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04 de dezembro de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


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O balão de ensaio grego
Rui Sá Silva Barros
As finanças globais resolveram esticar a corda para ver até onde o enforcado aguenta, se der certo a mesma terapia será aplicada ao resto da Europa e EUA. Um ano depois do primeiro pacote aconteceu o que todo economista sensato previa: recessão, queda de arrecadação, crescimento do déficit e da dívida. O novo pacote de ajuste inclui corte de funcionários públicos, de salários e benefícios sociais, privatizações em massa e aumento de impostos. É difícil prever que a economia e o consumo vão retrair e a dívida vai crescer? Mesmo em baluartes pró-mercado, como Economist e Financial Time, já dão de barato que a dívida é impagável e alguma renegociação organizada é necessária. E o mesmo pode ser dito das dívidas públicas e privadas dos demais países da UE e dos EUA, mas isto não pode ser admitido em público, os dirigentes temem um descontrole e calotes generalizados.

A soberania grega está no freezer, a estas alturas o governo grego é um comitê que gere a situação para os credores contra seu próprio povo que ocupa as ruas diariamente, tática esgotada, agora terá que partir para ações mais radicais. Neste primeiro round da luta entre Plutão e Urano, o primeiro está levando vantagem na Europa e nos levantes árabes. Pessoas não-eleitas, nos comitês diretivos da União, estão tomando decisões que afetam mais de 500 milhões de pessoas, uma das últimas foi um corte no orçamento da segurança alimentar que deixa 15 milhões de pessoas em situação vulnerável. Mansamente a democracia vai para o espaço.

A estratégia dos financistas, apoiados pelos respectivos governos, é insensata; e se insistem nesta via é porque não veem alternativa, não estão dispostos a admitir prejuízos e muito menos reformas. Os planos do G-20 para capitalização dos bancos, limites de créditos, extinção de paraísos fiscais e controle do mercado de derivativos ficaram para depois, bem depois.


Wall Street (EUA) em 1867 e agora

Alguns economistas sensatos se desesperam com a maluquice e preveem grandes turbulências sociais à frente. Mas, em geral, estão equivocados no histórico do processo e na receita de solução. Eles imaginam que a ascensão do capital financeiro foi um processo ideológico patrocinado por Thatcher e Reagan e a política econômica neoliberal, eles estão enganados: esta ascensão foi a saída encontrada para o impasse e o esgotamento da industrialização do pós-guerra, como evidenciado no livro de P. Sweezy e P.Baran, O capital monopolista, lançado em 1966. Como acreditam que esta ascensão foi produzida, ela pode ser desfeita, vindo o Estado a patrocinar um novo ciclo industrial direcionado para a informática e as telecomunicações. Novo equívoco!

Estes setores já estão bem desenvolvidos, eles foram necessários para a ascensão do capital financeiro, sua rentabilidade cai pronunciadamente a cada rodada de inovações etc. Não é por aí que o capitalismo vai adiante, na realidade ele precisa de um novo produto com a densidade econômica do automóvel, cuja cadeia de produção e manutenção é enorme e gera muito emprego, salários, lucros e impostos. Nem a informática nem as telecomunicações podem oferecer tais resultados, apesar de terem gerado esta expectativa nos anos 1990. No momento a única saída é incorporar novos consumidores ao mercado dos produtos existentes, eles estão na Ásia, na África e na América Latina, mas para isto seria necessário que os governos dessem um impulso forte à distribuição de renda. É um processo lento para a atual urgência e daí a loucura das finanças. A ascensão destes consumidores provocará uma enorme pressão nos recursos naturais: terra arável, água potável, combustíveis e minérios. Nem preciso detalhar o que vai acontecer então. Em suma, é uma crise de civilização.

Os preços das matérias-primas, ações e mercados futuros estarão voláteis, à mercê da liquidez mundial e de fatores climáticos. Júpiter em Touro estimula a agropecuária, mas com os picos de seca e chuvaradas, as safras de grãos estão incertas. A pressão dos mercados sobre as dívidas na Europa se alastra, Itália e Espanha entraram na linha de alvo.

E NO SUL – Marte entrou em Gêmeos, quadratura a Netuno, provocando estragos em terra brasilis: ataque de hackers a sites do governo federal, Abílio Diniz dando golpe no sócio Casino, com respaldo do BNDES, e liquidação da cúpula do ministério dos Transportes, por vazamento de corrupção. Dona Dilma precisa se entender com os congressistas, e rápido, sob pena de ficar paralisada e ver todos os projetos se arrastando contra o tempo.
 
Está tudo atrasado! Bilhões de dólares entraram no País a título de investimento produtivo e aqui são desviados para o mercado de renda fixa, isso quando estamos desesperados atrás de dinheiro para energia e malha viária. Inflação, câmbio, escassez de mão de obra e reajustes salariais ainda dão trabalho, o desequilíbrio entre oferta e procura (filas enormes por todos os cantos) persiste, urge a formação de um mercado de capitais de longo prazo.

Abílio Diniz

Estes são problemas reais e desafiadores, mas não contentes com isso, entidades e mídias estrangeiras inventam alguns outros: bolha de crédito, bolha imobiliária, explosão de inadimplência etc. Comparados com nações ricas, estes índices são baixos, muito aquém das médias mundiais. É só terrorismo mesmo. O brasileiro Graziano foi eleito para dirigir a FAO, um belo abacaxi para descascar: um bilhão de subnutridos e passando o pires para levantar 2 bilhões de dólares para seus programas, uma bagatela na economia mundial. As estatísticas no site da FAO são um portal para o inferno: situação de terras e águas degradadas e poluídas, processos de desertificação e desmatamento. Use com cautela e não se desespere.

NO MUNDO ÁRABE – A economia vai minando o governo de Assad na Síria. Depois dos aumentos salariais para funcionários públicos e subsídios vários para acalmar a população, o Orçamento está esburacado e o governo terá problemas pela frente. Secas nos últimos anos promoveram uma desastrada migração para as cidades, além de um milhão de refugiados iraquianos que o governo ajuda a sustentar. No Egito, os militares recusaram um empréstimo do FMI porque a entidade exigia privatização de bancos e fim de subsídios no trigo e na energia. Seria um incitamento ao levante e o fim de rendimentos para altas patentes, imiscuídas em toda a economia egípcia. Além de tudo, os egípcios ainda não conseguiram recuperar o nível de turismo habitual. O governo israelense acordou para a realidade de sua degradada imagem internacional e instruiu suas embaixadas a um esforço de relações públicas com vistas à votação da criação do estado palestino em setembro, na ONU. O governo iraniano aprofunda relações com seus vizinhos, Paquistão e Afeganistão, de olho na retirada dos americanos.

NA CHINA – O governo anda exasperado com a inflação, com os desmandos de governos regionais, com a escalada da corrupção e remessa de dinheiro ao estrangeiro, com a manifestação constante de pessoas com problemas sociais. O ritmo de crescimento tem que diminuir a qualquer preço, para lástima dos países exportadores. Ano que vem tem sucessão no comando e especulações correm à solta: um dirigente regional de estilo maoísta está em ascensão popular, enquanto os quadros do partido querem alguém com ficha, burocrática e técnica, impecável.  O Sol da carta natal continua sob pressão de Saturno, Plutão e Urano. Cada vez mais, os chineses terão que importar grãos e carnes, a segurança alimentar com autossuficiência já era.

O CICLO URANO-PLUTÃO

Se não acontecer um grande desastre natural numa região economicamente importante, a crise econômica iniciada em 2007 deve reverberar até 2020, quando Saturno encontrar Plutão em Capricórnio. Este tempo será dominado pela quadratura Urano-Plutão que nos ocupará agora. Os planetas agem em todos os aspectos da vida humana, individuais e coletivas, mas agora vamos dar atenção ao impacto sobre a industrialização e consequências políticas.

1850 – Conjunção no final de Áries
. Grande expansão na economia mundial até 1873 e grande migração europeia, especialmente para o continente americano. Máquinas a vapor, ferrovias e telégrafos espalham-se pela Europa e depois para outros continentes. Algodão e alimentos em abundância barateiam têxteis e a mesa dos trabalhadores. Bessemer inventa um processo barato pra produção de aço de boa qualidade.

1875/77 – Quadratura de Urano em Leão a Plutão em Touro
. Estagnação dos lucros até 1895, especialmente na tecelagem e agricultura europeias. Protecionismo em alta, formação de cooperativas e de partidos socialistas. Expansão da educação pública e crescimento da massa de votantes. Invenção do dínamo, telefone, gramofone e do motor de combustão. Pouco depois (1882) partilha da África.

1900/02 – Oposição Urano em Sagitário a Plutão em Gêmeos
. Segunda fase da revolução industrial em pleno andamento: automóveis, eletricidade e aço. Expansão das S/A: surgem grandes monopólios nos EUA gerando a lei antitruste. A ideia de seguridade social amplia-se na Europa. Trabalho controlado (taylorismo) e produção em grande escala industrial nos EUA. Descoberta a utilização das ondas de rádio.

1930/34 – Quadratura minguante de Urano em Áries e Plutão em Câncer, quando foi avistado
. Crise aguda. A entrada de Urano em Áries, em 1927, sinalizou o início de uma euforia com o mercado de ações nos EUA e recuperação na Alemanha. A partir da quebra em Wall Street e das desastrosas políticas econômicas e protecionismo, a crise se alastrou pelo mundo. Países que exportavam para os EUA e Europa viram-se envoltos no turbilhão.  Movimentos populares deram origem a regimes autoritários, militares e totalitários ao redor do mundo. A recuperação só ocorreu com a eclosão da Segunda Guerra, quando foram desenvolvidos os radares, os rudimentos da informática, os antibióticos e a comida embalada.

1964/8 – Nova conjunção, agora em Virgem
. O grande ciclo de expansão pós-guerra, baseado em carros e eletrodomésticos, começa a arrefecer. As multinacionais se espalham pelo mundo. Déficits e inflação nos EUA (Vietnam e seguros sociais) levam à ruptura do padrão-ouro e a flutuações cambiais. Satélites dão grande impulso às telecomunicações e a exploração espacial desenvolve a informática. A liquidez começa a aparecer com destaque através do mercado de eurodólares e, depois, de petrodólares, além dos fundos de investimento e pensão. O bloco soviético experimenta um declínio econômico e perde a corrida tecnológica.

O sistema é sujeito à instabilidade e a crises. Na conjunção e oposição inicia-se um processo de expansão com abertura para investimento, novos produtos, crescimento de emprego e consumo. A concorrência barateia os preços e o rendimento cai, a economia tende à estagnação, como em 1873, ou crise aguda como em 1929, nas quadraturas. A nova conjunção de 1965, 115 anos depois, trouxe um novo cenário: as telecomunicações e a informática provocaram desemprego na indústria e reforçaram a ascensão do capital financeiro e da indústria de entretenimento. E, apesar disso, as indústrias de carros e petróleo continuam a ser as maiores, desempenhando papel fundamental. Como a massa salarial estagnou nesta fase do ciclo, recorreu-se pesadamente ao crédito para manter o consumo rodando nos países ricos. Além disso, o capitalismo ganhou, nos últimos 30 anos, uma massa de 1 bilhão de novos consumidores, principalmente na Ásia.

Os rendimentos não consumidos das empresas e famílias estão no sistema financeiro, na forma de depósitos, aplicações, investimentos em ações, mercados futuros e derivativos. O montante ultrapassa 12 vezes o PIB mundial anual. É capital em busca de valorização, e daí as bolhas e os estouros cada vez mais frequentes desde 1987. A crise que presenciamos agora é o resultado deste processo: ela poderia ser aguda, como em 1929, mas vai tomando cada vez mais a forma de estagnação, como em 1873. A partida está apenas começando, será preciso seguir Marte e Saturno, senhores de Áries e Capricórnio, configuração que reforça Plutão e, mais ainda, quando Saturno ingressar em Escorpião no ano que vem.

Com a liquidez disponível no mundo os problemas de nutrição, habitação, saúde pública e infraestrutura poderiam ser facilmente resolvidos, mas esperem sentados por isto: o capital financeiro quer retorno rápido e rentabilidade alta, produzir eletroeletrônicos descartáveis, especular com o câmbio, metais, combustíveis e cereais, ainda é mais atraente. Essa é a queda de braço que presenciamos e da qual a maioria da população humana tem as mais vagas notícias, apesar de sofrer com qualquer variação no processo.


Esther Willians, a sereia de Hollywood

O sofrimento gerado por tudo isso é algo indescritível, testemunhado pelas grandes obras de arte, pelo nascimento da psicoterapia e dos psicofármacos, da drogadição em massa, violência gratuita e conflitos familiares. Houve um momento chave nisso durante a grande Depressão: o grande público virou as costas à música clássica que se produzia, porque ela refletia a agonia de forma explícita, e entregou-se aos musicais de Hollywood, com balés aquáticos ao som de melodias adocicadas. As pessoas saíam da fila do sopão e gastavam alguns cents em duas horas de hipnose e anestésico. É verdade que os europeus entregaram-se a coisas bem piores: arte nacionalista e racista, desfiles patrióticos horripilantes. Na impotência defenderam-se como podiam, agora já não precisam sair de casa. É muito compreensível a paralisia diante do horror, mas ela pode ser fatal. Coitados dos cientistas convocados para dar fim a esta loucura!
 
14/07/2011 17:45:24

Comentários

Rui Sá Silva Barros - 19/07/2011 18:02:54
Olá Rose:
Sinta-se à vontade aqui, este é um lugar para fazermos experiências e aprender. Você deve estar pensando no caso dos judeus; eles sofrem massacres desde o século 2 AC em Alexandria, o que continuou na Europa cristianizada. A partir de 1880 algo diferente ocorreu, os pogrons eram incentivados pelos governos na Europa Central, os nazistas culminaram um processo de 50 anos e com isto criaram uma nova realidade: a possibilidade da criação do estado de Israel. Penso que hoje em dia ainda há antissemitismo, mas um genocídio de judeus é algo improvável. Não creio que os regimes políticos colapisem simultaneamente, isto nunca aconteceu. A mudança de pessoas é rotineira, mas a mudança de orientação e formas políticas é mais lenta. Há uma grande pressão sobre os atuais regimes: em países onde o voto é voluntário, o absenteísmo só cresceu e agora nos protestos na Europa já se vê que a democracia existente não dá conta dos anseios. O que não é difícil de entender: depois de eleitos os representantes cuidam de muitos interesses, próprios e de empresas. Provavelmente teremos uma reformulação disto (a hipótese mais otimista) ou uma restrição de liberdades civis para manejar a crise econômica. O fundamentalismo religioso expressa uma crise também, uma tentativa desesperada de reverter o curso da secularização. Escreva quando e quanto quiser. Abraços, rui.

Carlos Fuser - 19/07/2011 18:42:52
Olá, Rui. Gostei de sua análise, que mostra os problemas existentes e as dificuldades para uma solução, sem cair no catastrofismo. Alguns remédios para essas crises foram receitados por Keynes. E vão no sentido contrário do neoliberalismo: proteção social e desenvolvimentismo com participação do Estado. Além de democracia. Obama aprovou o plano de saúde para os 10% mais pobres, o que não é pouco, são cerca de 40 milhões de pessoas. E parece disposto a retirar suas tropas do Afeganistão e do Iraque. Mas não vai além disso, exagerando nas concessões aos republicanos, sem força ou sem vontade para avançar mais. Na Europa, os sociais-democratas se convertaram ao neoliberalismo. Na Grécia há duas propostas: refinanciar a dívida (como está fazendo o governo) ou dar o calote na dívida, como pedem as manifestações - uma solução à Argentina, inaceitável, como você disse, para o capital especulativo. Mas, pedir o calote da dívida, é pouco! Concordo com você, é necessária uma nova expansão econômica, com novos mercados, novos produtos e redirecionamento dos investimentos para prazos mais longo, e parte deles, para longuíssimo prazo! Mas isso precisa se transformar em proposta política! Não vejo ninguém defendendo uma proposta, só vejo um embate entre os neoliberais (defendendo os interesses dos especuladores) e os setores prejudicados - que não formulam propostas, ficam só no protesto: "isso não!" - ok, concordo, neoliberalismo, não, mas, então, o que? Ao que parece, os astros indicam que ficaremos nessa lenga-lenga de crise e paliativos, apertos e protestos, estagnação e breves desafogos até mais ou menos 2020, é isso?

Rui Sá Silva Barros - 19/07/2011 21:08:32
Olá Carlos:
A imaginação econômica anda em baixa nestes tempos, é o resultado de 30 anos de unilateralidade e dispersão do campo popular (partidos e sindicatos), o que é uma lástima! Seria preciso uma grande renegociação de dívidas públicas e privadas nos EUA e UE e dividir perdas, mas isto seria sensato, precisamente uma mercadoria em falta. O capitalismo precisa fabricar consumidores pra rodar, mas as técnicas dispensam cada vez mais mão de obra. Mesmo no pequeno comércio e serviços há limites. Sobram liquidez e misérias e faltam infraestruturas e serviços básicos. É tão difícil assim planejar e negociar uma solução? Mas as forças dominantes no momento não querem abrir mão de nada, e as subalternas ainda não compreendem o que anda acontecendo. A imprensa joga um papel nefasto batendo sempre na mesma tecla e cartilha neoliberal. Até mesmo a IIF reconhece que a dívida grega é impagável, por que o BCE não?
Sim, a lenga-lenga pode se arrastar não ocorrendo os eventos mencionados nos comentários anteriores. Seu comentário é uma síntese de tudo que escrevi no primeiro semestre, muito bom. Abraços, rui.

Reinaldo Cavassana - 20/07/2011 21:24:40
Realmente uma análise de visão ampla, profunda, séria e imparcial sobre nossa economia e sociedade, relacionada aos aspectos e ciclos do pequeno maléfico.

Rui meus parabéns por mais este belíssimo trabalho a sociedade. E é uma aula a nós astrólogos sobre astrologia mundial integrada a história.

Um fraternal abraço,

Reinaldo

Rui Sá Silva Barros - 21/07/2011 11:10:43
Olá Reinaldo:
Você deve estar se referindo a Marte. Esta entrada em Gêmeos foi mesma ribombante, os estragos na Inglaterra são ainda maiores com Murdoch, Cameron, Scotland Yard em cena. No dia em que tablóides, sensacionalismo e exploração da desgraça popular sumirem, então podemos começar a falar de civilização. Já escrevi em crônicas anteriores sobre o desserviço do jornalismo, agora eles chegaram ao que parece ser um auge, mas nestes tempos nunca se sabe, achamos que chegamos ao fundo do poço e somos surpreendidos ali adiante. Abraços, rui.

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