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Tarot "Charles IV" ou "Gringonneur" |
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Texto de Alain Bougearel
Tradução de Constantino
K. Riemma |
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Deste Tarô, de rara qualidade estética,
restaram apenas 17 cartas, que se encontram na Biblioteca Nacional
da França. O jogo foi, durante muito tempo, erradamente associado
ao rei francês Carlos VI, nascido em 1368. |
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A numeração das cartas (e nem todas
têm cifras inscritas), não correspondem à ordenação
encontrada nos jogos pintados nos séculos seguintes. |
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O mal-entendido quanto à origem
destas cartas deve-se a um registro do contador Charles Poupart, que
menciona o pagamento de 56 soldos parisienses a um certo “Jacquemin
Gringonneur, pintor, por três jogos de cartas pintadas a ouro
e com diversas cores, ornadas com várias divisas para o referido
senhor rei para o seu divertimento”. (Charles
Poupart, Registre de la Chambre des Comptes, 1392)
A nota do tesoureiro do rei é autêntica,
mas faz referência, de fato, a um outro jogo inteiramente diferente
deste que reproduzimos aqui. Por essa razão, o estudioso Ross
Caldwel preferiu denominar este conjunto de Gaignières
Tarot, para diferenciar do jogo pintado por Gringonneur,
que até hoje não foi encontrado. |
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Este pseudo Tarô Charles
VI poderia, com grande probabilidade, datar da segunda
metade do século XV e teria sido feito na Bolonha, no Norte
da Itália. Essa datação é resultado do
exame efetuado pelo Laboratório de Pesquisa dos Museus do Louvre
(França). |
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Um erro de numeração, nas cifras
que parecem ter sido adicionadas anos após a confeção
das cartas: O Pendurado e A Morte estão com o mesmo número
13. |
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Thierry Depaulis pondera que
as análises de laboratório oferecem apenas resultados
“formais: os pigmentos empregados não permitem ir
muito além de uma datação geral. A presença
de malhas, sublinhada pelo relatório de análise, testemunha
a favor de uma fabricação tardia, mesmo que, evidentemente,
o desenho e a pintura tenham sido colocados sobre a carta já
montada, como foi também o caso das cartas da Coleção
Rothschild”. Outra questão
que interessa aos estudiosos do Tarô é a numeração,
ou seja, ordem em que os trunfos (os arcanos maiores) são apresentados.
No caso deste tarô “pseudo Gringonneur”, a numeração
das cartas é próxima à da tradição
bolonhesa. Mas esse fato não parece ser suficiente para garantir
sua origem, pois poderia apenas indicar uma fonte de inspiração. |
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Como informa Depaulis, “As cifras
indicadas estão legíveis, parcialmente ou não,
no alto das cartas – salvo no caso do Pendurado, em que a cifra
se inscreve em baixo, ao inverso. Essas cifras em algarismos romanos
foram feitas à tinta e parecem posteriores à realização
das cartas (primeira metade do século XVI ou mais tarde”. |
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Michel Dummett foi um dos pesquisadores
que se debruçou sobre a questão das cifras romanas
inscritas à tinta na parte superior das cartas (exceto
no caso do Pendurado) e cujas bordas se encontram parcialmente
desgastadas. Esse autor pode assim reconstituir
uma ordem dos trunfos que parecem próxima da tradição
bolonhesa... “O que também pode significar
que os tarôs da Bolonha teriam se inspirado nestas cartas”,
ou seja, este jogo que aqui reproduzimos poderia ser anterior
aos de Bolonha. Há quem acredite
que Florença poderia ter sido o local de criação
deste jogo. No entanto, a carta do Eremita seria estranha aos
padrões praticados tanto na Bolonha como em Florença,
nesse período histórico.
Em suma, a data precisa e a origem exata
deste belo jogo permanecem ainda em aberto. |
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Contato Alain Bougearel: http://tarot-fr.com
O texto do
autor, em francês, aparece no http://trionfi.com/0/a/01/
As
17 cartas originais, aqui reproduzidas, estão sob guarda
da Biblioteca Nacional da França e podem
ser diretamente acessada pelos links abaixo, de 035 a 051:
http://expositions.bnf.fr/renais/grand/035.htm
http://expositions.bnf.fr/renais/grand/051.htm
ou: http://images.bnf.fr/jsp/index.jsp
Bibliografia:
Thierry Depaulis, Tarot, Jeu et Magie, pp 40 – 41.
Bibliothèque Nationale, 1984
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rev: agosto.08 |
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