra a falta de respeito à quarentena por parte da população do Estado. Nela, um homem usando máscara usa um estilingue para acertar um coronavírus em quem passa sem máscara.
“É mais uma parada de conscientização, porque Mato Grosso do Sul tem uma das piores taxas de isolamento do país, então é uma forma de conscientizar e criticar essas pessoas ao mesmo tempo”, explica o artista.
Criador e criatura: o artista e seu lambe-lambe.
Foto de Paulo Francis
As fotos que Mareco postou em suas redes sociais são cirúrgicas, dependendo do ângulo, realmente parece que o homem com um estilingue na mão está lançando um coronavírus em quem está passando. “A ideia é essa mesma, dar a impressão de que a pessoa pode ser atingida pelo vírus”
E viva a criatividade desse Brasil afora!
25/06/2020
Povos indígenas do Brasil ameaçados pelo Coronavírus
Guardiões da Amazônia diante da pandemia.
Foto de Sebastião Salgado
Agora, uma nova ameaça é adicionada àquelas que põem em risco seu modo de vida, sua cultura e seu habitat: a COVID 19. O fotógrafo Sebastião Salgado reivindica a proteção dos povos indígenas do Brasil, guardiões da floresta amazônica e de um patrimônio inestimável da humanidade.
Tsaná, cantor de música tradicional do Alto Xingu,
um presente que ele herdou de seu pai, o maestro Tagukagé.
Nessa foto de Sebastião Salgado, Tsaná está usando um colar
de conchas de caracóis e tem o corpo pintado de urucum.
Os povos indígenas da Amazônia são os guardiões da selva, os guardiões de uma herança inestimável da humanidade. No entanto, sua sobrevivência está em risco. Durante décadas, pessoas do exterior ocuparam ilegalmente terras reservadas por lei para seu uso exclusivo. Os fazendeiros transformaram a floresta virgem em pasto, os lenhadores roubaram madeira para exportação e o mercúrio usado pelos garimpeiros envenenou grande parte dos rios. Agora, um novo perigo extremamente sério, como a Covid-19, é enfrentado por essas comunidades nativas.
Os waurá recolhem jacintos da água para o chamado 'sal indígena', um tempero de vegetais.
Foto de Sebastião SalgGado
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado enviou um documento ao presidente Jair Bolsonaro: uma carta aberta assinada por celebridades nacionais e internacionais pedindo medidas urgentes para salvar os povos indígenas da Amazônia diante da pandemia do novo Coronavírus. Essa petição contribuiu para aumentar a conscientização sobre a crise, mas os 300.000 indígenas do Brasil permanecem em risco de genocídio se os invasores ilegais não forem rapidamente expulsos de suas terras. Não devemos esquecer que esses povos antigos fazem parte da história extraordinária de nossa espécie. Seu desaparecimento seria uma tragédia para o Brasil e uma imensa perda para a humanidade.
Guerreiros: Os homens se enfrentam no huka-huka na festa de Kuarup.
Foto de Sebastião Salgado
“Os povos indígenas do Brasil enfrentam uma séria ameaça à sua própria sobrevivência com o surgimento da pandemia do COVID-19. Cinco séculos atrás, esses grupos étnicos foram dizimados por doenças trazidas por colonizadores europeus. Hoje, com esse novo flagelo se espalhando rapidamente por todo o Brasil, o povo indígena da Amazônia pode desaparecer completamente, pois não tem como combater o COVID-19”.
Sebastião Salgado, o celebrado fotógrafo de 76 anos, em um trabalho mais recente retratou justamente povos da Amazônia. Algo que deve gerar exposição e livro. A petição online do documento criado por Salgado já conta com milhares de assinaturas e pode ser acessada e reforçada por todos nós: www.secure.avaaz.org/po/community_petitions/proteger_os_povos_indigenas
Kamayurás pescam durante o festival de Amuricumá.
Foto de Sebastião Salgado
Um vídeo do diretor brasileiro Fernando Meireles mostra o fotógrafo pedindo aos dirigentes do Brasil a proteção dos povos indígenas amazônicos. A notícia repercute no mundo inteiro e também ganha força nas redes sociais.
17/06/2020
Os Simpsons recebem a visita do Coronavírus
Pré-visões no episódio 21 da quarta temporada, em 1993...
A família Simpson assiste ao noticiário da pandemia.
De autoria de Matt Groening, a série norte americana lançada em dezembro de 1989, além de ser conhecida pela sua longevidade (mais de 30 anos alegrando adultos e crianças) também tem a fama de prever acontecimentos em várias esferas da vida como, por exemplo, a vitória de Trump em 2016.
Convidamos você a assistir o episódio e tirar suas próprias conclusões sobre a capacidade dos Simpsons preverem o futuro e a pandemia atual do Coronavírus:
14/06/2020
Tempo de ressetar o sistema
Michelangelo revisitado
É tempo de resetar o sistema. Só assim para encarar tudo.
Com base na famosa pintura de Michelangelo – A Criaçao de Adão – Léo Saldanha convida os fotógrafos a refletirem sobre o que vem depois da pandemia: "É tempo de reflexão. De perguntas. O que posso fazer agora? Como vou me reinventar? Como vou sobreviver se tiver tão apertado? E as pessoas que dependem de mim? Quanto tempo vai durar?"
"Me parece que nada será igual mesmo. É óbvio ou não? Pois quem arrisca dizer o que virá pela frente? É fato que essa é a chance para muita gente se reposicionar. Não em termos de mercado apenas, mas como opção de um novo posicionamento de vida. Você pode aproveitar esse momento para tanto. Talvez seja uma obrigação, questão de sobrevivência. A fotografia depende do mundo real. Das vivências e das pessoas vivendo mais. Curiosamente as famílias talvez tenham estoques de memórias esquecidas. Estão nos smartphones, HDs, na nuvem e nas redes sociais. Quem sabe agora terão tempo de sobra para separar o que imprimir. Quem vai organizar e imprimir essas fotos?"
Podemos comparar essa intervenção de Léo Saldanha com a obra original:
A "Criação de Adão" é um afresco pintado por Michelangelo, por volta de 1511, no teto da Capela Sistina (Vaticano). A cena representa um episódio do Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.
Fonte: Wikipedia -- 10/06/2020
Arte de rua
Ironicamente, nesses tempos de "fique em casa", muita arte tem brotado justamente nas ruas. O tema não poderia ser outro, a crise do Coronavírus. A arte de rua virou a melhor tradução cultural da pandemia.