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    | julho.2017 |  
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  | Maria Fulô |  
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        | Enxuga o teu pranto de  dorque a seca mal começou.
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        | (Sivuca/Humberto Teixeira, 1950) |  |  |  
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    | Marte e Sol fizeram oposição a Plutão e quadratura a Marte  no céu, evolvendo a casa 6 (veja o mapa do Brasil), e deu em condenação  de Lula, aprovação da reforma trabalhista, vitória de Temer na CCJ, Aécio  recuperou o mandato, Loures e Geddel saíram da prisão. Lula e reforma  trabalhista significam que nem mesmo a política conciliatória do PT pode ser tolerada,  e que uma ofensiva contra o bolso da maioria da população está a caminho. Como  a capacidade de mobilização popular anda baixa é provável que Lula seja  condenado e preso. E como a indignação contra a corrupção não leva mais ninguém às ruas, Temer substituiu e comprou deputados na CCJ em plena luz do dia. |  
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    | Temer ou Maia, seis e meia dúzia: continuo a achar difícil que 342 deputados se disponham a entregar Temer ao STF, muitos deles estão na mesma fila e ainda mais agora que a equipe da PF em Curitiba foi desmobilizada e a nova procuradora é amiga dos aflitos. Urano iniciou uma oposição a Marte do mapa do país e isto durará anos, é sinal de reviravoltas no governo. Diante do cansaço que se instalou, a imprensa estimula a crença que  2018 será um ano cabalístico e uma pessoa providencial virá nos salvar, todo mês publicam pesquisas para eleições futuras com resultados controversos: Lula lidera e Bolsonaro cresce. |  
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    | Charge de Duke |  
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    | Em www.chargeonline.com.br |  
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    | O deserto se espraia e não é bonito ou limpo como o Saara ou  Gobi, é imundo. Enquanto o teatro político entretém os espectadores, algo  esquisito se passa na economia. Naquele tempo pré-histórico quando Levy e  Barbosa (2015) tentavam fazer política econômica austera, a dívida pública era  a besta que precisávamos abater. Dela lá para cá ela só fez aumentar,  tolerou-se déficits públicos, nenhum empenho foi feito para aumentar as  receitas e deram aumentos ao funcionalismo público enquanto o desemprego explodia.  A dívida pública já não é mais problema, os escribas econômicos nem tratam do  assunto, embora o recente aumento de impostos dos combustíveis não nos deixe esquecer-se  do assunto. Saiu um recente relatório do IFI mostrando que se nada for feito, o  Orçamento entrará em parafuso em 2022, para comemorar o bicentenário. Paralisia  de passaportes será o de menos. |  
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    | Se olharmos mais fundo, vemos que muitos policiais ganham  mesada do narcotráfico, muitos juízes vendem habeas corpus e liminares, estes  assuntos nem são mencionados, mas querem nos fazer crer que se elegermos X, Y  ou Z tudo estará resolvido. E ainda há quem pense que se elegermos um juiz ou  procurador será a salvação da lavoura; na realidade seriam engolidos em três  meses pela máquina política. Qualquer mudança séria no país requer que esta  máquina seja desmontada, mas a grande imprensa se desespera diante desta  possibilidade e assim vemos Estadão apoiando Temer e Globo e Veja apoiando Maia,  como se houvesse qualquer diferença substancial entre eles, ela existe apenas  para o baixo clero na Câmara que vê em Maia presidente a possibilidade de mais  negócios. |  
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    | Os deputados têm até o final de setembro para  decidir como serão as eleições daqui para frente. O projeto que saiu do Senado  cria cláusula de barreira suave e proíbe coligações com transferência de votos,  o que é necessário, mas a principal questão é criar uma dotação no Orçamento  para financiar eleições, o que reforçará o poder dos caciques de cada partido  que distribuirão a grana. A última foi a emenda que dá imunidade aos candidatos  8 meses antes do evento. É piada pronta.   Parlamentarismo com 25 partidos no Congresso dará em gabinetes que não  durarão um ano, é uma instabilidade só. |  
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    | Sindicalismo  brasileiro |  
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    | Morreu Augusto Campos. Eu o conheci em 1975 quando ele  dirigia um pequeno grupo de bancários que fazia oposição sindical. Foi  admirável, entre suas características destaco três: a simplicidade (no  vestuário, fala, acolhimento), a democracia (aturava com paciência  intermináveis discussões de novatos) e a inteligência organizacional. Ganhamos  a eleição e tomamos posse em 12 de março de 1979, com o Sol em Peixes em trino  exato a Urano em Escorpião; Lua e Saturno conjuntos em Virgem em oposição a  Marte em Peixes. |  
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    | Em pouco tempo o nível de sindicalização passava dos 70%,  foram instaladas regionais em São Paulo, em cada agência um contato bancário,  boletim informativo diário com tiragem de 100 mil exemplares, candidatos  escolhidos em assembleias de cada banco. Aquisição de patrimônio (uma quadra  coberta para assembleias, uma sede própria, uma gráfica) que possibilitou em  alguns anos adiante a devolução do imposto sindical aos bancários. Preocupação  constante com o piso salarial da categoria e na ajuda a outras oposições  bancárias no país. Ele foi fundamental para tudo isto e era completamente  avesso à publicidade, sempre pedia para atendermos à imprensa. |  
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    | Augusto Campos (1942-2017) |  
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    | (Foto: Divulgação/Sindicado dos Bancários |  
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    | Como tudo era novo trabalhávamos bastante, reuniões com 24  membros sempre se prolongavam e as divergências apareciam. Mas o ambiente era  alegre (fazíamos muitas festas e em nossas passeatas havia banda de música e  teatro de rua) e a camaradagem era enorme, nisto também ele ajudou um bocado  com seu forte sotaque interiorano e senso de humor. Foram tempos de grande  aprendizagem. O ministro do Trabalho era o banqueiro Murilo Macedo que decretou  intervenção no sindicato em 1983 e apesar disto a Folha Bancária continuou a  circular. |  
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    | Em 1985 houve novas eleições que ganhamos com facilidade, eu não quis  concorrer, pois o país voltava à democracia, eu estava me envolvendo com a  astrologia e queria estudar mais. Ele foi para a diretoria do Banespa como  representante dos funcionários. Neste ano todas as iniciativas acumuladas  levaram a uma grande greve de bancários no país com bons resultados. Os dez  anos que passamos juntos foram inesquecíveis e fundamentais para mim e os  outros diretores e amigos que ainda estão aí em atividade. |  
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    | Com tudo o que aconteceu a situação do sindicalismo continua  precária: a taxa de sindicalização é baixa (menos de 20%), dos 11 mil  sindicatos de trabalhadores poucos têm poder de mobilização e negociação, eles  representam metade da força de trabalho, a outra metade é informal. A estrutura  é absurda e cara: a base é municipal, cada categoria tem sua federação estadual  e uma confederação nacional com diretorias indicadas pelos sindicatos, ou seja,  um sindicato de um pequeno munícipio tem o mesmo peso de um grande. Os pequenos  sindicatos, a maioria, vivem do imposto sindical, daí a grita contra o término  do imposto. |  
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    | É perfeitamente possível fazer um sindicalismo forte:  metalúrgicos, bancários, petroleiros e outros fizeram isto sob ditadura. Mas é  preciso trabalho cotidiano, formação de lideranças, imprensa própria etc. A  estrutura deve ser enxuta e barata, os pequenos sindicatos devem-se fundir e  visar à formalização total do trabalho no país. |  
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    | Mundo afora |  
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    | Nossa crise não é especial. Em 2008, os Estados socorreram o  sistema financeiro se endividando e passaram a conta aos trabalhadores através  de cortes nos orçamentos, reformas trabalhistas e previdenciárias. Na América  Latina o processo começou depois, mas está seguindo as mesmas linhas. Na  Argentina o peronismo foi deposto nas urnas, mas ano e meio depois o governo  Macri não entregou o que prometeu e a penúria cresceu e mesmo assim o movimento  sindical não consegue a mobilização necessária para reverter o quadro. A  Venezuela está em guerra civil aberta e o regime perdura porque o Exército dá  suporte e a oposição não consegue atrair parte da oficialidade. |  
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    | EUA — Continua o  caso da interferência russa nas últimas eleições. Sendo Putin quem é e de  acordo com as investigações até agora, é certo que os russos sequestraram  informações da Clinton e as passaram ao staff de Trump. Há aí duas questões:  qual o impacto disto no resultado? Por que a imprensa se sente insultada com o  fato, quando o Estado americano interveio no exterior desde 1898 em Cuba e  Filipinas e prossegue com isto até hoje?   Em 21 de agosto ocorre um eclipse solar que será total no país. Ele  afeta o mapa de Trump no Ascendente com Marte, um impeachment é improvável, mas  um problema sério de saúde não será surpresa. |  
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    | Trump e Putin |  
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    | Do blog História Espetacular. |  
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    | Enquanto o teatro político entretém os espectadores, a  economia apresenta sinais inquietantes. O nível do preço do imobiliário já  voltou ao nível de 2006 (início da crise), o índice Dow Jones mais que  triplicou em relação a 2009, o ponto mais baixo, o endividamento das famílias e  estudantes continua em altos patamares. Os republicanos cozinham uma reforma da  saúde que deixará milhões desprotegidos, inclusive idosos. E mais dinheiro para  fabricantes de armas para guerras perdidas. O país prepara-se para o primeiro  retorno de Plutão e uma oposição de Netuno ao seu ponto original na carta  astrológica (veja o mapa dos EUA). |  
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    | Oriente Médio — A  guerra civil síria afeta todos os países vizinhos, alguns têm tropas, outros  financiam grupos na luta e finalmente Turquia, Líbano e Jordânia receberam a  massa de refugiados. Além disto, EUA e Rússia estão presentes e andaram se  batendo, apesar de todos os cuidados. Se há uma região onde tudo pode desandar  é aí, um descuido e os sauditas e iranianos podem iniciar uma guerra e isto  pode se generalizar. Tudo isto faz pensar em Armagedon, referida no Apocalipse  cristão, é o nome da estrada que ligava Megido (norte de Israel) a Damasco,  cenário de inúmeras guerras na Antiguidade. Os governantes agem de maneira  irresponsável: os turcos compravam petróleo do Estado islâmico e combatem os  curdos, essenciais para a derrota do EI. Os sauditas financiam a Al-Qaida e  congêneres que combatem Assad, os russos bombardearam Alepo indiscriminadamente  matando civis e por vai. |  
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    | 500 anos de reforma protestante |  
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    | A Igreja Romana foi alvo de duras críticas a partir do  século XII com os cátaros. No século XIV o papado foi levado a Avignon, onde  ficou sob supervisão dos reis franceses; depois veio o Grande Cisma com 3 papas  simultâneos apoiados por diferentes reis, um movimento religioso popular  floresceu fora de controle. Wycliffe na Inglaterra e Huss na Boêmia clamaram  por reformas. No início do século XVI, o papa estava intervindo nas guerras  entre cidades italianas e reformando o Vaticano, precisava de dinheiro e vendia  indulgências, uma carta que perdoava os pecados. |  
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    | No dia 31 de outubro de 1517 (calendário juliano), Matinho Lutero pregou na porta da Igreja de Wittenberg 95 teses criticando a venda das  indulgências. Ele era um monge agostiniano angustiado com sua fragilidade,  formado em direito e teologia. Nesta data o Sol (Escorpião) estava em quadratura a Netuno (Aquário), Marte (Escorpião) oposto a Urano (Touro), Saturno se aproximava de Plutão e a Lua (Gêmeos) oposta a Mercúrio e Vênus (Sagitário). Roma exigiu uma retratação e acabou por excomungá-lo. As coisas  podiam ter terminado aí, mas seguiram em frente, vários eram os motivos. |  
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    | Gravura  de Lutero afixando as teses |  
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    | Do blog História Espetacular. |  
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    | A Reforma foi um movimento contraditório, por um lado  mostrava afinidades com o Renascimento (valorização do indivíduo, ênfase na  educação, reconhecimento da política como uma esfera autônoma etc.), por outro  lado houve um grande chamamento a uma volta às origens (a Bíblia era central e  toda a literatura posterior devia ser negligenciada, revisão dos sacramentos,  destruição de imagens etc.). É de lembrar que a Alemanha não existia na época,  era uma imensa coleção de ducados, principados, condados, marcas e cidades  livres frouxamente governados por um Imperador do Sacro Império Romano  Germânico. Para os nobres e burgueses, a Reforma era uma oportunidade para se  livrarem dos impostos que Roma cobrava e expropriar as terras da Igreja Romana.  Em 1524 começou uma insurreição camponesa baseada nas ideias luteranas, mas  este pronto criticou-a e apoiou a repressão dos nobres. Chegou a chamar os  rebeldes de demoníacos, quando ele mesmo era um rebelde aos olhos de Roma. |  
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    | Traduziu a Bíblia para o alemão o que induziu à  alfabetização do povo, seus escritos começaram a circular pela Europa e em  poucos anos já havia protestantes nos Países Baixos, França e Suíça onde  Calvino reinava. Escaramuças e guerras entre católicos e protestantes ocorreram  até 1648. A religião se tornara um assunto político da mais alta importância e  a maioria das igrejas reformadas foi estatizada na Europa, permanecendo assim  até hoje. |  
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    | Diferentes concepções doutrinárias e organizacionais levaram  a uma fragmentação enorme, são dezenas de correntes e milhares de denominações.  Nos EUA é possível encontrar uma Igreja numa cidade com 40 aderentes, anos  atrás uma delas avisou que queimaria o Corão em público, o que ensejou a  intervenção das autoridades civis. Isto ocorreu por várias razões: a relação  com Deus e a salvação se tornaram assunto individual, todos foram chamados para  examinar livremente as Escrituras, o que só podia gerar diversidade. A  severidade que vemos em Lutero e Calvino é um sintoma da violência do tempo, a  ideia da natureza pecaminosa humana foi exacerbada e a doutrina da predestinação  calvinista aniquilava com o livre arbítrio, difundiu-se um terror a respeito  dos demônios e inferno. |  
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    | A doutrina espiritual é pobre, a cosmologia foi deixada no  limbo. Por cosmologia deve-se entender o estudo dos três mundos (celestial,  intermediário e o terrestre), seus seres e princípios. E quando falta doutrina  sobram sentimentalismo e moralismo.  A  história das igrejas reformadas é longa e rica: pietismo, iluminismo,  romantismo, liberalismo até as recentes televangélicas com suas teologias da prosperidade.  O sociólogo Max Weber notou que a receita calvinista de frugalidade, poupança e  êxito material como sinal de eleição impulsionou o capitalismo. Esta tese gerou  controvérsia, não mais, as teologias da prosperidade nasceram com o  neoliberalismo: para os ateus a pobreza é culpa dos pobres, para os evangélicos  é resultado da falta de fé. E apesar disto, estas igrejas são locais de  sociabilidade para milhões de pessoas que aí encontram solidariedade. |  
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    | Astrologia e Cristianismo |  
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    | Nas igrejas cristãs medievais encontramos símbolos  astrológicos, São Tomás, Alberto Magno e Roger Bacon comentaram Astrologia,  Raimundo Lúlio escreveu um tratado sobre o assunto, Regiomontano e Placidus,  dois homens religiosos, elaboraram sistemas de casas astrológicas ainda em uso.  De onde vem o problema da Igreja Romana com a Astrologia? |  
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    | Nosso colega e amigo, Luiz Carlos Teixeira de Freitas aborda  o assunto em seu novo livro, mostrando que a Astrologia não nega o livre  arbítrio nem menospreza a fé em Deus. Para tanto mobiliza recursos teóricos de  diversas ciências atuais que ele tem estudado ao longo de sua vida. Só posso  saudar esta iniciativa, pois acredito que na Antiguidade a Astrologia fazia  parte da Cosmologia, um saber da mais alta importância nos sistemas religiosos  e metafísicos. |  
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    | Mais interessante ainda, o livro foi publicado pelo selo Ideias  & Letras dos Redentoristas, uma ordem católica. Até onde eu sei isto é  inédito no país e espero que tenha seguimento. Sucesso Luiz! O livro é  encontrado nas boas casas do ramo. |  
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