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    | Torre de Babel - março .2022 | 
  
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  | A guerra e o auge do cinismo | 
  
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    | Na época da dissolução da União Soviética (1989/91), James  Baker, secretário de Estado dos EUA, disse ao colega russo Shevardnadze:  A Otan  não se expandirá para o leste. Mas se expandiu e agora só falta a Ucrânia.  Ora, James estava bêbado e falou brincando, além disto, nada foi assinado. Se o  tema fosse tratado com seriedade não haveria guerra agora. O cinismo começa nos  palácios governamentais e se propaga pela mídia velozmente. | 
  
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    | Na falta de documentos e falas públicas os  telepatas entram em ação. Putin tem a intenção de restaurar o Império czarista  ou ao menos o antigo território soviético, a invasão da Ucrânia é só o começo.  É uma bobagem, a base econômica da Rússia não suporta nem uma ocupação longa da  Ucrânia como se verá adiante. A lunação de Peixes (dia 2) ocorreu próxima a  Júpiter e Marte e Vênus ultrapassaram Plutão, o que alivia a tensão astrológica  e abre uma chance para negociações. | 
  
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    | Rússia — Uma  superpotência militar com uma economia produtora e exportadora de combustíveis,  alimentos, metais e minérios. Uma população pequena (144 milhões) para o  tamanho do território, uma agricultura que se modernizou, tecnologia  aeroespacial de primeira, grandes matemáticos e enxadristas, temíveis hackers,  bilionários extravagantes e uma classe média ascendente. O PIB não está entre  os 10 maiores. O cenário político é ferreamente dominado e manifestações de  opositores proibidas ou vigiadas, jornalistas são perseguidos e leis  draconianas protegem o círculo dominante. | 
  
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    | A vida colorida - pintura  de W.  Kandinsky | 
  
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    | Do site Meister Drucke | 
  
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    | O governo russo foi lento na questão da expansão da Otan,  devia ter protestado com ênfase desde a adesão dos países bálticos. Putin  cogitou de aderir a Otan, mas Clinton recusou. Na guerra na Geórgia (2008), a  questão voltou a baila e novamente em 2014 na Ucrânia quando a embaixada  americana patrocinou com milhões de dólares a insurreição e os grupos  neonazistas. A questão se tornava crítica e agudizada pelo assédio de Kiev  contra os russos da região de Donbass, que perdeu mais de 10 mil habitantes nos  últimos 8 anos. | 
  
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    | Um tempo precioso foi perdido e só no final do ano passado o  governo russo apresentou uma proposta de acordo geral sobre segurança tratando  da Otan, armas nucleares e táticas. O governo americano não se dignou a  responder e incentivou Zulensky a não negociar nada. Moscou ainda tinha uma  última escolha, pois ao reconhecer a independência das regiões separatistas  podia ter montado uma defesa neste território e continuar a negociar com Kiev. | 
  
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    | Optou por dar o passo fatal da invasão com suas sequelas:  mais de um milhão de refugiados, prédios civis bombardeados, isolamento  diplomático e uma estratégia nada clara. Se a intenção é destituir o governo de  Kiev e implantar um fantoche, Moscou terá um problemão pela frente com a  repulsa da população ucraniana. Urano está no MC do país, o mandato Putin sofre  estímulo radical e pode ser abalado, embora o regente Vênus esteja em conjunção  com Plutão, o que dá resistência ao governo, o Sol progredido está conjunto a  Saturno.  Veja o mapa da Rússia. | 
  
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    | Ucrânia — O atual território esteve retalhado ao longo da  história. Foi um corredor comercial viking ligado ao Mar Negro e Império  Bizantino; a raiz rus  é de origem escandinava. A chegada do  cristianismo e do alfabeto cirílico formou o núcleo da futura civilização russa  em Kiev. Partes do território foram ocupadas pelos mongóis, poloneses,  lituanos, czares, otomanos e austríacos. Em 1919 os eslavos ucranianos  conseguiram formar um estado com o atual território que em 1922 integrou a  União Soviética. | 
  
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    | Manifestação em Kiev: na placa S. Bandera, que colaborou com nazistas alemães na Segunda Guerra e tido como herói nacional.
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    | Do site RTP. | 
  
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    | É uma grande planície com terras férteis e grande produção  de trigo e milho, carvão e minério no leste. Teve uma população judia  importante que se dispersou pelo mundo a partir dos grandes pogroms de 1880.  Sofreu as agruras da agricultura coletiva sob Stalin e uma multidão morreu de  inanição em 1932/3 por conta das requisições forçadas de cereais, o que gerou  um grande rancor na população que recebeu os alemães nazistas como  libertadores, o que foi uma ilusão atroz, mas deixou no país bandos de  simpatizantes apesar do massacre de milhões de ucranianos. | 
  
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    | Com a dissolução do bloco soviético os ucranianos declararam  sua independência. A carta astrológica do evento mostra uma Lua em Aquário que  assinala um humor popular que deseja um futuro melhor e livre, mas ela está em  oposição a Mercúrio, Vênus e Júpiter em Leão na casa 7 (diplomacia e declaração  de guerra, aliados) e Saturno está próximo da Lua natal. Tanto Rússia quanto  Ucrânia acabaram de passar pelo primeiro retorno de Saturno que traz geralmente  prova severa de realidade. Enquanto o Sol está em trino no mapa dos países,  Marte está em quadratura: veja o mapa da Ucrânia. | 
  
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    | Os governos do país oscilaram entre a ligação tradicional  com a Rússia e o desejo de ingressar na União Europeia o que foi motivo para o  movimento de 2014, mas o novo governo não pediu ingresso na União, que seria  recusado, pois o país não satisfazia as condições mínimas para o ingresso. A  população cansou e resolveu votar em Zelensky um ator de comédias sem  experiência política. Ele também poderia ter negociado com o governo russo, mas  respaldado pelos ocidentais recusou a conversa e agora sozinho manda armar  jovens com fuzis e coquetéis molotov numa grande irresponsabilidade. | 
  
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    | O  fiasco do jornalismo — No  início um raio caiu em céu azul, como é  possível uma guerra no século 21? Bem, Líbia, Iêmen e Síria estão em guerra  e então compreendemos que faltou algo na pergunta: em plena Europa civilizada,  embora causada por eslavos que são caucasianos 'inferiores'. Trata-se do velho  racismo: países europeus que recusaram refugiados africanos e do Oriente Médio,  agora abrem as portas para ucranianos, mas na fronteira refugiados africanos e  asiáticos sofrem humilhações também. | 
  
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    | Uma  espécie em extinção, jornalistas cobrindo guerras | 
  
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    | Do site  falauniversidades.com.br | 
  
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    | A seguir, o jornalismo virou entretenimento, estamos diante  de uma grande novela. Foi fácil escolher o vilão, Putin, e também as vítimas:  vídeos agoniados e não identificados, crianças espantadas e mães chorando, todo  mundo dizendo que não sabiam o que estava acontecendo e que não tinham feito  nada de errado. Faltava um herói e Zelensky foi escolhido porque Biden e  líderes europeus não colariam de jeito nenhum; finalmente era preciso esconder  o lixo: as gangues neonazistas não aparecem em nenhuma imagem e os negócios  ucranianos do filho de Biden também não. A partir disto, torcidas se organizam,  deitam falação e até mesmo acadêmicos repetem frases emanadas dos palácios de  governo. | 
  
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    | Dei uma espiada na Fox, CNN, BBC, DW alemã e France 24:  estão todas em perfeita sintonia. Não há mais correspondentes de guerra e todos  os números e eventos devem ser colocados em provisória espera, pois não há como  conferir nada. Espalharam notícia sobre um incêndio numa usina nuclear  ucraniana e as bolsas europeias levaram um tombo: a notícia era falsa, bem como  eram falsos lances de videogame divulgados como da guerra na Ucrânia. De tudo  que foi noticiado o que se pode tomar a sério é que os russos priorizaram a  tomada do sul da Ucrânia, especialmente os grandes portos no litoral. | 
  
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    | As sanções — De  amplo espectro: finanças, comércio, esportes, arte, turismo, voos.  Multinacionais se retiram da Rússia e as reservas em títulos da dívida de  vários países foram congeladas, o que é um verdadeiro sequestro e abre um  precedente perigoso. E cereja do bolo: o bloqueio da Rússia no sistema bancário  de pagamentos Swift, anunciado como arma letal. Não é o caso, a China oferece  alternativas com o programa Cips e empresários ocidentais já ganharam exceções  podendo importar, óleo, gás, trigo e alguns minérios da Rússia. | 
  
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    | O país importa muitos bens industriais e pode importar da China  ou pedir ao país para importar e pagar com petróleo e gás. Em pouco tempo  outros países podem relaxar as sanções, pois se os políticos podem desvairar os  grandes empresários, os russos não suspenderam o fornecimento de óleo e gás  para a Europa. O bloqueio pode resultar também numa política de substituição  das importações. | 
  
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    | Iate de bilionário russo é alvo de sequestro. | 
  
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    | Do site Hoje em dia. | 
  
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    | Nos governos ocidentais há esperança que a população russa  se rebele diante da precariedade econômica que possa surgir. Os bilionários  foram especialmente visados e seus bens no exterior estão sequestrados no  regime da lei; ora, a lei! É de lembrar que Cuba, Venezuela, Irã e Coreia do  Norte vivem com sanções há muito tempo e os regimes não caíram.  O certo é que as sanções provocaram tumulto  no comércio mundial e inflação nos preços dos combustíveis e alimentos. | 
  
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    | Os próximos lances — Este  mês apresenta uma relativa folga na tensão astral, mas no início de abril Marte  se encontra com Saturno e Júpiter com Netuno. O primeiro aspecto sugere uma  exasperação e o segundo é benevolente, mas pode indicar também uma  generalização do conflito. Nesta altura, Putin não pode recuar sem grande  prejuízo para a Rússia e não custa repetir: se insistir na queda do governo  ucraniano e a instalação de um fantoche enfrentará grande resistência do povo  ucraniano. Para Putin o melhor é fazer um acordo antes de atacar Kiev, o que  elevará a mortandade. | 
  
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    | A China se ofereceu como mediadora do conflito,  os EUA procuram petróleo da Venezuela e, no Brasil, há preocupação com os  fertilizantes para o próximo plantio. E muito mais que fica para a próxima  crônica. | 
  
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    | A permanência das guerras | 
  
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    | Na mais recente avaliação a espécie humana sapiens tem 300  mil anos de história, sendo que em mais de 90% do tempo viveu como coletora e  caçadora em bandos pequenos onde a solidariedade era essencial para a  sobrevivência. A violência coletiva só aparece na fase neolítica quando algumas  aldeias prosperaram e acumularam vegetais e animais atraindo a cobiça de  vizinhos ou de pastores nômades guerreiros. Quando a escrita apareceu as  cidades sumérias já estavam amuralhadas, guerreavam entre si e eram assediadas  pelo gutis, povo nômade e temível na guerra. | 
  
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    | De lá para cá não se passou um ano sem que houvesse algum  conflito coletivo, no início por causa de recursos naturais, depois por  questões raciais e religiosas, sem contar com a violência cotidiana que as  polícias praticam contra as populações.   Mesmo durante a pandemia a venda de armas continuou alta e agora já falam  com naturalidade em guerra nuclear e tiroteio perto de usinas nucleares. Otan,  Putin, Ucrânia, mais um capítulo para a barbárie. O centro de gravidade da  atual civilização é constituído por ganância, vingança e mentiras, o que só  pode levar à destruição.  Que fazer numa  situação destas? | 
  
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    | Não aumentar a confusão: nada de entrar em  polêmicas histéricas, nada de difundir informações falsas e nada de opinar  sobre assuntos que não conhece. Sempre que possível, ajudar quem está  precisando: a solidariedade é fundamental. Pensar que este ciclo de destruição  também terminará e dará lugar a uma sociedade mais justa ainda que isto demore.  Meditar  e construir um núcleo de atemporalidade na mente. | 
  
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    | Nossa decana na Astrologia  – Maria Eugênia de Castro  – virou estrela. Teve uma atuação de vasto espectro:  atendeu, ensinou, escreveu, fez palestras,  organizou eventos. Amazonense de nascimento, foi fundadora e presidente da Sociedade de Astrologia do Rio  de Janeiro (SARJ), fundadora e conselheira do Sindicato dos Astrólogos do Rio  de Janeiro (SINARJ). | 
  
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    | Maria Eugênia no lançamento de um de seus livros em 2016. | 
  
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    | https://www.boavontade.com/pt | 
  
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    | Autora de 8 livros publicados sobre  Astrologia, Budismo e visão filosófica do simbolismo dos astros. Entre eles  está o best-seller O Livro dos  Signos, que em 16 edições vendeu mais de 40 mil exemplares. | 
  
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    | Sua  atuação foi fundamental para difusão da astrologia no Brasil. | 
  
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