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As cartas "Gringonneur": A LUA (XVII) |
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A Lua não está representada
sobre um carro, com um crescente na mão, à imagem
de Diana a percorrer o zodíaco, iconografia habitual no Renascimento.
É de um modo mais científico, fazendo alusão
às pesquisas astronômicas e não às divindades
antigas, que o artista imaginou este trunfo. Dois astrônomos,
um vestido com hábito de monge, outro coberto por um turbante
oriental, determinam com ajuda de um compasso as posições
oferecidas pela observação de um crescente lunar.
Pode ser também que se trate de dois
astrólogos. Na idade Média e no início do Renascimento,
a astrologia e astronomia eram uma só e constituíam
uma das sete artes liberais. Os humanistas se apoiavam sobre o saber
antigo para valorizar a astrologia e pensavam que toda existência
dependia do cosmo. E essa interpretação se prolongou
em certos domínios culturais.
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Tarô dito de Charles
VI ou Tarô Gringonneur: A Lua.
Norte da Itália. Final do século XV.
Pintura com têmpera de ovo, sobre um
desenho preparatório com tinta negra, tipo sépia; decoração
com ramos estampados, após fixação de folha de
ouro e prata, sobre uma camada assentada sobre suporte de papel; dorso
branco sem adornos. Papel em várias camadas com "colarinhos"
à moda italiana, alguns dos quais estão roídos.
A parte do desenho dissimulado pelos "colarinhos" realizados
posteriormente, foram redesenhados. Dezessete cartas: 80/185 x 90/95
mm. Paris, Biblioteca Nacional da França,
Estampas, Res. Kh 24. http://expositions.bnf.fr/renais/grand/047.htm.
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Tradução
de Constantino K. Riemma
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