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A profissão do tarólogo e do cartomante
no Código Brasileiro de Ocupações |
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A cartomancia e ocupações similares estão incluídas, até o presente, no Brasil, entre aquelas que dispensam regulamentação oficial específica, assumindo múltiplas formas de expressão nas diferentes regiões do País. Essa é uma das razões para que tenham uma descrição tão sumária no Código Brasileiro de Ocupações – www.mtecbo.gov.br – quando descreve as atividades "esotéricas e paranormais": |
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5168 :: Esotéricos e paranormais |
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Analista kirlian, Cartomante, Cristalomante, Frenólogo, Leitor de oráculos, Quirólogo, Quiromante, Radioestesista, Rumenal, Tarólogo, Vidente |
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Orientam pessoas e organizações, elegem momentos e locais por meio de oráculos ou de dons de paranormalidade. Podem ministrar cursos. |
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Embora reducionista, essa descrição oferece um contorno da realidade que, de fato, justapõe dons paranormais, oráculos e esoterismos (além de magias, rituais, cenários e teatros subjetivos ou imaginários). |
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Tal formulação genérica do Ministério do Trabalho exclui quem utiliza o tarô, por exemplo, como recurso psicológico ou simbólico. Podemos reconhecer, no entanto, que tais pessoas constituem apenas uma pequena minoria. |
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Por outro lado, é significativa a diferença de descrição dos analistas oficiais, no Código Brasileiro de Ocupações, quando se trata da astrologia: |
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5167 :: Astrólogos e numerólogos |
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Orientam pessoas, organizações privadas ou públicas; fazem previsões com base na interpretação de configurações astrológicas ou numerológicas. Pesquisam e elegem momentos e locais precisos para diversos objetivos. Podem ministrar cursos, dar consultoria e atuar nos meios de comunicação. |
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Aqui, expressões como "com base na", "pesquisam e elegem" e "dar consultoria" reforçam a dimensão intelectual em contraponto a "oráculos" e "dons de paranormalidade" atribuídos ao grupo no qual se encontram os tarólogos e cartomantes. |
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O perfil ocupacional |
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Na realidade brasileira, rarissimamente o ofício do tarológo ou o do cartomante é exercido sob a forma de emprego formal, com carteira profissional assinada. Nesse sentido, se aproxima técnicamente do que se define como profissional autônomo. Não conhecemos, contudo, casos de tarólogos ou de cartomantes que recolham impostos específicos sobre tais prestações de serviço e que emitam regularmente notas fiscais ou recibos pelos valores cobradas. Pela diversidade formal com a qual se desenrola, a atividade de ler as cartas acaba por fazer fronteira com o trabalho informal. |
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Um verdadeiro bazar |
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"Ler a sorte pelas cartas" quase todo mundo sabe do que se trata. E o imaginário coletivo logo monta a cena em que uma mulher, seja simples, seja paramentada com xales, turbante, e cercada de aparatos peculiares, revelará pelo baralho as verdades escondidas e o futuro do consulente! |
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A busca pela Internet exibe o predomínio do visual fantasia
na promoção
dos profissionais
que utilizam as cartas para atender pessoas.
Da esquerda para direita, amostras alemã,
italiana, americana e brasileira.
A figura mais
sóbria é a alemã (à esq.) e apenas nos
sites
franceses
tal sobriedade é maior: os adereços estão praticamente ausentes. |
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[www: zukunfsfragen.info, itarocchidifatima.com, coloradotalent.com, folha.uol.com.br] |
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Um olhar em aberto para as ocupações que incluem direta ou indiretamente as cartas de baralho ou do tarô, mostra uma realidade profusamente variada, que vai do terapeuta com curso superior até o mercado informal, popular; inclui tanto pessoas que não recebem dinheiro pelo que consideram um serviço espiritual, quanto aqueles que cobram valores iguais aos de um profissional liberal; no limite, encontram-se os charlatões. |
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E para complicar o propósito de caracterizar aqueles que se ocupam com as cartas podemos lembrar de inúmeras outras utilizações dos baralhos em recreação, jogos de azar nos clubes e cassinos, nas ruas e nas feiras. |
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A preparação profissional |
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O Clube do Tarô recebeu no início de 2008, por parte de um leitor, o pedido de informação sobre a preparação profissional para o tarólogo. |
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A resposta não é simples em razão do cenário que acabamos de esboçar. Não existem normas ou algum caminho padrão para ser percorrido na preparação prática de um tarólogo ou de um cartomante. |
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No caso da Astrologia, embora seja igualmente uma ocupação não-regulamentada, existe um relativo consenso sobre o seu ensino por parte das escolas e dos profissionais que exercem as funções de astrólogo. A linguagem astrológica guarda uma consistência apreciável através dos séculos com seus doze signos, os dois luminares e o cinco planetas visíveis (acrescidos dos descobertos a partir do século 18), os aspectos entre planetas, as casas, etc. |
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Já com o Tarô o quadro é bem diferente e, na opinião de alguns, beira o caos! Nem todos os baralhos mais antigos que nos restaram do século 15 têm a mesma estrutura. O jogo mais conhecido de 78 cartas foi reduzido, adulterado, recriado subjetivamente a partir de critérios muitas vezes duvidosos, em alguns casos por reconhecidos charlatões que se fizeram passar por magos. É um quadro que torna compreensível a razão pela qual a Associação Brasileira de Psicologia não endossa a associação da imagem do psicólogo à do cartomante ou do tarólogo.
A falta de cânones, no entanto, não quer dizer que faltem caminhos. Pelo contrário, há muita gente séria e competente que lida com o Tarô e oferece, em seu trabalho particular e em cursos, direções de estudo. |
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Colaborações |
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O Clube do Tarô fez um convite aos tarólogos brasileiros para abordarem o tema da profissão do tarólogo. As colaborações chegaram e traduzem as opiniões e as aspirações de um grupo que se mostra preocupado tanto com a ética e com a missão do profissional, quanto com os vários caminhos práticos para a sua preparação. |
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Estão relacionadas abaixo as colaborações recebidas e os links para acesso. A seção continua em aberto para inclusão de novas participações. |
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maio.08 |
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Textos do painel "A Profissão do Tarólogo" |
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Resposta ao Eduardo, por Constantino. Um depoimento do caminho percorrido: CKR
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Tarólogo: profissão ou missão? reflexões de Jaime E. Cannes: Jaime
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Como tarólogo... comentários do psicólogo Luiz Felipe Camargo Pinheiro: Luiz |
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O Tarô e tarólogo e as relações propostas por Mara Rúbia Ribeiro: Mara
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O tarólogo: cuidados no atendimento, relatados por Teca Mendonça: Teca |
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Ser tarólogo, pontos de vista de Titi Vidal sobre a preparação profissional: Titi
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O tarólogo e seu trabalho, o que é e o que não é o tarot. Valéria Fernandes: Val
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Painel, reunião de comentários enviados por Carlinhos Lima, Dorian Martínez, Flávia Castelar, Isabel Roveda, Sérgio Schiefler: Observações
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Estudos sobre a profissão do Tarólogo e do Cartomante |
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Tarólogo, uma nova profissão? Nei Naiff faz um apanhado da regulamentação existente sobre a profissão do tarólogo e do cartomante e oferece sugestões: Pense no futuro |
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