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  | Espionagem, biografias |  
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    | Com o Sol ingressando em Escorpião, o problema da espionagem  recrudesceu, agora entre os europeus que reagiram indignados com as recentes  revelações. Merkel telefonou a Obama que gaguejou mais que o habitual, chefes  de agências foram convocados ao Congresso americano. Pouco depois ficamos  sabendo que as agências europeias colaboraram com a vigilância massiva. Desde a  Segunda Guerra, a Europa Ocidental virou um quintal americano, mas os  dirigentes europeus ainda relutam em reconhecer tal estado de coisas. E, no  entanto, tudo isto é brincadeira perto de outro problema: há décadas o povo  americano é devassado por uma dúzia de agências sem que isto tenha gerado um  protesto sério sequer. A passividade do povo americano é absolutamente  essencial para manter as astronômicas receitas militares, socorrer financistas  estroinas, cortar serviços sociais do orçamento e garantir o pagamento da  dívida pública. São os fundamentos da ‘pax americana’. Com este comportamento o  povo declara que sua vida privada é irrelevante e descartável, além de ridícula  como é apresentada em  sitcons e talk shows. |  
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            | Merkel  e os grampos no seu celular |  |  | 
          
            | Durante algum tempo discutiu-se quem teria mais razão: se  Huxley com Admirável mundo novo ou Orwell com 1984. Os dois, mas de um jeito que não previram. Em Huxley, a  felicidade e a ordem pública dos habitantes deste desditado planeta seria mantida  com uma droga suave e legalizada; é verdade que dependemos intensamente de  drogas, mas elas não são suaves e nem todas legalizadas: álcool e fumo degradam  lentamente, as ilegais rapidamente e as farmacêuticas dopam e têm extensos  efeitos colaterais. |  
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            | Já George Orwell previu uma sociedade vigiada e promotora de  pensamento único com uma novilíngua politicamente correta, tudo isto já  aconteceu, mas não foi preciso recorrer ao totalitarismo. O que eles não  previram foi o papel crucial da indústria do entretenimento que liquidou  qualquer capacidade de reflexão. |  
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            | Tudo isto tem conexão com o problema das  biografias autorizadas. |  |  |  
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    | A bisbilhotice geral e irrestrita -  O Sol atravessava Libra, signo de iniciação à  vida pública, na casa 8 do mapa do Brasil (espionagem). Centenas de artigos,  manifestos e entrevistas apareceram sobre o assunto com muito calor e pouca  luz. Como um pobre pode se tornar milionário? Loteria, política, crime  organizado, artes populares e esportes. Mas chegando lá as pessoas devem pagar  um preço módico: serão seguidos dia e noite por uma turba de jornalistas e  fotógrafos. Como se sabe, um espirro de um cantor, ator ou jogador é manchete  nacional. Em vista desta perseguição uma biografia é de somenos ou deveria ser.  O que quer a maioria dos atuais leitores de biografias? Escândalos e vexames,  é  claro. |  
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    | Pera aí, você está exagerando! Através das biografias  podemos entender melhor as motivações dos artistas. Bobagem. Franz Kafka  arrastava um noivado com Felice Bauer e foi convocado, em 1914, a ir a Berlim  decidir-se quando foi interrogado brutalmente pela família dela. Desfez o  noivado, voltou para Praga e começou a escrever O Processo. Se este livro fosse apenas o resultado da coerção  sofrida em Berlim não estaríamos mais falando dele, mas o livro permanecerá  ainda por muito tempo em discussão porque ele foi bem além disto, e aliás,  muito além do que Kafka compreendia quando escreveu, pois ele prenuncia traços  do tenebroso futuro europeu. Ou num caso mais próximo: o que o acidente que  mutilou Roberto Carlos ajuda a entender sua música? Nada de nada. |  
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    | Procure  saber:  Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e outras mumunhas mais |  
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    | No final das contas tudo isto se resume a dinheiro, ídolo  máximo de uma civilização de mascates. Os empresários bilionários mantêm a  turba jornalística à distância com o poder da grana; o espirro de cantores,  atores e jogadores é importante porque lembra aos milhões de pais que seus  pimpolhos podem chegar lá, é difícil (milhões são chamados, mas dez os  escolhidos), mas podem. A ideia que biografias enriquecem editores e escritores  é tonta, porque se um livro vender 30 mil exemplares no Brasil é muito. E como  aqui é um país pobre e de poucas oportunidades, os herdeiros entendem que devem  faturar algum com a memória de um antepassado rico ou ilustre. Os artistas que  reclamam do assédio constante de jornalistas e biógrafos aceitam metade das  regras do jogo e recusam uma parte essencial: escarafunchar no lixo e na lama é  um traço essencial da vida contemporânea.   Liberdade de expressão, forte multa por difamação. Quanto às biografias  oficiais elas continuarão, pois há escribas mercenários à beça por aí. E pensar  que as grandes obras-primas medievais são anônimas! 
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    | Zoom – O governo  Hollande, na França, está colocando os últimos pregos no caixão dos  socialistas, sociais democratas e trabalhistas europeus. Longa trajetória desde  E. Berstein para cá, ele foi o início do reformismo, quer dizer jogar com as  regras do jogo. De passo em passo foram recuando até se tornarem gerentes do  neoliberalismo. O resultado aí está: executam os programas de partidos  xenófobos como na extradição da garota cigana. Estes partidos estão em ascensão  em toda a Europa e ameaçam fazer uma boa bancada de deputados para o Parlamento  europeu no ano que vem. Os naufrágios nas costas italianas e o descaso completo  com os imigrantes estão minando a ideia de União europeia que, no melhor dos  casos, sobreviverá como união aduaneira com moeda comum. Saturno está  transitando o Plutão natal na casa 4 (fundamentos) e adiante fará quadratura ao  Sol do mapa do Tratado de Maastricht (ver a crônica A Europa é um museu?). As  agruras da União em 2014 serão notáveis. |  
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    | No Oriente Médio, os turcos, sauditas e israelenses estão  lambendo as feridas por conta da virada no Irã e Síria. Um surto de pólio na  Síria só confirma a degradação total das condições de vida da população e os  refugiados não estão em melhores condições na Jordânia, onde casamentos de  meninas viraram moeda de troca por comida. Assad entregou as armas químicas,  mas continua a guerrilha de posições. No Egito o Exército parecesdeterminado a  varrer a Irmandade  mulçumana  do  mapa  político  prendendo sua liderança, mas a situação |  
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            | Cristina  Kirchner e Chavez nos bons tempos |  |  | 
          
            | econômica continua precária. No Iraque, a violência sectária campeia solta. |  
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            | Na América do Sul a revolução bolivariana faz água, como  previsto, particularmente na Venezuela e Argentina com problemas de inflação,  poucas reservas internacionais, desabastecimento, subsídios insustentáveis,  entre outras calamidades. |  
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            | Nada disto é novidade em nossa conturbada história,  basta lembrar o período 1956/64 no Brasil, ou 1968/75 na Argentina. Por aqui  não temos memória, só vagas lembranças. |  |  |  
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    | Terra Brasilis –  Enquanto os políticos discutem a paternidade do Bolsa Família, as contas se  deterioram rapidamente, tantos as fiscais como as externas. Uma turbulência na  economia internacional, possível em 2014, trará choro e ranger de dentes aos  tupiniquins. A ideia que o baixo desemprego e o nível de renda popular estão  consolidados é uma ilusão. Um estancamento no fluxo de investimentos  estrangeiros, com depreciação cambial e inflação, pode devolver parte da  população ao paleolítico da miséria. Seria um baque tremendo no projeto de  reeleição. Mas os outros candidatos brilham pela ausência de ideias. A última  foi a restauração do tripé (meta de inflação, superávit fiscal e câmbio  flutuante) atribuído ao governo FHC. Bobagem, ele foi sugestão do FMI para o  empréstimo de 1998, quando o populismo cambial chegou ao fim. O tripé é apenas  um ponto de partida e, assim mesmo, precisa ser flexibilizado em algumas  turbulências, e não garante nenhum crescimento econômico como ficou claro no período  de 1999 a 2003. |  
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    | Graças à grande informalidade presente neste  país tropical, temos um posto invejável nos índices de violência: são 50 mil  homicídios e 43 mil acidentes fatais anualmente. Como se isto não bastasse, a  despolitização promovida pelo PT, PSDB, PMDB e quejandos, abriu as portas para  os Black Blocs, esse anarquismo infantojuvenil que nos assola. Parece que o  governo acordou e patrocina uma iniciativa de contenção. Agora, grupos  criminosos também operam nestas quebradeiras e prometem uma festa por ocasião  da Copa no ano que vem, o que seria péssimo para o país. Saturno em Escorpião  promove combustível para esta escalada. Outro dia me perguntaram a sério o que  significa ‘politizar’. Se nada for feito para discutir os problemas e  encaminhar soluções, a violência aumentará. Quando o IBGE tomará coragem e fará  uma estimativa da percentagem da população que se dedica a ocupações ilegais? E  quem terá coragem para fazer um mapa da simbiose entre crime organizado e  aparelhos estatais? O resultado seria a “A hora do espanto 1,2,3,4...” |  
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    | Fotomontagem  de Eike pobre |  
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    | Outra vítima de Saturno foi Eike Batista, escorpiniano. Ele  também é herdeiro, pois o pai Eliezer foi engenheiro, presidente da Vale  estatal, executivo de várias mineradoras multinacionais, ministro de Minas e  Energia no governo Figueiredo e ocupou vários cargos públicos. Conhecia o mapa  da mina como ninguém. O filho começou com a vantagem da experiência do pai e de  sua roda de conhecidos, na política e mineração. É, antes de tudo, um grande  vendedor, conseguiu convencer muita gente do governo e do meio empresarial de  seus planos mirabolantes. Os técnicos endossaram os desejos do chefe e  embalaram  sonhos majestosos,  especialmente na área do petróleo. Agora com o trânsito do planeta dos anéis  tudo veio abaixo com prejuízos generalizados, mas como estamos no Brasil, sua  fortuna pessoal deve ser preservada alhures, em paraísos fiscais. Cuidou também  de educar um filho na delinquência juvenil. O governo, que o apontou como  modelo a ser imitado, cruzou os braços na derrocada e deixou-o ao relento, um  exemplo que pode prosperar. |  
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    | Planetas lentos –  Urano e Plutão fazem mais uma quadratura exata. Se tomarmos uma órbita de 5  graus, ela dura uns 7 anos. Não é responsável por este ou aquele evento, mas  por uma tonalidade, um grande tema que domina o período e neste caso está claro  que se trata de uma luta selvagem pela distribuição de renda com consequências  no plano político. Na quadratura anterior, durante a década de trinta, com  Urano em Áries e Plutão em Câncer houve uma pauperização generalizada com  emergência de regimes totalitários, militaristas e nacionalistas. Agora houve  estagnação e aprofundamento da desigualdade de renda e aumento de autoritarismo  político. O que produz a diferença, do ponto de vista astrológico, é a  arquitetura dos outros planetas lentos, sua disposição no zodíaco. E o  andamento dos eventos está sob o domínio dos planetas rápidos. |  
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    | Vivemos numa civilização baseada nas ciências exatas onde  algumas fórmulas com três elementos explicam um mundo de fenômenos. A tentação  é grande, poder explicar tudo acompanhando a dança de dois ou três planetas.  Tarefa inútil e até mesmo disparatada. A conjunção Urano/Plutão da década de  1960 não é um desdobramento da anterior, na década de 1850, no máximo podemos  afirmar que são dois marcos do capitalismo industrial. Muitos outros fatores  estão em ação nestas transformações. Já não sabemos mais que a astrologia foi  na antiguidade um departamento de um saber mais vasto, a Cosmologia. As três últimas  conjunções de Netuno/Plutão, ocorridas em intervalos de 480 anos, se deram no  signo de Gêmeos e isto não é um indicador bom para as grandes mudanças que  ocorreram desde o século X, quando se deu a primeira das conjunções  mencionadas. A segunda delas, em 1400, remete às origens do capitalismo e dos  Estados-nacionais e coincide com o início do terceiro ciclo da Kali-Yuga  védica. Na Cosmologia o tempo é qualificado e isto faz toda diferença. Há as  grandes diferenças temporais nas divisões dos ciclos cosmológicos, 2160 anos  devidos à precessão dos equinócios, centenas de anos para os ciclos dos  planetas exteriores, 20 anos para o ciclo Júpiter/Urano, um mês para o Sol e  Marte, dias para a Lua, Mercúrio e Vênus.  E nesta grande dança e engrenagem, bisbilhotamos. |  
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    | O eclipse solar, ocorrido domingo (dia 3), na proximidade de  Mercúrio retrógrado e Saturno em Escorpião promete teimosia, intensidade  emocional, comunicação embaralhada e segredos expostos. No Brasil os apuros do  governo estarão em pauta. |  
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    | Eventos |  
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            | Nossos amigos cariocas do Sinarj promovem em 23/4 de novembro o XV Simpósio de Astrologia,  batizado A terceira força. Muitas  palestras para todos os gostos, grande hospitalidade num ambiente de  confraternização. Programação, endereço e preços vocês encontram no site:  www.sinarj.com.br |  
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            | Estarei lá participando de uma mesa redonda sobre as  eleições e lançando, com a amiga e colega Ciça Bueno, o nosso livro A contente mãe gentil rumo ao bicentenário.  A História do Brasil vista pela Astrologia. |  
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            | Em São Paulo, o lançamento vai ser na Gaia, escola de astrologia, sob a hospitalidade do Robson e Luiza  Papaleo. Dia 29/11, sexta-feira, às 20 h,  Rua  Frei Eusébio da Soledade |  |  |  |  |  
    | nº 74, próxima à estação Ana Rosa do metrô.  Estaremos esperando. |  
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    | Depois do lançamento, em dezembro, o livro estará à disposição por  demanda (impresso ou digital). Confira no site Astrologia e História: www.astrologia15.sslblindado.com |  
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     | Contato com o autor:
       Rui Sá Silva Barros é historiador,  astrólogo e  
       estudioso da Cabala: rui.ssbarros@uol.com.br 
       Outros trabalhos seus no Clube do Tarô : Autores |  
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