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Os tarôs de Marselha |
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Marselha foi
o maior centro de produção de
tarôs, na Europa, nos séculos
17 e 18 – e, por dominar o mercado,
seus baralhos fundaram um “estilo”
que acabou influenciando os demais fabricantes
até em outros países, que os
copiavam. Como resultado, praticamente não
existiram criações ou variações
regionais importante, sobre o tarô,
até o aparecimento do baralho Rider-Waite
em 1911. Existem hoje diversas edições
do “Tarô de Marselha”, que
constituem reproduções ou restaurações
de baralhos das casas editoras tradicionais. |
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O antigo Tarô de Marselha - de Nicolas Conver |
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Trata-se
de reprodução de um baralho
que era realmente impresso em Marselha pelo
gravador Nicolas Conver, cuja casa editora
funcionou de 1760 a 1890.
As lâminas eram coloridas à mão
sobre a impressão inicial do “risco” das figuras. |
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Tarô de Marselha, de
Nicolas Conver, que começou a ser impresso em 1760 |
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Bibliothèque Nationale de France - www.bnf.fr |
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O Tarô de Marselha - edição Grimaud |
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Em 1931, a editora francesa Grimaud passou
a editar, sob orientação de Paul Marteau, um jogo de
Tarô que reproduzia os valorizados moldes gravados por Nicolas
Conver. Tornou-se uma das edições mais divulgadas do
Tarô em todo o mundo. Esse é o motivo pelo qual a empresa
France Cartes, a única grande fabricante de cartas de jogar
que ainda resta na França, continua a editar as mesma versão
com a marca original “Grimaud”. |
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Tarô de Marselha da Editora Grimaud |
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Para ver ampliações e percorrer a Galeria do Tarô de Marselha-Grimaud clique sobre as cartas. |
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Assim Paul Marteau apresenta a edição que preparou a partir de 1928: "Este Tarô é o que
foi editado em 1761 por Nicolas Conver, mestre fabricante de baralhos em Marselha, que tinha conservado chapas de madeira
e o colorido de seus predecessores remotos. É atualmente editado por B. P. Grimaud, que recebeu a sucessão de Conver
e pôde assim continuar a impressão do Tarô tradicional sob sua forma original". |
Esse desenho é também
o mais conhecido por nós que compramos baralhos produzidos
no Brasil. A editora Pensamento reproduziu de modo limpo e fiel o
gravado “Grimaud”, mantendo inclusive os descuidos de
Paul Marteau com relação às cores de importantes
detalhes. As cores básicas utilizadas nessa versão não
são as mais antigas. Uma explicação para a redução
do colorido anterior às “chapadas” cores básicas
azul, vermelho e amarelo (que são as únicas nesse tarô,
além da “cor de carne” e poucas aparições
do verde-escuro) é que, em meados do século 19, tornou-se
possível imprimir em cores, o que, no caso do tarô, substituiria
com vantagem a antiga técnica de imprimir o desenho e colorir
cada carta à mão; mas as máquinas da época
só eram capazes de imprimir quatro cores... Essa adaptação
artificial de cores acabou por se tornar padrão e criou muitos
equívocos de interpretação.
É por essas e outras razões
que, nas últimas décadas, começaram a aparecer
outras restaurações com a finalidade de devolver mais
cores às lâminas e acentuar detalhes que foram negligenciados
por Paul Marteau ao preparar as referências para a Editora Grimaud. |
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O Tarô de Marselha – restaurado por Kris Hadar |
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Esse belo baralho
é o resultado da restauração
ou recriação do Tarô de
Marselha pelo canadense Kris Hadar, que relata
no livreto (em francês), que acompanha
a caixa, ter empregado mais de 20 anos pesquisando
o tradicional desenho dos baralhos de Marselha,
com todos os seus detalhes, para descobrir
como cada carta original devia ser. Por isso
ele o chama de “O Verdadeiro Tarô
de Marselha”. O desenho é muito
fiel ao gravado de Nicolas Conver e o autor
insiste que não fez nada de pessoal
ou sem base em pesquisa, mas uma inovação
um tanto estranha, que o folheto não
explica, é o “facho de luz”
sobre a cabeça de algumas das figuras,
como A Papisa, por exemplo.
As
cartas são ricamente coloridas, com
cores mais suaves e matizadas – agradáveis
aos olhos – do que as versões
mais comumente encontradas (a Grimaud, por
exemplo), que utilizam menor gama de cores
e tons mais fortes. O material das cartas
é muito bom; as cartas deslizam bem
e o desenho do verso é belíssimo. |
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Para ver ampliações e percorrer a Galeria do Tarô de Marselha
restaurado por Kris Hadar clique sobre as cartas. |
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Kris Hadar defende
que a origem do tarô pode ser encontrada
no século 12 na região de Oc
ou Provence, no sul da França (por
isso a data simbólica 1181 na carta
do 2 de Ouros); e que a criação
do baralho foi uma maneira encontrada para
ocultar e preservar, na forma de cartas de
jogar, a cultura e o conhecimento daquela
região (onde nasceu a cultura trovadoresca),
que a Igreja e os reis de França da
época procuraram exterminar por ser
“herética”. Considera ainda
que o tarô foi “o primeiro livro
que permitiu que os analfabetos fossem capazes
de refletir e meditar sobre sua salvação
eterna e a busca de si mesmos”. |
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O Tarô de Marselha – restaurado por Jodorowsky e Camoin |
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O mais recente e talvez o mais apreciado trabalho de restauração do Tarô de Marselha foi promovido por Philippe Camoin, herdeiro da Casa Nicolas Conver, uma empresa gráfica da |
cidade francesa de Marselha que imprimiu, a partir de 1760, o jogo que se tornaria célebre como Le Tarot de Marseille. Em seu site www.camoin.com, Philippe diz que “a fábrica Conver se tornou por casamento a Casa Camoin” e continuou a imprimir tarôs e a difundi-los pelo mundo: “mais de um milhão de jogos por ano, no início do século (20)”. Ele não faz nenhuma menção ao fato, mencionado em nossa resenha sobre o baralho Grimaud, de que a editora Grimaud, então sob a direção de Paul Marteau, recebeu em 1928 a sucessão de Conver e passou a imprimir o “Tarô de Marselha” a partir de 1931.
A iniciativa de Phillippe Camoin teve a valiosa contribuição de Alejandro Jodorowsky, o inquieto e polêmico teatrólogo chileno, interessado também nos assuntos esotéricos e, em particular, no tarô. Foi uma feliz parceria, da qual resultou o efeito complementar de dar visibilidade, em toda a Europa, ao esforço de recuperação da variedade de cores originais das antigas cartas.
O trabalho de Camoin-Jodorowsky foi concluído e o Tarô de Marselha restaurado passou a ser impresso em 1998, promovendo uma importante revalorização das gravuras clássicas do Tarô. Dado que os símbolos originais do tarô muitas vezes são encobertos nos modernos |
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Para visitar a Galeria
clique sobre a carta. |
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baralhos inventados e reinventados sob padrões subjetivos, essa iniciativa assume o papel de resgate da simbologia tradicional. |
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Textos de referência: |
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O Antigo Tarô
de Marselha - de Nicolas Conver.
Publicado por Lo Scarabeo, impresso na Itália. |
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Ancien Tarot de Marseille - “Grimaud”.
Impresso na França pela France Cartes. |
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O Tarô de Marselha,
de Paul Marteau. Tradução brasileira da Editora Objetiva |
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Le Véritable Tarot de Marseille – restaurado por Kris Hadar. Éditions de Mortagne,
no Canadá. |
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O
Tarô de Marselha – reprodução
brasileira da versão “Grimaud”.
Publicado pela Editora Pensamento. |
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Estudos e Galerias do Tarô de Marselha |
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O Tarô (de Marselha) Jean Noblet. Foi Jean-Claude Flornoy o mestre cartier que restaurou esse baralho impresso em Paris, por volta de 1650. As gravuras originais são as mais antigas que conhecemos no estilo particular que mais tarde seria conhecido como "Tarô de Marselha". Os moldes de gravação de Jean Noblet antecedem em mais de um século os de Nicolas Convert (Marselha, 1760). Veja a Apresentação de Jean-Claude e a Galeria das Cartas |
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A restauração do Tarô de Marselha por Camoin-Jodorowsky. Leonardo Chioda apresenta informações sobre a restauração empreendida por Philippe Camoin, com a participação de Alejandro Jodorowsky. Nesse processo foi retomada a diversificação das cores, que havia sido abandonada no correr do século 19. Apresentação
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O pensamento tarológico de Alejandro Jodorowsky. Um belo e forte texto traduzido e apresentado por Leonardo Chioda em que o conhecido cineasta e tarólogo chileno apresenta as idéias e valores que atribui ao jogo do Tarô: Pensamentos
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Seis Galerias de cartas e restaurações do Tarô de Marselha |
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Tarô de Marselha restaurado por Jodorowsky-Camoin. Recupera a antiga variedade de cores e certos detalhes como o ovo nas cartas II e IV, a forma da serpente nas vestes da XIV, figurações no corpo da figura central no XV. (1) Galeria Completa e (2) Galeria dos arcanos maiores (web) |
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O Tarô de Marselha restaurado por Kris Hadar. O tarólogo canadense apresenta o resultado de seus estudos para recompor as cores e detalhes das cartas: Arcanos Maiores e Menores
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O Tarô de Marselha da Ed. Grimaud. A versão mais divulgada no século 20, mas com a redução e simplificação das cores em decorrência do processos tiográficos do século 19: Grimaud
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O Tarô de Marselha da Ed. Pensamento. A edição brasileira, cópia da Grimaud. Reproduzimos as 78 gravuras que poderão ser coloridas criativamente: Gravuras em Preto & Branco
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O Tarô de Jean Noblet. A iconografia mais antiga conhecida (1650), que antecede em um século as versões que seriam conhecidas como "Tarô de Marselha": Original e restauração
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Atualizado: maio.09 |
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