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    | maio.2016 |  
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  | Procurando estrelas |  
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    | Às vezes a  astrologia é literal como em 17/4 na Câmara Federal: Marte (regente do  Executivo) retrogradou e Júpiter (regente do Legislativo) recebeu a passagem da  Lua. Não foi à toa que a família fosse tão evocada, nosso satélite lembrou aos  deputados que estavam ali para ‘fazer’ um patrimônio familiar e que mais da  metade deles tem parentes na política. Os jornalistas estrangeiros que cobriam  o processo de deposição estavam perplexos, ele era comandado por Cunha, de  grande folha corrida, e mais da metade dos deputados têm pendências judiciais,  o Brasil não é mesmo para principiantes. O jornalista Mario Sérgio Conti  lembrou-se do filme Terra em Transe de Glauber Rocha e eu da Geleia Geral de Gilberto Gil: êêê bumba meu boi/ ano  que vem, mês que foi/ êêê bumba/ é a mesma dança meu boi. Foi um show brega  sem reparos. |  
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    | Yes,  nós temos bananas. Capa de disco. |  
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    | Depois da  maciça votação estava claro que o dobre de finados havia soado para o governo  Dilma, seguindo-se a tediosa discussão no Senado com votos da Comissão já  decididos de antemão. Enquanto isto Temer se embananava com a procissão de  gente a sua porta cobrando os votos que deram no plenário. Anunciou um  ministério de notáveis e recuou, um corte de ministérios e cargos e recuou  novamente. Convidou para a Justiça o compadre Mariz que criticou a Lava Jato e  recuou. Alguns convidados declinaram educadamente temendo pelo fiasco. O PSDB,  dividido pelas pretendentes a 2018, mantinha-se a uma distância segura até que  dois editoriais (Globo e Estadão) puxaram-lhe as orelhas em público e o partido  cedeu, mas entregou uma lista de  demandas  para salvar a honra. O afastamento de Dilma ocorreu com uma quadratura  Júpiter/Saturno no céu, afetando o Sol mapa do Brasil (Virgem) e o do mapa de  Dilma (Sagitário), outra literalidade. |  
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    | A todo o momento anunciam que as instituições funcionam, nem tanto, a coisa está  uma bagunça. A política foi judicializada, dos ‘n’ motivos para depor Dilma,  escolheram o mais frágil e jurídico para não fugir a nossa grande tradição  bacharelesca; o resultado disto é que o Judiciário foi politizado, o Supremo  defenestrou Cunha porque a Câmara não conseguiu fazê-lo, esperou o impeachment  andar para realizar a suspensão do mandato. As consequências deste  embaralhamento de cartas serão pesadas. Temer ficou em dúvida: não sabia se  aliviado – pelo afastamento de um indesejado – ou preocupado – se prenderem a  mulher de Cunha ele é capaz de partir para a delação premiada, o estrago será  incalculável. |  
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    | O governo Temer |  
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    | Nosso colega e amigo, Gerson Pelafsky, publicou uma mapa natal do Temer e com a  competência habitual notou a importância da conjunção Júpiter/Saturno na casa  9, o vice é especialista em Direito Constitucional; está assumindo com uma  quadratura destes planetas e com Saturno oposto à Lua natal. Vênus está na casa  12, próxima à Vênus natal do Brasil que rege o Judiciário. Vênus dispõe do Sol  em Libra e da conjunção em Touro, com a qual está em quadratura, ele assume  acusado pelo governo de ser um traidor (casa 12). Tem o Sol em oposição a  Plutão natal do país, o que dá um indício do que vai enfrentar, e a Lua na casa  10 o que é descrito como sinal de popularidade, entre políticos e jornalistas  não há dúvida, mas não para a população em geral. |  
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    | O  quinteto do poder |  
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    | Foto do www.tribunadaimprensaonline.com |  
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    | Ele vai ter  que reunir muita coragem para propor ao Congresso um ajuste duro num ano de  eleições municipais. Quem vai pagar o pato? A Fiesp já garantiu que ela não,  mas o novo governo precisa liquidar imediatamente  os subsídios e isenções fiscais para setores  selecionados. Provavelmente precisará elevar impostos para equilibrar o  Orçamento. Isto é só o início, a maior despesa é o pagamento de juros, no ano  passado foram 500 bilhões e este ano mais, um corte na Selic e ouviremos  chiadeiras do sistema financeiro e grandes empresas. Precisará contrariar  interesses de grupos poderosos e profundamente enraizados. É possível que  grande parte do ajuste recaia sobre os trabalhadores. Os leilões para a malha  viária não precisam passar pelo Congresso, a inflação declina e a balança  comercial está positiva, o que é favorável. Diante deste cenário já seria uma  grande coisa se a recessão estiver contida em 2017. |  
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    | E há a Lava  Jato, muitos políticos do PMDB estão citados, inclusive o núcleo que cerca  Temer (Jucá, Padilha, Geddel e Moreira Franco) e Renan está com 10 inquéritos  no STF. O processo de cassação da chapa Dilma/Temer prossegue no TSE. A  suspensão de Cunha deixou um vazio na Câmara, o atual presidente (Waldir Maranhão)  também está na Lava Jato e votou contra o impeachment, o núcleo do PMDB não  decidiu ainda se o apoia ou abre novas eleições. Ao ingressar em Gêmeos, o Sol  se opõe a Marte perto da conjunção Lua/Júpiter do mapa do país, o que pode  resultar em tumulto no Congresso ou povo na rua. |  
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    | O PT exerceu o direito dos perdedores ao jus sperneandi: foi golpe, foi vingança  do Cunha, as pedaladas serviram aos programas sociais, a ruína da economia veio  do exterior e do Congresso que rejeitou o ajuste, vão acabar com os programas  sociais e último ato, Waldir Maranhão tentou anular o processo.  Concluído o afastamento prometem incendiar o  país, o MST e o MTST podem bloquear avenidas, estradas e prédios, mas se a PM  não reprimir estupidamente isto deve desinflar rápido. Greves, num cenário de  desemprego alto, são improváveis. Obstrução no Congresso com 20% de bancada não  dará em nada. É bem provável que liquidem a possibilidade de Lula concorrer em  2018 levando adiante alguma das investigações em curso e, se forem espertos,  esperarão 2017 para prendê-lo, agora tumultuaria ainda mais as coisas. |  
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    | O partido  colhe o que plantou. Usar licitações e empresas estatais para financiar  campanhas eleitorais e comprar votos no plenário  foi uma má ideia, fazer política econômica  voluntarista foi um desastre, estimular o consumo das classes populares  esperando politização foi um equívoco fatal: o governo teve 54 milhões de votos  em 2014, as manifestações pró-governo não reuniram nem 100 mil pessoas nas  grandes cidades. O que poderia acontecer de melhor ao partido? Eliminar o  caciquismo, renovar a direção, fazer uma autocrítica a rigor e recomeçar.  Dificilmente isto ocorrerá até o afastamento definitivo de Dilma. |  
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    | Alguns  pesquisadores e analistas anteciparam o desastre que se avizinhava, Francisco  de Oliveira publicou em 2003 O  Ornitorrinco, uma visão detalhada sobre o sumiço de projetos nacionais de  desenvolvimento na redemocratização e prevendo que o governo Lula seguiria na  mesma toada. Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ, publicou vários artigos  mostrando que o governo do PT deixou a indústria declinar, reprimarizou as  exportações, aumentou a participação estrangeira no capital das empresas e  aumentou a dependência tecnológica; um dos artigos onde tudo isto é explicado: Nacional Desenvolvimentismo às avessas (2011). Eurelino Coelho defendeu a tese Uma esquerda para o Capital na UFF, em  2005. Ele consultou centenas de documentos do partido e concluiu que em 1995  houve uma virada total: ganhar eleições, receber doações de grandes empresas,  profissionalizar a militância, dar a direção a filiados com mandatos políticos,  extinção de imprensa própria etc. Estes textos estão acessíveis na internet. |  
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    | Povo na rua — Podemos ler o sociólogo Luiz Werneck Viana sem  susto. Ele anda otimista, recentemente publicou o artigo O espírito do tempo e nós (Estadão, 1/5/16), onde afirma que  estamos numa era de transformação, que as manifestações iniciadas em 2013  ganharam uma dinâmica própria e que extratos sociais já não toleram as arruaças  da casta política. Na crônica anterior assinalei que passamos por um momento  astrológico especial com 4 dos 5 planetas lentos fazendo aspectos ao Sol natal  do país; as condições para uma transformação profunda estão dadas. As  organizações que puxaram a mobilização a favor do impeachment já começam a  compreender que Temer já cedeu ao jogo do toma lá dá cá. A transformação depende  inteiramente desta gente prosseguir as manifestações e é fácil prever que a  casta tentará cooptar a liderança das ruas e neutralizá-la. É um bom tempo para  reler Conciliação e Reforma no Brasil, de  José Honório Rodrigues, publicado em 1965. |  
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    | Bolsa Família |  
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    | Ela está novamente na tela, ficou sem reajuste em 2015 e o governo resolveu  reajustar no Dia do Trabalho. Já se escreveu e disse muita bobagem sobre o  programa, mas ele é barato, copiado no exterior e para virar vagabundo com 160  reais por mês é preciso muita imaginação (é o valor da média por família). No  entanto o programa encobre um problema real e grave, o país tem 35 milhões de  empregados formais no setor privado, um número baixo para a força de trabalho  (100 milhões) ou para o total da população. Além disto, 12 milhões deles são  terceirizados e 24 milhões ganham até 3 salários mínimos. Por que o Brasil  geral tão pouco emprego formal?  Isto tem  uma relação direta com o nível da violência, a urbanização caótica e o  endividamento gigantesco das famílias. |  
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    | Foto de www.agorarn.com.br |  
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    | Os empresários responderão que a formalização é baixa porque a carga tributária  sobre a folha de pagamento é alta, dobrando o total. Outros observarão que a  carga é alta para contrabalançar o baixo nível salarial, a maioria dos empregos criados na era Lula pagavam até 1,5 SM (Márcio Pochmann).   Qual a saída, jogar todos na informalidade ou dobrar os salários e extinguir a carga tributária? Na última hipótese o país  viria abaixo, o governo perderia o INSS e o FGTS, os empresários protestariam  dizendo que o povo não sabe cuidar das próprias contas e no final eles arcariam  com a bagunça e os sindicatos dos trabalhadores veriam nisto mais um golpe, uma  retirada de direitos adquiridos. A coisa é muito simples, com o salário dobrado  cada um cuida de poupar para a aposentadoria, para o caso de desemprego, quando  e por quanto tempo tirar férias etc. É liberdade demais, o povo não está  pronto?  O Brasil está pronto para um  choque de capitalismo? |  
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    | Mundo afora |  
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    | EUA — Trump  é o candidato republicano. Ele conseguiu expressar o ressentimento de milhões,  que perderam renda e emprego desde Reagan, elegendo bodes expiatórios óbvios:  mulçumanos e imigrantes. Quem será que trabalha nos hotéis e cassinos do bufão?  Não será surpresa se a resposta for: imigrantes. Quanto de bazófia e retórica  tem tudo isto? Hillary ainda é favorita, mas deve se preparar para enfrentar uma  artilharia pesada a partir de agosto. |  
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    | União Europeia — Na França, reuniões noturnas diárias  na Praça da República contra a reforma trabalhista proposta pelo governo  socialista com Plutão oposto à Lua natal e Marte oposto a Marte natal (veja o mapa da França). Na Alemanha, grande manifestação contra o Tratado comercial que a  União negocia com os EUA; com Marte e Saturno em oposição ao Sol, Mercúrio e  Vênus natais (veja o mapa da Alemanha).  Na  Inglaterra, um mulçumano foi eleito pelo partido Trabalhista para a prefeitura  de Londres e o xenófobo UKIP arrebatou muitas prefeituras no interior; o  governo que patrocinou um referendum sobre a permanência do país na UE, está  aflito, pois concluiu que a saída será prejudicial para a economia inglesa.  Tudo isto ocorrendo com um retorno de Netuno em quadratura a Saturno no céu (veja o mapa da Inglaterra).  Na Espanha, não conseguiram  ainda formar um governo e Marte se aproxima de uma conjunção ao Sol natal (veja o mapa da  Espanha). |  
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    | Argentina — O governo Macris foi recebido com  alívio pelo descalabro causado pelos anos Kirchner. Apesar de medidas  arbitrárias, o governo foi saudado pela imprensa internacional, pelos credores  e até por Obama que lá compareceu. A situação era péssima e o ajuste agravou-a  com alta inflação e desemprego, uma manifestação sindical significativa ocorreu  recentemente e a euforia inicial cedeu. Plutão caminha em direção à Lua natal  do país que está em oposição ao Sol, o que prenuncia dias de tumulto (veja o mapa da Argentina). |  
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    | Boas notícias |  
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    | Apesar da  proximidade de Marte e Saturno, nenhuma violência física mais séria ocorreu até  agora, mas a tensão continua até agosto quando Marte ultrapassa Saturno. |  
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    | Znarf é um  leitor que posta comentários pertinentes. Na última crônica ele observou que  estamos na Kali Yuga e faltam 427 mil anos para o final. Ele está usando o  ciclo de 4 milhões, trezentos e vinte mil anos, que é apropriado para as  condições geológicas e climáticas do planeta. Para a história humana usa-se um  ciclo astronômico de 64.800 anos, 2,5 X 25920 (tempo de uma precessão dos  equinócios). Este ciclo também é dividido em quatro fases: 40% (ouro), 30%  (prata), 20% (bronze) e 10% (ferro). Como a Kali Yuga teve início em fevereiro  de 3102 AC, já transcorreram 5118 anos dos 6480, quer dizer estamos no final. A  cosmologia védica é a mais detalhada de todas e tudo que escrevo tem aí seu  fundamento, como já deixei claro em crônicas anteriores. |  
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    | Nosso colega e amigo, Douglas Marnei, é também arquiteto e aficionado de mitologia, música e  pintura. Há tempos ele reúne material para um livro que agora está no forno com  todos estes temas. O texto é muito bom e cheio de belas ilustrações, é um  biscoito fino que chega em boa hora, precisamos muito de discernimento e  beleza. |  
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