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O tempo dos acontecimentos nas cartas do Tarô |
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Nove tarólogos oferecem indicações para trabalhar a questão do tempo
nas leituras das cartas, em resposta à questão enviada por Vera Lúcia - RJ. |
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A leitura temporal |
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Não existe uma forma segura para determinar prazos através do tarô, são muitas as especulações para determinar datas para a realização das análises, preferindo a maioria dos tarólogos fixar um período antes da consulta (como no caso do Mandala Astrológico onde o praticante foca a leitura para 3 ou 6 meses – quando não, 1 ano). Diante de tal fato, uma enxurrada de tabelas temporais são despejadas em cursos e livros, cabendo ao tarólogo escolher uma delas e testá-la, sintonizando-se com a mesma. Diferente da Astrologia e da Numerologia que trabalham com dados mais concretos e a fixação temporal, o tarô é bastante vago e, em sua abstração, não é capaz de assegurar 100% de confiança nesse quesito. A assertividade pode ser aliada a fatores como a intuição do praticante e outros recursos paralelos que podem se valer durante a consulta. |
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Valho-me de uma tabela que eu mesmo criei e utilizo há anos. Ela funciona bem para mim, mas já notei que com algumas pessoas o acerto é bem grande, com outras deixa a desejar. Não tenho uma explicação segura para tal fato, o mundo simbólico é deveras misterioso e alguns fatores podem interferir quanto aos prazos: das decisões do consulente a equívocos na própria análise.
Em linhas gerais, estabeleço os prazos antes de cada análise, e prefiro métodos como o Mandala ou Cruz Céltica para averiguação temporal. Também me é útil o Péladan, um método temporal e bastante útil nesse assunto. Determino através dos Arcanos Menores a faixa de tempo com que vou trabalhar:
Ouros – anos
Copas – meses
Espadas – semanas
Paus – dias
A numeração do Arcano Maior é o prazo mínimo, e a soma com a numeração do Arcano Menor é o prazo maior (limite). Quando o Arcano Menor não for numerado (como no caso dos Ases e figuras da corte) a numeração do Maior será o prazo limite. |
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Alguns exemplos ilustrativos:
Papa (5) + 10 de Espadas = entre 5 e 15 semanas
Temperança (14) + 2 de Paus = entre 14 e 16 dias
Mago (1) + Ás de Copas = dentro de um mês.
Os prazos normalmente não extrapolam o limite de 1 ano, logo, desconsidero qualquer um maior identificado através da análise (entendo que não se sucederá dentro do tempo estabelecido). Também alerto sobre a necessidade de primeiro se certificar se o evento analisado de fato ocorrerá; de nada adianta estabelecer prazos, se não há certeza sobre a realização da análise.
Ficam essas pequenas dicas para quem deseja iniciar-se na prática e arriscar uma leitura temporal. |
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agosto.09 |
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Atenção aos detalhes |
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Há diversas discussões sobre esse assunto pois é comum procurarmos na carta uma resposta de tempo, sendo que, na verdade é a união de Arcano + Método de Jogo que trarão uma resposta aproximada. Costumo sempre reforçar que trabalhar em cima de situações extremamente delimitadas e fechadas é delicado. Abolir o livre-arbítrio completamente ou ignorar a ação do Destino (tanto um quanto outro) seria perder parte do sentido de um jogo de Tarô. Afinal, a dinâmica das cartas está justamente em mesclar ambos os conceitos. Sendo assim, o tempo requer análise da carta associada ao método de jogo escolhido. Determinados Arcanos podem indicar lentidão (como Papisa, Eremita, Pendurado, Temperança) ou mostrar dinamismo (como Carro, Roda da Fortuna, Torre).
Não pretendo citar aqui quais as cartas “rápidas” e as cartas “lentas”, mas exemplificar esse processo numa lâmina de Tarô. Esse contexto, aliado ao jogo escolhido (um bom método é fundamental para a leitura ter sentido) favorece a compreensão de períodos, prazos e do tempo.
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agosto.09 |
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O presente e futuro próximo |
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O tarô fala muito do momento, podendo mostrar o passado e prever o futuro. Creio que podemos, como tarólogos, estabelecer uma relação pessoal incluindo a questão do tempo com nosso tarô. No entanto, penso que em termos de futuro, o tarô nos mostra o que tende a acontecer se não fizermos nada para alterar o rumo dos acontecimentos.
Acredito que sempre temos um mínimo de livre-arbítrio, que pode ir da mudança dos fatos até a forma de percepção ou de vivência do que tende a acontecer. Assim, prefiro encarar o tarô como algo mais ligado ao momento presente e ao futuro próximo. Analisar como uma previsão mais imediata, mais próxima. E mesmo este próximo é algo um pouco indefinido. Percebo que, na média, os jogos apontam o que tende a acontecer nos próximos 2 a 6 meses. Mas algumas vezes e para alguns consulentes isto tende a antecipar ou demorar mais para acontecer. Por exemplo, é possível fazer previsões que se concretizam na próxima semana e outras que demoram mais de um ano para acontecer. |
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O anjo e o relógio de areia |
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www.littlesun.canalblog.com
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Acho que depende muito do que a própria pessoa entende como futuro próximo. Alguns comentam que próximo é um mês, no máximo. Outros me perguntam se então aquilo tende a acontecer nos próximos um ou dois anos. Distância grande entre ambas possibilidades e já vi previsões feitas pelo tarô variarem de um dia até anos. Uma outra questão ligada ao tempo no tarô é a determinação exata de quando uma previsão tende a se concretizar. E é algo comum de ser perguntado. Neste caso acho um pouco arriscado dar uma posição exata do quando, diferentemente da Astrologia, por exemplo, que permite uma exatidão maior na determinação do momento e do acontecimento no tempo. No caso do tarô, podemos pensar em algo aproximado e na velocidade dos acontecimentos. Por exemplo, o tarô nos permite analisar se uma situação tende a acontecer rapidamente ou se promete demora. Vemos isso avaliando os próprios arcanos maiores. |
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Cartas como o Louco, o Carro ou a Roda da Fortuna, por exemplo, indicam que aquilo tende a se manifestar em breve, rapidamente. No caso do Eremita ou do Enforcado, temos uma demora, uma situação que tende a se prolongar no tempo. Ou seja, isto já é um indicativo de tempo. Mas podemos arriscar uma pergunta mais ousada, pedindo uma determinação de quando exatamente a coisa vai acontecer. Neste caso acho que podemos estabelecer critérios pessoais, como por exemplo considerar o número do arcano, a velocidade que a carta indica e fazer uma combinação neste sentido. Acredito que os arcanos maiores somente podem nos dizer algo sobre a possível velocidade, se tende a ser rápido ou não. Já os menores nos permitem saber de acordo com sua numeração, sendo que a corte pode nos ajudar a interpretar melhor estes números.
Exemplificando, pergunto em quanto tempo uma determinada situação irá se manifestar. Temos como resposta um 3 de qualquer naipe associado com um Pajem. Podemos entender que isto tende a se concretizar em torno de 3 dias após a consulta. Se o 3 sai ao lado de um Cavaleiro, o tempo pode ser projetado para 3 semanas. Se uma Rainha, meses e se um Rei anos. Mas isto é apenas uma especulação e uma mera possibilidade, pois pelo menos em minha visão é muito difícil definir uma data pelo tarô, pois podemos, inclusive, acelerar ou retardar os acontecimentos em nossa vida, isto sem falar na possibilidade de mudanças. |
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agosto.09 |
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Para os consulentes e para os tarólogos |
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Para os consulentes:
As pessoas costumam chegar para as leituras querendo tudo para ontem. Querem que você faça uma leitura para ajudar a esclarecer o futuro distante ou próximo, mas por favor, que tudo aconteça bem rapidinho... Porém a vida já tem seu tempo determinado e estabelecido para certos assuntos e nem sempre a leitura é positiva e o próximo passo será convencer o seu cliente, ou amigo(a) que você tem certeza que aquilo vai acontecer daquela forma, infelizmente. A partir deste ponto ele pede para você tirar novas cartas na esperança que as Moiras, as senhoras do destino, tenham pena deste mortal que consulta o oraculista e mudem o seu destino para melhor. |
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A Roda da Fortuna |
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de Angie Chow in www.deviantart.com |
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Muitas vezes as pessoas ignoram que passado, presente e futuro são uma coisa só. Só colhemos o que plantamos. Se a leitura está mais para negativa o mais sensato é uma mudança urgente de atitude consigo mesmo e com o mundo. A vida é eterno movimento e o tempo também acontecerá de acordo com seu ritmo pessoal.
Para os tarólogos:
Vou fazer uma breve explicação sobre meu método de ver o tempo nas cartas.
Quando faço o método das três cartas eu somo os arcanos maiores e determino o tempo através desta soma, observado cartas chaves de mudança tais como o Carro, a Roda, o Mundo entre outras, para determinar uma data para a pergunta em questão.
Se na minha leitura eu faço o uso de arcanos menores, eu observo os naipes determinando o tempo como conjunto de leitura, por exemplo, o naipe de Espadas geralmente são eventos que estão ocorrendo ou muito próximos de ocorrer. Para as Rainhas e os Reis eu determino um prazo de seis meses e para os Cavaleiros um pouco menos. Os Pajens e os Ases são movimentos muito rápidos. |
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Se eu fizer uma leitura com muitas cartas eu utilizo estas cartas como explicado acima como referência para determinar o tempo. Numa leitura complicada marco para o consulente retornar e verifico as mudanças que ocorreram naquele meio de tempo.
Já fiz leituras onde se passou anos e nada mudou na vida da pessoa.
E mantenha um caderno para anotar as cartas e o tempo. |
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agosto.09 |
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Quatro Estações |
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Eu evito essa avaliação do tempo mas, se tiver de considerar alguma coisa, gosto da relação feita na antiga Golden Dawn, pela qual cada naipe significa uma estação do ano: o naipe de Paus corresponde à primavera, Copas ao verão, Espadas ao outono e Ouros ao inverno. Cada carta do naipe, por sua vez, representa um período de tempo que que vai de alguns dias até meses!
Isso com certeza é matéria para um artigo à parte... |
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A relatividade do tempo |
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Parece haver uma forma de apreciar o tempo para cada pessoa/ser existente. O tempo parece ser mais uma sensação, na medida em que em eventos agradáveis “o tempo passa correndo” e em eventos entediantes o relógio parece “não andar”.
Dentro de uma visão relativizada do tempo (Einstein corrobora) ainda há as diversas formas de cada oraculista se conectar com a “fonte de informações”. Seja mais apoiado na técnica, seja na intuição, o tempo é algo que não raro pode ficar vago ou impreciso numa leitura de oráculo. Pode ficar mais na impressão relacionada à própria expectativa do consulente. |
Ainda podemos perceber dentro de uma leitura que há diferenças mesmo quanto ao tempo que nos é permitido falar. Isso pode estar diretamente relacionado com algumas coisas diversas, tal como a própria situação pesquisada na leitura, o merecimento do consulente e os envolvidos nessa leitura, suas aspirações no momento, aspectos cármicos e ainda, é claro, o oraculista estar bem sintonizado e focado com sua própria conexão.
Na medida em que cada um tem seu “tempo pessoal” podemos perceber que o livre-arbítrio nessa linha também pode ser utilizado como uma ferramenta para lidar com o tempo. A existência é contínua, mas o tempo (tic-tac) é aparentemente uma invenção humana para nos organizarmos melhor na sequência de infinitos momentos. Para arquivarmos a nossa própria história.
Dentro desse conceito, o tempo no tarô tem sua percepção em níveis muito sutis, pois o tempo de cada |
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Níveis do tempo |
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www.micheledatier.org |
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um também muda de acordo com a sequência de momentos. Não importa em realidade em quanto tempo (dias, meses, anos) um determinado evento poderia ocorrer. Mas sim qual é a relação desse período de espera com a própria expectativa do consulente (demora ou é apressado para quem?).
E a expectativa que temos também não é oscilante de acordo com os acontecimentos da vida? Permanece a necessidade arquetípica humana de algum controle sobre algo que na verdade é incontrolável. |
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agosto.09 |
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A temporalidade na cartomancia |
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Uma das questões que mais afligem os consulentes é a questão do tempo. "Quanto tempo vai demorar para isso acontecer?", perguntam, diante de prognósticos felizes. "Ah meu Deus! Dá tempo de evitar isso?" Dizem, diante dos desafios apresentados pelo jogo. Particularmente, e deixo isso claro para os meus consulentes, considero o tempo de um jogo algo relativo, exatamente por ser um diagnóstico da situação atual; determinadas atitudes tomadas por ele podem modificar em grande parte o desenrolar da consulta. O tempo, em si, já é algo relativo; recentemente assisti ao comercial incentivando a doação de órgãos e foi o link perfeito para esse texto.
Contudo, podemos, através da análise de algumas cartas, nos aproximarmos de uma previsão temporal. Autores como Monica Buonfiglio, em seu Tarot dos Anjos, e Celina Fioravanti, em seu Taro Místico, oferecem tabelas para que tenhamos noção de temporalidades; particularmente, não gosto de tabelas, pois deixam os Arcanos algo estanques; considero melhor observar a mandala de jogo e trabalhar com os conceitos de aceleração e retardamento dos fatos, não com semanas e meses. |
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Jovem dirigindo o carro |
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in Bibliotèque des Arts Décoratifs/Gianni Dagli Orti |
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Entre os 22 Arcanos Maiores do Tarot, tenho a vivência da aceleração com os Arcanos 0, 1, 7, 10, 13 e 16; o retardamento vejo em 2, 6, 9, 12 e 17. Os Arcanos 3 e 14 (por vezes o 8) me passam a idéia de "tempo certo", ou seja, a despeito dos esforços do consulente para acelerar ou retardar os prognósticos, eles estão ocorrendo no devido tempo, sem que se possa alterar muito tal ritmo.
Nos Arcanos Menores, percebo o tempo sobretudo nos oitos, com sutil influência sobre todo o naipe: o Oito de Paus sugere aceleração intempestiva; o Oito de Copas, demasiado esforço para que as coisas ocorram ou mesmo |
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preguiça, falta de disponibilidade; o Oito de Espadas, atraso, bloqueio, impedimento; e o Oito de Ouros, lentidão, não por atraso, mas porque o "tempo certo" é outro; e, a despeito das atitudes do consulente, a tendência é que as coisas sigam seu ritmo natural.
No Petit Lenormand, vejo a aceleração sobretudo na carta 1 - O Cavaleiro. Mesmo nos ditos populares temos uma explicação para tal atribuição: não dizemos que "o castigo vem à cavalo"? As cartas 3 e 22 também dizem respeito à aceleração, contudo, 3 diz respeito à celeridade nos acontecimentos e 22 celeridade nas atitudes do consulente. De maneira sucinta, poderíamos dizer que 01 fala das situações (mundo interior e mundo exterior), 3 dos acontecimentos (mundo exterior com reflexo no interior) e 22 atitudes (mundo interior refletindo-se no exterior).
Da mesma forma, vemos retardo na carta 9 - O Ramalhete. Essa carta mostra que o tempo corre num ritmo diferente do consulente, podendo ser isso indício do consulente estar fora do "tempo certo". Impedimentos ou atrasos vemos aqui no Brasil em 2 (a Escola Francesa vê em 21). A carta 8 indicaria atraso com perda, ou perda que gera atrasos.
A noção de "tempo certo" vejo em 30, quando, a despeito da vontade do consulente, as coisas seguem seu curso. Em 20 temos o consulente adequado a esse tempo.
Nas cartas comuns, vejo a aceleração no Dez de Espadas (confirme a correspondência com o Petit Lenormand... Fez sentido?) e o atraso no Nove de Ouros (novamente, corra os olhos pelo Petit Lenormand). Contudo, é importante perceber que os Ases tem papel primordial dentro de uma consulta, podendo inclusive atestar o "agora" (sobretudo no jogo de São Cipriano, onde o Ás de Paus indica afirmação, karma, aquilo que está diretamente ligado ao destino do consulente no tempo de consulta).
Reitero, porém, que a questão temporal é relativa, e, portanto, deve ser secundária dentro de um jogo, e não seu foco. Ao invés de atestar tais possibilidades, considero mais importante verificar na carta diagnóstico se o tempo é o fator mais importante para a questão do consulente pois, na maioria das vezes, é mais importante oferecer saídas que motivem o consulente a pôr sua vida em movimento que dar-lhe prazos para alimentar suas esperanças e temores. |
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agosto.09 |
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O tempo dos acontecimentos |
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Sabemos que o tempo e o espaço são atributos de nossa consciência objetiva, pois à medida que expandimos esta consciência surgiu a extrema necessidade de organizar nosso modo de vida. A primeira medida foi dispor de certos mecanismos para organiza-la. Até então era apenas conhecido o ciclo do dia e noite. |
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O homem passou a observar os ritmos naturais, a atuação do movimentos de rotação e translação da terra. Os ciclos das estações, a criação do relógio de pedra, e os de areia, a divisão do tempo em 24horas, 12meses do ano, a divisão dos dias.
O tempo é eterno, a nossa consciência é que distingue os eventos ocorridos e situa-os no passado, presente e futuro dentro no nosso raio de compreensão.
Quando estamos diante de um jogo de tarô, diante de sua simbologia, ficamo-nos a perguntar em qual fração de tempo ocorrerão as energias alí simbolizadas. Não há uma regra certa; acreditam alguns estudiosos que essa fração de tempo tende a variar entre um ciclo mínimo de 6 meses até anos. Quando as questões formuladas pelo consulente ao tarô são mais objetivas e específicas há uma regra básica que julgo muito válida, porém não deixa de ser uma mera especulação.
Se a figura central, num jogo de três cartas ou resposta no jogo de uma única carta, for um Ás, de qualquer naipe, o tempo previsto é rápido, sendo um dia ou no máximo um mês. Se responde a questão quaisquer Valetes/Pajens, o tempo varia em torno de uma semana.
Se responde à questão qualquer um dos Reis/Rainhas, o tempo provável é cerca de um ano. |
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Os Arcanos Maiores, respodem de acordo com a sua simbologia positiva/negativa.
Daí a importância de fazer a pergunta mais objetiva ao tarô, quando se desejar um aconselhamento mais direcionado. |
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agosto.09 |
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Uma sequência dinâmica das cartas |
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A questão do tempo pode ser tratada de um modo bem simples e descomplicado pelo iniciante no Tarô. Basta se libertar dos modelos fixos de tiragem e exercitar as variações adaptadas ao assunto que pretende estudar. Por exemplo, imaginemos o caso em que tenha sido feita uma tiragem de três ou cinco cartas para entender certo projeto, focalizando o lado positivo e negativo da iniciativa, o prognóstico ou rumo provável e o conselho estratégico. Nesse caso, se o estudante tiver dúvidas quanto ao ritmo do projeto, se ficar sem saber como deduzir os prazos desejáveis, isso será perfeitamente compreensível, visto que nenhuma carta havia sido sorteada com essa finalidade... |
Uma solução prática para tais lacunas consiste simplesmente em retirar do maço cartas com o propósito específico de compreender o tempo envolvido no projeto. Se quiser saber o andamento nas três semanas seguintes, tire três cartas para indicar o que se poderá esperar de cada semana. Se quiser saber em que ritmo o assunto caminhará nos seis meses seguintes, poderá perfeitamente retirar seis cartas para retratarem cada um dos meses futuros. Se o interesse é o de antever como estará o assunto no prazo de um ano, faça o sorteio de uma carta definida para oferecer essa informação.
Alguns sorteiam cartas complementares dentro da própria tiragem inicial. Outros preferem fazer uma nova tiragem com o propósito específico de examinar |
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O ritmo celeste e as mãos humanas |
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in www.sharewareconnection.com |
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a questão dos prazos e do ritmo esperado para o assunto em questão. O estudante pode experimentar os dois caminhos e definir sua preferência.
Uma prática que dá excelentes resultados: anotar as questões formuladas, as cartas que saíram e o que foi interpretado no momento da tiragem. Conferir mais tarde essas anotações com o que de fato ocorreu. Nada substitui a experiência viva e seriamente avaliada para ganharmos confiança no Tarô e em nossas próprias leituras. |
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Rapidez x estabilidade |
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Um exercício bastante útil para trabalhar a questão do ritmo e da dinâmica que podemos associar às cartas é o de ordenar os 22 arcanos maiores por ordem de maior dinamismo e velocidade para os de maior estabilidade e resistência.
Os tarôs antigos, que guardam traços da iconografia esotérica cristã, permitem uma apreciação direta da "velocidade" ou "lentidão" de cada arcano sem as subjetividades ou adulterações das livres-invenções posteriores. Sugiro, abaixo, breves indicações dessas facetas nas cartas, lembrando que não se trata um modelo absoluto, mas de um exercício.
Por exemplo, se tomarmos como referência o Tarô de Marselha ou um de seus antecessores, como é o caso das cartas abaixo, de Jean Noblet (1650), poderemos selecionar as cinco cartas mais rápidas: |
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São as cartas mais "ágeis" do tarô. Todas as cinco indicam movimento, um andamento sem empecilhos. Nada é mais instantâneo do que o raio que destrói a Torre. O movimento da foice, para cortar de modo eficiente, exige rapidez e habilidade de quem a utiliza. O Carro em movimento e a Roda também indicam processos dinâmicos. O Louco é o próprio andarilho, que segue incansável e imperturbável o seu caminho.
Em contrapartida, também é muito fácil reconhecer as cartas que melhor representam a estabilidade e, portanto, a imobilidade: |
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As cinco figuras assentadas em seus tronos, fazem um contraponto evidente ao movimento e desembaraço das anteriores. Elas podem ser consideradas de dois ângulos: do ponto de vista negativo, são cartas sem pressa e que podem implicar em demora. No entanto, do ponto de vista afirmativo, são cartas que indicam durabilidade, estabilidade e confiança na sustentação das coisas e dos valores. A ordenação dessas cinco figuras reais talvez possam ser feitas, pelas imagens acima, a partir do Imperador, como o mais disponível para a ação e para o movimento exterior, ficando a Papisa e a Justiça como as mais estáveis e assentadas, ou, como também se poderia afirmar, as mais lentas e menos sujeitas a mudanças.
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Ação x aceitação |
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Se as 10 cartas acima são bem explícitas com relação ao ritmo dos acontecimentos, restam outras 12 para encontrarmos novos significados dinâmicos.
Cinco arcanos têm uma peculiaridade em comum: seus personagens estão com as mãos ocupadas, fazem alguma coisa, atuam com intenção clara para que o desenrolar dos acontecimentos ocorra de acordo com uma meta definida: |
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Dentre os cinco personagens acima, o Mago é o que mais claramente se aproxima do Louco, no grupo mais rápido. Mas como ele não está andando, podemos considerar que seu movimento seja mais ponderado e estudado do que o do arcano sem número. Nesse sentido, até cabe considerar o Eremita como mais rápido que a Temperança, que se encontra parada; no entanto a figura angélica da carta 14 indica muita flexibilidade nas trocas horizontais e na comunicação vertical (inspiração do Alto para realizar sua obra na Terra). A Temperança sugere maior maleabilidade do que a Força. Já a Estrela, que também tem mão no jogo, como as outras quatro, revela uma postura de menor prontidão para se deslocar no espaço.
Em contraponto a esses arcanos que indicam espaço para a vontade e para "ter mão no jogo" quanto ao ritmo e ao rumo dos acontecimentos, quatro cartas podem ser consideradas como representativas dos ciclos cósmicos, movimentos determinados num plano superior ao da vida terrestre e sobre os quais não temos possibilidade de intervir:
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A Lua tem a ver com o ciclo mensal e suas quatro fases; o Sol representa ao mesmo tempo, o ciclo diário e o movimento anual (o tempo que necessita para percorrer o zodíaco), que marca as quatro estações. A Roda, que já havíamos considerado no grupo mais rápido, é igualmente uma analogia do próprio zodíaco, ou seja, uma roda com representações animais, que segue um rítmo próprio e que não pode ser alterado pelos desejos humanos. Nos tarôs mais antigos, por exemplo no Viconti-Sforza de 1450, a Roda traz no lugar dos animais, quatro homens que representam as quatro fases da vida, análogas às dos ciclos astrológicos. A quadruplicidade, ou seja, os quatro cantos da constituição do arcano do Mundo, indicam sua natureza celeste, pois seus pilares são os denominados "signos fixos" Touro-Escorpião e Leão-Aquário. |
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Destino x livre arbítrio |
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Restaram, por fim, quatro arcanos. Formam um quinto bloco. Têm eles algum ponto em comum? O que significam quanto ao ritmo e ao rumo dos acontecimentos? Arrisco responder ressaltando um traço que me parece percorrer esses arcanos: as provas, as tentações e o livre arbítrio. |
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Na cartomancia popular o Pendurado representa imobilidade, estagnação, castigo cármico; o Namorado é visto como um homem em dúvida, dividido entre duas mulheres. Sob esse olhar, constituem cartas de espera, sem movimento. No entanto, de um ponto de vista da alma, o Pendurado é alguém que se submete voluntariamente a uma prova, para avaliar seus próprios méritos. A carta dos Namorados pode ser compreendida como uma cerimônia de casamento, cujo sacramento pressupõe o livre-arbítrio; a figura da esquerda é o celebrante que interroga o jovem par se a consumação do matrimônio será feita de livre e espontânea vontade.
O Diabo é o "inspetor de qualidade" das intenções e compromissos que se pressupõe terem sido assumidas voluntariamente. O papel do Diabo (15) é o de atiçar e seduzir; os Namorados (15 → 1 + 5 = 6) escolhem o rumo e, portanto, as facilidades e/ou as dificuldades que enfrentarão no correr da vida. Sedução (15) e livre arbítrio (6) têm uma correspondência numerológica notável. E o Julgamento, que tarda mas não falha, está associado à avaliação final do ciclo de uma vida inteira, momento de recolhimento e tomada de consciência. Faz o balanço das escolhas motivadas ou pela rapidez e quantidade ou pela justiça e qualidade. |
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Breves apontamentos. Pistas de possíveis aprofundamentos para refletirmos, com a ajuda do tarô, sobre o tempo e os ciclos dos acontecimentos, sobre a dança entre as leis cósmicas e os espaços possíveis aos homens. Temas inesgotáveis! |
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agosto.09 |
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