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Os Vícios e a Cartomancia: O Cigarro |
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Acho que uma das lembranças mais inesquecíveis da minha infância é o comercial do cigarro Hollywood. Pessoas bonitas praticando esportes radicais e, em seguida, acendendo um cigarro, com uma trilha sonora muito bacana. Nas minhas recordações ouço Forever Young, do Alphaville.
O mais engraçado é que, pesquisando este tema, encontrei essa citação no InfanTv, que corrobora minha experiência: "É certo que os comerciais dos cigarros Hollywood jamais tiveram a intenção de se direcionarem ao publico infantil, mas a maior parte das pessoas que tiveram a infância nos anos de 1980 não conseguem esquecer dos 'reclames' dos cigarros." |
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Outras pessoas se impressionavam mais com o comercial do Marlboro – o Cowboy que, depois de um dia de lida, acendia seu cigarro em meio a uma paisagem belíssima, evocando uma presença poderosa imbutida na aura do dito cigarro. Esse comercial teve início no começo dos anos 60, quando a Philip Morris, fábrica do Marlboro, inventou o "País Marlboro" popularizando a sua imagem através de severos e bem aparentados cowboys conhecidos como Marlboro Men. O lema continua vivo até hoje: "Come to where the flavor is. Come to Marlboro country", em bom português: "Venha para onde está o sabor. Venha para o país Marlboro".
O Marlboro Man, personagem da propaganda de TV, foi um dos responsáveis pelo sucesso da marca, por associá-la a idéia de liberdade. A propaganda foi originalmente criada como modo de popularizar os cigarros filtrados, que, na época, era considerado feminino. |
Ironicamente, dois homens que apareceram na propaganda da Marlboro, no famoso papel do Marlboro Man, chamados Wayne McLaren e David McLean, morreram de câncer no pulmão, fazendo, assim, com que os cigarros da Marlboro, mais especificamente o Marlboro Reds, recebessem o apelido de "Cowboy killers".
Enfim, quantos de nós, hoje na casa dos vinte, trinta anos, não nos impressionamos com esses comerciais? Alguns de nós, inclusive, foram sibjetivamente guiados ao vício devido a tais propagandas. Nesse momento, em que o cerco aos fumantes vai se tornando cada vez mais estreito - leia a respeito da lei antifumo em São Paulo, pois possivelmente essa lei se estenderá para todo o país - muitas pessoas buscam auxílio para livrarem-se do vício, assim como há aqueles que sentem-se feridos em sua liberdade por não poderem mais fumar em diversos locais.
Diante deste quadro, como nós, cartomantes, devemos nos portar diante de um consulente que deseja parar de fumar ou, diante de uma questão relativa à saúde ou relacionamentos, como podemos identificar o cigarro como um possível catalisador dos problemas atuais do mesmo? |
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Marlboro Man |
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Um dos anúncios do cigarro Marlboro,
no ar de 1954 a 1999 |
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Seguindo os aconselhamentos dados por Starr Fuentes (escrevi sobre o livro dela A Cura pela energia das mãos em meu blog), não devemos tentar curar uma pessoa usando o mesmo elemento causador ou catalisador do seu problema. Identifico o cigarro como um problema ligado a energia do Ar, e parcialmente ao Fogo; usaria portanto Água ou Terra para auxiliar um paciente. Mas, em relação aos baralhos, devemos ir de encontro ao problema em sua fonte, para identificar corretamente suas raízes. Portanto, busquei a raiz dos problemas ligados ao cigarro no Naipe de Espadas.
A estrutura dos naipes possui uma subdivisão entre Corte (4 cartas) e Numeradas (10 cartas). Como relaciono a Corte com catalisadores de acontecimentos (pessoas, ou mesmo situações que fazem emergir valores dentro do consulente), relacionei o vício com as Cartas Numeradas. Mas, qual exatamente identificaria a raiz do problema? |
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O Oito de Espadas |
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Sobre o Oito de Espadas confira uma introdução resumo Cartas de 1 a 10 e a análise de Valéria Fernandes aqui no site do Clube do Tarô. |
Só quem fumou um dia, com certa regularidade, tem consciência do quão incômoda é a sensação que nos leva a fumar. Sobretudo quando acaba o cigarro e você precisa de um. Precisa. A abstinência é terrível. Dolorosa. Angustiante.
Muitas pessoas tentam com a maior boa vontade encerrar sua fase de vícios, mas depois que passa a fase da alteração de humor e demais malefícios, seja isso uma semana, um mês, um ano, acham que são capazes de fumar apenas um cigarro. O problema é que este "um" traz de volta "um" maço, e aí, nós sabemos onde isso vai dar. |
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O Oito de Espadas nos tarôs de (esq. → dir.): Marselha, Rider-Waite e Thoth de Crowley |
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Tal como o Oito de Espadas. Um círculo vicioso, tenso e pesado de fumaça. Seu significado principal lembra-me o sufocamento: a sensação de que perdemos o controle sobre nosso espaço, que se torna cada vez menor, cada vez mais asfixiante.
Crowley representa o Oito de Espadas como um gradil; Waite, como uma cerca... Mas, pesquisando na Taroteca, achei a representação que mais se aproxima do que senti em relação à carta dentro dessa conjuntura, no Olympus Tarot: a flecha (Tarot Samurai) que atinge o calcanhar de Aquiles. |
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O Oito de Espadas nos tarôs (esq. → dir.): Mitológico, Samurai, Olympus e Tarô dos Santos |
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Aquilo que vai de encontro à nossa capacidade de enfrentar as dificuldades do mundo, que abala nossa auto-estima, que dilui nossa vontade, nossa carapaça contra as agruras que nos cercam. E o pior: tal como no Mitológico, sabemos que, ao fim e ao cabo, esse sufocamento partiu de uma escolha nossa. E como no Tarot dos Santos, esperamos que alguém nos salve.
Creio que essa análise se apresentará pertinente sobretudo em relação à Carta Diagnóstico – de onde poderemos começar uma análise pormenorizada dos fatores que permeiam a situação que levou o consulente à consulta. Entretanto, talvez seja possível perceber essa influência dentro de perguntas com essa carta marcada, ou questões relativas à saúde. Como este foi um insight fora de um jogo, gostaria de pedir a você, leitor que, se utilizar essa abordagem e obtiver êxito, entre em contato comigo. Do lado de cá, também estarei fazendo o mesmo. |
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outubro.09 |
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Para ler os outros textos de Emanuel J. Santos sobre os Vícios e a Cartomancia clique os links abaixo: |
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