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Crônicas da Torre de Babel |
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Aqui se encontram as crônicas preparadas de fevereiro a setembro de 2009 em que se estabelecem correspondências entre o mapa astrológico de cada lunação com os principais acontecimentos do mês no Brasil e no Mundo.
Para estimularr o intercâmbio e o envio de comentários, a partir de outubro desse mesmo ano, as crônicas passaram a ser apresentadas no sistema de Fóruns até setembro de 2012: Fórum - Crônicas da Torre de Babel. |
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Apresentação |
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Os anos alucinados (2002-7) acabaram em estrondo. Não é possível nem desejável que a economia mundial cresça 5% ao ano. As principais matérias primas (combustíveis, cereais e minérios) escasseiam e os preços disparam, arruinando países e pessoas pobres. Além de tudo o crescimento era artificial, mantido com a economia de dívida americana: 48 trilhões |
de dólares (famílias, empresas e governos). Os credores começam a desconfiar que isto é impagável, e se o temor prosseguir o dólar experimentará uma queda que desorganizará o comércio internacional. As maravilhas asiáticas se esfumam no ar, depois que americanos e europeus descobriram que conseguem viver sem trocar carros e eletrônicos anualmente.
A recessão que se instalou será longa e o sofrimento enorme: desemprego, perda de patrimônio nas classes populares (fundos de pensão), despejos etc. Medo e violência no ambiente psíquico podem abrir passo à barbárie. Estamos vivendo no mundo que René Guénon descreveu como O reino da quantidade, que se traduz agora: um desemprego de 5% é tolerável, mas um de 10% não, pois é politicamente perigoso. Na realidade, com as máquinas e técnicas que temos hoje, a população humana adulta poderia trabalhar 4 horas diárias e viver razoavelmente, mas isto já seria um outro mundo! A descartabilidade total é outro sintoma deste estado de coisas, na economia e na vida.
A crise obriga a paragem, pausa para reflexão e ação. A atual civilização industrial está com o prazo de |
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O Arcano 16, a Torre |
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www.kimwatersart.net |
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validade quase vencido, resta saber se a transformação será pacífica ou violenta. No passado, situações como esta foram resolvidas pela força: doméstica, através de regimes autoritários; ou externa, com guerras prolongadas. No momento nada faz pensar em guerra generalizada, mas a situação é tão instável que qualquer conflito localizado pode detonar o impensável. De qualquer modo, a guerra pelo acesso a matérias-primas já está em curso. |
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23.fevereiro.2009 |
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O título destas crônicas foi sugerido pelo Nildo,
um amigo atento às manifestações da atual Babilônia. |
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O Trabalho |
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O trabalho mecânico. O colapso intelectual e espiritual no campo popular.
Temas de dissolução virginiana.
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Setembro.09:
Em plena turbulência econômica a produtividade cresceu 6%, no segundo trimestre, nos EUA. Menos trabalhadores, com uma carga horária menor, produziram mais por um mesmo salário. As empresas embolsaram a diferença. É o medo do desemprego, uma grande tragédia nesta crise foi a inexistência de resistência sindical ou dos movimentos populares, salvo alguns movimentos curtos na Europa. |
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Passeata |
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Foto de Paulo M. Azevedo |
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Na primeira metade do sec. XX ocorreram grandes e acaloradas discussões sobre o potencial revolucionário do movimento sindical. A questão foi decidida na prática: com o grande crescimento econômico no pós-guerra (1948-73) os sindicatos se acomodaram, reagiram no período de estagflação e foram duramente atacados no período de Tatcher e Reagan. Na década de 1990, ensaiaram uma reação através do Fórum Social e do movimento antiglobalização, até 2001; quando os atentados nos EUA tornaram difícil qualquer mobilização.
E assim enfrentam a recessão na defensiva: conservar os empregos a qualquer custo, o que deixa um espaço enorme para governos e empresários manobrarem. Os empregos destruídos não voltarão, inflação, aumento de impostos e cortes em orçamentos sociais estão à vista, e a precariedade estará a todo vapor.
Já os partidos políticos, que deveriam representar as classes populares (trabalhistas, socialistas e socialdemocratas) esforçaram-se para mostrar aos empresários que eram excelentes gerentes e que
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podiam governar em prol da racionalidade, rentabilidade, privatização e globalização, deixando a massa salarial estagnada e o desemprego estrutural alto. Isto na Europa, por que nos EUA os partidos – socialista e comunista – foram minúsculos, o movimento sindical movido à violência mafiosa, e o partido Democrata, que em alguns momentos representou os interesses das classes populares, está entregue desde o governo Clinton ao esporte da desregulamentação e ao aumento da produtividade para os ricos. |
Houve tempo em que o trabalho possibilitava uma via de realização espiritual, foi na época artesanal. Na Europa medieval os maçons deixaram monumentos memoráveis nas catedrais românicas e góticas, e no mundo islâmico ainda hoje encontramos exemplos, o grupo sufi Naqshband foi especialista em iluminuras, ilustrações primorosas de manuscritos. O trabalho industrial – mecânico, monótono e impessoal – liquidou esta possibilidade. Agora que a indústria emprega pouca gente, é preciso muita imaginação para ver qualquer via espiritual em vendas e trabalho em call Center! |
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Nos céus |
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A oposição Marte-Plutão enquadrados por Mercúrio e a última semana de agosto:
Incêndios fortes na Grécia e Los Angeles. De qualquer maneira foram menores do que as médias dos últimos verões no Hemisfério Norte. |
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Mesquita-catedral em Córdoba |
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Foto de autoria desconhecida |
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Mortes: de Ted Kennedy, senador por quase 5 décadas e atuação favorável às classes populares e aos imigrantes. Teve funeral de grande estadista, e deixa uma memória incômoda para os atuais democratas, que mal se distinguem de seus adversários republicanos em muitos temas. De Abdul AL-Hakim, prestigioso imã xiita, exilado no Irã durante o período de Saddam Hussein, voltou ao Iraque para liderar o partido xiita que dirige a coligação do atual governo. Foi enterrado em Nafaj, cidade sagrada para os xiitas. Sua substituição pode alterar os rumos do processo de autonomia do Iraque. |
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Lua Nova de Leão – 20.agosto.2009 – 7h01:25 (Brasília) |
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O fim do monopólio no Japão. A democracia japonesa é sui generis, por 55 anos o PLD governou o país, fato só comparável ao PRI mexicano. O PDJ foi eleito sem um programa claro e ainda não disse ao que veio. O país é atualmente a segunda economia mundial, mas está numa situação crítica: viveu 18 anos em estagnação, depende de importações de cereais, combustíveis e minérios; suas exportações de carros e aparelhos eletrônicos sofrem acirrada concorrência de similares chineses, sua população envelhece e os dekasséguis são cidadãos de segunda.
O novo governo poderia ajudar num processo de mudança, esclarecendo o povo sobre alguns fatos: que desde o final do sec. XIX o governo japonês foi militarista e colonialista, com escravidão, bombardeio de populações civis, sequestro de mulheres para prostituição frequentes de 1930 a 1945; o que o governo do PLD nunca admitiu gerando atritos com as Coreias e a China até hoje. Que o milagre japonês teve início com a Guerra da Coreia, que a Constituição foi outorgada pelos EUA, que mantém 30 mil rapazes ociosos em bases militares onde as japonesas não podem passar perto sem perigo; e que finalmente, os EUA obrigaram o governo japonês a valorizar o iene no Acordo de Plaza (1985), o que está na origem da estagnação econômica. Depois disto é torcer para tudo dar certo. |
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Roda da Fortuna |
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Acrílico sobre tela por Kathy's Smile |
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Enquanto isto o governo chinês teve 2 dissabores. Em Mianmar, uma escaramuça entre o exército e grupos minoritários jogou mais de 20 mil pessoas no lado chinês da fronteira, fugindo do conflito. Beijin enviou nota rude ao governo birmanês. E mais rude ainda ao governo de Taiwan, a província rebelde que recebeu o Dalai Lama. Já em setembro os chineses receberam um apoio inesperado para a criação de uma moeda internacional, a UNCTAD, órgão da ONU, manifestou-se a favor da ideia. O governo lançou títulos internacionais em Yuan, dando mais um passo para se livrar da montanha de dólares que possui.
G-20 (4 e 5 de setembro). Reuniram-se em Londres os ministros da Fazenda do grupo, na pauta controle dos bônus pagos aos executivos financeiros, necessidade de aumentar o capital dos bancos, reestruturar a direção do FMI e Banco Mundial. Ao mesmo tempo em Basiléia, os presidentes dos Bancos Centrais começaram a rever a regulamentação do nível de alavancagem (volume de crédito X capital próprio). Enquanto isto se arrasta, o sistema financeiro se adianta e cria. Computadores velozes, conectados diretamente às Bolsas, permitem acompanhar em tempo real as ordens de |
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compra e venda, dando uma informação valiosa aos operadores que têm os equipamentos. Wall Street pensa seriamente, na ausência de hipotecas viáveis, em começar a securitizar as apólices de seguros de vida e bens. Mais do mesmo!
Mercadoria macabra. Pessoas pobres vendem um rim, embriões humanos descartados são usados para a fabricação de cosméticos, trechos do genoma humano foram patenteados. Quando a gente pensa que a mercantilização chegou ao limite, o inventivo |
Capital sempre encontra mais alguma coisa. Na pobre e espremida Ucrânia, parentes aflitos de mortos assinam formulários autorizando doação de órgãos. Fígado, rins, coração, olhos, ossos, cartilagens, pedaços de músculos, são vendidos a uma empresa alemã da Baviera, onde o material é trabalho, embalado e vendido pelo mundo afora. Com o que será que os ucranianos recheiam os cadáveres para o enterro?
Biotecnologia. Craig Venter é um excêntrico geneticista-empresário. Depois de criar uma empresa para provar que a iniciativa privada podia fazer a leitura do genoma humano mais rápido que o projeto estatal, depois de publicar seu próprio genoma (a quem interessa?), e sair pelo mundo coletando organismos (foi proibido pelo governo brasileiro de explorar a Amazônia); o geneticista embarcou num projeto razoável. Está |
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Genoma humano |
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in http://media.photobucket.com |
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pesquisando algas para produzir uma capaz de sintetizar biocombustível. Em teoria a coisa é perfeitamente viável, tanto é que a Exxon investiu 600 milhões de dólares no projeto.
O petróleo acabará, mas as petroleiras preparam-se para continuar no ramo da energia. |
Aniversário. Durante as oposições de Saturno-Urano e Vênus-Netuno, comemorou-se o primeiro aniversário da quebra do Lehman Brothers, com direito a discurso de Obama e muitos artigos inflamados contra a recaída do sistema financeiro em velhas práticas que levaram à crise. Ainda não se compreende que isso não é anomalia ou ganância dos financistas, é apenas o capitalismo em funcionamento, que agora só funciona criando bolhas de ativos. É claro que a próxima pode ser devastadora, os governos já gastaram muita munição nesta, mas os dirigentes não encontram saídas. |
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Lua Nova de Virgem – 18.agosto.2009 – 15h44:08 (Brasília) |
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A próxima lunação (18/09) reativa a oposição Saturno-Urano. Enquanto o Sol segue para Libra, Mercúrio e Vênus em Virgem, Marte entra em Leão, Júpiter passa a transitar direto, e Saturno segue para Libra onde faz quadratura a Plutão. Encontro do G-20 em Pittsburgh (EUA), os chineses comemorarão 60 anos de revolução, os judeus terão um Rosh-hashana quente. Comércio internacional e protecionismo em pauta, alianças e rupturas em foco.
Esta crônica é dedicada ao Constantino que completa 70 primaveras em plenitude: consultor, professor, coordenador deste site – belo, substancial e agregador; muito equilibrado entre o espiritual, o erudito e o popular –, Consta, silenciosamente nos educa e realiza as promessas de seu signo solar. Conto nos dedos os que realizaram isso em minha vida. Obrigado, vechio, pela acolhida, diagramação e ilustração destas crônicas. Paz, saúde e realizações! |
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17.set.09 |
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“O Brasil não é para principiantes” |
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A propósito da comemoração do Sete de Setembro de 2009,
Rui Sá Silva Barros faz
um balanço
histórico-astrológico do Brasil e suas
Instituições. Traduz a situação atual do País pelos trânsitos e progressões.
Por se tratar de um texto mais longo, foi editorado à parte.
Para ler essa crônica clique: "O Brasil não é para principiantes" |
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O poder declinante do indivíduo |
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Magia pessoal e financeira. A cúpula dos gigantes.
O xadrez geopolítico.
A indústria cultural e um teste de múltipla escolha.
E outros assuntos da lunação leonina |
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Agosto.09:
No final do século XIX as grandes empresas, na forma de S/A começaram a plasmar o mundo humano. Sintomaticamente nascia também a psicanálise para pessoas que não conseguiam mais lidar com seus conflitos psíquicos. Era o colapso do indivíduo, pedra fundamental da ideologia moderna. Pouco depois os alistamentos compulsórios e maciços para a guerra liquidaram qualquer veleidade de afirmação individual. A reação imaginária foi fulminante: a indústria cultural criou heróis, cada um mais exótico que o anterior. |
Para pessoas que se desesperavam com a burocracia e o maquinário moderno, era reconfortante ir assistir Flash Gordon e ler as HQ do Super-Homem.
Mas isto ainda era pouco, em 1952, Norman V. Peale lançou o livro A força do pensamento positivo, com grande sucesso. Este pastor metodista afirmava que a força da mente subconsciente era o “Reino dos Céus”, do qual falou Jesus. Isto deslanchou uma avalanche de livros de autoajuda que ainda nos atormenta. Para esta corrente de pensamento é bobagem estudar economia, pois a pobreza é consequência de uma falha psicológica. A teologia rebaixada à psicologia, a venda de ilusões em grande escala, a proliferação do esoterismo mercantil, o desejo pessoal recriando a realidade conturbada. Tudo isto para pessoas que passam horas ao telefone tentando acertar um conserto com empresas prestadoras de serviços. Vencedores ou perdedores, dá no mesmo: acabam todos dormindo diante de uma tela de televisão. |
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Sim, a fé move montanhas quando a ligação com o mundo espiritual é efetivamente estabelecida. Mas isto já é outro mundo, e só aí existe liberdade. De resto, o indivíduo vive sob restrições extremas provenientes do jogo planetário, dos limites sociais, da hereditariedade e da educação. No Tarô, o signo de Leão é aposto na carta do Eremita em muitas versões, parece estranha esta associação, mas nem tanto, pois existe também um Leão introspectivo que acumula forças espirituais. Aurobindo foi um deles! |
A magia dos financistas – Enquanto os pobres mortais batalham pagando cursos esotéricos para melhorar na vida, os banqueiros fazem magia eficaz: grandes empresas declararam prejuízo ou lucros minguantes no semestre, enquanto isto, os banqueiros levaram as ações destas companhias aos céus, média de 40% em três meses nestes tempos de agruras. Como o capital financeiro ganhou o controle da economia foi explicado na crônica taurina.
Quando o mercado acionário está em baixa, grandes empresas financeiras saem comprando, logo as corretoras acodem, e por último os investidores individuais. Chega um momento em que as grandes acham que já foi suficiente, ou que ficou insustentável, e começam a vender, os outros acompanham. Quem sai no momento da virada realiza um bom rendimento, quem insiste paga a conta. |
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As bolsas foram um negócio sensato no início, captação barata de capital, e patrimônio e dividendos para os investidores. De vinte anos para cá é apenas um jogo de liquidez e rendimento rápido, não há correlação nenhuma com os índices econômicos e com o desempenho real das empresas representadas. Também a Bolsa de Mercadorias e Futuros era sensata, protegia agricultores, pecuaristas e mineradores de oscilações bruscas nos preços. Depois, o petróleo entrou na roda e hoje vemos variações de preços nestes produtos que são resultado de jogo financeiro, e não de oferta e procura. Ano passado uma brincadeira destas com o preço do arroz, levou vários países a restringir a exportação. A magia acaba esbarrando na realidade, e a bolha das ações deve estourar logo. Uma versão inteligente e hilariante da crise |
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financeira está disponível no Youtube: The Last Laugh - Subprime. |
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Muito poder em jogo durante a lunação leonina |
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Cúpula EUA-China – Foi inaugurada por Obama que afirmou a importância do diálogo, “plasmará a história do século XXI”. A cobertura foi discreta e as pendências são grandes e difíceis. Os americanos esperam que os chineses mantenham suas aplicações em títulos dolarizados, desenvolvam o mercado interno, flexibilizem o câmbio, ajudem a conter a Coreia, Mianmar, Paquistão e Irã (países onde a China tem influência), e colaborem para o pacto climático. Já os chineses pedem garantias sobre o valor do dólar, acesso a compras de empresas americanas, silêncio sobre as mazelas internas da China, e a reintegração de Taiwan. Tudo isto constitui um longo processo de negociação.
Consequências – Poucos dias depois da cúpula, Clinton foi à Coreia para buscar as duas jornalistas presas, Hillary fez um tour de 10 dias na África, e o general Jones, assessor de Segurança Nacional, andou pela América Latina prometendo créditos a vários governos. No Brasil, petróleo e eletricidade na agenda. Envolvidos nas guerras asiáticas, nos últimos anos, o governo americano deixou em segundo plano os dois continentes, aonde os chineses chegaram com investimentos, compras e exportações maciças. Os americanos correm atrás do prejuízo, e ganharam na OMC uma ação contra os chineses por conta da circulação de produtos audiovisuais. A guerra comercial está em curso. |
América Latina – Zelaya, em Honduras, queria um plebiscito para poder ter um segundo mandato: a coisa acabou em golpe com toque de opereta, o presidente foi levado de pijama. Já Uribe, na Colômbia, quer um terceiro mandato e ninguém faz estardalhaço. A farsa do combate ao narcotráfico foi exposta na crônica pisciana, esta é a indústria mais lucrativa na Colômbia e é uma lástima que fique nas mãos de gente rústica e louca como os das Farcs. O que Uribe quer? Os colombianos deviam olhar o México para ver os resultados de uma simbiose com os EUA: recessão grave, desemprego e exílio, regiões do país controladas por narcotraficantes. Estas investidas acenderam os ânimos antiamericanos na região, o que é muito fácil de entender, pois o passado não deixa dúvidas: a base militar americana em Honduras foi usada contra a Guatemala e a Nicarágua. Venezuela e Equador têm boas razões para sentir ameaças no ar. Já o governo brasileiro, quando soube que a marinha americana reativaria uma frota para o Atlântico Sul no ano passado, tratou logo de encomendar alguns navios, submarinos e aviões. O comércio de armas vai de vento em popa e não pressagia nada de bom.
Obama e a saúde – Os contribuintes americanos não se importam de custear mais de 700 bases militares no exterior, para promover lambanças, mas reclamam estridentes de um modesto plano de saúde que dará cobertura médica a 46 milhões de pessoas. Para republicanos e conservadores, Obama é comparado a Hitler e a Lenin em charges, programas de rádio e editoriais. Estas pessoas têm horror aos pobres, qualificados como vagabundos e preguiçosos; e, além disto, propagam que a reforma incentiva aborto e eutanásia. Contemporizar com isso é um caminho perfeito para o fracasso. O governo Clinton ficou paralisado por conta da reforma da saúde. Obama comemorou aniversário registrando queda de popularidade, também pudera, com o desemprego e o nível dos despejados. Muitos analistas o compararam a Roosevelt, mas este não dependia do financiamento do sistema financeiro para se eleger. |
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Lua Nova de Câncer-Leão 21.julho.2009 - 23h34:25 (Brasília) |
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Quadraturas marciais – Entre 8 e 11 de agosto, Marte fez este aspecto tenso com Saturno. Como esperavam os astrólogos antigos ocorreram tempestades, tufões e dois terremotos na Ásia, com muitos estragos em imóveis e desabrigados, mas poucas vítimas fatais. Ataques terroristas em Bagdá e enfrentamentos de rua na periferia de Paris. Já a quadratura com Urano, ocorrida de 14 a 17 de agosto, registrou incremento de atividade do Taleban, às vésperas das eleições no Afeganistão; e um confronto na faixa de Gaza, entre o Hamas e uma nova organização ligada à Al-Qaeda, deixou muitos mortos e feridos. O governo israelense agradece e continua firme, expandindo os assentamentos na Cisjordânia, para desespero do governo americano. No Irã, o governo montou um julgamento farsesco contra os presos por protestos.
A indústria cultural – Que as classes populares iriam subir à ribalta política e cultural, já estava claro desde o século XIX, e há dois mil anos no Vishnu Purana. Para um trabalho industrial monótono, entretenimento administrado. Oportunidades para jovens pobres tornarem-se milionários da noite para o dia, o que é lembrado a cada minuto pela indústria |
para estimular a esperança dos bilhões que ficaram de fora do estrelato. E assim passamos a venerar e seguir os espirros dos artistas pop e atletas. Surgiram discussões acaloradas sobre o significado do fenômeno e sobre o valor das atividades culturais.
Em 1886, Nietzsche, sempre atento às mazelas modernas, notava: “Dá a impressão que não lhes sobra muito tempo para a religião, também porque não percebem lá muito bem se se trata de um novo negócio ou de um novo divertimento.” (Para além do bem e do mal, parágrafo 58). A indústria cultural fundiu negócio e divertimento, bem como as igrejas neopentencostais, que transformaram o Cristianismo em negócios e divertimento moderado. Discutir a qualidade destes produtos é totalmente secundário, vez que eles são produzidos em massa, para consumo imediato e esquecimento. Claro que |
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Cantora pop |
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www.blingcheese.com |
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existem obras e jogos memoráveis, mostrando que não é possível apagar inteiramente o espírito humano. A indústria cultural é um circo romano em escala planetária, um instrumento político indispensável estrelado pela plebe e dirigido nos bastidores pelos ricos e dominantes. A orquestração em massa da imprensa sobre o fim da recessão é um bom exemplo disto. |
Mas as coisas não pararam por aí, pois a indústria agora promove um fascínio pelos processos destrutivos: telejornais com ênfase em notícias policiais, gente pobre se humilhando em programas por conta de uns trocados, vídeos de acidentes, intermináveis caçadas entre animais narradas de um ponto de vista antropocêntrico, publicidade histérica de vidas privadas. Psicopatas presos têm fã-clubes, escrevem memórias, são vistos com fascínio em filmes e seriados. O núcleo das classes populares é sensato e quer viver, se possível, bem. Se não é daí que parte o estímulo para a destruição que observamos: de onde será? Várias alternativas se oferecem:
A - de seres infra-humanos no mundo intermediário. B - de consequências estruturais do capitalismo. C - da premonição do que nos aguarda. D - da emergência de disfunções genéticas novas. E - de todas as anteriores. F - de nenhuma das anteriores. Manifeste sua opinião.
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A próxima lunação (20/08) promete movimento: está oposta a Netuno, finalizando ilusões, Marte entrará em Câncer oposto a Plutão (escalada de conflitos e atos de terror, revolta de periféricos), Mercúrio retrogradará em Virgem atrapalhando comunicações e alertas em saúde pública, e Saturno fará outra oposição exata a Urano destruindo o que não for sólido. Nos ocuparemos do mundo do trabalho e de suas organizações, da biotecnologia, do Brasil, que faz aniversário, e da Unasul. |
19.ago.09 |
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Comentários |
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Bete Torii (SP):
Está boa demais a sua crônica deste mês. Não há como não rir dolorosamente de nós mesmos ao lê-la - principalmente os primeiros parágrafos. Sabe, suas crônicas mensais são tapas no rosto: coisa ótima para despertar uma criatura meio tonta que se acha sempre ocupada demais para olhar os acontecimentos em volta.
Você pediu nossa opinião. A minha é de que o estímulo para a destruição que observamos parte principalmente: B - de consequências estruturais do capitalismo e C - da premonição do que nos aguarda. Uma se mescla à outra, não é? O capitalismo é uma fase já bem degradada da kali yuga, e nos espicaça com premonições que não sabemos que o são. |
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20.ago.09 |
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Resposta do Rui:
Prezada Bete: Não pretendo estapear nada nem ninguém com as crônicas, apenas esmiuçar um pouco a realidade. Mas sendo a situação o que é, um pouco de humor é inevitável. Se você quer mesmo desopilar o fígado não deixe de ver o vídeo que recomendei (Youtube: The Last Laugh - Subprime).
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Deuses e demônios |
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www.aras.org/gallery/Gods-Demons.gif |
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Quanto ao embotamento que você descreve é uma reação compreensível das pessoas diante do poder da máquina do mundo, não resolve nada, mas é um mecanismo de defesa natural. Quem se sente oprimido com tudo isto deveria se lembrar da promessa contida no Vishnu Purana: qualquer esforço espiritual feito na Kali-Yuga tem grande mérito, pois as condições são muito adversas. Abraços, Rui. |
20.ago.09 |
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A casa da insegurança |
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Como transformar a casa própria em algo descartável.
Nacionalismo x economia globalizada. E outros assuntos da lunação canceriana |
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Julho.09:
A habitação é um gênero de primeira necessidade, promovendo um mínimo de segurança física e psicológica para o ser humano. Isto até recentemente, quando permitimos que o lar fosse algo também negociável e descartável. A origem da atual recessão foi a crise dos subprimes: crédito farto e barato foi estendido a pessoas sem renda, emprego ou bens, os ninjas. Os riscos foram empacotados, securitizados e vendidos |
no mercado financeiro, contaminando-o em cadeia. Com a subida dos juros muitos não puderam mais pagar as prestações e devolveram o imóvel. Outros já eram proprietários, mas resolveram hipotecá-los para financiar as dívidas de consumo, e perderam também os imóveis. O problema apareceu quando Saturno transitou pela quarta casa do mapa astrológico dos EUA, lugar tradicional do sistema habitacional na astrologia. Além disto, o século XX apresentou uma dramática e selvagem urbanização que resultou num cenário de ruínas: favelas e cortiços proliferaram, enquanto os empregos formais se reduziam ao redor do mundo. A continuar no ritmo atual, Lagos, na Nigéria, será a maior conturbação mundial em 2030, um grande favelão a céu aberto. Anualmente vemos os mesmos eventos nos noticiários: nevascas e chuvas fortes destruindo o mobiliário e, às vezes, até mesmo as construções. Há milhões de pessoas vivendo em tendas pelo mundo afora, resultado de desastres climáticos, geológicos ou bélicos; e isto tende a crescer.
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São vidas sitiadas, em ansiedade e violência constantes. A insegurança emocional gerada neste processo, não pode ser medida. |
Família pós-moderna – As famílias pobres sempre colocaram seus filhos a trabalhar para ajudar na luta pela sobrevivência. Entre os camponeses foi prática milenar, no começo da revolução industrial (séc. XIX) muitas crianças trabalhavam nas fábricas, e ainda hoje nos países ou regiões pobres vemos o mesmo fenômeno, apesar de todas as campanhas para abolição do trabalho infantil. |
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O pai de Michael Jackson durante o velório e o cantor quando criança. |
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No século XX presenciamos outro fenômeno: pais querendo enriquecer a custa dos talentos dos filhos. Às vezes deu certo, mas a que preço! O notável dançarino Michael Jackson que o diga. Depois de uma vida trágica (Sol e Plutão em conjunção em Virgem) sapatearam em seu caixão: a ex-mulher declarou que ele não é o pai biológico dos filhos, a mãe do artista reclamou na justiça a guarda dos netos e a administração dos bens, especula-se que o pai não foi agraciado no testamento, mas quer formar uma nova banda com os netos.
No copioso noticiário o que mais se destacou foi que o artista vendeu 750 milhões de discos, mais alguns milhões depois do falecimento, que seu caixão custou 25 mil dólares, e que os ingressos para o funeral foram disputados por mais de 1,5 milhão de pessoas. O funeral custou 4 milhões de dólares e discute-se quem vai pagar a fatura. É o triunfo definitivo da mentalidade quântica imperante.
A conhecida atriz Liz Taylor, amiga íntima do artista, declarou que não compareceria ao funeral, pois o evento tinha se transformado num circo. De fato, parentes e amigos afirmaram que Michael não fez o que fez.
Cresce ao redor do mundo, o número de pessoas morando sozinhas e de mulheres criando filhos sem a presença de pais. |
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Incesto e assassinato de familiares têm grande repercussão nos telejornais. Os otimistas dizem que são as dores da individuação! |
Dois pesos, duas medidas – O juiz que sentenciou B. Madoff a 150 anos de prisão, disse que o crime foi extraordinariamente malévolo. Com certeza, pois foi praticado contra financistas, milionários, amigos e parentes; verdadeiramente um crime de lesa-majestade! Já |
os milhares de corretores que venderam contratos imobiliários com letras miúdas aos ninjas, estes são agentes da civilização. A fraude só pode prosperar num país onde seu maior filósofo (P.T. Barnun) deixou a imortal observação: nasce um otário a cada minuto. Câncer é relacionado ao arcano da Justiça.
Nacionalismo e protecionismo – A economia já está amplamente internacionalizada, mas a política ainda é nacional, por isso a ONU continua a ser uma entidade decorativa. Esta tensão está presente o tempo todo desde o desmanche do bloco soviético, e continuará assim por um tempo, ainda. Os pacotes de estímulos contra a recessão em curso, são em si mesmos protecionistas apesar de todos os discursos em contrário. As gritas contra a invasão de produtos chineses aumentaram em todos os cantos, os subsídios agrícolas nos países ricos se tornaram questão de vida ou morte, o Mercosul faz água pela deplorável situação econômica na Argentina, e os europeus guerreiam a portas fechadas entre si.
A globalização foi um processo assimétrico e concentrou renda, enquanto houve crescimento e distribuição de migalhas as tensões foram contidas, não mais. A luta em torno do dólar, como moeda de troca, é a maior evidência disto. Interesses nacionais dificultam qualquer acordo sobre |
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A face obscura da Justiça:
dois pesos e duas medidas |
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www.flickr.com/photos/pickard/ |
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o corte da emissão dos gases que afetam o clima. Uma guerra total é possibilidade remota, mas guerras comerciais estão em curso, os chineses prenderam 4 executivos da Rio Tinto, e um chinês que supostamente passou dados confidenciais para aqueles: o mercado siderúrgico virou razão de Estado! Recentemente os chineses fizeram uma proposta bilionária pelo controle da Rio Tinto, que declinou a oferta. |
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Assuntos pendentes |
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Desabrigados no Paquistão – Os dois milhões de desabrigados em Swat recebem auxílio humanitário americano, mas como o governo paquistanês acha inconveniente que os americanos façam a distribuição, esta acaba nas mãos dos membros do Taleban. A política externa americana é assunto para humoristas!
Coréia do Norte – O governo testou mais alguns mísseis, sinal que os problemas internos ainda não foram solucionados. Enquanto isso, parte da população passa fome. Um golpe de estado não está descartado.
Irã – Os aiatolás tornaram-se dependentes da Guarda Revolucionária e das milícias basijis. Ruim para o povo que verá parcela substancial do orçamento nacional ir parar nas mãos das forças de segurança. O país já é capaz de clonar uma ovelha, mas tem a aviação sucateada. O processo está em curso, nos próximos anos Urano transitará o Ascendente e a Lua da carta astrológica da República Islâmica, o que significa mais povo nas ruas.
Extermínio na Califórnia – De emprego, de moradores, do orçamento (fornecedores são pagos com notas promissórias) e de assistência social. Mais uma vez a arte antecipa a vida, e agora na pessoa no ator-governador.
Acidentes aéreos – Outros neste mês, em diferentes locais, empresas e modelos de aeronaves, às vezes com aves nas proximidades dos aeroportos. Parece indicar uma marca astrológica, a conjunção Júpiter e Netuno em Aquário é forte candidata.
Gripe influenza A – Recrudesceu no Hemisfério Sul, agora no inverno, com letalidade preocupante na Argentina que está em pleno desmonte econômico: secas e políticas desastrosas e nossos vizinhos terão que importar carne e trigo. A entrada do outono no Norte poderá trazer um novo brote da gripe.
China em transe – Depois dos tibetanos é a vez dos uigures mulçumanos no oeste da China. O governo incentivou a migração de chineses han para a província, onde abocanharam os empregos públicos e os melhores negócios. Resultado: insurreição seguida de acampamento policial, bloqueio de Internet e expulsão de jornalistas estrangeiros. A China será apanhada em cheio pelas tensas configurações entre Saturno, Urano e Plutão, a partir do ano que vem; o Sol da carta natal, que representa a elite dirigente, será fustigado intensamente.
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Lua Nova de Câncer- 22.junho.2009 - 16h34:47 (Brasília) |
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A construção de grandes unidades – Na crônica anterior foi assinalada a relação de Gêmeos com a industrialização, agora é preciso assinalar Câncer e as modernas formas políticas. Um país como conhecemos hoje, com uma lei, uma moeda, uma língua, e fronteiras territoriais, é coisa recente; remete à independência americana (4/7/1776) e à revolução francesa (14/7/1789), ambos processos ocorridos quando o Sol transitava o signo de Câncer. Antes disto reinava uma grande confusão: o grosso dos exércitos era formado por mercenários, os cargos públicos eram vendidos, várias línguas, moedas e medidas coexistiam num reino, que geralmente não era contínuo espacialmente.
Construir um país, um estado-nação, não foi algo simples e fácil. Guerras com vizinhos, hinos, bandeiras, feriados nacionais, sistemas escolares e de saúde unificados, exército profissional, competições esportivas internacionais; tudo isto foi mobilizado para inculcar na população a ideia de nação.
A viagem à Lua foi uma destas atividades, de que hoje comemoramos os 40 anos. Um programa logo abandonado pelo alto custo e baixa eficiência científica, foi vital para o patriotismo americano, abalado pelo avanço soviético na corrida espacial: Sputinik (1957), primeiro vôo tripulado (Gagarin, 1960); e pelos fiascos americanos em Cuba e na Guerra do Vietnam.
A construção dos países levou dois séculos para se consolidar, e eis que a economia se internacionaliza e formam-se blocos regionais – NAFTA, MERCOSUL, UNIÃO EUROPEIA, ASEAN e outros –, é natural uma resistência, um brote de nacionalismo que dificulta acordos comerciais, climáticos, combate à pobreza e muitas outras coisas. Nenhum processo avança uniformemente e em linha reta, vimos recentemente a formação de miríades de pequenas nações.
Ainda não temos uma sociedade capitalista pura, pois para o Capital só existem sujeitos monetários e consumidores: diferenças de gênero, etnia, nacionalidade, religião, língua; tudo isto é um estorvo para a lógica do Capital. Se americanos e europeus chegarem a alguns acordos fundamentais o caminho estará pavimentado e as particularidades dos grupos humanos serão objetos de consumo na indústria cultural. Estamos metidos nisso até o pescoço, sabendo ou não. Pelo mundo afora, as polícias terão muito trabalho.
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Os recentes relatórios do FMI, Banco Mundial, OMC e BIS jogaram água fria nas expectativas delirantes de normalização na economia mundial, como foi previsto na última crônica. A dinâmica das lunações vai mudar, até agora aconteciam no início dos signos e eram plutonianas, a partir de agora acontecem nos finais dos signos e estarão coloridas por aspectos de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A próxima (21/07) será um eclipse, Vênus e Marte transitam Gêmeos, Saturno aproxima-se de nova oposição a Urano, Júpiter e Netuno retrogradam em conjunto avaliando a realidade do movimento anterior. A bazófia das nações estará a toda, as comunicações frenéticas e agressivas. Estudaremos a indústria cultural e a economia de risco, e outros assuntos leoninos. |
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jul.09 |
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Para todos, um pouco de tudo. |
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Aviação e luto emprestado. Desinformação coordenada.
Transporte, comunicação, câmbio, varejo e outros assuntos geminianos. |
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Junho.09: Quando Urano foi avistado e reconhecido (1781), ele transitava Gêmeos, signo onde ocorreu a última conjunção Netuno e Plutão em 1891. O signo é realmente muito |
importante no processo de industrialização, pois está relacionado aos setores de transportes e comunicações, onde as marcas da civilização industrial são particularmente visíveis. O título desta crônica é um princípio diretivo do processo, o problema é que o pouco pode ser muito pouco e com uma qualidade sofrível. O acidente aéreo do Airbus condensa vários aspectos e abre nosso tema.
Compaixão seletiva – Numa grande cidade morre um punhado de gente atropelada diariamente. Trivialidade urbana, não é notícia. Algumas mortes em acidentes de veículos aparecem em segundos no telejornal, sem menção dos nomes das vítimas e muito menos dos parentes. Já com a queda de um |
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Gêmeos |
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www.fr.fotolia.com |
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avião é diferente, pois se trata de uma máquina cara, dotada de muitos equipamentos, os acidentes são raros. E assim, as pessoas que têm 3 dias para enlutar por um parente próximo, são expostas a um luto de muitos dias: a imprensa farejou audiência e dinheiro no ar. Para manter o noticiário vale tudo: assediar os parentes, contar as histórias dos passageiros vitimados, e daqueles que por uma razão ou outra não embarcaram, assediar os responsáveis pelo resgate para a cessão de imagens. A seguir chegam outros farejadores de |
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A imprensa e os parentes das vítimas |
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Foto de O Globo - RJ |
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dinheiro, os advogados, como se sabe, no capitalismo o luto pode ser amenizado por um bom cheque. Isto prossegue até que o próximo escândalo tome conta do noticiário.
Como vivemos numa época iluminada nada pode ficar sem resposta, e no dia seguinte ao acidente aéreo da Air France, uma dezena de especialistas já tinha feito muitas conjecturas baseadas em evidências mínimas. Se não recuperarem a caixa-preta o caso pode não ser esclarecido. O fato é que um avião da Ibéria decolou do Rio dez minutos depois na mesma rota, alertados para a tempestade equatorial alteraram a rota e pousaram tranquilamente na Europa.
Nos dias 10 e 11 de junho 4 aparelhos |
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A330 apresentaram problemas e fizeram pousos forçados, em quatro cantos diferentes do mundo e pertencentes a diferentes companhias.
Do ponto de vista astrológico, a análise de um evento é sempre controversa, e neste caso é necessário ter as coordenadas do local onde ocorreu o problema. O número de acidentes aumentou nos últimos anos, talvez porque o tráfego aéreo cresceu, a manutenção esteja precária, ou por que alguma marca astrológica predisponha a isto. Só uma estatística resolve a questão. Em tempo, a British Airways pediu aos funcionários trabalho gratuito para manutenção dos empregos. |
A imprensa e a crise – Há muito tempo o jornalismo investigativo míngua, agora só temos transcrições de declarações de autoridades, artigos defendendo interesses com um jargão insuportável, o marketing do otimismo correndo solto, e pilhas de informações desconexas e fragmentárias. Construímos a maior máquina de desinformação da história humana, e a reflexão – essa faculdade atrofiada – está paralisada. Tudo o que é importante só sai na imprensa quando concluído. Um dia saberemos o que aconteceu com a dinheirama despejada no mercado financeiro nos últimos 9 meses. Todo dia alguém garante que vê brotos verdes no horizonte, não é miopia, é retórica mesmo para acalmar a plebe. Os problemas estruturais que foram abordados na crônica anterior não foram sequer mencionados. |
Comércio varejista – Este setor, tradicionalmente relacionado ao signo de Gêmeos, tem absorvido muita mão-de-obra que normalmente estaria na indústria. Mesmo quando o emprego é formalizado, o salário declarado é mínimo e as jornadas de trabalho são máximas. As cidades estão entulhadas com lojas, bares e restaurantes para todos os gostos. Isto também tem um limite e o índice de mortalidade destas microempresas é grande. Mesmo neste setor a concentração avança com supermercados e shoppings, onde é possível encontrar mais gente aos domingos, do que em qualquer templo religioso.
A crise também bateu no setor; as liquidações e fusões na área de eletro-domésticos comprovam. Apesar das precárias |
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"Aos domingos, mais gente nos shoppings
do que nos templos religiosos" |
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www.g1.globo.com |
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condições de trabalho, um vendedor sensível pode aprender muito sobre os seres humanos, o trabalho lhe dá um curso de relacionamento pessoal intensivo. |
GM – Depois da Segunda Guerra Mundial, esta empresa automobilística tomou a liderança do mercado. Os contratos de trabalho, prevendo planos de aposentadoria e saúde, tornaram-se um modelo para o resto da indústria americana. Nos anos 1980, a empresa começou a sentir a concorrência dos asiáticos, mas com o petróleo barato continuou a liderar, embora com a rentabilidade em queda. A partir dos anos 90 já dependia de seu braço financeiro. Desde o ano passado recebeu bilhões de dólares do governo, quando sua situação já era insustentável. A concordata veio com a lunação geminiana. Para gerir a massa falida pelo governo, Obama designou Steven Rattner, que fez carreira e amealhou uma fortuna no mercado financeiro. Ele já teve uma brilhante ideia: usar os fundos de aposentadoria dos trabalhadores da GM para pagar os credores. Os primeiros a receber seriam o JP Morgan e o City, no valor de 6 bilhões. Não sei se a Justiça americana ratificará este roubo, mas só o fato de alguém apresentar a proposta já é um descaramento inimaginável. Tudo pela saúde dos bancos! |
Parlamentos – Agora foi a vez dos ingleses, que usaram verbas em proveito próprio. Com o feixe de poderes concentrados no Executivo, o Legislativo tende a se transformar num balcão de negócios, um lugar para fazer carreira, politicamente irrelevante. E assim, nas eleições para o Parlamento europeu, a abstenção foi muito alta, os conservadores avançaram bastante com destaque para os pequenos partidos xenófobos. A esquerda brilhou pela ausência, nos protestos da crise econômica e agora nas eleições. No Brasil o circo continua. Tudo isto foi agudizado com a quadratura de Mercúrio em Touro com Júpiter e Netuno em Aquário. |
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Lua Nova de Gêmeos - 24.maio.2009 - 9h10:49 (Brasília) |
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Coreia do Norte – Um regime comunista exótico, pois nem Stálin ou Mao ousaram pensar em sucessão hereditária. Os coreanos dependem de Beijing para petróleo e alimentos, e vivem sitiados por navios da armada americana. Os testes com mísseis e atômicos causaram alarde, deram aos japoneses um pretexto para reconstituir um exército. Os dirigentes chineses se alarmaram com o incômodo vizinho, para não falar dos vizinhos sulistas, alvo preferencial. Saturno em trânsito faz conjuntura ao Sol natal do país, e Júpiter e Netuno em oposição ao Saturno natal; trata-se de uma movimentação defensiva para preservação do regime e a escolha do herdeiro, que se não for resolvida em consenso pode gerar algo trágico. O mapa astrológico da Coreia é calculado para 10/09/1948, 20h50 hora local em Pyongyang.
O dólar e o Bric – Os chineses descobriram que estavam financiando as estrepulias militares americanas através do investimento bilionário em papéis do Tesouro e outros. De quebra corriam o risco de ver seu patrimônio desvalorizar-se rapidamente com a queda da moeda americana, e começaram a reclamar publicamente no final do ano passado. Em fevereiro, a secretária de Estado H. Clinton foi a Beijing assegurar o acerto dos chineses ao investirem nos EUA.
Agora, no começo de junho, foi a vez do secretário do Tesouro, e em meados do mês, a IFF (Associação Internacional de Finanças) promoveu um encontro na capital chinesa, onde |
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Os quatro presidentes do BRIC (Foto PR/BR) |
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proclamaram que o dólar continuará forte e será por muito tempo a moeda de troca internacional. Para o governo e a economia americana é uma questão de vida ou morte, pois a atual situação permite impressão de dólares sem lastro, dívidas em crescimento e taxas de juros ditadas pelo governo. É o chamado almoço gratuito.
Os alertas contra a explosiva dívida pública já começaram nos próprios EUA. Plutão em Capricórnio pressiona Vênus e Júpiter no mapa natal do país. Estes planetas simbolizam o dinheiro corrente e o |
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sistema financeiro tradicional. A reunião do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) sinalizou a necessidade de mudança e a adoção de outras moedas nas trocas comerciais. Os europeus, que dependem militarmente dos EUA, estão quietos. O jogo está só começando. |
Eleições no Irã – Receitas em queda, inflação e desemprego em alta, um grande produtor de petróleo e gás tem que importar gasolina, pois o país não tem refinarias. E ainda assim, o candidato à reeleição ganhou por uma margem surpreendente, 62% do total. Imediatamente, e contrariando procedimento habitual, o aiatolá Khamenei proclamou a vitória de Ahmadinejad. Foi o suficiente para que ocorressem protestos de rua com enfrentamentos e alguns mortos. Um oposicionista pediu recontagem de votos e o aiatolá teve que voltar atrás. Plutão está transitando o Meio do Céu da carta natal do regime, que representa o poder Executivo. Mesmo que a vitória se confirme, é evidente uma cisão na elite dirigente e na população. Ameaçar varrer Israel do mapa, ou financiar o Hizbollah e o Hamas, não vai resolver a situação. A maioria da população iraniana é jovem e sem perspectivas profissionais. A crise continuará e se quiserem continuar com o experimento de uma República Islâmica, os dirigentes precisam cuidar da economia com urgência. Alguns importantes aiatolás da sagrada cidade de Qom já perceberam isto. |
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No ciclo de lunações plutonianas chegamos ao auge agora com a oposição (22/06). Isto indica um novo desdobramento da crise. Um eclipse lunar, Saturno direto refazendo a oposição a Urano, trânsito de Marte nas Plêiades prometem muito movimento. Habitação, nacionalismo, protecionismo, povos inquietos, alguns governos sob muita pressão, dívidas públicas em perigo. Tudo isto e mais na lunação canceriana, a porta dos homens na terminologia védica. |
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junho.2009 |
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Comentários |
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Abelard Gregorian (FR): Ajudar os "coitadinhos" dos banqueiros e dos grandes capitalistas, como o governo americano vem fazendo, é bem sintomático da mecanicidade dos acontecimentos e confirma as previsões tradicionais para o final sombrio da Kali Yuga. Tal como dizia minha bem humorada vovó Nancy, quando eu criança ficava bravo com alguma coisa, "Não reclame, mon petit, dias piores virão!..."
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O Mágico (ou Mago)
Gravura de Mark Matlock |
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www.spraygraphic.com
/ViewProject/3814/normal.html |
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O Diabo na "modernidade"
Pintura de Andreas Streun |
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www.homepage.hispeed.ch
/kometenburg/as/gal_e.html |
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Rui, do ponto de vista de imagens do Tarot, para dar um pano de fundo ao que você retratou, existem duas cartas dos arcanos maiores que podem traduzir a face yin, o lado obscuro, de Gêmeos e de Mercúrio (o deus romano das seduções e enganações): o Mágico e o próprio Diabo.
O mágico, por definição, é o personagem que monta cenários e faz infindáveis firulas para iludir os espectadores.
O di-abolus é a personificação da força que separa, que rompe o nexo das relações. É o antípoda do sim-bolus, que indica os vínculos significativos entre os seres manifestados.
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jun.09 |
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Resposta do Rui:
Prezado Abelard:
Obrigado pelo comentário. De acordo com os cálculos tradicionais ainda faltam 1.370 anos até o final da Kali-yuga, mas pelo andar da carruagem talvez a humanidade chegue no final deste século reduzida e vivendo nos níveis do neolítico. Não é uma perspectiva tão má, considerando as alternativas em vista.
Quanto aos banqueiros, vão bem obrigado, com exceção do Madoff que vai pagar por todos. O mágico de Oz passou pelo sistema financeiro e os ativos tóxicos desapareceram no ar sutil, a crer em recentes declarações. Com as propostas de reforma financeira em curso nos EUA e UE, podem dormir o sono dos justos por mais algum tempo, até que despertem com o pesadelo de uma nova crise. |
jul.09 |
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Os pobres estarão sempre convosco |
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Desemprego e trabalho precário sob o capitalismo financeiro. Gripes e suínos.
Viagem papal ao Oriente Médio e outros assuntos da lunação de Touro. |
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Maio.09: Triste verdade! Já são mais de 2 bilhões de seres humanos descartáveis, vivendo na linha da pobreza e, a confiar nas projeções da OIT; 50 milhões serão acrescentados neste ano. As taxas de desemprego já não dão uma imagem real da situação, agora é preciso medir o trabalho precário: terceirizados, temporários, meio-expediente, bicos, ambulantes etc. No Brasil isto representa mais da metade da população economicamente ativa, e nos EUA um terço. Ora, o capitalismo precisa fabricar consumidores para continuar a rodar, onde arranjá-los? |
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Ambulantes no Brasil, em Marrocos e na China |
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Fontes: www.g1.globo.com, www.telegrafh.co.uk e www.interata.com |
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Já na década de 1960, alguns analistas mais atentos observavam que a capacidade de produção instalada na economia mundial superava a capacidade de consumo, levando a uma brutal concorrência e uma queda persistente na rentabilidade das grandes empresas, que tomaram então algumas iniciativas para lidar com o problema: |
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Multinacionais – Instalar fábricas em países periféricos buscando rebaixar custos de produção (trabalhistas, tributários, matérias-primas e transporte). O movimento começara antes, mas ganhou grande impulso nesta época, completando-se o processo na Ásia, a partir da década de 1990. |
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Propaganda – Convencer as pessoas nos países ricos a comprar carros, TVs e áudios para cada membro da família. |
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Obsolência programada – Fabricar artefatos descartáveis em 5 anos, e incutir por meio da propaganda a necessidade artificial de trocá-los anualmente. |
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Redução da massa salarial – Automatizar ao máximo toda a produção, seja no setor agropecuário ou no industrial, o que foi conseguido graças aos avanços na informática. Operários antigos e novos trabalhadores foram reciclados para o comércio e serviços, focos do trabalho precário. |
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Investimento no mercado financeiro – Assim, os lucros dos setores produtivos foram crescentemente encaminhados para o financeiro, vez que o reinvestimento na produção não era economicamente recomendável. A isto se juntaram os fundos de investimento e pensão, e os petrodólares. |
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Em 1971, Nixon abençoou estas iniciativas quando acabou com a paridade dólar-ouro, abrindo caminho para o mercado de derivativos, inicialmente cambial. De quebra o governo americano ganhou a vantagem de pagar suas dívidas em dólar com taxas de juros fixadas pelo próprio governo. A situação perdura até hoje quando começa a ser contestada pela China. As bolsas de valores, que até então eram formas sensatas de ampliação de capital e poupança para investidores, tornaram-se espaços de máxima valorização em tempo mínimo. Os metais, cereais e combustíveis foram incorporados ao novo mercado logo depois.
O processo ainda não estava pronto. Em 1979, os governos – inglês e americano – começaram a privatizar serviços públicos e a enfrentar o movimento sindical, que demorou a compreender a mudança em curso. Logo o movimento foi seguido por outros países até virar doutrina, o consenso de Washginton. Enquanto isto, todas as restrições legais ao movimento de capitais financeiros foram abolidas, e os bancos comerciais foram autorizados a atuar em todos os segmentos. Desde o final dos anos 1980 a formação de bolhas foi contínua. |
Agora este processo é chamado de cassino, especulação, roleta, economia fictícia e o que mais seja, tudo em detrimento do setor produtivo, a dita economia real. Uma bela fantasia! Pois é claro que a atual configuração não foi obra maligna de alguns empresários gananciosos e astutos, mas a única saída encontrada para os impasses da configuração gerada no pós-guerra, que na década de 1960 entrava em refluxo. |
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Muita gente pergunta qual o destino dos trilhões de dólares despejados no sistema financeiro desde o ano passado. Agora já é possível responder: o sistema liquidou suas dívidas mútuas (entre empresas) e com os trocados criou mais uma pequena bolha acionária em março/maio de 2009, mas todos os indicadores econômicos continuam em queda. Este fenômeno só reforça a descrição do processo que apresentamos. As enormes fusões de empresas em curso, com fechamento de fábricas e desemprego massivo, também sustentam a análise: a capacidade de produção é muito alta e precisa ser saneada.
Assim, a reinvenção do capitalismo ainda não passa de retórica: os dirigentes pensam apenas em operar para voltar aos bons tempos dos anos alucinados (2002-2007). O pior já passou e chegamos ao fundo poço, garantem a todo minuto. Apesar de irracional o capitalismo não cairá sozinho, e até agora os protestos e resistência brilham pela ausência.
Em 1965/66, Saturno em Peixes fez uma oposição à Urano e Plutão em Virgem, quando a crise do modelo fordista manifestou-se com o declínio do PIB mundial e a queda da rentabilidade das empresas. O evento de 1971 (fim da paridade dólar-ouro) ocorreu sob a oposição de Saturno em Gêmeos e Netuno em Sagitário. A ascensão do neoliberalismo em 1979 deu-se com quadraturas: Saturno em Virgem a Netuno em Sagitário, e Júpiter em Leão a Plutão em Escorpião. A crise bancária e acionária de 1987 ocorreu sob uma conjunção de Saturno e Urano no final de Sagitário, enquanto o Consenso de Washginton foi estabelecido sob a conjunção de Saturno-Netuno em Capricórnio. O processo de desregulamentação e a farra do crédito barato transcorreram durante o trânsito de Plutão em Sagitário. A eclosão final da crise financeira ocorreu com a oposição Saturno em Virgem com Urano em Peixes, no mesmo decanato da oposição de 45 anos atrás. É por isto que a tensa configuração de 2010 será decisiva, com provável politização. Deste primeiro apanhado, fica claro que os signos mutáveis, e Sagitário em especial, estão em relevo no tema, o que é compreensível considerando o espectro de significados do signo: crença, crédito, saque contra o futuro, otimismo exagerado etc.
Esta apresentação é sintética, alguns dos mecanismos serão retomados nas próximas crônicas: o mercado imobiliário em Câncer; as operações de risco em Leão; o movimento popular e sindical em Virgem; o comércio internacional em Libra; os ativos tóxicos ainda não declarados em Escorpião.
Perguntaram a um empresário americano: “O Sr. acredita que os pobres herdarão a terra?” Resposta: "Certamente, com a exceção do petróleo e minérios”. Não encontrei ainda melhor definição da mentalidade básica da civilização industrial. |
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Lua Nova Taurina de 25.abril.2009 - 0h22:23 (Brasília) |
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Gripe e Suínos – O nome acabou sendo trocado pela OMS para gripe Influenza A, sob o protesto dos criadores de porcos que viram os negócios despencarem. Para os astrólogos a impropriedade inicial não foi casual, pois a pandemia foi anunciada durante a lunação de Touro, signo dos animais de criação para alimentação humana. A OMS espera uma grande pandemia para breve e aumenta o nível de alerta a cada nova rodada, foi assim com a SARS e com a gripe aviária, anos atrás. A gripe atual ainda está no começo, com níveis de contágio e letalidade baixos, mas podendo se agravar numa segunda rodada. Para a farmacêutica Roche foi um presente dos céus, nunca vendeu tanto antiviral, que não funciona nesta gripe e pode mascarar os sintomas, um indicativo do pânico à solta. |
Encontramos neste tema mais uma colaboração da industrialização: as granjas industriais, que amontoam animais em condições infernais, são ótimos lugares para a mutação e disseminação de vírus, o H1N1 contém genes humanos, aviários e suínos. Há 40 anos atrás, 53 milhões de porcos eram criados em um milhão de granjas nos EUA, agora são 65 milhões em 60 mil granjas. Se pudéssemos olhar como os animais vivem e são tratados nas granjas, talvez o vegetarianismo triunfasse. Nós urbanos, não sabemos e não queremos saber como os alimentos e objetos que usamos são produzidos. A ignorância das coisas básicas é nossa norma de vida.
De quebra, o governo egípcio mandou sacrificar os porcos da minoria cristã copta e pobre, sob o falso pretexto de conter a pandemia. Se realizado o intento, mais algumas centenas de milhares de pessoas abraçarão a indigência. E no Brasil ocorreu uma fusão entre as duas maiores processadoras industriais de carnes, mais oligopólio no cenário.
A comunidade astrológica respondeu na hora: publicaram o tema da peste negra, recordaram as análises de astrólogos antigos que sublinharam o papel de Marte e Saturno, e chegaram a cogitar de novos micro-organismos deixados pela passagem de um cometa e meteoro no começo do ano. Tudo isto é interessante e recupera alguns dados da tradição, mas a comparação vital é com a gripe espanhola, vez que o material genético do vírus atual é uma variante daquele. |
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O Pendurado ou Enforcado |
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Tarot dito Gringonneur (1455) |
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Índia – O processo de ocidentalização no país prossegue acelerado. Nas últimas eleições legislativas a dinheirama correu solta e muitos astros da indústria cultural concorreram e se elegeram. Agora só falta importarem o fast-food, a drogadição e os vídeos pornôs; o turismo sexual e o tráfico de mulheres já existem. Daqui a pouco encontrar um brâmane que saiba expor coerentemente a doutrina védica será trabalho para um detetive.
Obama e o mais do mesmo – Depois de nomear boa parte do governo Clinton para seu mandato, confirmar o secretário de Defesa (R. Gates) do governo Bush, e continuar com o confuso socorro ao sistema financeiro; o presidente americano voltou atrás e confirmou a necessidade de tribunais militares. Recebeu o premiê israelense para apertá-lo em relação ao problema palestino; Obama quer arrumar o Oriente Médio para poder cuidar do Afeganistão e Paquistão, onde 2 milhões vivem em barracas no vale do Swat, por conta das escaramuças entre o exército e grupos milicianos islâmicos. O governo israeli não se deu por vencido, autorizou um novo assentamento na Cisjordânia, mais lenha para a fogueira. Fatah e Hamas não chegam a um acordo, para exasperação dos governos americano e egípcio. E o Irã testou um míssil que alcança Israel. Marte e Vênus transitando Áries não ajudam muito num processo de paz.
Reparação – Enquanto isto o Papa fez um giro no Oriente Médio para tentar reparar derrapagens feias: acusações à intrínseca violência islâmica e reabilitação de bispos que negam o Holocausto. Sob a conjunção Júpiter / Netuno foi bem recebido, mesmo tendo defendido o direito dos palestinos a um Estado nacional.
Sutra do Diamante – “Um bodhisattva não se apega à ilusão de uma individualidade ou entidade egóica, ou a uma identificação pessoal. Na verdade, não existe qualquer eu que liberta e nenhum eles que são libertados.” Trecho da jóia do budismo mahayano. Na Lua cheia de Touro comemoram-se diversos eventos da vida do grande Sidarta Gautama. Para a mentalidade corrente hoje, as frases acima são incompreensíveis. Vai aqui uma tentativa: o subsistente (atma) não é qualificável.
A lunação em Gêmeos (24/05) continua com tons plutonianos (quincúncio). Marte e Vênus adentram Touro, Saturno volta ao movimento direto, Júpiter e Netuno em conjunção e depois retrogradam. Transportes, comunicação e educação em pauta. Retórica estridente, acusações de protecionismo no comércio. Disputas por acessos às matérias-primas, oscilações fortes nos preços delas. |
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maio.2009 |
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Heroísmo anônimo |
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Heroísmo anônimo. Celebridades, liderança americana, guerras e armas,
amai a vossos carros, e outros assuntos arianos pelo mundo. |
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Abril.09: Baudelaire, poeta francês e nativo de Áries, observou que para viver a modernidade era preciso uma formação heróica. Isto ocorreu 160 anos atrás e significava que as pessoas comuns eram os verdadeiros heróis das grandes cidades industriais. O poeta mesmo encarnou o tipo, pois passou necessidade e continuou a trabalhar exclusivamente com arte, como produtor, crítico e divulgador. Atualmente certos grupos profissionais precisam ser mencionados, os bombeiros já são amplamente reconhecidos como heróis, e a |
eles precisamos juntar os trabalhadores da educação, saúde, assistência social e os sacerdotes; pois remam contra a maré, correm atrás de prejuízos. É que a civilização industrial produz ignorância, doença, miséria e profanação numa velocidade espantosa! Também pudera, nosso primeiro mandamento atualmente reza: Comprai-vos uns aos outros. Os efeitos são variados e devastadores. No entanto, o arquétipo do herói persiste: o indivíduo que se sacrifica em prol da coletividade. Reconhecemos espontaneamente em Gandhi, Mandela, Luther King, Madre Tereza e outros, este status. Quadrinhos, videogames e filmes com super-heróis como protagonistas, ainda vendem muito. Mas mesmo neste arquétipo podemos constatar uma degradação: idolatramos celebridades (atletas e artistas pop) por conta do reino da quantidade, recordes para os primeiros e tamanho do patrimônio para os segundos. São imagens artificialmente construídas por assessorias |
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de relações públicas, que frequentemente desabam e decepcionam os fãs. Catálogos ambulantes de psicopatologia.
Liderança americana – Ultimamente discute-se muito o declínio. Os EUA continuam líderes em uma gama enorme de setores e atividades: o PIB, o poderio bélico, a pesquisa espacial, a obesidade, as doenças circulatórias etc. Por conta da lunação ariana, vamos parar um momento na violência interna: 250 milhões de armas em mãos dos cidadãos, a maior população carcerária do planeta. Um fascínio tremendo por psicopatas e seriais killers exibidos em filmes e seriados. |
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A Força |
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Tarô Visconti-Sforza |
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Desempregados europeus saíram às ruas, fizeram greves, detiveram executivos; dois americanos desempregados, neste mês, pegaram em armas e executaram matanças. Os americanos pensam que a justiça divina é lerda, e a humana é ineficaz, a vingança é uma virtude e os justiceiros são heróis; e isto apesar do sentimentalismo dominical nas igrejas! As origens desta violência estão lá desde a colonização por fanáticos puritanos, passam pela escravidão e o genocídio dos ameríndios, desembocam na invenção do revólver, esta arma letal, portátil e barata. O desejo do indivíduo é a lei, deu no que deu. A violência está no centro do american way of life.
Guerra e recessão – Depois de ajudar na elaboração de um comunicado apresentável no G-20, e distribuído alguns afagos, Obama tratou de coisas sérias, no dia seguinte, comemorando os 60 anos de OTAN. Em resumo: o governo americano tem uma despesa militar exorbitante e precisa de dinheiro para seus programas de saúde, tecnologia verde etc. Os europeus precisam cooperar no esforço de guerra, mas eles não querem nem ouvir falar disto, pois têm despesas altas com subsídios agrícolas e seguridade social; ofereceram 5 mil soldados para civilizar o Afeganistão, que depois da queda dos Talebans, |
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tornou-se o maior produtor de ópio do mundo. Depois disto, Obama foi à Turquia onde pressionou a UE para admiti-la como membro, distribuiu mais afagos para o mundo islâmico, avisou Israel que quer um Estado palestino; e rumou para o Iraque avisando que no ano que vem eles estão por conta própria. O governo americano já tem problemas demais no front interno e quer um interregno de paz no exterior. Os norte-coreanos mandaram um aviso e testaram um míssil, com respaldo da China! |
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Lua Nova Ariana de 26.março.2009 - 13h05:45 (São Paulo) |
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Oriente Médio – Naturalmente isto foi muito mal recebido pelo inefável Bibi em Israel, pois um governo iraquiano alinhado ao iraniano é o pesadelo de sauditas e israelenses. No entanto, o verdadeiro barril de pólvora da região é o Paquistão, com uma população grande na miséria, um punhado de latifundiários controlando o país, instituições políticas frágeis, e um exército com armas nucleares dividido entre o combate ao terrorismo e o apoio às milícias do Taleban e Al-Qaeda. Se quiser manter a paz na região, o Ocidente precisa implementar um projeto econômico viável para o Paquistão e Afeganistão, o que parece não ter passado na cabeça de nenhum dirigente, e agora com as vacas magras, muito menos. |
Comércio e contrabando de armas – Vão bem, obrigado. Nos últimos cinco anos a China tem aumentado consideravelmente o orçamento militar, países de porte médio reforçaram aquisições para impressionar às próprias populações e dissuadir vizinhos incômodos. Já o contrabando de armas para as lutas tribais africanas continua em alta e é muito rentável. E todos querem a paz. |
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O carro e a identidade/glamour pessoal |
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Carros – Um meio de transporte útil em muitas ocasiões, é um assunto de Gêmeos; mas os publicitários e a indústria automobilística transformaram os carros em outra coisa: Amai os vossos carros como a si mesmos! Os carros viraram documentos de identidade social; mesmo quando contraproducentes, os felizes proprietários não conseguem deixá-los na garagem e iniciaram a grande barbárie urbana: poluição atmosférica, sonora, e um congestionamento que é o próprio inferno de Dante. Para remate dos males: o automóvel continua no centro do capitalismo industrial, sua cadeia de produção e manutenção gera muito emprego, renda, lucro e impostos. Daí o desespero completo dos governos com as quedas de venda retumbantes. Mas o sonho da indústria – |
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um carro para cada humano adulto – está morrendo, veremos uma grande mudança na indústria ao final da recessão. |
Pirataria somali – Há algo meio romântico, meio cômico e meio misterioso nestes sequestros milionários. A Marinha de qualquer país organizado varreria do mapa, em meia hora, as embarcações e bases costeiras dos piratas; mas não o fazem. Certamente pegaria muito mal um tal massacre, e a Somália é um inferno completo desde 40 anos atrás: secas, epidemias, lutas tribais, bode expiatório da Etiópia. Foi abandonada à própria sorte, sem minérios e combustíveis de valor, uma população excedente que se recusa a sumir do mapa, defronte da Arábia Saudita que de quando em quando lhe estende umas migalhas. A solidariedade entre países islâmicos é vento, os palestinos que o digam. Os piratas somalis cobram pedágios caros, não sei até quando. |
Cúpula das Américas – Cuba, a grande ausente mais que presente. O regime resistiu tenazmente aos 45 anos de embargo econômico. A OEA poderia ajudar na transição inevitável do país caribenho, tratando de preservar os sistemas de educação, saúde e cultura; e livrando os cubanos de turismo predatório, com prostituição, drogadição, cassinos e outros males de triste memória, antes da revolução quando o país era um balneário de mafiosos americanos. |
Resquícios piscianos – O trânsito de Marte deixou rescaldos: o terremoto na Itália, outra grande fusão farmacêutica (a quarta só neste ano), a inclusão dos paraísos fiscais no comunicado do G-20, o anúncio chinês de um plano amplo de saúde pública, assuntos tratados na crônica anterior. A conjunção Marte-Urano não foi tão explosiva quanto podia ser, mas a viagem de Obama e o terremoto italiano estiveram sob a oposição Marte-Saturno. Para os astrólogos nenhuma surpresa.
De maneira geral a lunação transcorreu sem a impulsividade e contundência características de Áries, a distensão prevaleceu nas relações internacionais mesmo com o aspecto tenso de Plutão. O Brasil teve papel de relevo nas reuniões: o potencial econômico, a liderança natural na América Latina, a facilidade de comunicação de um presidente espontâneo formaram o pano de fundo, com |
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a ajuda de Júpiter transitando no Ascendente Aquário do mapa do País. A próxima lunação taurina (25/04) promete: trino a Plutão, conjunção Júpiter /Netuno e trânsito conjunto de Vênus e Marte em Áries. Esta configuração ajuda muito quem faz algum trabalho espiritual. Já nos assuntos seculares pode provocar complacência, euforia fora de lugar, escândalos em temas aquarianos. As raízes da crise econômica serão tratadas sem economês. |
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Comentários |
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Bete Torii: Está maravilhosa, em conteúdo e forma, a crônica deste mês! Eu me sinto presenteada com uma espécie de clipping das notícias mundiais contemporâneas, articuladas e analisadas de um ponto de vista inteligente como só mesmo um historiador & astrólogo (etc.) como você conseguiria ter. É um privilégio, obrigada. |
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abril.2009 |
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Peixes à deriva |
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Temas piscianos pelo mundo: a ONU e as drogas,
filantropia,
religião, meio-ambiente, saúde. |
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Março.09: A ONU anunciou uma meta para diminuir a produção e o consumo de drogas ilegais até 2019. É mais uma meta inalcançável, visto que a abordagem continua a ser prioritariamente repressiva. A dinheirama transita tranquilamente nos bancos, e segue aos paraísos fiscais e aos bancos suíços, que lavam mais branco. Uma peneirada no sistema bloquearia o fluxo e revelaria nomes de figuras públicas impolutas. Isto não ocorrerá por vários motivos, o principal é que os bancos não querem saber a procedência do dinheiro e as autoridades monetárias muito menos. Os europeus querem colocar o problema na pauta da reunião do G-20. |
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Uma representação colorida
do signo de Peixes |
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www.moonlightzodiac.com |
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| As drogas ilegais são parte do problema, pois o consumo de drogas legais (tabaco, álcool) e farmacêuticas continua a crescer. Há um profundo mal-estar na civilização industrial, já que além das drogas temos compulsões e dependências para todos os temperamentos: há muita gente viciada em trabalho, consumo, jogos de azar, videogames, pornografia, violência, solidão, e muitas outras atividades. Quando as coisas chegam neste ponto estamos muito longe da psicologia individual, e insistir nisto alimenta apenas a retórica de moralistas sobre a fraqueza do caráter.
Os formuladores de políticas jamais discutem as causas desta situação, pois se o fizessem, com um pouco de rigor, chegariam à conclusão que há algo de errado, e mesmo doentio, nos fundamentos da civilização. Não há perigo que isto aconteça, pois sua função é enaltecer e zelar pela continuidade do status quo. As consequências são nefastas: violência, despesas crescentes com saúde pública, e uma simbiose entre o crime organizado e a sociedade. Tudo isso só confirma os textos sagrados das grandes tradições que afirmam o predomínio do caos no final de um ciclo cosmológico e antropológico.
A crise vai muito além da economia e suas turbulências |
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políticas, que continuam a se aprofundar e provocam ira com o pagamento de bônus aos executivos. O título desta crônica evoca o encalhe de baleias e golfinhos nas praias australianas. |
Os temas piscianos se desenvolvem, em geral, silenciosamente; e nem por isso são secundários, muito ao contrário. Na lunação em Peixes encontrei os seguintes: |
Asteróide: Em 40 dias um eclipse, um cometa verde e um asteróide. Os Antigos estariam batendo panelas pelo resto do ano. O asteróide media 35 m de diâmetro e passou a 50 mil quilômetros. Se colidisse provocaria um estrago semelhante ao da Sibéria em 1908, mas o maior problema não é esse: ele passou desapercebido pelo sistema de vigilância de nossa vizinhança sideral, um programa astronômico mundial! Lixo espacial quase colidiu com a Estação Internacional, os astronautas abandonaram o nódulo principal, felizmente sem danos.
Hollywood: Baixou o humor negro no centro intelectual do Ocidente, nesta conjuntura o júri premiou um filme intitulado “Quem quer ser milionário?” Naturalmente, o garoto hindu que atuou no filme continua pobre.
Filantropia: Enquanto os governos despejam trilhões para reabilitar o sistema bancário, a FAO mendigava 120 bilhões de dólares para seus programas de ajuda alimentar. A organização (da ONU) estima que 1 bilhão de pessoas sofra com deficiências alimentares, sendo 230 milhões na Índia, para vergonha de seus governantes. Na África as pessoas continuam a morrer de inanição, mas agora morrem felizes com um celular na mão. Fosse 1 milhão ainda seria insuportável, o desperdício de comida pelo mundo é colossal. As coisas não estão piores porque a filantropia anônima continua a funcionar. |
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Saúde Pública: O orçamento mandado por Obama, e apelidado de Robin Wood, pretende elevar os impostos dos ricos subsidiando a saúde pública. Boa notícia, pois cuidados médicos e remédios caros, não ajudam nada uma população que envelhece e que sofre com as consequências da recessão. O governo chinês precisa abrir os olhos neste quesito: o uso excessivo de carvão, pesticida na agricultura, e enxofre no diesel vai provocar grandes estragos. Falsificações de remédios foram noticiadas, bem como duas grandes aquisições no ramo farmacêutico, tal concentração pode elevar ainda mais o preço dos remédios.
China: Aproveitando os preços de ocasião, os chineses estão comprando terras (sudeste asiático, África e América do Sul) e participações em mineradoras e petrolíferas. Daqui a alguns anos, quando a recessão terminar, a geografia econômica estará bem mudada. Funcionários chineses aprenderam a sacudir as bolsas do mundo com boatos: em 03/03 vazaram para a imprensa um novo pacote de estímulo a ser anunciado no dia seguinte. Quem comprou ações na terça à tarde e revendeu-as na quinta de manhã, ganhou em média 4% num dia, nada mal para os dias que correm. No dia 4 o premiê chinês detalhou, no Congresso do PCC, o pacote anunciado em novembro passado. E no final do evento o premiê vocalizou o que anda sendo murmurado: e se o dólar cair muito?
Meio-ambiente: Três anos de seca levaram a Califórnia ao estado de emergência: grandes incêndios anuais, desemprego na agricultura, e racionamento de água nas cidades. A comissão de cientistas, reunidos em Genebra, do Ano Polar Internacional, relatou aceleração do degelo. O mesmo alerta foi feito pelo pessoal do IPCC em Copenhague. A inundação costeira é um problema, ainda distante, mas mudanças climáticas a partir das correntes marinhas já estão em ação. O degelo nos glaciares montanhosos ameaça o abastecimento de água: China, Índia e Bolívia estão no radar. No sudeste brasileiro a canícula das últimas semanas deixou rastros nefastos: aumento da UV, gripes, viroses e novo surto de dengue. Isto é uma pequena amostra do que nos aguarda, diante das providências tardias. |
Religiões: Em 10/03 o exílio do Dalai Lama completou 50 anos. As razões alegadas para a ocupação do Tibet, pelo governo chinês, são lorotas de grande potência. Assassinatos aos milhares, destruição de relíquias e ocupação populacional ameaçam destruir a sociedade tibetana. Tudo isso porque o país é rico em minérios e água potável, artigos em falta na China. Foi um golpe tremendo na espiritualidade mundial, pois no Tibet tínhamos a última tradição religiosa pura. Enquanto isso, no Brasil, a Igreja Católica cedeu à mídia: durante 2008, o SUS realizou mais de 3 mil abortos legais, mas a Igreja só interveio quando a morbidez pública seguia a gravidez de uma menina de 9 anos, resultado de um estupro por parte do padrasto. Se for para defender a vida a sério seria preciso excomungar os legisladores que aprovaram a lei. |
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O signo de Pisces |
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Catedral de Chartres - França |
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Atentados terroristas e massacres: Nos primeiros dez dias de março verificou-se um recrudescimento de atentados e massacres pelo mundo afora: Sri Lanka, Paquistão, Iraque, Irlanda do Norte, Alemanha e EUA. É preciso uma fé inabalável para crer que isto seja resultado de uma conspiração. A explicação mais simples é a astrológica: a conjunção Marte e Netuno em Aquário, e a Lua Cheia ativando a oposição Saturno/Urano, exacerbaram os ânimos já tensos. |
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Lua Nova Pisciana de 24.fevereiro.2009 - 22h34:53 (São Paulo) |
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A pergunta do ano: até quando? – O povo americano tem resistido estoicamente. São milhões os desempregados, os com trabalho precário, os despejados, e com a aposentadoria comprometida. Até agora protestos aqui e ali, muita gente morando em barracas, automóveis e motéis. Da reação deste povo depende o curso político da crise. Na França ocorreu a segunda greve geral no ano, nenhuma surpresa, pois os franceses têm uma grande tradição de mobilização e um presidente loquaz que é um convite à formação de barricadas.
Brasil: Pelo menos uma dúzia diária de escândalos e confusões. A imprensa não ajuda em nada açulando indignação na população. Podia esclarecer que uma sociedade baseada na escravidão importou a República como quem importava têxteis ingleses. O humor de Machado de Assis residia na percepção deste fato. De Deodoro a Lula nunca houve nada republicano em terra brasilis: o bem público é sempre privatizado pelos grupos que momentaneamente ocupam a direção. Isto não mudará com reportagens sensacionalistas e editoriais inflamados. O que poderia mudar a situação assusta os proprietários midiáticos, descendentes do patriciado que provocou a confusão inicial. |
A lunação ariana (26/03) ocorre com Mercúrio e Vênus próximos e num aspecto tenso com Plutão em Capricórnio. Todas as atenções estarão voltadas para Londres, onde acontecerá a reunião do G-20, da qual se espera algo além do tradicional comunicado de boas intenções. Se acontecer alguma ação coordenada de 20 dirigentes, e com uma configuração astrológica adversa, será um feito memorável. As diferenças de propostas, publicamente vocalizadas até agora, serão um obstáculo importante. O ano novo solar, iniciado em 20/03, foi saudado com um gesto de boa vontade diplomático do governo americano em direção ao Irã. Liderança, iniciativa, atitudes belicosas, siderurgia, empreendimentos; temas tradicionais de Áries, serão acompanhados por este escriba. |
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24.março.2009 |
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A eclipse lunar em janeiro-fevereiro |
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Estas crônicas tomam por referência o mês lunar, no caso, a lunação em Aquário (26/01) com direito a um eclipse na proximidade de Júpiter (veja o mapa astral mais abaixo). O signo simboliza a amizade, solidariedade, cooperação e construção de associações voluntárias, capazes de acolher diferenças e conflitos. Nos eventos e processos ocorridos no período podemos verificar o grau de desagregação em marcha, ei-los:
1. União Européia: Construída ao longo de 51 anos, a União está sob forte tensão. Os principais parceiros (Inglaterra, França e Alemanha) se desentendem, se acusam mutuamente de protecionismo; e a xenofobia grassa entre as classes populares, com alguns atos de violência contra imigrantes. O “Deus nos acuda” está tomando conta do cenário.
2. Congresso americano: Provocou o novo presidente com cortes e emendas no projeto de lei sobre os estímulos econômicos. O pacote é claramente insuficiente para as necessidades atuais. O Partido Republicano votou contra, fiel ao seu ideário econômico: enriquecer os ricos e os espertos.
3. Fórum Social: Com 150 mil participantes reuniu-se em Belém, na região amazônica, e lembrou que os danos ambientais continuam, mesmo estando a economia em recessão. A estrutura atual do Fórum é boa para agitação e propaganda, mais ainda é ineficaz para grandes mobilizações mundiais.
4. Movimento Sindical: Ainda está na fase de lutar pela manutenção dos empregos existentes. Mas não é justo ser muito severo, pois o movimento foi brutalmente atacado nos últimos trinta anos com resultados nefastos: queda da massa salarial no total da Renda Nacional, mesmo nos países ricos.
5. Protestos: Os maiores ocorreram nos países mais atingidos, os da Europa Oriental, os da região balcânica, e na China onde trabalhadores, ainda desorganizados, se aglomeraram diante de fábricas falidas. Nos EUA, 5 milhões de famílias foram despejadas nos últimos 3 anos, e procuraram saídas individuais: aluguel, repúblicas, pensão e carros. Um movimento de desobediência civil surgiu, e finalmente o governo resolveu acudir mutuários.
6. Oriente Médio: Israel, com 7 milhões de habitantes tem 30 partidos. A eleição resultou numa clara inclinação à direita, péssima notícia para os palestinos na faixa de Gaza e para os iranianos, que comemoraram 30 anos de Revolução Islâmica, com receita petrolífera em baixa, inflação e desemprego em alta, agudizações retóricas por conta das eleições no meio do ano. A pólvora está posta.
7. Brasil: Descobrimos um meio fácil de lidar com a recessão, iniciando a campanha eleitoral com 20 meses de antecedência. Com o cenário que temos para o mundo em 2010, é possível que ocorra uma saída emergencial na política brasileira, transformando em pó o panorama atual. O Congresso não podia passar em branco, elegeu velhos caciques e descobriu um barão, feliz proprietário de um castelo assombrado.
8. Eletromagnetismo: Em 10/02 dois satélites se chocaram a 800 km. Os dois eram comerciais, um americano e outro russo (desativado). Nada de grave aconteceu, mas assinala um congestionamento sideral que deve aumentar, com possíveis consequências desagradáveis. Dois submarinos nucleares se chocaram, sem maiores consequências, estando imersos. Falhas em aparelhos de controle nos dois casos. |
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Lua Nova Aquariana de 26.janeiro.2009 - 4h55:06 (São Paulo) |
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Aquário foi palco de uma conjunção Sol/Netuno, e outra de Marte, Júpiter e Nodo Norte lunar. Os regentes do signo (Saturno e Urano) fizeram nova oposição exata. O período terminará com a aparição de um cometa verde, cor da vida, cura, inveja e imaturidade.
A próxima lunação (24/02) promete movimento: ocorrerá no ponto vernal real e próxima à grande estrela Fomalhaut. O Sol estimulará Urano. Tudo em Peixes, signo das finalizações de processos: eventos geológicos e desordem climática em vista, falências e revelação de fraudes, boatos a granel, possíveis alertas na área de saúde pública, lentamente as raízes da crise serão expostas. Aguardemos.
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Comentários |
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J.M. (PT): Concordo plenamente com a visão nitidamente objetiva, e não iludida ou de um otimismo cor-de-rosa, do texto. A hora é de crise, não só financeira, mas também civilizacional.
E isto já é e ainda será mais verdade de futuro, infelizmente, para muitos inocentes, que nunca foram chamadas a decidir sobre capitais e confusões capitalistas. Sendo eles os primeiros a sofrerem os problemas provocados por todos aqueles que sempre procuraram enriquecer de modo virtual, desonesto e anti-espiritual e que agora, em vez de largarem o que está podre, procuram teimosamente diluir erros grosseiros e camuflar injustiças, tentando salvar o que não tem salvação. |
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fevereiro.2009 |
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