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Danças de Plutão em Capricórnio |
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Rui Sá Silva Barros |
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O Sol ingressou em Capricórnio, dias depois uma lunação e mais algum tempo conjunção com Plutão, com o pano de fundo de uma oposição Júpiter-Saturno. As luzes foram acesas no Oriente Médio. O Irã completa 33 anos de regime islâmico com um saldo sofrível: juventude desempregada, inflação na lua, moeda desvalorizada, importação de gasolina, carnes, cereais; poucos aliados, grande investimento na indústria bélica e divisões na cúpula do poder. Neste contexto o desenvolvimento de um arsenal nuclear tornou-se questão de vida ou morte para o regime. Enquanto isto o clima de confrontação sofreu uma escalada: quatro cientistas assassinados, algumas explosões em áreas estratégicas, um drone americano desgovernado foi capturado, Israel cogitou publicamente um ataque, e pesadas restrições sobre o petróleo e finanças foram impostas recentemente pelos governos – americano e europeus. Um bombardeio ao Irã unirá o povo e acabará com as divisões internas, além da potencial reação: retaliação militar aos países petroleiros do Golfo, ataques do Hizbollah e Hamas e preço do petróleo nas alturas, péssima notícia para a economia mundial. Agora Plutão está em quadratura exata ao Ascendente e Lua, em Áries, da carta natal do país e Urano vem aí.
< Navios iranianos no estreito de Hormuz
NO IRAQUE, os xiitas não perderam tempo e com a saída dos militares americanos começaram a tão acalentada vingança contra os sunitas, mandando prender o vice-premiê (sunita) que se refugiou. Seguiram-se vários atentados. O país ainda não tem eletricidade e saneamento restabelecidos e a produção de petróleo não voltou aos níveis de antes da guerra. A Liga Árabe resolveu dar sinais de vida e enviou uma equipe à Síria, a população programou manifestações massivas e parece que enfim surgirá uma organização da oposição ao regime que pena com o estrangulamento econômico. Ainda não intervieram lá porque Rússia e China vetaram e porque uma guerra civil pode estourar. No Egito os partidos islâmicos levaram dois terços das cadeiras, logo mais começam a escrever a nova Constituição e a negociar com as Forças Armadas a transição de poder. A situação está tão volátil que uma partida de futebol terminou em mortes e feridos. Na Líbia as milícias continuam armadas e se enfrentando, o governo provisório pena. No Paquistão conflitos entre governo civil, militares e o Judiciário, no ar ameaça de golpe militar.
OUTRO FENÔMENO CAPRICORNIANO: a manifestação de fundamentalismos pelo mundo. Na China, Hu Jintao escreveu e publicou um artigo sobre o imperialismo cultural ocidental e seus perigos. Já escrevi muito sobre isto nas crônicas anteriores: a China tem um extraordinário patrimônio cultural, representado pelo taoísmo, mas o governo não se atreve a promovê-lo, mesmo sendo admirado no Ocidente. O governo chinês esquece que as mercadorias são como as ideias de Platão, sempre andam em bandos. Depois de atrair multinacionais, de admitir outdoors em inglês e propagar que “enriquecer é glorioso”, o que há de estranho se os programas de televisão imitam o lixo ocidental? Os americanos sempre souberam desta verdade básica: venda o pacote completo.
Os haredim (judeus religiosos praticantes) em Israel hostilizaram uma menina por estar indecorosamente vestida. Eles não perfazem 15% da população do país, mas sua força cresce constantemente, principalmente na política (Shaas e Israel Beithnu). Daqui a pouco teremos um país dentro do outro, a Cisjordânia é o alvo preferencial para isto. Os fundadores do moderno estado de Israel eram laicos e trabalhistas e obviamente não contavam com a atual situação. Levas de imigrantes da Europa do leste desequilibraram o jogo demográfico e político, os haredim são agora um estorvo, mesmo para o Likud que é ideologicamente próximo. Os males da modernidade não serão combatidos com a separação de homens e mulheres em locais públicos e outros atos legislativos. Na confusão do Oriente Médio só falta mesmo que Israel se transforme numa segunda Arábia Saudita. Saturno passa o ano inteiro açulando o Ascendente da carta natal do país, no final de Libra, enquanto Urano fará uma quadratura à Vênus natal, regente do Ascendente. Quer dizer, pressão para demonstrações de força e autonomia, prestígio internacional em declínio. O Likud não tem força, nem disposição, para colocar os haredim na linha.
SATURNO NO FINAL DE LIBRA pressiona a oposição Mercúrio-Plutão da carta natal dos EUA, o que significa que ouviremos muita retórica venenosa na corrida presidencial que já começou. Os republicanos se engalfinham para saber quem é mais cristão. Desde Reagan eles tentam desesperadamente harmonizar moral cristã com mercantilização plena da vida. Como Hu Jintao na China, eles não perceberam ainda que publicidade na TV e um cartão de crédito na mão arruínam com a responsabilidade pessoal e os dez mandamentos. Como não podem abolir a TV e os cartões criam um país imaginário, pois a única moralidade imperante por lá é a do dólar. Assim Newt Gingrinch atormentou Clinton por causa do caso Lewinsky, enquanto ele abandonava a mulher doente para se casar com uma secretária mais jovem. Jesus disse que é mais fácil um camelo passar num buraco da agulha... Mas para os cristãos americanos Jesus foi um poeta extraordinário e como se sabe a poesia é para as horas de devaneio, pois para os republicanos o lema é enriquecer os ricos.
Pré-candidatos republicanos nos debates de 2012 >> Na realidade, pouco importa quem vai para a Casa Branca, isto agora é quase um tema de entretenimento, pois o país continuará a ser governado por Wall Street, e as indústrias – bélica e petrolífera. E para este bloco Obama é mais conveniente, mais moderado e negociador, basta acompanhar as doações para ver. Os republicanos falam em abolir o FED, extinguir programas sociais, bombardear Teerã e que os palestinos não são um povo, uma vez eleitos serão controlados pelos lobbies e pela burocracia que não deixarão a loucura prosperar, Reagan e os Bush latiram bastante, mas não chegaram ao despautério. Romney desponta como candidato republicano, ele tem o perfil certo: ficou milionário saneando empresas através de demissões, metade de seu patrimônio está em paraísos fiscais e paga 15% de imposto contra a média de 30% no país.
A China finalmente apareceu denominada explicitamente em dois documentos americanos importantes, no plano de segurança e no estado da União. O governo começou a se preocupar com os investimentos chineses na África e na América do Sul e daí o sururu. Os chineses não são nenhuma ameaça séria militar, agora têm um primeiro porta-aviões e enquanto não mexerem nas fontes de matérias primas eles não começarão nenhum conflito. Além disto, os americanos se preocupam com uma Ásia negociando em moedas locais, e os convênios entre China-Rússia e Japão é que são exasperantes. O Japão mais e mais gravita em torno da China. Há nisto muita bravata eleitoral, pois os chineses são os maiores credores dos americanos.
Obama pode ser o candidato mais conveniente, mas continua no mundo de Alice. Trazer as indústrias americanas de volta da China para dar emprego aos seus súditos? Pode esperar sentado, elas foram para lá pela diferença de custos e só sairão para se instalar no Vietnã, Tailândia ou outro país do sudeste asiático; o dinheiro não tem pátria. E para terminar com os EUA uma boa notícia: Francis Fukuyama afinal conseguiu ver um pedaço da realidade, pois descobriu que desigualdade econômica faz mal à democracia. Quem sabe ele consegue explicar aos seus compatriotas que isto também faz mal à moralidade cristã! De resto, a crise no país ainda está para chegar, Plutão e Urano vão assolar o Sol da carta natal, nos próximos anos grandes emoções à vista.
Enquanto os fundamentalistas batem cabeça, OS SENHORES DA MODERNIDADE pensam que é hora de austeridade para os pobres. É preciso aprender a viver na modéstia! E assim, os gregos estão alugando seus sítios arqueológicos, seus hospitais não têm mais remédio para câncer e Aids. Os desempregados espanhóis (quase 25%) reaprendem a arte do escambo, as universitárias inglesas se prostituem para pagar os cursos e os italianos terceirizam museus e academias tradicionais. Já são 115 milhões de pessoas pobres, 23% da população. Enquanto isso a xenofobia vai de vento em popa, a Le Pen pode ter 25% dos votos nas próximas eleições francesas; já o governo húngaro reformou a Constituição para instaurar uma democracia de partido único e mantém uma organização paramilitar que elimina ciganos, mas para infelicidade geral da nação a economia vai mal e endividada, eles precisam de um dinheirinho da UE e FMI. O BCE despejou 500 bilhões de euros nos bancos com taxa de 1% e as coisas sossegaram um pouco, outra rodada foi prometida para fevereiro, as taxas para italianos e espanhóis baixaram, mas por pouco tempo, pois os europeus devem refinanciar alguns trilhões em dívidas no correr deste ano. O fundamentalismo alemão quer colocar Atenas formalmente sob a supervisão de uma comissão europeia, enquanto chantageia o povo heleno retendo dinheiro já prometido.
Como era de esperar os MOVIMENTOS POPULARES refluíram no inverno do Norte, que apresentou um frio polar nas últimas semanas. Com Urano em movimento direto e fazendo a primeira quadratura exata a Plutão, eles devem retornar às ruas no correr do ano e com grandes desafios pela frente. A vida agora vai se restringindo cada vez mais: trabalhar muito (quando há emprego) e por muito mais tempo, pagar educação e saúde, assistir a gincanas na TV, e alguma droga... que ninguém é de ferro. O nível de atrito doméstico vai subir bastante. Esses movimentos ainda precisam de muito feijão para conseguir alguma coisa. O caso da primavera árabe é elucidativo, eles derrubaram governos, mas quem está levando as eleições são as velhas organizações islâmicas. Na França, há chances reais para F. Hollande, o candidato socialista, sua plataforma política deve estar provocando horror em Bruxelas e na City londrina, ele que taxar os ricos, que insolência! A desigualdade de renda já é tema de debate em Davos e no Fórum Social em Porto Alegre, que terminou melancolicamente com uma confissão de impotência.
ENQUANTO ISTO EM TERRA BRASILIS, Saturno ingressou na casa 9 do mapa natal, a do judiciário e o efeito foi imediato: pilhas de denúncias sobre malfeitorias em benefício próprio, corrupção, nepotismo, a tralha toda. Nenhuma República se sustenta sem um Judiciário eficaz e sensato, mas as denúncias precisam ir mais fundo, pois o aparelho vive agora em duas simbioses perigosas: com o sistema financeiro que lhe patrocina os congressos e eventos e com o crime organizado que compra sentenças a partir da bagatela de 50 mil reais. O país dos bacharéis precisa enfrentar a questão. O desalojamento na cracolândia é uma medida eleitoral e econômica, as construtoras e imobiliárias agradecem e os dependentes pobres que se virem com o tratamento, o governo estadual tem coisas mais importantes a fazer. A precipitada decisão de despejo em Pinheirinho e a atuação do PSTU geraram cenas horrendas, os desalojados pagaram a conta. O descalabro com a greve na Bahia mostra que apesar dos avanços recentes ainda há muita pobreza e criminalidade no país, muito trabalho pela frente para dona Dilma e seus sucessores.
<< Fachada do STJ em Brasília Por falar em eleições, os 5.500 municípios brasileiros vivem de pires na mão, suas receitas não chegam a 10% da arrecadação de impostos. Todo ano os prefeitos vão a Brasília esmolar alguns trocados, isto é essencial para manter o Estado patrimonialista rodando, outra herança lusitana: na Colônia era preciso licença para fundar um burgo, rédea curta da Coroa. Em São Paulo os partidos executam um balé execrável para coligações espúrias. Um doce para quem resolver este enigma: São Paulo, cidade de liderança econômica e cultural, gerou os mais estrambóticos políticos como Ademar, Jânio, Maluf e seus afilhados: Pita e Kassab. Por que será? Uma dica, isto está relacionado com o nomeado pai dos pobres.
O governo anda obcecado com crescimento de 4% do PIB neste ano, é provável que não consiga. Para crescer a uma taxa média de 5% ao ano o Brasil precisa aumentar a poupança (pública e privada) e criar um mercado de capitais de longo prazo. Finalmente o BNDES centrou os empréstimos em infraestrutura e pequenas empresas no ano passado, agora é direcionar os recursos dos fundos de pensão estatais para a mesma direção.
Está se tornando um mau hábito nacional: todo verão uma coleção de mortes e desabrigados pelas chuvas. Não vou comentar nem tentar estabelecer parâmetros astrológicos e apenas dizer: É UMA NEGLIGÊNCIA CRIMINOSA.
LOS HERMANOS – Fernando Fernandes e Patricia Kesselman fizeram artigos, publicados no site da Constelar, comentando os problemas institucionais argentinos a partir da análise da posse de Cristina sob um eclipse lunar. Leiam os artigos, a coisa é feia. Eu só acrescentaria o seguinte: a depressão de 1930 abalou fortemente a economia platina e a partir de então sua história política foi uma sucessão de crises com os pronunciamentos militares de praxe na América Latina. Perón flertou descaradamente com os nazistas e governou com um bloco social compósito. A última ditadura militar e o Menem destruíram o parque industrial e levaram a dívida externa à Lua. O país tem um grande território, mas quase metade da população está na província de Buenos Aires, os impostos cobrados da agropecuária sustentam a turma com subsídios. Andam confinando gado, para estender o plantio de soja, com impacto na qualidade da excelente carne. Boa parte da Patagônia foi vendida a estrangeiros. A pobreza emergiu, a inflação real é superior à oficial, há fuga de dólares no país, o orçamento está periclitando. Solução para o quadro estrutural? Um terceiro mandato para a Kirchner e fé na China que garantiu crescimento durante os últimos anos. Políticos providenciais, corrupção, burocracia, nepotismo e acordos espúrios, isto lembra alguma coisa?
Mapa da Argentina: 09.07.1816, Tucuman, meio-dia.
O mapa da independência mostra um Ascendente a 24 de Libra, com Saturno sapateando em cima. Vênus, seu regente, está a 11 de Câncer próximo ao MC e prestes a receber a oposição de Plutão, que na década de 1930 varreu Câncer. Marte em Leão oposto a Saturno assinala os problemas internacionais (Malvinas, casa 7) e a fraqueza do Congresso (casa XI). Mercúrio a 6 de Câncer na casa 9, sinaliza os problemas com a imprensa. O mapa deixa claro que a tentativa de uma saída caudilhista para a crise terminará mal quando Plutão pressionar o Sol Natal. Por conta da rivalidade futebolística há quem se alegre com a desgraça portenha, é mau negócio. Ao Brasil interessa uma Argentina pujante e democrática, para não falar das lindas paisagens naturais e da bela arte que produziram. Portanto, é preciso ter paciência com as crises de tarifas no Mercosul, temos um saldo grande na balança comercial com los hermanos.
OS AFRICANOS QUE SE CUIDEM! Países europeus se reuniram em Berlim (1884/5) para sacramentar a divisão da África subsaariana. Cento e trinta anos depois lá estão eles novamente, agora preocupados com a invasão da China, Índia e até Arábia. No início foram atrás dos minérios e petróleo, depois de 2008 com a subida nos preços de cereais, estão atrás de terras agrícolas. Os europeus estão preocupados e olham para os 600 milhões de hectares disponíveis. As potências chegam comprando ou alugando terras por preços irrisórios, a população local é desalojada e não vê um centavo da transação com o governo. São culturas extensivas de cereais ou árvores para madeira de construção, tudo exportado para os países de origem do investimento. O solo africano é bom para a agricultura, mas necessita de muita irrigação, o que pressiona ainda mais a subsistência dos camponeses, enquanto o Saara se estende lentamente para o Sul.
Panorâmica de Lagos >> Daqui a pouco serão milhões esmolando nas capitais, pela dinâmica atual Lagos será a maior metrópole mundial em alguns anos, um favelão a céu aberto num país (Nigéria) em permanente guerra civil (aridez, petróleo e religião). Graziano, brasileiro e atual diretor da FAO, terá toneladas de trabalho pela frente. O processo de descolonização na África foi uma grande decepção, regimes democráticos com tiranos eleitos e enriquecidos nos cargos, mortalidade alta por inanição, epidemias e guerras civis. Imperialismo, guerras tribais e fronteiras totalmente artificiais levaram a esta situação. O processo de independência na África Subsaariana começou em janeiro de 1956, no Sudão: Saturno no final de Escorpião em quadratura à conjunção Júpiter/Plutão no final de Leão. E estava quase completa em setembro de 1966 com Botswana: trino Júpiter em Câncer a Saturno em Peixes; e conjunção Urano/Plutão em Virgo. Marca inquestionável da triangulação Júpiter/Saturno/Plutão.
E OS CUBANOS QUE SE CUIDEM TAMBÉM. O futuro pode ser caribenho: paraíso fiscal, cassinos, rota do narcotráfico ou mega bordel para turistas ricos. A transição requer extrema perícia, e eu lhes desejo boa sorte, pois o povo que produziu aquela música merece uma vida boa, com liberdade e longe das opções acima.
O trino Saturno/Netuno não foi suficiente para proteger os navios, vários naufragaram ou avariaram recentemente. O mega cruzeiro italiano teve direito a vexame do comandante que fez uma manobra arriscada e abandonou o posto. Alguém comentou que isto é um presságio do futuro da Itália, pode ser. Vivemos em tempos tais que podemos morrer mesmo em águas rasas!
Enquanto os dirigentes iranianos promovem presepadas seus artistas nos brindam com boas coisas boas como o filme A separação, ótima direção de atores. Cada personagem representa um estrato social, suas inquietações, dúvidas e esperanças.
Depois de pesquisar e traçar estas linhas durante os últimos três anos, chegou a hora de sistematizar um pouco as coisas num curso: Astrologia Mundial - economia, geopolítica e cultura. Conheça os detalhes: http://www.clubedotaro.com.br/site/v83_0_cursos.asp
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10/02/2012 09:54:39
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VOLTAIRE VIANNA - 11/02/2012 14:07:26
Excelente Rui, muito bom, parabéns. Mas se você puder detalhar mais a dança de Plutão na terra brasilis seria muito bom.
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Rui Sá Silva Barros - 11/02/2012 19:38:26
Olá Voltaire: No mapa natal brasileiro Plutão azucrinou bastante transitando a conjunção Urano- Netuno em Capricórnio, agora terminou. Começa um trino com Saturno em Touro, regente da primeira e décima segunda casas, o que significa basicamente: o inimigo oculto do país é ... o próprio. A história da polícia é mais pra Saturno na casa 9, esquecemos que a polícia faz parte do aparelho jurídico. O piso proposto na PEC é de 2.500, alguns Estados podem chiar, o salário per capita no país está em 1.650. Mas quando os policiais sabem dos salários e benefícios dos juízes, o que será que eles sentem? Que é uma injustiça danada! Mas também aí tem um monte de acomodações, como a possibilidade de trabalhos alternativos além das propinas do crime organizado. Você vê alguma saída para este descalabro? O país real vai muito além do formal, mas isto não é nenhuma novidade, taí faz muito tempo, é a substância do país. Os militares privatizaram a segurança, para o povo a polícia pública a preços módicos, deu nisso. De vez em quando estas contradições estouram e a turma do deixa disso entra logo em ação. Já escrevi duas crônicas sobre o estado patrimonialista no Brasil, uma está no fórum e outra em simbologia/astrologia. O pior disto tudo são os jornalistas falando de desvios do espírito republicano, como se nós tivéssemos algum. Abs. Rui
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Nádia - 12/02/2012 17:12:06
Rui, que acha dos chamados bons aspectos, por exemplo Sat e Net estão bem no céu. Isto atenua?
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Rui Sá Silva Barros - 12/02/2012 18:26:20
Oi Nádia: No caso dos navios o trino não foi suficiente para proteção. O cruzeiro italiano foi barberagem do comandante, mas três cargueiros enormes sugerem problemas estruturais na construção ou transporte de tonelagem excessiva. É de lembrar também que a 2 Guerra começou com um trino Urano/Netuno. Oa trinos são tradicionalmente facilitadores, mas é preciso ver o que estão facilitando. Em todo caso estes acidentes e mortes nos navios devem levar a uma revisão na construção destas embarcações, se isto acontecer é um típico corretivo saturnino: melhor que isto aconteça em grupo e chame a atenção, aumentando a chance de prevenção. Abraço afetuoso, rui. Aproveito para um complemento a resposta anterior ao Voltaire: Marte em Virgem retrógrado entre Mercúrio e o Sol natal do Brasil, mais Júpiter em trânsito em oposição ao Marte natal, deram um toque explosivo a um quadro que já vem de longe.
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Bete Torii - 12/02/2012 22:48:26
Olá Rui, Como o assunto em que penso noite e dia atualmente é o Pinheirinho, é disso que vou falar. Você só menciona que "A precipitada decisão de despejo ... e a atuação do PSTU geraram cenas horrendas, os desalojados pagaram a conta". A mim me parece que as cenas horrendas foram no mínimo 90% por conta das polícias insufladas e instruídas a tratar os moradores do local como inimigos, e no máximo 10% por conta do PSTU e a sua abortada tentativa de resistência. O caso todo é terrivelmente podre; você certamente leu/ouviu falas de juristas (Souto Maior, por exemplo) e do defensor público Jairo Salvador mostrando quanto houve de ilegalidade e ofensa à Constituição e às normas do Direito, né? Se houvera um papel nefasto do PSTU ali, com suas provocações que atingiam o fígado do prefeito (como ouvi de um assessor parlamentar local), isso é ínfimo em comparação com a enormidade do crime, do escândalo, do absurdo de jogar milhares de pessoas na rua, agredidas e sem nada, para devolver terra inútil à empresa falida de um criminoso. Por outro lado, o fato de aquela comunidade viver bem organizada e tratar de forma tão ativa quanto possível da questão jurídica do terreno levou-os muito perto de conseguir o que tencionavam desde o início: forçar a desapropriação do terreno para que servisse de direito à sua moradia. E se não fosse o PSTU (de quem não conheço quase nada), essas pessoas provavelmente não teriam tido 8 anos de vida organizada e nem estariam nas manchetes da imprensa alternativa e em Facebook e blogs pelo mundo inteiro, clamando solução. Teriam sido exterminados ou desbaratados mais facilmente, ignorados e esquecidos como foram as centenas de pessoas que sofreram o mesmo em Taubaté em 2004. Mas quero resumir e terminar: que razões astrológicas ou histórico-sociais você apontaria para a situação atual de S.Paulo, em que o governo está em guerra aberta contra os pobres e os movimentos sociais, e tantos cidadãos o apóiam, com baba de ódio vazando entre os dentes?
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Rui Sá Silva Barros - 13/02/2012 09:35:53
Oi Bete: Decerto vc conhece o caso melhor que eu. A truclência policial é antiga e diária: abordagens na rua e espancamentos nas delegacias. A segurança também foi privatizada nos governos militares: ao povo o mínimo, como na educação e saúde, e os governos pós não conseguiram reverter a situação. A polícia mantém a ordem da desigualdade. O caso Pinheiro expõe ainda problemas na área de posse de terra, habitação popular e saneamento. Como os problemas são empurrados com a barriga, por todos os níveis de poder, os conflitos estouram e acabam em violência. Por que o estado mais rico e polo científico-técnico do país gera políticos ineptos e está sujeito a estes surtos de violência? A questão é importante. Você notou que a ditadura militar só colocou generais na presidência que fizeram carreira longe de SP e que os últimos presidentes saíram daqui? Estas coisas estão pendentes desde 1930 e foram acirradas em 1932. A violência policial é mais um indício da falta de república e que eles possam fazer bicos e receber agrados atestam a informalidade. O ódio aos pobres cresce quando as filas aparecem, sintoma da ascensão econômica, e o estado declina economicamente, quando programas na tv fazem apologia aberta do uso da força para resolver conflitos. A República brasileira vai nascer à fórceps. Os indicadores astrológicos são estes já indicados no texto e nos comentários. Abraços fraternos. Rui.
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Bete Torii - 13/02/2012 14:22:44
Obrigada, Rui! Muito interessante o que você lembrou: a bronca que S.Paulo tem do resto do país há 80 anos! Encaixa-se muito bem. E você confirma o que eu penso há bem uns 6 anos: a classe média paulista (e não só paulista) odeia Lula e odeia o governo do PT porque nesse período os pobres, ai que horror!, chegaram mais perto do cidadão-classe-média, em todos os sentidos, e os outros Estados chegaram mais perto de SP. Ninguém mais fala que o Sul é maravilha! E então a nossa classe média se refestela com um governo que espelha seus preconceitos e executa seus sonhos sombrios.
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Rui Sá Silva Barros - 13/02/2012 15:12:59
É Bete: Por aqui se comemora o aniversário de uma derrota, o 9 de julho. Sintoma de um rancor profundo. Getúlio despachou uns interventores desastrados para cá e a coisa gerou a insurreição de 32. Depois da manifestações de rua em 1935 o governo começou a preparar o Estado Novo, o pai dos pobres coçou a calva: queria presentear o PRP com um governador, mas alguém do segundo escalão, fácil de controlar. Ademar foi o escolhido que ficou por aí até 1964 atazanando os partidos getulistas. Com ele os engenheiros subiram ao poder e deste meio saiu o nosso querido Maluf, uma árvore frondosa de onde saiu nosso burgomestre atual. Mas o dinamismo aqui é tamanho que também foram possíveis FHC e Lula. O atual crescimento econômico do Nordeste e Centro-Oeste é uma benção e penso que o espalhamento da população seria um ótimo negócio para o país.Abs
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Ozanam Thales S. Teixeira - 13/02/2012 18:59:02
Rui, um grande abraço.
Vamos falar do Brasil, saiu uma reportagem sobre a inauguração da ampliação do aeroporto de guarulhos, além de não ficar bem feita, a obra foi superfaturada. Dilma, deve estar tomando rivotril (pois ela está cercada por um bando de incompetentes). O que é uma pena, ela me lembra áries, comando, pulso e poder (Tais como a Rainha Inglesa, Elisabeth do Sec XVI, que derrotou os papistas e a armada espanhola, levando a Inglaterra pro centro do poder mundial) . Só que nossa Presidente tem sofrido com o ritmo das obras, imcompetência de obras podres, entregues as pressas. Outra coisa é a fraude do PIB brasileiro, basta ler um pouco o indiano Amartya Sen, pra saber que ele é um indicador falho. De que adianta ser o 6º PIB, e ter educação e saúde horríveis?? O vazamento de petróleo em Santos a menos de 2.000 metros, demonstra que ainda não há tecnologia p sua exploração, portanto é coisa pra dez ou 20 anos, me corrija se eu estiver errado. No mais, o de sempre, a Globo lançou uma minisérie, sobre um jovem que assume a presidência (uma propaganda vergonhosa a favor do Aécio) os donos do poder já começaram a tentar colocar o seu candidato no subconsciente dos eleitores. Por outro lado, existe umas pessoas fora da realidade, este movimento chamado "negação da negação" é o fim da linha, os caras, são piores que os fascistas, perderam uma eleição e quebraram a USP, ou seja eles não aceitam nada a não ser que venha de suas loucas cabeças (pra eles matar 10 milhões de pessoas no Brasil, é tranquilo desde que implantem um estado totalitário) tô fora, destes loucos que perderam o bonde da história. O dia mais feliz pra mim vai ser quando o PMDB e todos os partidos fisiológicos forem pro esgoto. Só que vai demorar, o atual sistema eleitoral já está obsoleto. Outra coisa que gostaria que vc comentasse, o preço das comodities agrícolas estão nas alturas, isto significa mais revoltas e fome em todo o mundo, o que vc acha???
Shalom
Ozanam
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Rui Sá Silva Barros - 13/02/2012 20:00:32
Olá Ozanam: Tudo que vc elencou está realmente acontecendo, eu acrescentaria a obra da transposição do S. Francisco e a Transnordestina, faltou dinheiro pq o governo economizou para pagar juros. E o BNDES e a iniciativa privada, e a grande reserva internacional que não rende nada? O pré-sal ainda vai dar enxaqueca, é a primeira vez que tentam uma coisa destas, mas os equipamentos que a Petrobrás encomendou estão atrasados. A improvisação é a marca registrada do país, aqui avanço tecnológico convive com favelas, pobreza extrema e violência. Dê uma espiada nos comentários anteriores. O índice de alimentação da FAO está no nível de 2008 que era alto, a colheita mundial do ano passado acabou bem, há estoques do essencial (açúcar com problema), mas o clima já reduziu as previsões para 2012. Nos países árabes em ebulição este problema está sério. Até 2014 temos um bom trecho e a ideia que X ou Y vão consertar o Brasil me faz sorrir, a Globo pode divagar. Abs, rui
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