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04 de dezembro de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


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Valores no varejo
Avaliação do período. Ciclos. Previsões. Ano Novo Solar.
Rui Sá Silva Barros
Concluímos um ciclo seguindo as lunações, as principais configurações astrológicas e seus impactos na geopolítica e economia mundial; abordamos os grandes temas de cada signo. Por onde andamos deparamos com desordens e mazelas de todo o tipo. A civilização industrial pode ser criticada desde vários pontos de vista: econômico, político, cultural, ecológico e terapêutico. Utilizei todos os argumentos, válidos, porém insuficientes. O problema maior é mesmo de mentalidade. Tentemos explicar.

Em fevereiro último, os ministros de segurança dos países da União Europeia reuniram-se e lançaram um comunicado onde podemos ler: “... Terrorismo, crimes cibernéticos, tráfico de drogas, armas e seres humanos. Todos estão evoluindo muito rapidamente e ameaçam os valores e a prosperidade de nossas sociedades abertas”. Pois é, a desordem caiu do céu na Europa ou chegou através de imigrantes. A ideologia iluminista é cega mesmo! Não passou pela cabeça dos ministros que os valores praticados no cotidiano, abriram as portas para toda esta desordem que enumeram, e muitas outras.


                                                             Protestos e repressão.

É crença vulgar no Iluminismo que a razão pode fundamentar valores, um erro monumental que nos custa muito caro. A razão, faculdade intelectual de manas (mente), é um instrumento útil para coordenar impressões sensoriais, compará-las, observar contradições, calcular e medir fenômenos do mundo sensorial. Quando sai deste terreno só pode provocar confusões, os valores derivam da substância do mundo espiritual e seus princípios. A ética iluminista só pode funcionar num estado policial. Então a razão pergunta: se posso me safar das garras da justiça, por que não mentir, fraudar, falsificar, corromper e roubar, se isto me favorece?

Isto vem de longe: individualismo, hedonismo (busca de prazer e novas sensações a qualquer preço), o fulgor do instante (menosprezo pelo passado e irresponsabilidade diante do futuro), pragmatismo (verdade é o que funciona), o fetichismo do dinheiro (tudo tem seu preço); formaram a mentalidade moderna, e o que é pior estão agora materializadas na prática social tão firmemente, que qualquer combate intelectual está fadado ao fracasso. Toneladas de livros, artigos e matérias jornalísticas combatendo o atual estado de coisas, não podem mais alterar a degringolada. Por isso, todas as tentativas de deter a violência, a drogadição, a lavagem de dinheiro, a vulgaridade na indústria cultural etc.; estão fadadas ao fracasso. Toda a desordem observada deriva dos valores praticados e não pode ser revertida sem a mudança deles. Não, dizem os dirigentes, os problemas vêm de fora, é a esquizoidia em estado puro.


       Saques em meio à tragédia do terremoso no Chile.      Fonte: Estado, foto de Ricardo Mazalan/AP

E todos sentem confusamente que a desordem só poderá ser revertida com uma crise exemplar, e daí os filmes catastróficos, a proliferação na internet de desvarios completos acerca do desfecho desta crise, as alternativas fantasiosas propostas, as esperanças que os ETs ou um Messias venham nos redimir para irmos às compras fraternalmente e sem sobressaltos. Neste começo de ano já ocorreram mais de 40 terremotos superiores a 6 graus na escala Richter. Foram perguntar a uma geofísica da Unesp se era o fim do mundo, resposta: “Felizmente não, ainda não!”.  Esta resposta diz tudo – ainda não –, mas ele vem aí.

E assim vamos nós como os judeus na terra da servidão, Mitzraim, o Egito faraônico, amassando barro e vendo nossas esperanças (primogênitos) sob ameaça de genocídio. As pragas modernas já estão aí – desastres sísmicos, ambientais, ameaças de epidemia e fome, guerras devastadoras, homicídios em família – e tudo ao vivo e a cores, reproduzidas instantaneamente por aparelhos, nos quais depositamos nossas fichas. O “Êxodo” é, neste momento, o livro por excelência, pois ensina passo a passo como sair disto. Está tudo aí diante de nossos olhos, mas exceto uns poucos rabinos e buscadores tropeçam com a realidade.

Continuaremos a acompanhar este desvario, mas gora mudaremos um pouco o enfoque e vamos seguir o impacto sobre os países e grupos, começando pela UE na próxima crônica.

CICLOS – Nas últimas crônicas mencionamos repetidamente os ciclos cosmológicos e antropológicos, a pressa e o espaço obrigaram a alguma concisão que pode ter deixado dúvidas. Nem o planeta, nem a vida orgânica correm riscos de extinção.  É o fim de um mundo e de uma civilização, não é o fim do mundo. Um dia a criação será reabsorvida, mas isso ainda está muito longe.

Afirmei que vários calendários estão se aproximando de datas redondas, ei-los: faltam 20 anos para que as igrejas cristãs celebrem 2000 mil anos, faltam 10 anos para que os mulçumanos celebrem 1440 da Hégira, faltam 230 anos para o calendário judaico atingir 6000 anos, 295 para o chinês alcançar 5000, e 430 anos para a mudança de era astronômica para Aquário.

O número chave das cosmologias é 360, com seus múltiplos e divisores, e especialmente o número 25920 (72X360), os anos de uma precessão dos equinócios completa. No caso maia observamos que os cinco calendários (5X5125) mais intervalos de 58 anos, completam um ciclo precessional.


               O descolamento do eixo terrrestre.    Ilustração original em www.beegewelborn.com

Na cosmologia védica, cada reinado de um Manu dura 64800 anos (360X180, ou 25920X2,5). São 14 no total e estamos terminando o sétimo, é o meio do ciclo e por isso é tão importante. É por esta razão que os monoteísmos ocidentais enfatizam a salvação da alma e o Juízo Final, pois nele ocorre uma separação efetiva, entre os que podem ou não podem seguir adiante. Cada ciclo começa numa idade de ouro com aproximação espiritual e se desenrola num obscurecimento progressivo, começa com condições materiais simples e se desenvolve em grande divisão de trabalho, condições sociais complexas, especializações que raiam o absurdo, especulações fantasiosas de toda sorte e grande irreligiosidade. O começo da presente idade do ferro ocorreu em 3102 AC, quando o Iluminismo entende que começou a civilização na Suméria. É uma grande ironia! Como a idade do ferro dura 6480 anos ainda faltam 1370 para o final, mas no ritmo que vamos isto poderá ser abreviado.

O final de um ciclo está descrito nas grandes tradições: nos livros judaicos apocalípticos, no livro cristão das Revelações, no Ragnarok escandinavo, e em vários Puranas védicos que prometem grande mérito aos que fazem esforços espirituais na kali-yuga, exatamente por conta das adversidades. Todos os tabus são quebrados e a confusão de valores é irrestrita. Tudo isto acompanhado por convulsões naturais e astronômicas. A maneira como um ciclo se encerra determina algumas das condições do início do seguinte.

PREVISÕES – Em dezembro escrevi “2010: O grande jogo”. Cinco previsões já estão em curso, antes do que era esperado. A crise do endividamento público e os draconianos planos de ajuste já estouraram na Grécia e ameaçam se propagar. Em consequência os países da eurozona estão divididos e confusos, e empresas financeiras pelo mundo afora especulam contra a moeda única. Israel sofre pressão diplomática constante, e a desfeita com o vice-presidente americano dá uma medida do descontrole em curso. Timidamente Obama anunciou as primeiras medidas para restringir a atuação desinibida do sistema financeiro. E finalmente, os eventos climáticos estiveram em evidência com as nevascas no Norte e inundações no Hemisfério Sul.

O nível de atrito entre EUA e China subiu muito nos últimos meses, e uma escalada neste setor pode resultar numa grande infelicidade para os iranianos, que agora dependem mais e mais do governo chinês – conseguiram intimidar a oposição com prisões e execuções, mas por pouco tempo. Um bombardeio ao Irã atinge diretamente à China através do suprimento de petróleo e do gasoduto em construção. De Israel ao Paquistão há um rastilho de pólvora esperando por uma fagulha

ANO NOVO SOLAR – Com a entrada do Sol em Áries, em 20 de março, comemoramos o Ano Novo Astrológico, o que permite algumas projeções. Cinco planetas ocupam um espaço de trinta graus (stellium) o que sempre deflagra eventos e resolve impasses. O Sol está cercado por Urano e Mercúrio, prometendo ousadia, inovação e comunicação. O Sol também está em aspecto harmonioso (trino) com Marte em Leão, favorecendo lideranças e riscos excessivos, bom aspecto para os esportes. Ativa ainda a quadratura Saturno e Plutão, responsável por limpezas brutais e regimes de força A Lua está em posição crítica nas Plêiades taurinas emaspecto tenso com Netuno: veremos desvarios religiosos, repúdio ao coletivo, rebeliões desorganizadas. Vênus e Júpiter, os benéficos, estão um pouco isolados, em todo caso cercam o Sol, Mercúrio e Urano; o que sempre é um halo protetor.


                       Mapa do ingresso do Sol em Áries. Brasília, 20 de março de 2020, às 14h43.

No Brasil o Ascendente cai no final de Câncer, no sexto setor do mapa natal; emprego, renda e crédito popular em alta. Os candidatos à presidência terão que falar disso, como manter o ritmo? Quem sabe resulte num debate sério, a esperança é a última que morre. O mesmo deve acontecer para educação, saúde, segurança pública, precariedade da infraestrutura e logística, desigualdade regional, morosidade da Justiça, irrelevância e pirotecnias do Legislativo, aí já é esperar demais! De resto, a eleição continua indefinida: Ciro é candidato, quem serão os vices?  Como um conflito internacional ou o agravamento da crise econômica rebateriam na corrida presidencial? Só em agosto a situação ficará clara.


Os links para os demais fóruns do Autor podem ser acessados em:
http://www.clubedotaro.com.br/site/forum/tema.asp?tema=8

As crônicas anteriores, de fevereiro a setembro de 2009, estão em:
http://www.clubedotaro.com.br/site/r63_4_RuiSSBarros.asp
 
21/03/2010 14:07:26

Comentários

Virginea Liz - 21/03/2010 20:58:53
Rui diante do que vc disse, é possível uma maior relevância em termos da produção e distribuição armamentista? E ainda, um descontrole sobre a distribuição que se daria com ênfase na clandestinidade? O aspecto Lua quadratura Netuno e Lilith, parece favorecer este recurso, um subterfúgio que aproveita das facilidades obtidas com o stellium trino Marte?

Rui Sá Silva Barros - 22/03/2010 11:18:18
Olá Virginea:
A primeira manifestação do trino ocorreu ontem, com a suada aprovação da reforma da saúde de Obama (um leonino). Você tem razão, o comércio de armas aumentou muito no ano passado, inclusive na América do Sul.O trino em signos de fogo engendra uma certa auto-confiança abusiva que pode incitar aventuras bélicas, retórica guerreira e outros desastres. A escalada de violência dos cartéis do narcotráfico mexicanos pode chegar a um paroxismo qdo Marte ficar em oposição a Netuno. A Lua quadrada a Netuno nos signos em que estão, não costumam promover violência, talvez alguns enfretamentos de rua como vimos na Grécia e Portugal, e Israel, este bem mais perigoso. O resultado das eleições francesas, com a recuperação dos socialistas, é certamente uma manifestação disto. Da Europa espero poder tratar pormenorizadamente na próxima crônica.
Aceite um abraço fraterno. Rui.

bruno freitas - 24/03/2010 07:55:08
MUITO BOMMMMMM , excitante ler esse artigo , parabéns!

Rui Sá Silva Barros - 24/03/2010 10:31:45
Bruno:
Obrigado pelo comentário, da próxima vez manifeste-se com ideias, temas, controvérsias. Um abraço fraterno. rui.

bruno freitas - 24/03/2010 15:16:19
bom, já que fui provocado vamos lá, creio que caberia nesse contexto a nova lei (projeto Nacional dos Direitos Humanos) assinada pelo nosso querido presidente (segundo ele sem ler) (http://inblogs.com.br/censurado/politicanacional/lula-assina-projeto-de-lei-sem-ler-e-dilma-tenta-terceirizar-a-culpa) na qual há uma série de bizarrices, como a proibição de qualquer símbolo religioso em lugares públicos, a promoção da "prostituição com dignidade" dentre outras, vale a pena conferir. É o clássico erro em que em nome de um dito pragmatismo e laicidade ferem valores inerentes ao ser-humano.

Rui Sá Silva Barros - 24/03/2010 18:10:31
Oi Bruno:
O projeto é um grande cozido, amálgama de demandas diversas. Foi muito criticado e o governo recuou. Em matéria de direitos humanos estamos bem atrasados nos temas básicos de direito à vida (mortes por violência e doenças infecto) e habitação.Isto é básico, não resolvido e não vejo quase nada para resolver estas questões. Esta fragmentação de demandas é ótima para os dirigentes do mundo, que atendem uma coisinha ali e outra ali, e tem espaço para aprofundar a secularização e o obscurantismo.
A proibição de símbolos religiosos em locais públicos e a prostituição com dignidade, são sintomas deste estado de coisas. Abraços, rui.

jaine - 09/11/2010 09:31:35
eu fiquei muito triste

fernanda - 09/11/2010 09:34:44
eu espero que coloque lei lá onde ocorreu isso

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